terça-feira, 30 de novembro de 2021

 Ano C - 2021

Advento passo a passo - 4

 4ºdia - 01/12/2021

Mateus 15, 29-37

Jesus cura muitos e multiplica os pães

A liturgia de hoje  traz-nos dois sinais do Reino. O primeiro é a cura de muitos enfermos com a qual o evangelista nos quer mostrar que estamos nos tempos do Messias segundo as profecias de Isaías. O segundo sinal do Reino é o banquete narrado na primeira leitura e no salmo. Nos dias do Messias, o Senhor brindará com um banquete todos os povos em Sião. Estamos nesses “últimos dias”. 

Pe. Luís Renato Carvalho de Oliveira, SJ

"Naquele tempo, foi Jesus para junto do mar da Galileia e, subindo ao monte, sentou-Se. Veio ter com Ele uma grande multidão, trazendo coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos outros, que lançavam a seus pés. Ele curou-os, de modo que a multidão ficou admirada, ao ver os mudos a falar, os aleijados a ficar sãos, os coxos a andar e os cegos a ver; e todos davam glória ao Deus de Israel. Então Jesus, chamando a Si os discípulos, disse-lhes: «Tenho pena desta multidão, porque há três dias que estão comigo e não têm que comer. Mas não quero despedi-los em jejum, pois receio que desfaleçam no caminho». Disseram-Lhe os discípulos: «Onde iremos buscar, num deserto, pães suficientes para saciar tão grande multidão?» Jesus perguntou-lhes: «Quantos pães tendes?» Eles responderam-Lhe: «Sete, e alguns peixes pequenos». Jesus ordenou então às pessoas que se sentassem no chão. Depois tomou os sete pães e os peixes e, dando graças, partiu-os e foi-os entregando aos discípulos e os discípulos distribuíram-nos pela multidão. Todos comeram até ficarem saciados. E com os pedaços que sobraram encheram sete cestos."

A força do texto de Mateus convida-me a subir com Jesus ao monte. Convida-me a não ter medo de me aproximar dele. Se for esse o caso, pedirei que me lancem a seus pés por não ter forças em mim para o fazer. O importante é querer ser tocado por Ele, pelo seu olhar, pelo seu coração. A Palavra chama-me a fazer tudo o que é necessário e está ao meu alcance para poder sentar-me à mesa com Jesus e partilhar do seu pão.

O Teu pão, Senhor, é o alimento que sacia a minha alma. Nada me pode saciar como Tu sacias. Nem sequer é preciso muito pão, basta um pouco. Sete pães chegam e sobram para uma multidão, porque o pão és Tu mesmo. Dá-me sempre desse pão para que em mim brote a vida que não se acaba, a Tua vida, Senhor.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

 Ano C - 2021

Advento passo a passo - 3

3ºdia - 30/11/2021

Mateus 4, 18-22

"Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens"

Jesus, no início de sua missão, começou a convidar discípulos para O ajudarem. Talvez o Mestre não precisasse de ninguém para O acompanhar no Seu trabalho, mas quis-nos ensinar que devemos ter a humildade de pedir ajuda para trabalharmos na Sua Messe. 

"Caminhando Jesus ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O."

 

Hoje celebramos André, o pescador que foi chamado por Jesus para fazer parte do grupo dos “doze”. Um dos que acompanhou Jesus e que foi por Ele enviado a todo mundo para fazer ressoar a sua Palavra nos ouvidos de todos os homens como uma Boa Notícia, uma notícia alegre e feliz, geradora de felicidade.

André estava no barco com o seu irmão, a lançar as redes. Estava ocupado. 

Como aconteceu naquele dia com André, hoje, Jesus chama-me,no meio dos meus trabalhos, das minhas ocupações, com as minhas preocupações e também com todas as minhas capacidades.

Tudo o que sou pode servir o Senhor e tornar-se veículo para fazer chegar o Evangelho àqueles que o Senhor coloca no meu caminho. Ontem pediu a André para usar os conhecimentos que tinha sobre a pesca e ir pescar homens em vez de peixes. Hoje pede-me que utilize o computador, a simpatia, os conhecimentos científicos ou as minhas capacidades físicas, lúdicas ou outras para cativar os homens para o seu amor. Está na minha mão deixar tudo e segui-lo, quer dizer, deixar de pensar que as minhas capacidades são para me servir a mim e usá-las para servir a Deus e aos irmãos.


domingo, 28 de novembro de 2021

 Ano C - 2021

Advento passo a passo - 2

2ºdia - 29/11/2021

Mateus 8, 5-11

"Senhor eu não sou digno de que entres em minha casa…"

"A cura do servo do centurião na primeira semana do Advento faz-nos ver a mesa posta no futuro, quando o Senhor vier na Sua glória. Foi posta a mesa do Reino dos Céus e muitos, vindos do Oriente e do Ocidente, a ela se sentarão com Abraão, Isaac e Jacó. Deus disse a Abraão que nele seriam abençoadas todas as nações da terra. Promessa que, segundo a carta aos Gálatas, não pode ser anulada pelo que veio depois, restringindo-a aos observantes da Lei. A promessa deixou aberta a porta do banquete celeste para os que virão do Oriente e do Ocidente."

«Naquele tempo, ao entrar Jesus em Cafarnaum, aproximou-se d’Ele um centurião, que Lhe suplicou, dizendo: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre horrivelmente». Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo». Mas o centurião respondeu-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado. Porque eu, que não passo dum subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens: digo a um ‘Vai’ e ele vai; a outro ‘Vem’ e ele vem; e ao meu servo ‘Faz isto’ e ele faz». Ao ouvi-lo, Jesus ficou admirado e disse àqueles que O seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé. Por isso vos digo: Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa, com Abraão, Isaac e Jacob, no reino dos Céus».

"Hoje escuto com alegria estas palavras de Jesus: “Eu irei curá-lo”. São para mim. Por inúmeras razões a minha vida precisa de um médico que, com uma palavra, um gesto, um olhar me mostre que não há becos sem saída mas caminhos novos da alegria e e da esperança. Estas palavras não são apenas para mim, mas para todos. Esta certeza é um sinal claro para todos os homens: aquele que curou o servo do centurião pode curar-me a mim, a ti e a todos."

sábado, 27 de novembro de 2021

 I DOMINGO DO ADVENTO

Hoje começa o Advento, um tempo novo, de espera ativa no amor aos irmãos, vigilante na fé, persistente na oração, em que somos convidados a iniciar uma caminhada, de fé e esperança, na alegria, ao encontro d’Aquele que é o início e o fim de todas as coisas, Jesus, o Messias anunciado.

Na 1ªleitura (Jer 33, 14-16) Jeremias, garante-nos que o nosso Deus é fiel e cumpre sempre as Suas promessas. Alegremo-nos, pois o Senhor fará germinar, de David, um rebento de justiça que nos salvará a todos.

“Eis o que diz o Senhor: «Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá: Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra. Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».” 

Na 2ªleitura (1 Tes 3, 12 – 4, 2) S. Paulo exorta-nos a crescer na caridade uns para com os outros. Eis um bom desafio para a caminhada deste Advento.

“Irmãos: O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco. O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos. Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais. Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.”

No evangelho (Lc 21, 25-28.34-36) S . Lucas projeta-nos para o último momento da vinda do Senhor Jesus e fá-lo alertando-nos para a necessidade de vigiarmos e orarmos em todo o tempo. Mais duas boas achegas a seguir no caminho deste advento.

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».” 

Vem, vem Senhor Jesus, que o meu coração se deixe iluminar por Ti.

Advento Passo a Passo

Ano C - 2021

Advento passo a passo -1

Ao procurar uma ajuda  para a reflexão/oração em cada dia do Advento, encontrei no site https://ignatiana.blog/ran-2021-0/uma proposta para um “Retiro do Advento e Natal – 2021”.  Não seguindo tudo o que é proposto, vou-me apoiar nos subsídios que ali são fornecidos para cada dia. 

Procurei também ajuda no site www.aliturgia.com

1º dia - 28/11/2021

Lc 21,25-28.34-36

Que o Senhor nos ajude a estarmos sempre vigilantes!

A primeira das semanas do Advento está centralizada na vinda do Senhor no final dos tempos. A liturgia convida-nos a estar em vigília, mantendo uma atitude especial de conversão.

O evangelho de Lucas descreve, de maneira metafórica, os acontecimentos que precederiam a segunda vinda de Jesus. Por causa disto, Lucas convida todos os irmãos e irmãs a manterem-se fiéis e vigilantes para, de pé, receberem o Filho do Homem.

O texto do evangelho do primeiro domingo trata da libertação que chega. Nos versículos anteriores, Lucas falava-nos da chegada a Jerusalém (21, 20-23). Agora, alude à segunda vinda de Jesus, quer dizer, ao que chamamos de parusia. O discurso de Jesus é apocalíptico e adaptado à cultura de seu tempo (apocalipse não significa catástrofe, como somos levados a pensar, mas revelação), e é preciso reler os sinais do mundo natural no terreno da história, que é o lugar em que o Espírito se manifesta. A segunda vinda do Senhor revelará a história a si mesma. A verdade que estava oculta aparecerá em plena luz. Todos chegaremos a conhecermo-nos melhor (1Cor 13, 12b).

Existem em nós a angústia, o medo e o espanto, não causados pelos “sinais no sol, na lua e nas estrelas”. As nossas angústias e inseguranças são motivadas mais pelas crises económicas, pelos conflitos sociais, pelo abuso do poder, pela falta de pão e de trabalho, pela frustração… por tantas estruturas injustas, que só poderão ser removidas pela mudança – do amor de Deus e sua justiça – no coração do ser humano.

A mensagem de Jesus não nos livra dos problemas e da insegurança, pelo contrário, ensina-nos como os podemos enfrentar. O discípulo de Jesus tem os mesmos motivos de angústia que o não-crente, mas ser cristão consiste numa atitude e numa reação diferente: a atitude de esperança que mantém a nossa fé nas promessas do Deus libertador e que nos permite descobrir os passos deste Deus no drama da história. A atitude de vigilância a que nos leva o Advento, é a de ficarmos alerta para descobrir “Cristo que vem” nas situações atuais e a enfrentá-las como processo necessário de uma libertação total que passa pela cruz.

Pe. Luís Renato Carvalho de Oliveira, SJ

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Início do Novo Ano Litúrgico - Ano C - Pastoral da Cultura


Se não levantares a cabeça, não verás o arco-íris

Recomeça do princípio o ano litúrgico, quando voltaremos a percorrer mais uma vez toda a vida de Jesus. O ano novo começa com o primeiro domingo do Advento, o primeiro dia de um caminho de quatro semanas que nos conduz ao Natal, que é o eixo em torno ao qual giram os anos e os séculos, o início da história nova, quando Deus entrou no rio da humanidade (Lucas 21,25-28.34-36).

Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas, e sobre a Terra angústia de povos em ânsia por aquilo que terá de acontecer. O Evangelho não antecipa o fim do mundo, narra o segredo do mundo: toma-nos pela mão e leva-nos para fora de portas, a olhar para o alto, a sentir o cosmo pulsar à nossa volta; chama-nos a abrir as janelas de casa para fazer entrar os grandes ventos da história, a sentirmo-nos parte viva de uma imensa vida. Que padece, que sofre, mas que nasce.

O mundo, muitas vezes, contorce-se como uma mulher que está prestes a dar à luz, diz Isaías, mas para produzir vida: está em contínua gestação, traz outro mundo no ventre. A Terra ressoa de um pranto interminável, mas o Evangelho pede-nos para não perdermos o coração, para não caminharmos de cabeça inclinada, de olhos baixos. Erguei-vos, levantai a cabeça, olhai para o alto e para a distância, a libertação está próxima.

Somos tentados a olhar apenas para as coisas imediatas, talvez para não tropeçarmos nos escombros que empecilham o terreno, mas se não levantarmos a cabeça nunca veremos nascer arcos-íris. Homens e mulheres de pé, de cabeça erguida, olhos no Sol: é assim que o discípulo vê o Evangelho. Gente de vida vertical.

Por isso a nossa tarefa é sentirmo-nos parte de todo a criação, envolvidos por uma energia maior que nós, ligados a uma história imensa, onde também as minhas pequenas vicissitudes são preciosas e poderosas, porque grávidas de Deus; «Cristo pode nascer mil vezes em Belém, mas se não nasce em mim, nasceu em vão» (Mestre Eckhart).

Jesus pede aos seus ligeireza e atenção, para ler a história como um ventre de nascimentos. Pede atenção aos pequenos detalhes da vida e àquilo que nos supera infinitamente: «Existirá sempre também aqui uma porção de céu que se poderá olhar, e suficiente espaço dentro de mim para poder juntar as mãos na oração» (Etty Hillesum).

Jesus pede um coração ligeiro e atento, para vigiar sobre os rebentos, sobre aquilo que desponta, sobre o novo que nasce, sobre os primeiros passos da paz, sobre a respiração da luz que se desenha no muro da noite ou da pandemia, sobre os primeiros vagidos da vida e dos seus rebentos.

O Evangelho entrega-nos esta vocação a uma dupla atenção: à vida e ao infinito. A vida está dentro do infinito, e o infinito está dentro da vida; o eterno brilha no instante, e o instante insinua-se no eterno. Num Advento sem fim.

Ermes Ronchi
In Avvenire
Trad.: Rui Jorge Martins
Imagem: djoronimo/Bigstock.com
Publicado em 25.11.2021

domingo, 21 de novembro de 2021

XXXVI Jornada Mundial da Juventude - Mensagem do Papa


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO

PARA A XXXVI JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 

21 de novembro de 2021

“Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!” (cf. At 26, 16)

Queridos jovens,

Gostaria de tomar-vos pela mão, mais uma vez, para continuarmos juntos na peregrinação espiritual que nos conduz rumo à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa em 2023.

No ano passado, pouco antes de se propagar a pandemia, assinava a mensagem cujo tema era «Jovem, Eu te digo, levanta-te!» (cf. Lc 7, 14). Na sua providência, o Senhor já queria preparar-nos para o desafio duríssimo que estávamos para viver.

O mundo inteiro teve de defrontar-se com o sofrimento causado pela perda de tantos entes queridos e pelo isolamento social. A emergência sanitária impediu também a vós jovens – por natureza projetados para o exterior – de sair para irdes à escola, à universidade, ao trabalho, para vos encontrardes… Vistes-vos em situações difíceis, que não estáveis acostumados a gerir. Aqueles que estavam menos preparados e desprovidos de apoio sentiram-se desorientados. Em muitos casos, surgiram problemas familiares, bem como desemprego, depressão, solidão e vícios; para não falar do stresse acumulado, das tensões e explosões de raiva, do aumento da violência.

Mas, graças a Deus, este não é o único lado da moeda. Se a provação pôs a descoberto as nossas fragilidades, fez emergir também as nossas virtudes, nomeadamente a predisposição à solidariedade. Em toda a parte, vimos tantas pessoas, incluindo muitos jovens, a lutar pela vida, semear esperança, defender a liberdade e a justiça, ser artífices de paz e construtores de pontes.

Quando cai um jovem, de certo modo cai a humanidade. Mas também é verdade que, quando um jovem se levanta, é como se o mundo inteiro se levantasse. Queridos jovens, que grande potencialidade tendes nas vossas mãos! Que força trazeis nos vossos corações!

sábado, 20 de novembro de 2021

DOMINGO XXXIV DO TEMPO COMUM

Eis-nos chegados ao final do Ano Litúrgico B! O fim do ano litúrgico é celebrado com uma festa – Jesus Cristo, Rei do Universo – que faz a ponte com o Ano Litúrgico C, que iniciaremos na próxima semana. Afinal, a unidade é sempre feita em Jesus Cristo, tudo se orienta para Ele, quer no princípio, quer no fim, Ele é o Alfa e o Ómega, o Senhor do Universo.

Na 1ªleitura (Dan 7, 13-14) Daniel profetiza a vinda do “Filho do homem”, isto é de Jesus Cristo, como o Salvador, o Rei, não só do povo escolhido, mas de todas as nações, por isso também é o nosso Rei e Senhor. Louvemo-l’O e exaltemo-l’O, por todas as maravilhas que fez em nosso favor.

“Contemplava eu as visões da noite, quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença. Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino não será destruído.”  


Na 2ªleitura (Ap 1, 5-8) S.João diz-nos que o reino, que é anunciado por Daniel na 1ªleitura, já se realizou em Jesus e continua vivo e atuante, hoje em dia, no meio de nós. Entreguemo-nos de alma e coração, deixemos que Ele nos habite por inteiro, para que, um dia, na plenitude dos tempos Deus, Amor Infinito, seja tudo em todos.

“Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Ámen. Ei-l’O que vem entre as nuvens, e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram; e por sua causa hão de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Ámen. «Eu sou o Alfa e o Ómega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era e que há de vir, o Senhor do Universo».” 

No evangelho (Jo 18, 33b-37) S. João conta-nos como Jesus confirmou a Sua realeza. Efetivamente Jesus é o Filho Único de Deus, é Rei, é Senhor, mas de um mundo novo, um mundo de amor infinito por todos e por cada um individualmente, onde: poder significa servir, estar ao serviço; o trono é uma cruz vitoriosa; os primeiros são os mais pobres, os marginalizados, aqueles a quem, tantas vezes, esquecemos, ou ignoramos; os pecadores encontram o Amor; os que andam cansados e abatidos encontram alívio; o Amor Infinito é o limite.

Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».” 

Senhor, bendito e louvado sejas, hoje e sempre e por toda a eternidade. Ámen.

sábado, 13 de novembro de 2021

Dia Mundial dos Pobres - Ecclesia

DOMINGO XXXIII DO TEMPO COMUM

Estamos quase no final do Ano Litúrgico B, mais especificamente, no penúltimo domingo do tempo comum. Talvez por isso, as leituras de hoje, numa linguagem apocalítica, projetam-nos para o fim dos tempos. É tempo de olharmos para o futuro com esperança, porque Jesus nos deu conhecer o quanto somos amados por Deus e nos garantiu que continua a caminhar connosco para n’Ele, um dia, quando for a nossa vez, também nós podermos contemplar Deus face a face. Não estamos sós, Ele habita-nos e é a nossa força, a razão de ser da nossa esperança.

Na 1ªleitura (Dan 12,1-3) o profeta Daniel confia-nos à proteção de S.Miguel Arcanjo. Deixemo-nos proteger pelo “grande chefe dos Anjos”! Com tão grande defensor acredito que, se fizermos a nossa parte, na procura e entrega contínuas a Deus, em todas as situações da nossa vida, seremos salvos. 

“Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe dos Anjos, que protege os filhos do teu povo. Será um tempo de angústia, como não terá havido até então, desde que existem nações. Mas nesse tempo, virá a salvação para o teu povo, para aqueles que estiverem inscritos no livro de Deus. Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a vergonha e o horror eterno. Os sábios resplandecerão como a luz do firmamento e os que tiverem ensinado a muitos o caminho da justiça brilharão como estrelas por toda a eternidade.”

Na 2ªleitura (Hebr 10, 11-14.18) S. Paulo continua a situar-nos, tal como fez nos domingos anteriores, em Jesus o Único e Verdadeiro Sacerdote. Ao vencer a morte, Jesus, de um vez para sempre, inseriu-nos numa dinâmica de vida eterna. N’Ele é possível vencer a morte do pecado e ressuscitar para a vida. Só Ele é que nos ama, a nós os pecadores e nos resgatou para Deus. Deixemo-nos possuir pelo Amor. 

Todo o sacerdote da antiga aliança se apresenta cada dia para exercer o seu ministério e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca poderão perdoar os pecados. Cristo, ao contrário, tendo oferecido pelos pecados um único sacrifício, sentou-Se para sempre à direita de Deus, esperando desde então que os seus inimigos sejam postos como escabelo dos seus pés. Porque, com uma única oblação, tornou perfeitos para sempre os que Ele santifica. Onde há remissão dos pecados, já não há necessidade de oblação pelo pecado.”

No evangelho (Mc 13, 24-32) S.Marcos convida-nos a estarmos sempre vigilantes, porque não sabemos nem o dia, nem a hora em que o Senhor virá. 

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Naqueles dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então, hão de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os Anjos, para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da terra à extremidade do céu. Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai».” 

S.Miguel Arcanjo rogai por nós.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

COP26 a chegar ao fim... Expresso - 11/11/2021

COP26. Chegados ao penúltimo dia, aplaudiu-se a BOGA, mas “ainda há muito por fazer” na reta final

Robert Perry

Na reta final escasseia o otimismo, mesmo com um primeiro rascunho de acordo a aparecer. Os avanços feitos nestas duas semanas de cimeira do Clima não chegam para impedir as temperaturas de subir menos de 2ºC. O secretário-geral da ONU, António Guterres, voltou a lembrar os delegados presentes em Glasgow que se sentia sobretudo inspirado pela mobilização da sociedade civil, incluindo jovens, mulheres, comunidades indígenas e autarcas. No dia dedicado à descarbonização das cidades, surgiu uma nova aliança - a BOGA - para acabar com novas licenças e concessões de gás e petróleo

11 NOVEMBRO 2021 22:06

Jornalista: Carla Tomás

No dia em que se sinalizam 103 anos após o Armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, o mundo parece encaminhar-se para a catástrofe projetada pela ‘insuficiência de munições’ para enfrentar a guerra das alterações climáticas. Apesar de alguns avanços nestes onze dias, nenhum permite assegurar a meta de 1,5ºC. O secretário-geral da ONU, António Guterres, voltou a lembrar os delegados presentes em Glasgow que se sentia sobretudo inspirado pela mobilização da sociedade civil, incluindo jovens, mulheres, comunidades indígenas e autarcas.

“Apesar do progresso, ainda há muito por fazer e o tempo está a fugir”, admitiu o presidente da Cimeira do Clima de Glasgow, o britânico Alok Sharma, em conferência de imprensa no início da tarde desta quinta-feira. Sharma apelou a “urgência” e “ambição” para que as negociações entre as partes acelerem nesta reta final, mantendo a ideia de que será alcançada uma declaração consensual em Glasgow esta sexta-feira, supostamente o último dia da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26). Assumiu, porém, que ainda existe “um desafio monumental pela frente, e que coletivamente não temos outra escolha a não ser enfrentá-lo e alcançar um resultado de que nos possamos orgulhar”.

A BOGA, UMA ALIANÇA QUE DEIXA O GÁS E O PETRÓLEO ENTERRADOS

50.º aniversário de ordenação sacerdotal do Bispo de Leiria - Fátima - Ecclesia

sábado, 6 de novembro de 2021

 XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras de hoje fazem um apelo a uma confiança total em Deus. Mas, não ficam por aqui, desafiam-nos também a uma entrega a Deus por inteiro, a darmos sem medida, a darmo-nos na totalidade do que somos e temos.

Na 1ªleitura (1 Reis 17, 10-16) Elias põe à prova a fé da viúva de Sarepta. E esta mulher de fibra, depois de interpor as suas dúvidas, faz tal qual lhe é dito pelo profeta. E “desde aquele dia, nem a panela da farinha se esgotou, nem se esvaziou a almotolia do azeite, como o Senhor prometera pela boca de Elias.”  
A uma confiança total, como a desta viúva, Deus manifesta-se como é: “Amor” infinito que se dá continuamente por todos e, em especial, a cada um individualmente.

Naqueles dias, o profeta Elias pôs-se a caminho e foi a Sarepta. Ao chegar às portas da cidade, encontrou uma viúva a apanhar lenha. Chamou-a e disse-lhe: «Por favor, traz-me uma bilha de água para eu beber». Quando ela ia a buscar a água, Elias chamou-a e disse: «Por favor, traz-me também um pedaço de pão». Mas ela respondeu: «Tão certo como estar vivo o Senhor, teu Deus, eu não tenho pão cozido, mas somente um punhado de farinha na panela e um pouco de azeite na almotolia. Vim apanhar dois cavacos de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho. Depois comeremos e esperaremos a morte». Elias disse-lhe: «Não temas; volta e faz como disseste. Mas primeiro coze um pãozinho e traz-mo aqui. Depois prepararás o resto para ti e teu filho. Porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘Não se esgotará a panela da farinha, nem se esvaziará a almotolia do azeite, até ao dia em que o Senhor mandar chuva sobre a face da terra’». A mulher foi e fez como Elias lhe mandara; e comeram ele, ela e seu filho. Desde aquele dia, nem a panela da farinha se esgotou, nem se esvaziou a almotolia do azeite, como o Senhor prometera pela boca de Elias.”

Na 2ª leitura (Hebr 9, 24-28) S.Paulo continua a situar-nos em Jesus, o Verdadeiro e Único Sacerdote, que sendo Deus, se identifica totalmente connosco, assumindo a condição humana. E é no alto da Cruz  que, o Filho Amado de Deus, todo Se Lhe entrega e nos conquista, de uma vez para sempre, numa manifestação de amor sem fim, a condição de filhos no Filho. Deixemo-nos amar, assim perdidamente, por Deus Uno e Trino, Amor incomparável por todos e por cada um de nós. Que Deus, Amor infinito, possa, um dia, ser conhecido e experimentado por todos, sem exceção de qualquer espécie, ou condição.

“Cristo não entrou num santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro, mas no próprio Céu, para Se apresentar agora na presença de Deus em nosso favor. E não entrou para Se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote que entra cada ano no Santuário, com sangue alheio; nesse caso, Cristo deveria ter padecido muitas vezes, desde o princípio do mundo. Mas Ele manifestou-Se uma só vez, na plenitude dos tempos, para destruir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo. E, como está determinado que os homens morram uma só vez e a seguir haja o julgamento, assim também Cristo, depois de Se ter oferecido uma só vez para tomar sobre Si os pecados da multidão, aparecerá segunda vez, sem a aparência do pecado, para dar a salvação àqueles que O esperam.”

        
No evangelho (Mc 12, 38-44) Jesus ensina-nos como devemos proceder com o que somos e temos. É pela forma como procede a viúva, que “ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver”, que somos chamados a definir os nossos critérios, a “medida” da nossa relação com Deus e com o próximo: dando-nos e dando sem medida.

Naquele tempo, Jesus ensinava a multidão, dizendo: «Acautelai-vos dos escribas, que gostam de exibir longas vestes, de receber cumprimentos nas praças, de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes. Devoram as casas das viúvas, com pretexto de fazerem longas rezas. Estes receberão uma sentença mais severa». Jesus sentou-Se em frente da arca do tesouro a observar como a multidão deitava o dinheiro na caixa. Muitos ricos deitavam quantias avultadas. Veio uma pobre viúva e deitou duas pequenas moedas, isto é, um quadrante. Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Esta pobre viúva deitou na caixa mais do que todos os outros. Eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver».”

Senhor, Pai, Filho e Espírito Santo, ensina-me a toda me dar, a Ti e ao próximo, no dia a dia  da vida, onde quer que me encontre, com tudo o que sou e tenho, com tudo o me que deste a graça de ser e obter. Ámen!