quarta-feira, 15 de março de 2023

   QUARESMA PASSO A PASSO - 2023

Quinta-feira III – dia 20 –16/03/2023

Evangelho Lc 11, 14-23

«Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo, dispersa.»

A palavra começa por nos apresentar um homem que tinha um demónio mudo. Perante a libertação operada por Jesus o mudo falou, mas não sabemos o que disse. Alguns atreveram-se a interpretar o gesto de Jesus com palavras insensatas. Outros queriam um sinal. Jesus procura fazê-los crer que a posição que tomaram está errada e conclui: “Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa”.

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"Naquele tempo, Jesus estava a expulsar um demónio que era mudo. Logo que o demónio saiu, o mudo falou e a multidão ficou admirada. Mas alguns dos presentes disseram: «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios». Outros, para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu. Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa. Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios. Ora, se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes. Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus bens estão em segurança. Mas se aparece um mais forte do que ele e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa»."

Ponho a mão sobre a minha boca porque experimento em mim a insensatez de muitas palavras irrefletidas a propósito dos acontecimentos mais sérios. Diante da palavra e da ação de Jesus nem sempre tenho o bom senso de acolher e deixar que o Espírito Santo me ilumine com a sua sabedoria. Mereço receber esta tremenda reprimenda de Jesus e tomar consciência que não há meio-termo na relação com Ele. “Quem não está comigo está contra mim e quem não junta comigo, dispersa”.

Contigo, Senhor, é contigo que quero estar. Nem sempre sei entender as tuas palavras e os teus gestos. Nem sempre entendo o modo como te relacionas comigo e a tua intervenção na minha vida. Mas sei que, hoje e sempre, quero estar contigo porque só em ti encontro a verdadeira libertação.

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Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.

O Evangelho mostra-nos a incompreensão que Jesus teve que enfrentar dos escribas 

Os escribas eram homens instruídos nas Sagradas Escrituras e encarregados de as explicar ao povo. Alguns deles são enviados de Jerusalém à Galileia, onde a fama de Jesus começava a difundir-se, a fim de o desacreditar aos olhos do povo; para desempenhar a função de linguarudos, desacreditar o outro, privar da autoridade, que coisa feia! E eles foram enviados para fazer isto. Estes escribas chegam com a acusação clara e terrível — eles não poupam meios, vão ao centro e dizem o seguinte: «Ele tem Belzebu, é pelo príncipe dos demónios que expulsa os demónios». Ou seja, é o chefe dos demónios que O impele; que equivale a dizer mais ou menos: “ele é um endemoninhado”. Com efeito, Jesus curava muitos doentes, e eles pretendem fazer crer que não o faz com o Espírito de Deus — como fazia Jesus — mas com o do Maligno, com a força do diabo. Jesus reage com palavras fortes e claras, não tolera isto, pois aqueles escribas, talvez sem se darem conta, estão a cair no pecado mais grave: negar e blasfemar o Amor de Deus que está presente e age em Jesus. E a blasfema, o pecado contra o Espírito Santo, é o único pecado imperdoável — assim diz Jesus — porque parte de um fechamento do coração à misericórdia de Deus que age em Jesus.

Mas este episódio contém uma admoestação que serve a todos nós. Com efeito, pode acontecer que uma grande inveja pela bondade e pelas boas obras de uma pessoa possa levar a acusá-la falsamente. Há nisto um grande veneno mortal: a maldade com que, de maneira intencional se pretende destruir a boa fama do outro. Deus nos livre desta terrível tentação! E se, examinando a nossa consciência, nos apercebemos que esta erva daninha está a germinar dentro de nós, vamos imediatamente confessá-lo no sacramento da Penitência, antes que se desenvolva e produza os seus efeitos malvados, que são incuráveis. Estai atentos, pois esta atitude destrói as famílias, as amizades, as comunidades e até a sociedade.

Papa Francisco

(in Angelus, 10 de junho de 2018)

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