Ano A - 2022
Advento passo a passo -1
1º dia - 27/11/2023
Mt 24,37-44
Que o Senhor nos ajude a estarmos sempre vigilantes!
Ao iniciarmos um novo ano litúrgico - Ano A - entramos num tempo novo, que é de espera vigilante e que conhecemos como Advento. E o que é "O Advento" ?
"Hoje começamos o caminho do Advento, que culminará no Natal. O Advento é o
tempo que nos é concedido para acolher o Senhor que vem ao nosso encontro,mas também para verificar o nosso desejo de Deus, para olharmos em frente e nos
prepararmos para o regresso de Cristo. Ele voltará até nós na festa do Natal, quando
fizermos memória da sua vinda histórica na humildade da condição humana; mas
vem dentro de nós todas as vezes que estamos dispostos a recebê-l'O, e virá de
novo no fim dos tempos para «julgar os vivos e os mortos». Por isso, devemos
estar vigilantes e esperar o Senhor com a expetativa de o encontrar. A liturgia
hodierna introduz-nos precisamente neste tema sugestivo da vigilância e da
expetativa.
No Evangelho (cf. Mc 13, 33-37) Jesus exorta a prestar
atenção e a vigiar, a fim de estarmos prontos para O acolher no momento do regresso. Diz-nos: «Ficai de sobreaviso, vigiai; porque
não sabeis quando será o tempo [...]; vigiai, para que, vindo de repente, não
vos encontre dormindo» (vv. 33-36).
A pessoa atenta é a que, no meio do barulho do mundo, não
se deixa tomar pela distração ou pela superficialidade, mas vive de maneira
plena e consciente, com uma preocupação voltada antes de tudo para os outros. Com esta atitude percebemos as lágrimas e as necessidades do
próximo e podemos dar-nos conta também das suas capacidades e qualidades
humanas e espirituais. A pessoa atenta também se preocupa com o mundo,
procurando contrastar a indiferença e a crueldade nele presentes, e
alegrando-se pelos tesouros de beleza que contudo existem e devem ser
preservados. Trata-se de ter um olhar de compreensão para reconhecer quer as
misérias e as pobrezas dos indivíduos e da sociedade, quer a riqueza escondida
nas pequenas coisas de cada dia, precisamente ali onde nos colocou o Senhor.
A pessoa vigilante é a que aceita o convite a vigiar, ou
seja, a não se deixar dominar pelo sono do desencorajamento, da falta de
esperança, da desilusão; e ao mesmo tempo, rejeita a solicitação de tantas
vaidades de que o mundo está cheio e atrás das quais, por vezes, se sacrificam
tempo e serenidade pessoal e familiar. É a experiência dolorosa do povo de
Israel, narrada pelo profeta Isaías: Deus parecia ter deixado desviar para
longe dos seus caminhos o seu povo (cf. 63, 17), mas este era um efeito da
infidelidade do próprio povo (cf. 64, 4b). Também nós encontramo-nos
frequentemente nesta situação de infidelidade ao chamamento do Senhor: Ele
indica-nos o caminho bom, o caminho da fé, o caminho do amor, mas nós
procuramos a nossa felicidade noutro lugar.
Estar atentos e vigilantes são os pressupostos para não
continuarmos a “desviarmo-nos para longe dos caminhos do Senhor”, perdidos nos nossos
pecados e nas nossa infidelidades; estarmos atentos e sermos vigilantes são as
condições para permitir que Deus irrompa na nossa existência, para lhe
restituir significado e valor com a sua presença cheia de bondade e ternura.
Maria Santíssima, modelo na expetativa de Deus e ícone da vigilância, nos guie
ao encontro do filho Jesus, revigorando o nosso amor por Ele.
Papa Francisco
(Angelus 3 de dezembro de 2017)
Na 1ª leitura (Is 2,1-5), Isaías fala-nos dos dias vindouros. Aqui podemos vislumbrar a primeira vinda
de Jesus Cristo, na encarnação e mistério pascal, na vinda sacramental,
especialmente na Eucaristia, ou na vinda final, quando instaurar todas as
coisas, consumando toda a realidade. Para uma ou outra vinda, cabe-nos viver,
amar e servir. Só tem medo (doentio) quem não vive, quem não procurar dar o
melhor de si, procurando concretizar os desígnios do Senhor. Não é a desgraça
que se anuncia, nem o fim como termo e destruição, mas o encontro com o Senhor
e a descoberta da paz e da harmonia, da justiça e fraternidade.
Pe. Manuel Gonçalves
(Caritas in Veritate)
"Visão de Isaías, filho de Amós,
acerca de Judá e de Jerusalém: Sucederá, nos dias que hão de vir, que o monte
do templo do Senhor se há de erguer no cimo das montanhas e se elevará no alto
das colinas. Ali afluirão todas as nações e muitos povos acorrerão, dizendo:
«Vinde, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacob. Ele nos
ensinará os seus caminhos e nós andaremos pelas suas veredas. De Sião há de vir
a lei e de Jerusalém a palavra do Senhor». Ele será juiz no meio das nações e
árbitro de povos sem número. Converterão as espadas em relhas de arado e as
lanças em foices. Não levantará a espada nação contra nação, nem mais se hão de
preparar para a guerra. Vinde, ó casa de Jacob, caminhemos à luz do Senhor."
São
Paulo na 2ª leitura (Rom 13, 11-14) desafia-nos a viver o presente como
dádiva e como compromisso, acolhendo o reino de Deus e procurando viver,
transparecer e testemunhar Jesus Cristo. São horas, diz-nos o apóstolo, de nos
levantarmos do sono. É preciso ter aquela pressa com que Maria leva Jesus a
casa e à família de sua parenta Isabel. Maria envolve-nos nesta pressa, nesta
decisão de ir, de se levantar e partir, com firmeza e leveza, com alegria. A
vida e a missão de Maria, são também a vida e a missão do cristão.
Apressemo-nos.
Pe. Manuel Gonçalves
(Caritas in Veritate)
"Irmãos: Vós sabeis em que tempo estamos: Chegou a hora de nos levantarmos
do sono, porque a salvação está agora mais perto de nós do que quando abraçámos
a fé. A noite vai adiantada e o dia está próximo. Abandonemos as obras das trevas
e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia,
evitando comezainas e excessos de bebida, as devassidões e libertinagens, as
discórdias e ciúmes; não vos preocupeis com a natureza carnal para satisfazer
os seus apetites, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo."
No
Evangelho de hoje (Mt 24, 37-44), Jesus revisita a vida no tempo de Noé,
nos dias que precederam o dilúvio, como parábola ou exemplo do que sucederá na
vinda do Filho do homem. Numa linguagem muito concreta, Jesus fala desse DIA
que está para vir. Atenção, nesta como em outras passagens, Jesus não anuncia
um desfecho catastrófico, mas sobretudo um dia, um tempo, uma oportunidade que
pode ser aguardada, esperada e preparada, ou mesmo antecipada. Não sabendo o
dia, não precisamos de ter medo, tão somente precisamos de viver, de gastar as
fichas todas, dando o melhor de nós mesmos, em prol dos outros e na construção
de um mundo justo, fraterno e pacífico, solidário e saudável.
Pe. Manuel Gonçalves
(Caritas in Veritate)
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: «Como aconteceu nos dias de Noé, assim sucederá na vinda do Filho
do homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam
em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca; e não deram por nada, até
que veio o dilúvio, que a todos levou. Assim será também na vinda do Filho do
homem. Então, de dois que estiverem no campo, um será tomado e outro deixado;
de duas mulheres que estiverem a moer com a mó, uma será tomada e outra
deixada. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.
Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o
ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai
vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do
homem.”
Maria, Mãe Santíssima, guia-me nesta caminhada ao encontro do Teu Filho, Jesus.