quarta-feira, 30 de novembro de 2022

 Ano A - 2022

Advento passo a passo

Semana 1 

5º dia - Quinta-feira - 1/12/2022

Mt 7, 21.24-27

«Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus».

Jesus conta uma parábola para ensinar que a relação dos seus discípulos com Ele não pode ser uma relação de palavra, nem uma relação de acasos e circunstâncias. O verdadeiro discípulo permanece na união com Jesus, muito para além das circunstâncias e adversidades, porque cimenta a sua relação na fidelidade e na obediência à Palavra. É como um homem que constrói a casa sobre a rocha.

aliturgia.com

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Nem todo aquele que Me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos Céus, mas só aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus. Todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; mas ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é como o homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as torrentes e sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se e foi grande a sua ruína».”

Muitas vezes tenho escutado esta palavra. Hoje o Senhor convida-me a confiar nele plenamente como rocha segura da minha vida. A confiança tem dois pilares: a obediência e a fidelidade. A obediência diz-me que não construo como eu quero, nem onde me parece mais adequado, mas onde e como o Senhor quer que eu construa. Na sua palavra conheço o projeto de Deus para construir como Ele quer. Na fidelidade firmo os meus passos na sua vontade para que, em nenhum momento, me deixe seduzir por outros projetos que, podendo ser mais atraentes, não são de verdade mais seguros.

aliturgia.com

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Ámen.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Ano A - 2022

Advento passo a passo

Semana 1 

4º dia - Quarta-feira - 30/11/2022

A Igreja celebra hoje a festa do apóstolo Santo André.

Mt 4, 18-22

«Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens».

Hoje celebramos André o pescador que foi chamado por Jesus para fazer parte do grupo dos “doze”. Um dos que acompanhou Jesus e que foi por Ele enviado a todo o mundo para fazer ressoar a sua Palavra nos ouvidos de todos os homens como uma Boa Notícia, uma notícia alegre e feliz, geradora de felicidade. André estava no barco com o seu irmão, a lançar as redes. Estava ocupado. Como acontecia com Tiago e João. Chama-os para que se coloquem ao serviço do Evangelho com todos os conhecimentos adquiridos na pesca.

aliturgia.com

“Caminhando Jesus ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O.”

Como naquele dia aconteceu com André, hoje, Jesus chama-me. No meio dos meus trabalhos, das minhas ocupações, com as minhas preocupações e dificuldades, mas também com todas as minhas capacidades. Ele pede-me que coloque ao seu serviço todas as minhas competências. Tudo o que sou pode servir o Senhor e tornar-se veículo para fazer chegar o Evangelho a todos os homens. Ontem pediu a André para usar os conhecimentos que tinha sobre a pesca e ir pescar homens em vez de peixes. Hoje pede-me que utilize o computador, a simpatia, os conhecimentos científicos ou as minhas capacidades físicas, lúdicas ou outras para cativar os homens para o seu amor. Está na minha mão deixar tudo e segui-lo, quer dizer, deixar de pensar que as minhas capacidades são para me servir a mim e usá-las para servir a Deus e aos irmãos.

aliturgia.com

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Ámen. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Ano A - 2022

Advento passo a passo

Semana 1 

3º dia - Terça-feira - 29/11/2022

Lc 10, 21-24

«Felizes os olhos que veem o que estais a ver…»

O texto consta de duas partes distintas. A primeira é uma oração de louvor na qual Jesus se dirige a Deus chamando-lhe Pai. Depois são postos frente a frente os sábios e os inteligentes com os pequeninos. (…) Deus revela-se aos que tomam a atitude dos pequenos. A revelação consiste em dar a conhecer o próprio ser de Deus, a unidade entre o Pai e o Filho. No final, Jesus, refere que este conhecimento de Deus, que ele revela aos discípulos, foi desejado por muitos que não tiveram a alegria de conhecer, de modo tão próximo, como os discípulos têm agora.

aliturgia.com

“Naquele tempo, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isto foi do teu agrado. Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver, porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não o viram e ouvir o que vós ouvis e não o ouviram».”

Jesus faz-me hoje o convite a conhecer o mistério de Deus, o mistério do Reino. Confrontado com a multidão de homens e mulheres que esperaram a salvação, não posso tomar uma atitude apática, indiferente, menor. Diante do mistério de Deus revelado por Jesus não posso tomar a atitude dos sábios e inteligentes, que tudo questionam. Sou convidado a uma resposta de fé semelhante à dos simples e pequeninos. Preciso dizer a mim mesmo, como quem se convida a si próprio, eu quero ver e ouvir o que outros desejaram ver e ouvir e não tiveram oportunidade.

aliturgia.com

Pai-Nosso, que estais nos céus, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o Vosso reino, seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Ámen.

domingo, 27 de novembro de 2022

Ano A - 2022

Advento passo a passo

Semana 1 

2º dia - Segunda-feira - 28/11/2022

Mt 8, 5-11

«Eu irei curá-lo»

Jesus vem trazer-nos uma notícia feliz. A notícia de um Deus que, por amor, nos quer salvar. Esta atitude de Jesus, pronta e decidida, que o leva a curar o criado do centurião é a atitude de Deus para comigo. E não só para comigo, para com todos os homens de todos os povos e nações, de todos os tempos e lugares. Jesus vem para salvar todos os homens.

aliturgia.com

“Naquele tempo, ao entrar Jesus em Cafarnaum, aproximou-se d’Ele um centurião, que Lhe suplicou, dizendo: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre horrivelmente». Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo». Mas o centurião respondeu-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado. Porque eu, que não passo dum subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens: digo a um ‘Vai’ e ele vai; a outro ‘Vem’ e ele vem; e ao meu servo ‘Faz isto’ e ele faz». Ao ouvi-lo, Jesus ficou admirado e disse àqueles que O seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé. Por isso vos digo: Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa, com Abraão, Isaac e Jacob, no reino dos Céus».”

Hoje escuto com alegria estas palavras de Jesus: “Eu irei curá-lo”. São para mim. Por inúmeras razões a minha vida precisa de um médico que, com uma palavra, um gesto, um olhar me mostre que não há becos sem saída, mas caminhos novos da alegria e da esperança. Jesus é aquele que hoje vem a mim para me dar a grande novidade que me enche de alegria. E essa novidade não é apenas para mim, mas para todos. (…) Aquele que curou o servo do centurião pode curar-me a mim, a ti e a todos.

aliturgia.com

Avé-Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte. Ámen.

sábado, 26 de novembro de 2022

Ano A - 2022

Advento passo a passo -1 


1º dia - 27/11/2023

Mt 24,37-44 

Que o Senhor nos ajude a estarmos sempre vigilantes!

Ao iniciarmos um novo ano litúrgico - Ano A - entramos num tempo novo, que é de espera vigilante e que conhecemos como Advento.  E o que é "O Advento" ? 

"Hoje começamos o caminho do Advento, que culminará no Natal. O Advento é o tempo que nos é concedido para acolher o Senhor que vem ao nosso encontro,mas também para verificar o nosso desejo de Deus, para olharmos em frente e nos prepararmos para o regresso de Cristo. Ele voltará até nós na festa do Natal, quando fizermos memória da sua vinda histórica na humildade da condição humana; mas vem dentro de nós todas as vezes que estamos dispostos a recebê-l'O, e virá de novo no fim dos tempos para «julgar os vivos e os mortos». Por isso, devemos estar vigilantes e esperar o Senhor com a expetativa de o encontrar. A liturgia hodierna introduz-nos precisamente neste tema sugestivo da vigilância e da expetativa.

No Evangelho (cf. Mc 13, 33-37) Jesus exorta a prestar atenção e a vigiar, a fim de estarmos prontos para O acolher no momento do regresso. Diz-nos: «Ficai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo [...]; vigiai, para que, vindo de repente, não vos encontre dormindo» (vv. 33-36).

A pessoa atenta é a que, no meio do barulho do mundo, não se deixa tomar pela distração ou pela superficialidade, mas vive de maneira plena e consciente, com uma preocupação voltada antes de tudo para os outros. Com esta atitude percebemos as lágrimas e as necessidades do próximo e podemos dar-nos conta também das suas capacidades e qualidades humanas e espirituais. A pessoa atenta também se preocupa com o mundo, procurando contrastar a indiferença e a crueldade nele presentes, e alegrando-se pelos tesouros de beleza que contudo existem e devem ser preservados. Trata-se de ter um olhar de compreensão para reconhecer quer as misérias e as pobrezas dos indivíduos e da sociedade, quer a riqueza escondida nas pequenas coisas de cada dia, precisamente ali onde nos colocou o Senhor.

pessoa vigilante é a que aceita o convite a vigiar, ou seja, a não se deixar dominar pelo sono do desencorajamento, da falta de esperança, da desilusão; e ao mesmo tempo, rejeita a solicitação de tantas vaidades de que o mundo está cheio e atrás das quais, por vezes, se sacrificam tempo e serenidade pessoal e familiar. É a experiência dolorosa do povo de Israel, narrada pelo profeta Isaías: Deus parecia ter deixado desviar para longe dos seus caminhos o seu povo (cf. 63, 17), mas este era um efeito da infidelidade do próprio povo (cf. 64, 4b). Também nós encontramo-nos frequentemente nesta situação de infidelidade ao chamamento do Senhor: Ele indica-nos o caminho bom, o caminho da fé, o caminho do amor, mas nós procuramos a nossa felicidade noutro lugar.

Estar atentos e vigilantes são os pressupostos para não continuarmos a “desviarmo-nos para longe dos caminhos do Senhor”, perdidos nos nossos pecados e nas nossa infidelidades; estarmos atentos e sermos vigilantes são as condições para permitir que Deus irrompa na nossa existência, para lhe restituir significado e valor com a sua presença cheia de bondade e ternura. Maria Santíssima, modelo na expetativa de Deus e ícone da vigilância, nos guie ao encontro do filho Jesus, revigorando o nosso amor por Ele.

Papa Francisco

(Angelus  3 de dezembro de 2017)


Na 1ª leitura (Is 2,1-5), Isaías fala-nos dos dias vindouros. Aqui podemos vislumbrar a primeira vinda de Jesus Cristo, na encarnação e mistério pascal, na vinda sacramental, especialmente na Eucaristia, ou na vinda final, quando instaurar todas as coisas, consumando toda a realidade. Para uma ou outra vinda, cabe-nos viver, amar e servir. Só tem medo (doentio) quem não vive, quem não procurar dar o melhor de si, procurando concretizar os desígnios do Senhor. Não é a desgraça que se anuncia, nem o fim como termo e destruição, mas o encontro com o Senhor e a descoberta da paz e da harmonia, da justiça e fraternidade.

Pe. Manuel Gonçalves

(Caritas in Veritate)

"Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e de Jerusalém: Sucederá, nos dias que hão de vir, que o monte do templo do Senhor se há de erguer no cimo das montanhas e se elevará no alto das colinas. Ali afluirão todas as nações e muitos povos acorrerão, dizendo: «Vinde, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacob. Ele nos ensinará os seus caminhos e nós andaremos pelas suas veredas. De Sião há de vir a lei e de Jerusalém a palavra do Senhor». Ele será juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número. Converterão as espadas em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada nação contra nação, nem mais se hão de preparar para a guerra. Vinde, ó casa de Jacob, caminhemos à luz do Senhor."

São Paulo na 2ª leitura (Rom 13, 11-14) desafia-nos a viver o presente como dádiva e como compromisso, acolhendo o reino de Deus e procurando viver, transparecer e testemunhar Jesus Cristo. São horas, diz-nos o apóstolo, de nos levantarmos do sono. É preciso ter aquela pressa com que Maria leva Jesus a casa e à família de sua parenta Isabel. Maria envolve-nos nesta pressa, nesta decisão de ir, de se levantar e partir, com firmeza e leveza, com alegria. A vida e a missão de Maria, são também a vida e a missão do cristão. Apressemo-nos.

Pe. Manuel Gonçalves

(Caritas in Veritate)

"Irmãos: Vós sabeis em que tempo estamos: Chegou a hora de nos levantarmos do sono, porque a salvação está agora mais perto de nós do que quando abraçámos a fé. A noite vai adiantada e o dia está próximo. Abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia, evitando comezainas e excessos de bebida, as devassidões e libertinagens, as discórdias e ciúmes; não vos preocupeis com a natureza carnal para satisfazer os seus apetites, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo."

No Evangelho de hoje (Mt 24, 37-44), Jesus revisita a vida no tempo de Noé, nos dias que precederam o dilúvio, como parábola ou exemplo do que sucederá na vinda do Filho do homem. Numa linguagem muito concreta, Jesus fala desse DIA que está para vir. Atenção, nesta como em outras passagens, Jesus não anuncia um desfecho catastrófico, mas sobretudo um dia, um tempo, uma oportunidade que pode ser aguardada, esperada e preparada, ou mesmo antecipada. Não sabendo o dia, não precisamos de ter medo, tão somente precisamos de viver, de gastar as fichas todas, dando o melhor de nós mesmos, em prol dos outros e na construção de um mundo justo, fraterno e pacífico, solidário e saudável. 

Pe. Manuel Gonçalves

(Caritas in Veritate)

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como aconteceu nos dias de Noé, assim sucederá na vinda do Filho do homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca; e não deram por nada, até que veio o dilúvio, que a todos levou. Assim será também na vinda do Filho do homem. Então, de dois que estiverem no campo, um será tomado e outro deixado; de duas mulheres que estiverem a moer com a mó, uma será tomada e outra deixada. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem.”

Maria, Mãe Santíssima, guia-me nesta caminhada ao encontro do Teu Filho, Jesus.

sábado, 19 de novembro de 2022

 TEMPO COMUM - 2022

Eis-nos chegados ao último domingo do Ano Litúrgico C. Ao terminar, este ciclo de 3 anos, as leituras, de hoje, propõem-nos a contemplação do trono de glória do nosso Deus. Sim, o nosso rei, Jesus Cristo, como todos os reis, também tem um trono, que é a Cruz. É verdade que venceu a morte e ressuscitou, mas a Sua entrega total na Cruz, para que cada um de nós pudesse aí, na entrega infinita de Jesus ao Pai, numa comunhão sem fim, encontrar Deus Amor, faz da Cruz o Seu trono de Glória. Instrumento de escândalo para os gentios, de confusão para os incrédulos, é, para todos nós, cristãos, a árvore da vida em cujas raízes crescemos e em cujos braços nos estendemos.

Na 1ªleitura (2 Sam 5, 1-3) o profeta Samuel, ao trazer até nós a eleição do rei David e a força unificadora que ele representou para o povo de Israel,  conduz-nos, por associação, a Jesus, nosso rei e Senhor e ao que Ele significa para nós hoje, no dia a dia da vida. Efetivamente Jesus, o nosso rei e Senhor, é quem nos revela Deus Amor, no concreto da vida, nas situações que carregamos, com as quais: sofremos, ou nos alegramos;  nos perdemos, ou nos encontramos;  nos afundamos, ou ressuscitamos: nos embrulhamos, ou nos esticamos… É só  Ele que nos acompanha e nos guia sempre, de forma a encontramos, aí, em toda e qualquer situação da nossa vida, por mais complicada que nos possa parecer, na altura em que a vivenciamos, o Amor, que é Deus, que nunca, por nunca ser, nos deixa sós, ou nos abandona. Se temos dúvidas, contemplemos a Cruz de Jesus Ressuscitado, que entregou a Sua vida por cada um de nós.

“Naqueles dias, todas as tribos de Israel foram ter com David a Hebron e disseram-lhe: «Nós somos dos teus ossos e da tua carne. Já antes, quando Saul era o nosso rei, eras tu quem dirigia as entradas e saídas de Israel. E o Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel, tu serás rei de Israel’». Todos os anciãos de Israel foram à presença do rei, a Hebron. O rei David concluiu com eles uma aliança diante do Senhor e eles ungiram David como rei de Israel.”

Na 2ª leitura (Col 1, 12-20) S. Paulo faz uma verdadeira demonstração da sua fé em Jesus Ressuscitado. Por outro lado, podemos aprender, deste texto de S.Paulo, a louvar e a dar graças a Deus pelo Seu Amor infinito, por cada um de nós, Seus queridos filhos, no Único e muito amado Filho, de uma forma profunda, mas, ao mesmo tempo, também muito bela. Louvemos e demos graças ao nosso Deus. 

“Irmãos: Damos graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados. Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; Porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado. Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar. Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus.”

No evangelho (Lc 23, 35-43) S.Lucas transporta-nos para o momento da morte de Jesus na Cruz. Mas, mais especificamente para o diálogo de Jesus com o bom e com o mau ladrão. Ao escutar este diálogo, fiquei com uma certeza, isto é, sempre que alguém se arrepende e se entrega, de coração sincero, a Jesus, escutará estas palavras: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso». 

“Naquele tempo, os chefes dos judeus zombavam de Jesus, dizendo: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito». Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam: «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo». Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o Rei dos judeus». Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também». Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más ações. Mas Ele nada praticou de condenável». E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».”

Senhor Jesus, eu creio que é o Filho de Deus, que ressuscitou dos mortos. Vem, Senhor Jesus e preenche-me por inteiro.

sábado, 12 de novembro de 2022

  TEMPO COMUM - 2022

As leituras deste domingo, utilizando uma linguagem simbólica, que nos encaminha para o fim do tempo litúrgico, desafiam-nos a crescer na confiança e a perseverar no caminho do bem, no dia a dia da vida.

Na 1ª leitura (Mal 3, 19-20a) o profeta Malaquias exorta-nos a confiar no Senhor, a entregarmo-nos a Deus de alma e coração, a deixar que Ele, e só Ele, seja sempre Aquele que dá sentido à nossa existência e é o suporte, a raiz, dos nossos passos de cada dia. 

“Há de vir o dia do Senhor, ardente como uma fornalha; e serão como a palha todos os soberbos e malfeitores. O dia que há de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo – e não lhes deixará raiz nem ramos. Mas para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação.”



Na 2ªleitura 
(2 Tes 3, 7-12) S.Paulo parece um homem do  nosso tempo, isto é do séc.XXI, a falar sobre alguns aspetos do mundo do trabalho. Às vezes, damo-nos conta de que há pessoas, que têm tantos dons, mas não querem pô-los a render, porque custa, faz suar, implica responsabilidade e empenhamento, entrega e amor e é muito mais fácil viver à custa de alguém, sem fazer nada. No entanto, toda a vida é uma entrega a Deus, em cada dia, a cada momento, de tudo o que temos e somos, para crescimento do Reino. Seja qual for o trabalho que desenvolvemos, ou o serviço que prestamos, este só tem sentido quando feito desta forma, isto é integrado no projeto de Deus Amor, para que um dia, na plenitude dos tempos, Deus seja tudo em todos. Assim, é bom que cada um trabalhe, que cada um faça a sua parte, para que todos possam beneficiar. Quem não trabalha, apenas porque não quer, deve olhar para tantos que queriam trabalhar e não o conseguem fazer, pelas mais variadas razões. É uma graça de Deus podermos trabalhar. 

“Irmãos: Vós sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos entre vós na ociosidade, nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos ser para vós exemplo a imitar. Quando ainda estávamos convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer. Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem trabalho algum, mas ocupados em futilidades. A esses ordenamos e recomendamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem tranquilamente, para ganharem o pão que comem.”


No evangelho (Lc 21, 5-19)  Jesus exorta-nos a uma confiança sem limites em Deus, no dia a dia da vida. Só n’Ele seremos verdadeiramente livres e, se perseverarmos no caminho de bem, nada nem ninguém se perderá, porque o Senhor estará sempre connosco. 

“Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu. Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».”

 

Senhor, sê a minha força e salvação.

VI Dia Mundial dos Pobres - 13 de novembro de 2022 - Vaticano News

 Mensagem do Santo Padre  para o VI Dia Mundial dso Pobres

sábado, 5 de novembro de 2022

 TEMPO COMUM - 2022

Hoje, as leituras projetam-nos para o aprofundamento da nossa fé na Ressurreição. Desde sempre o Homem se interrogou sobre a vida para além da morte. Se, para uns, não oferece qualquer dúvida a possibilidade de, um dia, nos encontrarmos todos, em Deus, para além do nosso tempo e do espaço que agora conhecemos, para outros, que afirmam que Deus não existe,  parece que tudo acaba aqui, mas, acredito, que mesmo, para estes últimos, existirão momentos de interrogação e de procura de um sentido “maior” para a existência humana. Para nós, cristãos, não há dúvida de que Jesus ressuscitou, vive junto do Pai, é Deus na Trindade e, um dia, quando chegar a nossa vez, n’Ele, também cada um de nós há de ressuscitar. Recebei-nos Senhor no Vosso Reino.

Na 1ªleitura (2 Mac 7, 1-2.9-14) o autor sagrado coloca-nos como espetadores de um acontecimento dramático e terrível, para qualquer ser humano, quanto mais para aquela mãe. Deus do Céu! E, é aqui, nestas alturas tão violentas e brutais que somos questionados verdadeiramente sobre os fundamentos da nossa fé. Sem deixar de lutar pela vida, pela nossa dignidade enquanto seres humanos, pela possibilidade de vivermos e testemunharmos a fé no nosso Deus, quando a tragédia acontece, só há uma resposta possível, a que foi dada pelos filhos da viúva da leitura: “Vale a pena morrermos às mãos dos homens, quando temos a esperança em Deus de que Ele nos ressuscitará”.

“Naqueles dias, foram presos sete irmãos, juntamente com a mãe, e o rei da Síria quis obrigá-los, à força de golpes de azorrague e de nervos de boi, a comer carne de porco proibida pela Lei judaica. Um deles tomou a palavra em nome de todos e falou assim ao rei: «Que pretendes perguntar e saber de nós? Estamos prontos para morrer, antes que violar a lei de nossos pais». Prestes a soltar o último suspiro, o segundo irmão disse: «Tu, malvado, pretendes arrancar-nos a vida presente, mas o Rei do universo ressuscitar-nos-á para a vida eterna, se morrermos fiéis às suas leis». Depois deste começaram a torturar o terceiro. Intimado a pôr fora a língua, apresentou-a sem demora e estendeu as mãos resolutamente, dizendo com nobre coragem: «Do Céu recebi estes membros e é por causa das suas leis que os desprezo, pois do Céu espero recebê-los de novo». O próprio rei e quantos o acompanhavam estavam admirados com a força de ânimo do jovem, que não fazia nenhum caso das torturas. Depois de executado este último, sujeitaram o quarto ao mesmo suplício. Quando estava para morrer, falou assim: «Vale a pena morrermos às mãos dos homens, quando temos a esperança em Deus de que Ele nos ressuscitará; mas tu, ó rei, não ressuscitarás para a vida».”

Na 2ª leitura (2 Tes 2, 16 – 3, 5) S. Paulo exorta-nos a confiarmos sempre em Jesus e a orarmos, com perseverança, “para que a palavra do Senhor se propague rapidamente e seja glorificada”. Só em Jesus seremos capazes de fazer o que Deus espera de nós, ou seja, testemunhar no dia a dia da vida o quanto Deus ama, infinitamente, cada ser vivente.

“Irmãos: Jesus Cristo, nosso Senhor, e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu, pela sua graça, eterna consolação e feliz esperança, confortem os vossos corações e os tornem firmes em toda a espécie de boas obras e palavras. Entretanto, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor se propague rapidamente e seja glorificada, como acontece no meio de vós. Orai também, para que sejamos livres dos homens perversos e maus, pois nem todos têm fé. Mas o Senhor é fiel: Ele vos dará firmeza e vos guardará do Maligno. Quanto a vós, confiamos inteiramente no Senhor que cumpris e cumprireis o que vos mandamos. O Senhor dirija os vossos corações, para que amem a Deus e aguardem a Cristo com perseverança.”

No evangelho (Lc 20, 27-38) Jesus, confundindo quem o quer apanhar em falso, aproveita a ocasião para nos ensinar que os que “forem dignos de tomar parte na ressurreição dos mortos já não podem morrer(…), pois são como os Anjos, e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus”. Quando se acredita na ressurreição, podemos fazer nossas as palavras com que Jesus termina o evangelho, pois verdadeiramente o nosso Senhor “Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos”.


“Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns saduceus – que negam a ressurreição – e fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão, que deixe mulher, mas sem filhos, esse homem deve casar com a viúva, para dar descendência a seu irmão’. Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos. O segundo e depois o terceiro desposaram a viúva; e o mesmo sucedeu aos sete, que morreram e não deixaram filhos. Por fim, morreu também a mulher. De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por mulher?». Disse-lhes Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento. Mas aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura e na ressurreição dos mortos, nem se casam nem se dão em casamento. Na verdade, já não podem morrer, pois são como os Anjos, e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus. E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente, quando chama ao Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’. Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos».”


Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Ámen.