sábado, 27 de julho de 2019

DOMINGO XVII DO TEMPO COMUM



Neste domingo tudo nos conduz ao tema da “Oração”.  As  três leituras e o salmo, de forma diferente, mas complementar, despertam-nos para a necessidade de orarmos constantemente e estimulam-nos a questionarmo-nos sobre a forma como o fazemos, isto é, levam-nos a refletir sobre o modo como escutamos Deus e nos relacionamos com Ele. Em todos os textos, de hoje, somos confrontados com uma relação de confiança total no Senhor Deus, nosso Pai, que se revela numa entrega sem qualquer reserva, numa intimidade total, numa comunhão de Amor, que envolve toda a humanidade, de ontem, de hoje e de sempre. Aprendamos de Jesus a ir crescendo neste caminho. Que Ele envie sobre nós o Seu Santo Espírito. Ámen.


Na 1ªleitura (Gen 18, 20-32) é Abraão quem, de uma forma única e desconcertante, senão ousada, ou atrevida, mas totalmente confiante no Amor infinito de Deus, que vai intercedendo pelos habitantes de Sodoma e Gomorra. É mesmo a oração de um filho que se dirige ao Pai, sabendo que Ele tem um coração, grande, imenso, infinito, no amor, e que dele faz a sua garantia. Sigamos o exemplo de Abraão e confiemos totalmente em Deus, nosso Pai. Aprendamos a rezar como Abraão o fez.
“Naqueles dias, disse o Senhor: «O clamor contra Sodoma e Gomorra é tão forte, o seu pecado é tão grave que Eu vou descer para verificar se o clamor que chegou até Mim corresponde inteiramente às suas obras. Se sim ou não, hei de sabê-lo». Os homens que tinham vindo à residência de Abraão dirigiram-se então para Sodoma, enquanto o Senhor continuava junto de Abraão. Este aproximou-se e disse: «Irás destruir o justo com o pecador? Talvez haja cinquenta justos na cidade. Matá-los-ás a todos? Não perdoarás a essa cidade, por causa dos cinquenta justos que nela residem? Longe de Ti fazer tal coisa: dar a morte ao justo e ao pecador, de modo que o justo e o pecador tenham a mesma sorte! Longe de Ti! O juiz de toda a terra não fará justiça?». O Senhor respondeu-lhe: «Se encontrar em Sodoma cinquenta justos, perdoarei a toda a cidade por causa deles». Abraão insistiu: «Atrevo-me a falar ao meu Senhor, eu que não passo de pó e cinza: talvez para cinquenta justos faltem cinco. Por causa de cinco, destruirás toda a cidade?». O Senhor respondeu: «Não a destruirei se lá encontrar quarenta e cinco justos». Abraão insistiu mais uma vez: «Talvez não se encontrem nela mais de quarenta». O Senhor respondeu: «Não a destruirei em atenção a esses quarenta». Abraão disse ainda: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei mais uma vez: talvez haja lá trinta justos». O Senhor respondeu: «Não farei a destruição, se lá encontrar esses trinta». Abraão insistiu novamente: «Atrevo-me ainda a falar ao meu Senhor: talvez não se encontrem lá mais de vinte justos». O Senhor respondeu: «Não destruirei a cidade em atenção a esses vinte». Abraão prosseguiu: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei ainda esta vez: talvez lá não se encontrem senão dez». O Senhor respondeu: «Em atenção a esses dez, não destruirei a cidade».”


Na 2ª leitura (Col 2, 12-14)  S.Paulo torna presente, para nós, que Cristo, durante toda a sua vida na terra, teve como preocupação constante fazer a vontade do Pai, viver em união perfeita com Ele. A sua comunhão com o Pai era total. E, mesmo vivendo assim em oração contínua, não prescindia de momentos de isolamento e intimidade com o Pai. É em Jesus, no alto da Cruz, que tomamos consciência de como deve ser a nossa oração.  Obrigada, Senhor Jesus, por nos amares assim. 
Irmãos: Sepultados com Cristo no batismo, também com Ele fostes ressuscitados pela fé que tivestes no poder de Deus que O ressuscitou dos mortos. Quando estáveis mortos nos vossos pecados e na incircuncisão da vossa carne, Deus fez que voltásseis à vida com Cristo e perdoou-nos todas as nossas faltas. Anulou o documento da nossa dívida, com as suas disposições contra nós; suprimiu-o, cravando-o na cruz.” 


No Evangelho (Lc 11, 1-13) é o Senhor Jesus quem nos ensina a rezar, a pedido de um dos discípulos. A oração que nos deixou desafia-nos a confiar totalmente em Deus, sem qualquer reserva, nem limite. E, para que não tivéssemos dúvidas, na forma de orar, acrescenta dois exemplos de vida, verdadeiramente elucidativos: o primeiro revela a necessidade de sermos persistentes e solidários na oração; o segundo incita-nos a relacionarmo-nos com o Pai, em todo e qualquer momento, sempre numa confiança  total e plena no Amor infinito de Deus por cada um de nós, numa comunhão crescente de intimidade e entrega. 
“Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também os seus discípulos». Disse-lhes Jesus: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino; dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência; perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’». Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’. Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados e não posso levantar-me para te dar os pães’. Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa. Também vos digo: Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á. Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente? E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião? Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».”


Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso reino, seja feita a Vossa vontade, assim na terra como céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Ámen.

sábado, 20 de julho de 2019

DOMINGO XVI DO TEMPO COMUM


Hoje, nas leituras da liturgia, somos convidados a acolher o outro. No entanto, o convite que nos é feito traz subjacente a forma a seguir, isto é, ainda nem sabemos bem quem lá vem e já o nosso coração está pronto e disponível para aquele, ou aquela, que há de vir. É como se fosse o próprio Deus o nosso convidado, por isso se  o adivinhamos, lá ao longe, já estamos desejosos que chegue e almoce, e/ou jante e esteja, viva, partilhe connosco, aquela ocasião, aqueles minutos, ou horas. É a alegria do coração pelo encontro, pela partilha, pela entrega àquele(a) que vem e quer ser parte connosco em qualquer momento da vida.


Na 1ªleitura (Gen 18, 1-10a) Abraão faz o acolhimento de uma forma perfeita e interpela-nos, indiretamente, a fazer o mesmo com todo o(a) que nos procura em casa, no trabalho, no nosso quotidiano, seja qual for a situação em que se encontre. Se dermos tempo ao tempo e fizermos a experiência do verdadeiro encontro, acabaremos por reconhecer O Senhor também ali presente, tal como aconteceu com Abraão. Podemos duvidar, como fez Sara, mas, mesmo assim, o Amor, que é Deus, tornar-se-á real e vivificante. Abramos o nosso coração e disponhamo-nos a fazer esta experiência de amor, com o Amor, naquele, ou naquela, que nos visita, nos procura, ou simplesmente aparece. 
“Naqueles dias, o Senhor apareceu a Abraão junto do carvalho de Mambré. Abraão estava sentado à entrada da sua tenda, no maior calor do dia. Ergueu os olhos e viu três homens de pé diante dele. Logo que os viu, deixou a entrada da tenda e correu ao seu encontro; prostrou-se por terra e disse: «Meu Senhor, se agradei aos vossos olhos, não passeis adiante sem parar em casa do vosso servo. Mandarei vir água, para que possais lavar os pés e descansar debaixo desta árvore. Vou buscar um bocado de pão, para restaurardes as forças antes de continuardes o vosso caminho, pois não foi em vão que passastes diante da casa do vosso servo». Eles responderam: «Faz como disseste». Abraão apressou-se a ir à tenda onde estava Sara e disse-lhe: «Toma depressa três medidas de flor da farinha, amassa-a e coze uns pães no borralho». Abraão correu ao rebanho e escolheu um vitelo tenro e bom e entregou-o a um servo que se apressou a prepará-lo. Trouxe manteiga e leite e o vitelo já pronto e colocou-o diante deles; e, enquanto comiam, ficou de pé junto deles debaixo da árvore. Depois eles disseram-lhe: «Onde está Sara, tua esposa?». Abraão respondeu: «Está ali na tenda». E um deles disse: «Passarei novamente pela tua casa daqui a um ano e então Sara tua esposa terá um filho».”


Na 2ªleitura (Col 1, 24-28) Paulo exorta-nos a viver de, com e em Cristo, tal como ele fez. Pela palavra de Deus, que nos é anunciada, os mistérios vão-nos sendo revelados, tanto quanto o nosso coração se lhes abre e os vais conseguindo entender. Uma coisa Paulo tornou muito clara para nós: Jesus venceu a morte, habita-nos e vai caminhando connosco, em Igreja, para glória de Deus e fortalecimento do reino. Deixemos que o Seu Amor se propague e chegue a todos os que Ele coloca nos nossos caminhos. 
“Irmãos: Agora alegro-me com os sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo, em benefício do seu corpo que é a Igreja. Dela me tornei ministro, em virtude do cargo que Deus me confiou a vosso respeito, isto é, anunciar-vos em plenitude a palavra de Deus, o mistério que ficou oculto ao longo dos séculos e que foi agora manifestado aos seus santos. Deus quis dar-lhes a conhecer em que consiste, entre os gentios, a glória inestimável deste mistério: Cristo no meio de vós, esperança da glória. E nós O anunciamos, advertindo todos os homens e instruindo-os em toda a sabedoria, a fim de os apresentarmos todos perfeitos em Cristo.”


O evangelho,de hoje, (Lc 10, 38-42) leva-nos a clarificar a necessidade de coexistirem a ação e a contemplação na caminhada para Deus. Uma sem a outra não dá, perdemo-nos em qualquer momento da vida. Só Maria e Marta fazem o todo, pois se Maria escolhe a melhor parte, ao escutar Jesus, Marta providencia para que nada Lhe falta, nem a Ele, nem aos que O acompanham. O que mais me faz pensar, neste texto, é a forma como Jesus diz a Marta que ela anda preocupada e inquieta com muitas coisas, pois é o que acontece tantas vezes nas diferentes situações da vida, embora acredite que até no “fazer as coisas”, sejam estas mais ou menos físicas, se pode estar em oração. Creio que era Santa Teresinha quem dizia que, mesmo a lavar os tachos e panelas, se pode estar em intimidade com Jesus, em contemplação e oração. Que o Senhor no ensine e ajude a viver sempre  d’Ele e n’Ele em todos os momentos da vida. 
“Naquele tempo, Jesus entrou em certa povoação e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa. Ela tinha uma irmã chamada Maria, que, sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço. Interveio então e disse: «Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me». O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada».”


Mãe Santa, Tu que soubeste escolher a melhor parte, ensina-me a colocar tudo sempre nas mãos de Deus. Ensina-me querida Mãe a escutar, a amar, a descansar em Teu Filho. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

sábado, 13 de julho de 2019

DOMINGO XDO TEMPO COMUM


As leituras deste domingo desafiam-nos a termos a coragem de nos questionarmos sobre o que (quais) são os fundamentos essenciais da nossa fé, o nosso selo de identificação, a nossa verdadeira identidade vivencial, enquanto cristãos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmo. E, quanto a mim, o que, à partida, parece ser um mandamento, uma imposição, é o traduzir, na vida quotidiana, de uma relação amorosa que tendo a iniciativa em Jesus, que é quem primeiro nos "cativa",transvasa depois, dessa dinâmica dialética amorosa, para um viver assente em Deus Uno e Trino, Deus Amor. É este Amor que se estende a todos aqueles com quem nos vamos relacionando ao longo da vida, porque, desde que Deus nos habita por inteiro, é Ele, Amor vivo, contínuo e infinito por cada ser vivente, que Se transmite, Se propaga, através dos que Lhe abrem o coração, a totalidade do seu ser, sem fronteiras, nem barreiras de qualquer espécie. Saibamos nós ser o elo desta corrente de transmissão do Amor, para que outros possam viver em comunhão com Deus Amor, eternamente enamorado desta Sua criatura, que é cada ser humano. Mas, é bom estarmos vigilantes e não nos iludirmos no que toca ao nosso testemunho de vida, pois como nos diz S.João, na sua 1ªCarta: Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é Amor.”; “Se alguém disser: «Eu amo a Deus», mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão”(1Jo 4, 7-8.20-21). Pela forma como amamos o nosso próximo, ou não, percebemos a qualidade do nosso ser cristão, hoje, onde quer que estejamos e seja qual for a nossa situação.

Adaptado de "Dibujos de Fano"
Na 1ª leitura (Deut 30, 10-14) Moisés conduz-nos ao encontro de Deus, no mais profundo de nós mesmos. É, aí, quando o nosso coração se encontra com Ele, que a lei, que antes era imposição, passa a ser comunhão amorosa. Então, será possível amar até o inimigo, porque o Senhor, que nos habita, o ama em nós.  
Moisés falou ao povo, dizendo: «Escutarás a voz do Senhor teu Deus, cumprindo os seus preceitos e mandamentos que estão escritos no Livro da Lei, e converter-te-ás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma. Este mandamento que hoje te imponho não está acima das tuas forças nem fora do teu alcance. Não está no céu, para que precises de dizer: ‘Quem irá por nós subir ao céu, para no-lo buscar e fazer ouvir, a fim de o pormos em prática?’. Não está para além dos mares, para que precises de dizer: ‘Quem irá por nós transpor os mares, para no-lo buscar e fazer ouvir, a fim de o pormos em prática?’. Esta palavra está perto de ti, está na tua boca e no teu coração, para que a possas pôr em prática»”.

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Quando escutamos S.Paulo a falar de Jesus, como o faz na 2ª leitura (Col 1, 15-20) , é impossível ficar indiferente. O nosso coração percebe, melhor do que a mente, como é profunda a comunhão amorosa entre Jesus e o Pai. E é esse Amor infinito que chega até nós, por Jesus, que nos revela assim a dimensão amorosa de Deus, por cada um de nós. E porque Jesus todo Se entregou, S.Paulo, que fez a experiência do “encontro” com Ele, só podia apresenta-Lo assim: 
“Cristo Jesus é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado. Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar. Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus.” 

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No Evangelho (Lc 10, 25-37) é o próprio Jesus quem nos explica, através da parábola do bom samaritano, o que devemos fazer para sermos cristãos “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos” e, simultaneamente, também nos esclarece, claramente, sobre quem é o nosso próximo. Deixemos que Deus habite, por inteiro, o nosso coração e assim, tal como nos dizia Moisés, na 1ª leitura, poderemos pôr em prática o Amor de Deus na nossa vida, com as pessoas com quem vivemos, convivemos, trabalhamos, ou nos cruzamos, no nosso quotidiano. 
Naquele tempo, levantou-se um doutor da lei e perguntou a Jesus para O experimentar: «Mestre, que hei de fazer para receber como herança a vida eterna?». Jesus disse-lhe: «Que está escrito na Lei? Como lês tu?». Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo». Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem. Faz isso e viverás». Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: «E quem é o meu próximo?». Jesus, tomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio-morto. Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante. Do mesmo modo, um levita que vinha por aquele lugar, viu-o e passou também adiante. Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse: ‘Trata bem dele; e o que gastares a mais eu to pagarei quando voltar’. Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?». O doutor da lei respondeu: «O que teve compaixão dele». Disse-lhe Jesus: Então vai e faz o mesmo».” 

Dibujos de Fano
Senhor, que eu me deixe habitar, por inteiro, por Ti. Que sejas o meu único Senhor, o amor da minha vida. Ama em mim todos os que pões nos meus caminhos.

sábado, 6 de julho de 2019

DOMINGO XIV DO TEMPO COMUM

Adaptado de "Dibujos de Fano"

Hoje, as leituras fizeram-me pensar naqueles, alguns conhecidos por mim, outros nem tanto assim, que, porque responderam ao apelo que Jesus lhes fez, para comunicarem a todos os homens que Deus é Amor, permitiram que chegasse, até aos nossos dias, a revelação, a cada coração sincero, que se abre à boa nova, do quanto é amado infinitamente por Deus. Cabe-nos a nós, homens e mulheres deste séc.XXI continuar a testemunhar Deus Amor, na nossa vivência quotidiana.

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Na 1ªleitura (Is 66, 10-14c) o convite feito por Isaías para exultarmos de alegria, tem uma razão de ser: Deus enamorado da sua criatura; Deus que nos ama com um amor sem fim; Deus que é  Pai e Mãe de cada um de nós e por nós vela continua e infinitamente; Deus que entregou Seu Único e muito amado Filho, por nosso amor. Obrigada Senhor. Louvado sejas hoje e sempre e por toda a eternidade. 
“Alegrai-vos com Jerusalém, exultai com ela, todos vós que a amais. Com ela enchei-vos de júbilo, todos vós que participastes no seu luto. Assim podereis beber e saciar-vos com o leite das suas consolações, podereis deliciar-vos no seio da sua magnificência. Porque assim fala o Senhor: «Farei correr para Jerusalém a paz como um rio e a riqueza das nações como torrente transbordante. Os seus meninos de peito serão levados ao colo e acariciados sobre os joelhos. Como a mãe que anima o seu filho, também Eu vos confortarei: em Jerusalém sereis consolados. Quando o virdes, alegrar-se-á o vosso coração e, como a verdura, retomarão vigor os vossos membros. A mão do Senhor manifestar-se-á aos seus servos.”

Adaptado de "Dibujos de Fano"
Na segunda leitura (II Gal 6, 14-18) S. Paulo apresenta-nos a Cruz, como caminho de libertação, como árvore da vida. Ele, melhor do que ninguém, dá-nos um testemunho vivencial de Jesus crucificado, mas também e, mais ainda, de Jesus ressuscitado. É sempre desafiante, para o nosso viver de cada dia, a forma como S. Paulo nos comunica o seu amor incondicional a Jesus Ressuscitado. S. Paulo, rogai por nós. “Irmãos: Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão valem alguma coisa: o que tem valor é a nova criatura. Paz e misericórdia para quantos seguirem esta norma, bem como para o Israel de Deus. Doravante ninguém me importune, porque eu trago no meu corpo os estigmas de Jesus. Irmãos, a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso espírito. Ámen.”

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No Evangelho é Jesus quem envia os discípulos em missão. A forma como os prepara e depois ora por eles ao Pai é para nós, hoje, a garantia de que estará sempre connosco, em qualquer momento da nossa vida, pois estamos sempre em missão. Escutemos Jesus e deixemos que o Seu Santo Espírito nos ilumine e conduza. 
“Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’. Mas quando entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saí à praça pública e dizei: ‘Até o pó da vossa cidade que se pegou aos nossos pés sacudimos para vós. No entanto, ficai sabendo: Está perto o reino de Deus’. Eu vos digo: Haverá mais tolerância, naquele dia, para Sodoma do que para essa cidade». Os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome». Jesus respondeu-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago. Dei-vos o poder de pisar serpentes e escorpiões e dominar toda a força do inimigo; nada poderá causar-vos dano. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos nos Céus».” 

Adaptado de "Dibujos de Fano"
Senhor, que eu Te escute sempre, de coração sincero. Como podes amar-me assim desta maneira Senhor! Mil graças Te dou Senhor. Obrigada.