XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
As
leituras de hoje, vêm na continuidade das do passado domingo, mas centram-se
mais em Jesus, o Pão Vivo descido do Céu, o nosso alimento, o único que
verdadeiramente nos sacia. É um desafio: a encontramo-nos com o Único que nos
dá a vida; a deixarmo-nos alimentar por Ele; a recebermos de Jesus a água da
Fonte de Vida, que é Ele. Só em Deus encontraremos o alimento, a água, que nos
saciam, porque só Ele é a Vida verdadeira, a fonte que nos sustenta e
dessedenta. Arrisquemos e deixemo-nos encontrar, inundar por Ele, que está
atento e escuta os nossos clamores.
Na
1ªleitura (Ex 16, 2-4.12-15) revemo-nos
nas atitudes do povo de Israel. Quando tudo está bem o povo louva e agradece,
está feliz, mas quando aparecem as dificuldades, os obstáculos, aí, os
clamores, os impropérios, as murmurações, são mais do que muitos. Mesmo assim,
o Senhor escuta a revolta do Seu povo e envia-lhes alimento. Nunca o Senhor
deixou o Seu povo sem resposta. Ele está sempre atento às necessidades dos que
O procuram, ontem, hoje e sempre. Confiemos-Lhe todas as nossas angústias,
preocupações e dificuldades e acreditemos no Seu incomensurável Amor por cada
um de nós. Ele ama-nos infinitamente e fará sempre o que for melhor, na altura
certa. Mesmo que não entendamos nada, entreguemo-nos confiadamente. N’Ele tudo
é possível, até “chover pão do céu”.
“Naqueles dias, toda a comunidade dos filhos de Israel começou a murmurar
no deserto contra Moisés e Aarão. Disseram-lhes os filhos de Israel: «Antes
tivéssemos morrido às mãos do Senhor na terra do Egipto, quando estávamos
sentados ao pé das panelas de carne e comíamos pão até nos saciarmos.
Trouxestes-nos a este deserto, para deixar morrer à fome toda esta multidão».
Então o Senhor disse a Moisés: «Vou fazer que chova para vós pão do céu. O povo
sairá para apanhar a quantidade necessária para cada dia. Vou assim pô-lo à
prova, para ver se segue ou não a minha lei. Eu ouvi as murmurações dos filhos
de Israel. Vai dizer-lhes: ‘Ao cair da noite comereis carne e de manhã
saciar-vos-eis de pão. Então reconhecereis que Eu sou o Senhor, vosso Deus’».
Nessa tarde apareceram codornizes, que cobriram o acampamento, e na manhã
seguinte havia uma camada de orvalho em volta do acampamento. Quando essa
camada de orvalho se evaporou, apareceu à superfície do deserto uma substância
granulosa, fina como a geada sobre a terra. Quando a viram, os filhos de Israel
perguntaram uns aos outros: «Man-hu?», quer dizer: «Que é isto?», pois não
sabiam o que era. Disse-lhes então Moisés: «É o pão que o Senhor vos dá em
alimento».”
Na
2ªleitura (Ef 4, 17.20-24) S.Paulo insiste para que permaneçamos
firmes no Único que nos pode dar a verdadeira vida, para sermos fiéis ao Único
Amor que nos pode dar a verdadeira felicidade. Em Jesus tudo tem sentido,
n’Ele, através da ação do Espírito Santo no mais íntimo do nosso coração, cada
um de nós será uma nova criatura, revestido “do homem novo, criado à imagem de
Deus na justiça e santidade verdadeiras.” Deixemos que, o conselho que S.Paulo
deu aos Efésios, também se concretize connosco, no dia a dia da nossa vida.
Afinal, ontem, hoje e sempre somos chamados a ser testemunhas do Amor infinito
de Deus, no nosso quotidiano, junto dos que o Senhor coloca na nossa vida.
“Irmãos: Eis o que vos digo e aconselho em nome do Senhor: Não torneis a
proceder como os pagãos, que vivem na futilidade dos seus pensamentos. Não foi
assim que aprendestes a conhecer a Cristo, se é que d’Ele ouvistes pregar e
sobre Ele fostes instruídos, conforme a verdade que está em Jesus. É necessário
abandonar a vida de outrora e pôr de parte o homem velho, corrompido por
desejos enganadores. Renovai-vos pela transformação espiritual da vossa
inteligência e revesti-vos do homem novo, criado à
imagem de Deus na justiça e santidade verdadeiras.”
No Evangelho (Jo 6, 24-35) Jesus continua a catequese que já iniciou no domingo passado sobre o Único
alimento que sacia verdadeiramente: o Pão da Vida – Ele próprio. E fica muito
claro, para mim, que o essencial a que somos chamados é a acreditar, a viver, a
alimentarmo-nos do Filho de Deus, ressuscitado e vivo no meio de nós. Se a Ele
nos entregarmos de alma e coração, se Ele for o nosso alimento, a razão de ser
da nossa vida, se nos deixarmos inundar, empapar por Ele, o Amor de Deus aos
que nos rodeiam, aos que connosco convivem, aos que fazem parte da nossa
família, há de acontecer, porque é Ele que se dá, se comunica e chega ao
coração de todo o que se Lhe abre. Não
duvidemos nunca do Seu Amor infinito por cada um de nós.
"Naquele tempo, quando a multidão viu que nem Jesus
nem os seus discípulos estavam à beira do lago, subiram todos para as barcas e
foram para Cafarnaum, à procura de Jesus. Ao encontrá-l’O no outro lado do mar,
disseram-Lhe: «Mestre, quando chegaste aqui?». Jesus respondeu-lhes: «Em
verdade, em verdade vos digo: vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas
porque comestes dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não tanto pela comida
que se perde, mas pelo alimento que dura até à vida eterna e que o Filho do
homem vos dará. A Ele é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o seu selo».
Disseram-Lhe então: «Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?».
Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele
enviou». Disseram-Lhe eles: «Que milagres fazes Tu, para que nós vejamos e
acreditemos em Ti? Que obra realizas? No deserto os nossos pais comeram o maná,
conforme está escrito: ‘Deu-lhes a comer um pão que veio do Céu’». Jesus
respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o
pão do Céu; meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do Céu. O pão de Deus é o que
desce do Céu para dar a vida ao mundo». Disseram-Lhe eles: «Senhor, dá-nos
sempre desse pão». Jesus respondeu-lhes: «Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim
nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede»."
Senhor, eu creio que és Jesus, o Filho de Deus Vivo, o único e verdadeiro alimento com que posso saciar a sede de Deus, que colocaste no mais íntimo do meu coração. Senhor, que eu nunca duvide do Teu infinito amor por cada ser por Ti criado. Inunda-me de Ti.