sábado, 29 de fevereiro de 2020

DOMINGO I DA QUARESMA

As leituras, deste primeiro domingo da quaresma, ajudam-nos a entrar neste tempo especial de graça, de conversão, que iniciámos, quarta feira passada, com a imposição das Cinzas. Ao situarem-nos numa das problemáticas constantes da vida, que é a escolha entre o bem e o mal, num constante exercício da nossa liberdade, centram-nos na única razão pela qual vale a pena optar pelo bem: Jesus Cristo. Se nos apoiarmos e radicarmos n’Ele conseguiremos, passo a passo, com Ele, chegar à vitória final. O caminho é difícil, mas o timoneiro nunca nos deixa sós e abandonados. Jesus, como vemos no evangelho, é o primeiro a dar o exemplo, a guiar-nos a nós, caminhantes na estrada da vida, para Deus Amor, o único que nos ama infinitamente, tal qual somos, mas espera que, no Filho, nos deixemos abraçar, amar totalmente por Ele.


Na 1ªleitura (Gen 2, 7-9; 3, 1-7) o autor sagrado insere-nos num dos problemas principais da nossa existência, enquanto seres pensantes, autónomos, no pleno uso das nossas capacidades, seja em vivência individual, ou coletiva, que é a opção entre o bem e o mal, seja qual for a situação com que nos defrontemos. Por que critério nos regemos, quais são os valores que pautam as nossas escolhas, quem é que nos inspira nos momentos de dúvida e é o suporte da nossa opção e decisão? Jesus, pela forma como viveu, pelo testemunho que nos deixou, demonstrou-nos que nunca estamos sós e que podemos confiar sempre no PAI, isto é, em Deus Amor. Deixemo-nos cativar e habitar por Jesus, para que n’Ele, sob a ação do Espírito Santo, façamos as escolhas que Deus espera de nós.
“O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, insuflou em suas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivo. Depois, o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, a oriente, e nele colocou o homem que tinha formado. Fez nascer na terra toda a espécie de árvores, de frutos agradáveis à vista e bons para comer, entre as quais a árvore da vida, no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal. Ora, a serpente era o mais astucioso de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: «É verdade que Deus vos disse: ‘Não podeis comer o fruto de nenhuma árvore do jardim’?». A mulher respondeu: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus avisou-nos: ‘Não podeis comer dele nem tocar-lhe, senão morrereis’». A serpente replicou à mulher: «De maneira nenhuma! Não morrereis. Mas Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como deuses, ficando a conhecer o bem e o mal». A mulher viu então que o fruto da árvore era bom para comer e agradável à vista, e precioso para esclarecer a inteligência. Colheu fruto da árvore e comeu; depois deu-o ao marido, que comeu juntamente com ela. Abriram-se então os seus olhos e compreenderam que estavam despidos. Por isso, entrelaçaram folhas de figueira e cingiram os rins com elas.”


Na 2ªleitura (Rom 5, 12-19) é S.Paulo quem nos aponta o único caminho que leva ao encontro com Deus Amor: Jesus Cristo. Conhecendo a história de vida de S.Paulo, sabemos que a sua opinião é fruto do que viveu e experimentou, ao longo da sua caminhada na fé, por isso, dá-nos a certeza de que, em e por Jesus, todos podemos, se assim o quisermos, ser amados pelo Amor.
“Irmãos: Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, porque todos pecaram. De facto, até à Lei, existia o pecado no mundo. Mas o pecado não é levado em conta, se não houver lei. Entretanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo para aqueles que não tinham pecado por uma transgressão à semelhança de Adão, que é figura d’Aquele que havia de vir. Mas o dom gratuito não é como a falta. Se pelo pecado de um só todos pereceram, com muito mais razão a graça de Deus, dom contido na graça de um só homem, Jesus Cristo, se concedeu com abundância a todos os homens. E esse dom não é como o pecado de um só: o julgamento que resultou desse único pecado levou à condenação, ao passo que o dom gratuito, que veio depois de muitas faltas, leva à justificação. Se a morte reinou pelo pecado de um só homem, com muito mais razão, aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça, reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo. Porque, assim como pelo pecado de um só, veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra de justiça de um só, virá para todos a justificação que dá a vida. De facto, como pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores, assim também, pela obediência de um só, todos se tornarão justos.”


No evangelho (Mt 4, 1-11) S.Mateus, nesta sua catequese, ajuda-nos a contemplar Jesus que, ao mesmo tempo que é de condição divina, é também homem. É investindo na condição humana de Jesus que o diabo joga a sua cartada. Dá para perceber que o diabo conhece muito bem a condição humana, pois S.Mateus coloca-o a tentar Jesus naquilo que é o mais importante para o ser humano: a riqueza, o poder e o prestígio. Jesus, que tinha feito um tempo muito longo de oração, de aprofundamento da Sua comunhão filial com o Pai, estando em união total com Deus, dá-nos o exemplo do quão é importante a oração para nos livrarmos das tentações. Ensina-nos a rezar, a entrar, por Ti, em comunhão com o Pai.
“Naquele tempo, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, a fim de ser tentado pelo Diabo. Jejuou quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome. O tentador aproximou-se e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, diz a estas pedras que se transformem em pães». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus’». Então o Diabo conduziu-O à cidade santa, levou-O ao pináculo do templo e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, lança-Te daqui abaixo, pois está escrito: ‘Deus mandará aos seus Anjos que te recebam nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’». Respondeu-lhe Jesus: «Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’». De novo o Diabo O levou consigo a um monte muito alto, mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-Lhe: «Tudo isto Te darei, se, prostrado, me adorares». Respondeu-lhe Jesus: «Vai-te, Satanás, porque está escrito: ‘Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto’». Então o Diabo deixou-O e aproximaram-se os Anjos e serviram-n'O.”


Jesus, Filho de Deus Vivo, tem compaixão de mim, que sou pecadora.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Quarta Feira de Cinzas


Uma amiga enviou-me este texto. Não resisto a partilhar, pois considero-o uma ajuda preciosa neste início da Quaresma. Muito obrigada a quem mo enviou e, mais ainda, ao seu autor.

                           « A caminho da Páscoa…

« Diz-nos o calendário, está na hora! Comecemos a preparar a Páscoa do Senhor!
É um convite para a Festa: Deus não desiste de nós! Ainda que nós cheguemos a fazê-lo, desistindo d’Ele, uns dos outros e até de nós mesmos, Ele nunca o fez nem nunca o fará (Sl 27,10)! A história de Deus com o seu Povo assim no-lo recorda e a Páscoa do Senhor o atesta de um modo único e definitivo!
Podemos não nos sentir preparados e até incapazes, pelo cansaço, desilusões, frustrações e tantas outras razões, mas Ele do alto da cruz atrai o nosso olhar (Jo12,32) e reinventa-nos todas as perguntas que a rotina, a indiferença e as contradições da vida, tanto pessoais como institucionais, tanto sociais como culturais já tinham ou vão soterrando…
Porque te deixaste conduzir assim, por entre ódios e invejas, desejos de vingança e vontade de poder, desesperos e mentiras, aceitando tudo o que te quiseram fazer na tua própria carne, que é a nossa? Porque te remeteste ao silêncio, sem procurares defesa, nem da terra nem do Céu (Mt 26,53)?

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020



MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA A QUARESMA DE 2020

«Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus» (2 Cor 5, 20)

Queridos irmãos e irmãs!

O Senhor concede-nos, também neste ano, um tempo propício para nos prepararmos para celebrar, de coração renovado, o grande Mistério da morte e ressurreição de Jesus, perne da vida cristã pessoal e comunitária. Com a mente e o coração, devemos voltar continuamente a este Mistério. Com efeito, o mesmo não cessa de crescer em nós na medida em que nos deixarmos envolver pelo seu dinamismo espiritual e aderirmos a ele com uma resposta livre e generosa.

1. O Mistério pascal, fundamento da conversão
A alegria do cristão brota da escuta e receção da Boa Nova da morte e ressurreição de Jesus: o kerygma. Este compendia o Mistério dum amor «tão real, tão verdadeiro, tão concreto, que nos proporciona uma relação cheia de diálogo sincero e fecundo» (Francisco, Exort. ap. Christus vivit, 117). Quem crê neste anúncio rejeita a mentira de que a nossa vida teria origem em nós mesmos, quando na realidade nasce do amor de Deus Pai, da sua vontade de dar vida em abundância (cf. Jo 10, 10). Se, pelo contrário, se presta ouvidos à voz persuasora do «pai da mentira» (Jo 8, 44), corre-se o risco de precipitar no abismo do absurdo, experimentando o inferno já aqui na terra, como infelizmente dão testemunho muitos acontecimentos dramáticos da experiência humana pessoal e coletiva.
Por isso, nesta Quaresma de 2020, quero estender a todos os cristãos o mesmo que escrevi aos jovens na Exortação apostólica Christus vivit: «Fixa os braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de novo. E quando te aproximares para confessar os teus pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e deixa-te purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo» (n. 123). A Páscoa de Jesus não é um acontecimento do passado: pela força do Espírito Santo é sempre atual e permite-nos contemplar e tocar com fé a carne de Cristo em tantas pessoas que sofrem.

Mensagem Quaresma 2020
† Cardeal António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

Ir à fonte da renovação

Caríssimos Diocesanos,

Com a Quaresma entramos num grande tempo de renovação da nossa vida espiritual pessoal e comunitária. Estes quarenta dias são-nos oferecidos para nos aproximarmos mais intimamente de Deus, escutar mais atentamente a sua Palavra, acolher mais sinceramente o seu amor, sentir mais profundamente a sua presença, amar mais generosamente o próximo ao jeito de Jesus. Em síntese, para melhor celebrarmos a festa das festas, a Páscoa de Cristo, e nos reencontrarmos com o Senhor, fonte da nossa vida cristã.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

DOMINGO VII DO TEMPO COMUM


Para este domingo, que antecede o início da Quaresma, já na próxima 4ªfeira, a igreja selecionou textos que nos projetam para o que é essencial na nossa caminhada de fé. Assim, fica claro que, primeiro e antes de tudo, está Deus Amor, que nos prova, em Jesus, que é possível amar o outro, ainda que este seja nosso inimigo, desde que nos deixemos habitar pelo Espírito Santo, na totalidade do nosso ser. Só assim seremos, no dia a dia da vida, templos de Deus.


Na 1ªleitura (Lev 19, 1-2.17-18) o autor sagrado centra-nos no maior dos desafios que o nosso Deus continua a fazer hoje, a cada um de nós, seus filhos, no Filho: “Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”. Só, na medida em que nos deixarmos habitar, fazer, por Jesus, na totalidade do nosso ser, seremos caminhantes em direção a esta meta, que o Senhor nos propõe, como a medida alta do nosso caminho para Ele. Se, por acaso, tivermos dúvidas, quanto ao rumo dos nossos passos, há um indicador, muito claro, que nos mostra até que ponto estamos na direção certa: a forma como amamos o nosso próximo. 
“O Senhor dirigiu-Se a Moisés nestes termos: «Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: ‘Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo’. Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos, mas corrigirás o teu próximo, para não incorreres em falta por causa dele. Não te vingarás, nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor».”


Na 2ªleitura (1 Cor 3, 16-23)  S.Paulo, na linha dos outros textos de hoje, diz-nos que só seremos templos de Deus, na medida em que nos abrirmos à ação do Espírito Santo em nós, e nos deixarmos inundar pela sua luz. Se tínhamos ilusões, todas elas caem por terra, pois, uma coisa é certa, só se seguirmos pelo caminho que S.Paulo nos aponta é que chegaremos a amar o nosso próximo. 
“Irmãos: Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é santo, e vós sois esse templo. Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo, faça-se louco, para se tornar sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, como está escrito: «Apanharei os sábios na sua própria astúcia». E ainda: «O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios». Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens. Tudo é vosso: Paulo, Apolo e Pedro, o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso; mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.”


No evangelho (Mt 5, 38-48) Jesus é muito claro e não deixa margem para dúvidas, quanto ao caminho a seguir: “Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus”. Só em Jesus seremos capazes de chegar a esta medida alta a que nos desafia, mais especificamente, n’Ele, com Ele e por Ele amaremos os que nos odeiam, pois, em Deus, até  o que nos parece impossível se nos torna possível. 
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Olho por olho e dente por dente’. Eu, porém, digo-vos: Não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda. Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto. Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas. Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado. Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos. Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».”


Senhor, habita-me por inteiro, faz de mim tua morada, inunda-me com a Tua luz, pois só em Ti conseguirei amar o meu próximo.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Eutanásia: As Vidas Indignas


«Sou especialista em Medicina Interna e Medicina Intensiva e tive, na semana que passou, a oportunidade de assistir nos Cuidados Intensivos um doente crónico de trinta e poucos anos com uma doença neuromuscular degenerativa. Está há vários anos totalmente dependente da ajuda de terceiros para se deslocar, alimentar e em todos os cuidados de higiene. Está ainda dependente de suporte ventilatório não invasivo para respirar. Este doente tem um apoio diário incondicional da sua família, de associações não-governamentais dedicadas a este tipo de doentes e do sistema de saúde.
Apesar de toda a sua debilidade, ainda consegue, com o apoio da família e das associações, fazer natação. É acompanhado em consultas de especialidade no hospital onde tem o adequado apoio médico e de enfermagem. Todos os cuidados prestados tentam ir ao encontro do tratamento da doença, mas acima de tudo do suporte e conforto do doente. Independentemente do mau prognóstico, grau de dependência e mesmo do sofrimento que a doença possa trazer, a vida deste doente vale tanto como qualquer outra. Esta vida é sempre digna.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

DOMINGO VI DO TEMPO COMUM


Neste domingo, a liturgia reporta-nos para  os mandamentos da lei de Deus, tema este, que, entre nós portugueses, tem particular pertinência pois, na ordem do dia, dos média e não só, tem estado, e provavelmente continuará a estar na próxima semana, a discussão (de novo), no parlamento, da despenalização da eutanásia, que vai contra o 5º mandamento, não matar. Claro que também me interrogo se alguma vez, por circunstâncias que nem me passam hoje pela cabeça, nem pelo coração, poderá haver uma situação em que alguém pode, ou deve, ajudar outro a matar-se, porque está em sofrimento?!
Se há situação, pela qual já passei e que foi, sem dúvida alguma, a mais difícil que vivi até hoje, esta aconteceu quando não consegui aliviar o sofrimento de alguém que me era muito querido. Foi pior ainda do que quando fiz o luto por essa pessoa. É brutal. Para mim, não há nada pior na vida, pelo menos até hoje. No entanto, os anos pelos quais a doença se prolongou, foram de comunhão silenciosa, de aprofundamento de relação entre todos os que cuidámos dessa pessoa e o nosso ente querido. Foi verdadeiramente um tempo de graça, que Deus nos deu a todos. E, acreditem, ou não, essa pessoa agarrou-se sempre à vida, mesmo em profundo sofrimento.
Será que alguém que dedicou a sua vida a cuidar dos filhos, da família, a dar-se a tudo e todos, não tem o direito a sentir que ainda é muito amado e querido, quando está doente, dependente e a precisar de nós? Não lhe antecipemos a morte, deixemos que esta venha quando for a sua hora, e, enquanto a pessoa viver, façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para que sinta o quanto o (a) amamos e o quanto é amado por Deus.


Na 1ªleitura Sir 15, 16-21 (15-20) o autor sagrado dá-nos uma forma de lermos os preceitos da lei, que vai para além do cumprimento obrigatório de um ritual, mas que passa antes por uma adesão pessoal, por uma escolha consciente e não imposta. O resultado dessa opção virá depois, porque o Senhor é fonte de alegria e de esperança e a ninguém deu licença para pecar.
“Se quiseres, guardarás os mandamentos: ser fiel depende da tua vontade. Deus pôs diante de ti o fogo e a água: estenderás a mão para o que desejares. Diante do homem estão a vida e a morte: o que ele escolher, isso lhe será dado. Porque é grande a sabedoria do Senhor, Ele é forte e poderoso e vê todas as coisas. Seus olhos estão sobre aqueles que O temem, Ele conhece todas as coisas do homem. Não mandou a ninguém fazer o mal, nem deu licença a ninguém de cometer o pecado.”



Na 2ª leitura (1 Cor 2, 6-10) S. Paulo fala-nos do que verdadeiramente é importante para cada um nós, Jesus Cristo. Só em Jesus tudo ganha sentido e, pela ação do Espírito Santo vai-nos sendo revelado o plano de salvação que Deus tem para o mundo, o Amor infinito de Deus por todos e por cada um de nós, individualmente.
“Irmãos: Nós falamos de sabedoria entre os perfeitos, mas de uma sabedoria que não é deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que vão ser destruídos. Falamos da sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que já antes dos séculos Deus tinha destinado para a nossa glória. Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu; porque se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória. Mas, como está escrito, «nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam». Mas a nós Deus o revelou por meio do Espírito Santo, porque o Espírito Santo penetra todas as coisas, até o que há de mais profundo em Deus.”


No Evangelho (Mt 5, 17-37) abre-se perante nós a cartilha do Amor de Deus, que são os mandamentos. Mais uma vez, recorro à minha experiência pessoal, pois quem lida com jovens e adolescentes, hoje, dá-se conta da dificuldade imensa que têm em “digerir” um não, quanto mais dez. Pois é, se nos meus tempos era difícil viver com estes nãos todos, imaginem hoje! Para lá de todas as legislações, que impedem as crianças e jovens, deste país, de aprender e crescer com valores de disciplina e ordem, na sua formação, a verdade é que a batalha que temos à nossa frente, enquanto educadores,  passa por conseguir transmitir às novas gerações, quer de crianças, quer de pais, que um não é sempre um degrau a subir no processo de crescimento, enquanto pessoas, e que esta escada tem que ser subida, para bem de toda a sociedade. O futuro há de encarregar-se de julgar e pedir contas aos legisladores da educação deste país, de há cerca de 30 anos para cá! Por outro lado, é preciso ir mais longe e fazer como Jesus nos ensinou, quando nos levou a perceber que as leis, os mandamentos, afinal não são uma série de nãos, mas um sim total ao Amor, ao nosso Deus e também ao próximo. É por aqui, pelo Amor, que é Deus, pela positiva, que conseguiremos chegar aos nossos alunos nas escolas, pois, ainda que tudo falhe, nós educadores não podemos desistir das nossas crianças e jovens. Eles também precisam de descobrir o quanto Deus ama cada um deles e que, pelo Amor, pela ação de Deus em nós, até conseguimos amar os que nos fazem mal, ou aqueles de quem não gostamos nem um pouquinho, nadinha mesmo.
"Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar. Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra. Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus. Porque Eu vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será submetido a julgamento’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo. Portanto, se fores apresentar a tua oferta ao altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta. Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo. Ouvistes que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que olhar para uma mulher com maus desejos já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e lança-o para longe de ti, pois é melhor perder-se um só dos teus olhos do que todo o corpo ser lançado na geena. E se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e lança-a para longe de ti, porque é melhor que se perca um só dos teus membros, do que todo o corpo ser lançado na geena. Também foi dito: ‘Quem repudiar sua mulher dê-lhe certidão de repúdio’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que repudiar sua mulher, salvo em caso de união ilegítima, expõe-na ao adultério. E quem se casar com uma repudiada comete adultério. Ouvistes ainda que foi dito aos antigos: ‘Não faltarás ao que tiveres jurado, mas cumprirás diante do Senhor o que juraste’. Eu, porém, digo-vos que não jureis em caso algum: nem pelo Céu, que é o trono de Deus; nem pela terra, que é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei. Também não jures pela tua cabeça, porque não podes fazer branco ou preto um só cabelo. A vossa linguagem deve ser: ‘Sim, sim; não, não’. O que passa disto vem do Maligno»."


Semana difícil a que agora termina! Obrigada Senhor pelo Teu Amor.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

DOMINGO V DO TEMPO COMUM


No domingo passado, as leituras alertavam-nos para a necessidade de aprender a ler os sinais, que o Senhor vai colocando nos nossos caminhos, do Seu Amor, da Sua presença, da Sua vivência e comunhão com (em) cada um de nós. Hoje, a Palavra do Senhor desafia-nos a ir mais além, pois, seguros, radicados no Seu Amor, enraizados em Jesus, somos chamados a ser, cada um ao seu jeito, sinal, sal, luz, nos nossos tempos, para que aqueles que vivem, convivem, ou se cruzam connosco algures, possam, também eles, descobrir, encontrar e relacionar-se numa entrega total, se assim o desejarem, com o Único que lhes pode dar a verdadeira felicidade, Deus, que é Amor.


Na 1ªleitura (Is 58, 7-10) o profeta Isaías torna presente a forma como, os que nos rodeiam, se interrogarão, ou poderão compreender, quem é Aquele que nos move, quem é a razão de ser da nossa existência, isto é, relembra-nos que será através da prática das obras de misericórdia, que chegaremos aos que o Senhor se quer revelar, por meio de cada um de nós.
“Eis o que diz o Senhor: «Reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir e não voltes as costas ao teu semelhante. Então a tua luz despontará como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar. Preceder-te-á a tua justiça e seguir-te-á a glória do Senhor. Então, se chamares, o Senhor responderá, se O invocares, dir-te-á: ‘Aqui estou’. Se tirares do meio de ti a opressão, os gestos de ameaça e as palavras ofensivas, se deres do teu pão ao faminto e matares a fome ao indigente, a tua luz brilhará na escuridão e a tua noite será como o meio-dia».”


Na 2ªleitura (Cor 2, 1-5) S.Paulo, que dominava as escrituras do seu tempo, como ninguém, não se arma em doutor da lei, mas, pelo contrário, confessa-se  cheio de temor e tremor ao anunciar o Evangelho. É assim que nos revela o segredo do êxito da sua ação missionária, quando nos diz que se apoia sempre e só em Jesus Cristo, crucificado, deixando-se guiar pelo Espírito Santo. Que humildade, meu Deus! Por isso foi tão grande em Ti, Senhor. Bendito sejas Senhor, nos Teus santos.
“Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Apresentei-me diante de vós cheio de fraqueza e de temor e a tremer deveras. A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria humana, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.”


No evangelho (Mt 5, 13-16)  Jesus, mesmo sabendo quem e como somos e, mais ainda, do que somos capazes, de bom, mas também de mau, entrega-nos a nós, os que já O descobrimos, já O encontramos, como a razão de ser da nossa existência, como o Único Amor, a responsabilidade de O anunciarmos, na vida, na forma como nos movemos e existimos, na forma como nos relacionamos com todos, e cada um, à nossa volta. Que o Senhor, e só Ele, seja a única força em quem sempre nos apoiemos. Se Ele for o nosso tudo, a Luz chegará, um dia, na plenitude dos tempos a toda a humanidade e todos O conhecerão e louvarão.
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».”


Senhor, que arriscaste em nós, em cada um de nós, mesmo conhecendo-nos no mais íntimo de nós próprios, habita-nos por inteiro, preenche todo o nosso ser, sempre, seja qual for a situação em que nos encontremos, ou venhamos a encontrar. Bendito sejas Senhor, por nos amares assim,  tão infinitamente. A Ti, a glória, hoje e sempre, pelos séculos sem fim. Ámen.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

APRESENTAÇÃO DO SENHOR


Nas leituras de hoje, há um apelo imenso a estarmos atentos aos sinais (dos tempos) que o Senhor coloca nos nossos caminhos. E, o mais intrigante, é o facto de serem duas pessoas já bem entradas na idade, Simeão e Ana, que aprenderam a viver de e com Deus, ao longo dos seus dias, cada um ao seu jeito, que nos despertam para a necessidade de estarmos atentos também aos sinais dos dias de hoje, em qualquer idade, pois nunca se sabe o momento, nem quem o Senhor escolhe para Se nos revelar. Sim, os idosos não são descartáveis, ainda que estejam frágeis, debilitados e doentes, antes pelo contrário, pois como diz o papa Francisco, “A Igreja deve habituar-se a incluir os idosos nos seus horizontes e a considerá-los, «de maneira não episódica, como uma das componentes vitais» das comunidades católicas, porque eles não são apenas pessoas a quem os cristãos são chamados a assistir e proteger, «mas podem ser atores de uma pastoral evangelizadora, testemunhas privilegiadas do amor fiel de Deus»”.

Na 1ªleitura (Mal 3, 1-4) o profeta Malaquias faz-nos ver, por antecipação, o tempo em que o Senhor se manifestará através de Jesus, n’Ele Deus revela-se em plenitude e torna-se presente no meio de nós. Por Jesus seremos purificados e resgatados no e pelo Seu sangue, e então sim, a partir dessa comunhão de coração, também nós iremos crescendo na graça de Deus, na perscruta de um coração dócil e humilde, capaz de ler e acolher os sinais que Ele vai colocando nos caminhos da vida  e assim fazer oblações agradáveis ao Senhor, nosso Deus. 
“Assim fala o Senhor Deus: «Vou enviar o meu mensageiro, para preparar o caminho diante de Mim. Imediatamente entrará no seu templo o Senhor a quem buscais, o Anjo da Aliança por quem suspirais. Ele aí vem – diz o Senhor do Universo –. Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda, quem resistirá quando Ele aparecer? Ele é como o fogo do fundidor e como a lixívia dos lavandeiros. Sentar-Se-á para fundir e purificar: purificará os filhos de Levi, como se purifica o ouro e a prata, e eles serão para o Senhor os que apresentam a oblação segundo a justiça. Então a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, como nos anos de outrora.”

Adaptado de "Dibujos de Fano"
Na 2ªleitura (Hebr 2, 14-18) é S.Paulo quem nos ajuda a centralizar a apresentação do Menino no templo, no todo da vida de Jesus entre nós, relembrando-nos que Jesus, em tudo se tornou semelhante a nós, até nos mais pequenos pormenores. Incarnou num povo, viveu numa determinada região, sujeitando-se a todas as condições da vida humana do seu tempo e, por fim, inocente, foi condenado como se fosse o maior dos pecadores. Nada, do que possamos sofrer, é desconhecido do nosso Salvador, pois a tudo se sujeitou, por Amor, só por puro e total Amor. Oh, que mistério é este de Amor tão profundo! Deus é Amor e só Amor! E, nada mais há a acrescentar! Deixemo-nos inundar por este Amor, para que Ele possa chegar a todos aqueles a quem que o Senhor quer manifestar-se, hoje, através de cada um de nós. 
“Uma vez que os filhos dos homens têm o mesmo sangue e a mesma carne, também Jesus participou igualmente da mesma natureza, para destruir, pela sua morte, aquele que tinha poder sobre a morte, isto é, o diabo, e libertar aqueles que estavam a vida inteira sujeitos à servidão, pelo temor da morte. Porque Ele não veio em auxílio dos Anjos, mas dos descendentes de Abraão. Por isso devia tornar-Se semelhante em tudo aos seus irmãos, para ser um sumo sacerdote misericordioso e fiel no serviço de Deus, e assim expiar os pecados do povo. De facto, porque Ele próprio foi provado pelo sofrimento, pode socorrer aqueles que sofrem provação.”

No Evangelho (Lc 2, 22-40) S. Lucas torna presente a apresentação do Menino Jesus no templo. Sendo o Filho de Deus, não precisava de nenhum ritual de apresentação ao Pai, mas de nada se escusou, para assim, em tudo, nos assumir. E, à medida que foi cumprindo tudo o que o Pai Lhe pedira, vai-nos revelando a todos, aos de ontem, aos de hoje, ou aos de amanhã, a verdadeira face de Deus, Uno e Trino, Amor infinito por cada ser por Ele criado. As pessoas que conviveram com Jesus, conheceram-no enquanto homem, mas nem todas O reconheceram como o Filho de Deus. Tirando S.José e Nossa Senhora, que foram os primeiros a contemplar o Mistério do Amor de Deus, só alguns, que tinham o coração simples e humilde, como Simeão e Ana  é que se deixaram conduzir por Deus, de tal modo, que os seus corações exultaram de alegria ao contemplar n’Ele as maravilhas de Deus. Bendito e louvado sejas, hoje e sempre, pelos séculos sem fim. 
“Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações». Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.”

Que um dia Senhor, na plenitude dos tempos, Tu sejas tudo em todos!