DOMINGO III DO TEMPO COMUM
Hoje, celebramos, a convite do papa Francisco, a graça imensa que nos é dada,
como alimento, em cada Eucaristia, que é a escuta da Palavra de Deus. Depois do
Concílio Vaticano II passámos a poder ouvir Deus falar-nos no nosso próprio idioma
e assim, a partir daí, as escrituras tornaram-se palavra viva, escutada e
partilhada por todos os que Lhe abram o coração. Sim, ninguém mais pode dizer
que só os que dominam o grego, ou o latim, ou o aramaico (…) é que podem
escutar as cartas de Amor de Deus, que Jesus nos vai revelando. E assim, a
Palavra proclamada, em cada Eucaristia, é um momento único de comunhão de Deus
com cada um que O escuta e faz, desse encontro íntimo, caminho, estrada, para
em e com Jesus, ir comunicando, transmitindo o Amor que Ele é. Mais ainda,
mesmo no local mais recôndito, sós, ou acompanhados, podemos sempre meditar e
gravar no mais profundo do nosso ser, a Tua Palavra. Obrigada Senhor pelas Tuas
maravilhas.
Na 1ªleitura (Is 8, 23b – 9, 3 (9, 1-4)) Isaías situa-nos, não na cidade mais importante de Israel, mas na Galileia dos gentios. É aí, numa terra humilhada e esquecida do Norte, que a Luz brilha, resplandece e traz a alegria e a esperança aos oprimidos, aos desiludidos e aos desencantados da vida. Seja qual for a situação em que nos encontremos, Isaías transmite-nos, na leitura de hoje, que o Senhor está sempre connosco, que a Sua Luz nos ilumina e o Seu Amor nos alimenta, transforma e liberta a nós e a todos aqueles a quem quer chegar através do nosso testemunho de vida.
“Assim como no tempo passado foi humilhada a terra de Zabulão e de Neftali, também no futuro será coberto de glória o caminho do mar, o Além do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz se levantou. Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença, como os que se alegram no tempo da colheita, como exultam os que repartem despojos. Vós quebrastes, como no dia de Madiã, o jugo que pesava sobre o povo, o madeiro que ele tinha sobre os ombros e o bastão do opressor.”
Na 2ªleitura (1 Cor 1, 10-13.17) S.Paulo exorta-nos a viver em unidade com todos os cristãos, num único e
mesmo Senhor - Jesus Cristo. Pelos vistos, desde o início houve divisões, mas a
verdade é que só Cristo, o Filho de Deus, é que deu a Sua vida por cada um de nós
e nos reconquistou para Deus Pai. Se, só um é o Nosso Senhor, o nosso Deus,
porquê tanta divisão e contenda? Que Deus tenha compaixão de nós e nos
santifique.
“Irmãos: Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma linguagem e que não haja divisões entre vós, permanecendo bem unidos, no mesmo pensar e no mesmo agir. Eu soube, meus irmãos, pela gente de Cloé, que há divisões entre vós, que há entre vós quem diga: «Eu sou de Paulo», «eu de Apolo», «eu de Pedro», «eu de Cristo». Estará Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Foi em nome de Paulo que recebestes o Batismo? Na verdade, Cristo não me enviou para batizar, mas para anunciar o Evangelho; não, porém, com sabedoria de palavras, a fim de não desvirtuar a cruz de Cristo.”
“Irmãos: Rogo-vos, pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma linguagem e que não haja divisões entre vós, permanecendo bem unidos, no mesmo pensar e no mesmo agir. Eu soube, meus irmãos, pela gente de Cloé, que há divisões entre vós, que há entre vós quem diga: «Eu sou de Paulo», «eu de Apolo», «eu de Pedro», «eu de Cristo». Estará Cristo dividido? Porventura Paulo foi crucificado por vós? Foi em nome de Paulo que recebestes o Batismo? Na verdade, Cristo não me enviou para batizar, mas para anunciar o Evangelho; não, porém, com sabedoria de palavras, a fim de não desvirtuar a cruz de Cristo.”
No evangelho de hoje (Mt 4, 12-23) Jesus inicia a Sua vida pública, na Galileia, ao saber que João Batista
tinha sido preso. E fá-lo dando continuidade ao que o precursor tinha iniciado,
apelando a uma conversão de coração e ao arrependimento. É nesta fase inicial
da Sua vida pública, que Jesus chama os
seus colaboradores diretos. O que mais me impressiona é a forma como o Senhor
Jesus olha para cada um dos apóstolos e os chama. Jesus vê para além do homem,
reconhece quem tem na frente, estabelece uma comunhão com o indivíduo e chama
cada um. Ele sabe quem é cada um dos que chama a colaborar na nova evangelização.
E eles aderem à proposta que lhes é feita. Deus continua a chamar…Peçamos ao
Senhor por todos aqueles a quem Ele já chamou, mas também por aqueles a quem ainda
vai convidar. Que Jesus seja a única força de todos.
“Quando Jesus ouviu dizer que João Baptista fora preso,
retirou-Se para a Galileia. Deixou Nazaré e foi habitar em Cafarnaum, terra à
beira-mar, no território de Zabulão e Neftali. Assim se cumpria o que o profeta
Isaías anunciara, ao dizer: «Terra de Zabulão e terra de Neftali, estrada do
mar, além do Jordão, Galileia dos gentios: o povo que vivia nas trevas viu uma
grande luz; para aqueles que habitavam na sombria região da morte, uma luz se
levantou». Desde então, Jesus começou a pregar: «Arrependei-vos, porque está
próximo o reino dos Céus». Caminhando ao longo do mar da Galileia, viu dois
irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar,
pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós
pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco
mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão
João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes.
Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O. Depois começou
a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho
do reino e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.”