domingo, 29 de dezembro de 2019

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA


Ainda dentro da oitava do Natal, a Igreja propõe-nos a contemplação da Sagrada Família. Nos tempos que correm José, Maria e o Menino trazem-nos uma família concreta, a viver num tempo real, a braços com situações como as que experimentam as nossas famílias de hoje. É impressionante como os tempos mudam tanto e tão depressa, mas os problemas sociais e humanos permanecem tão parecidos! Afinal, a Sagrada Família fez parte dos refugiados ( na altura não seria este o nome?!) que foram para o Egito noutros tempos. Mas o que mais nos desafia nos textos litúrgicos, é a forma como esta família respondeu aos sinais de Deus e foi instrumento da realização dos planos do Senhor, dizendo sempre sim ao que lhe era pedido. Ousemos seguir o exemplo de S.José, de Maria e de Jesus.


Na 1ªleitura (Sir 3, 3-7.14-17a (gr. 2-6.12-14)) o autor sagrado dá-nos como modelo Deus Amor, comunidade trinitária, que gera vida. Deus é  família, cria-nos por amor, para vivermos felizes, pelo que só temos de agir segundo os Seus preceitos amorosos. 
“Deus quis honrar os pais nos filhos e firmou sobre eles a autoridade da mãe. Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados e acumula um tesouro quem honra sua mãe. Quem honra o pai encontrará alegria nos seus filhos e será atendido na sua oração. Quem honra seu pai terá longa vida, e quem lhe obedece será o conforto de sua mãe. Filho, ampara a velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida. Se a sua mente enfraquece, sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida, porque a tua caridade para com teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados.”

Na 2ªleitura (Col 3, 12-21) S.Paulo apela ao nosso ser cristão, isto é, à essência do viver do cristão, que  é o Amor: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Seja qual for a comunidade familiar (de sangue, ou espiritual, ou ideológica, ou profissional,…) de que fazemos parte, seja qual for o estado em que seus elementos se encontrem, somos sempre desafiados a revertimo-nos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Centremo-nos em Jesus, vivamos no Amor e tudo nos será possível. 
“Irmãos: Como eleitos de Deus, santos e prediletos, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, se algum tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em ação de graças. Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros com toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai. Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos filhos, para que não caiam em desânimo.”


No evangelho (Mt 2, 13-15.19-23) acompanhamos a vida desta família especial, que nos revela o quanto Deus nos ama infinitamente e damo-nos conta de quão importante foi o papel de S.José, enquanto guardião da Sagrada Família. S.José desafia-nos a ser assim na vida, alguém que torna possível a realização das promessas de Deus, permitindo que Deus Amor seja o mais que tudo na vida de todos os homens da terra. 
“Depois de os Magos partirem, o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e foge para o Egipto e fica lá até que eu te diga, pois Herodes vai procurar o Menino para O matar». José levantou-se de noite, tomou o Menino e sua Mãe e partiu para o Egipto e ficou lá até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciara pelo Profeta: «Do Egipto chamei o meu filho». Quando Herodes morreu, o Anjo apareceu em sonhos a José, no Egipto, e disse-lhe: «Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e vai para a terra de Israel, pois aqueles que atentavam contra a vida do Menino já morreram». José levantou-se, tomou o Menino e sua Mãe e voltou para a terra de Israel. Mas, quando ouviu dizer que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de seu pai, Herodes, teve receio de ir para lá. E, avisado em sonhos, retirou-se para a região da Galileia e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Assim se cumpriu o que fora anunciado pelos Profetas: «Há de chamar-Se Nazareno».”



Senhor, ensina-me a amar sempre todos os que fazem parte da minha família.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019



MENSAGEM URBI ET ORBI
DO PAPA FRANCISCO
NATAL 2019
Quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

«O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9,1).
Queridos irmãos e irmãs, feliz Natal!
Nesta noite, do ventre da mãe Igreja, nasceu de novo o Filho de Deus feito homem. O seu nome é Jesus, que significa Deus salva. O Pai, Amor eterno e infinito, enviou-O ao mundo, não para condenar o mundo, mas para o salvar (cf. Jo 3, 17). O Pai no-Lo deu, com imensa misericórdia; deu-O para todos; deu-O para sempre. E Ele nasceu como uma chamazinha acesa na escuridão e no frio da noite.
Aquele Menino, nascido da Virgem Maria, é a Palavra de Deus que Se fez carne; a Palavra que guiou o coração e os passos de Abraão rumo à terra prometida, e continua a atrair aqueles que confiam nas promessas de Deus; a Palavra que guiou os judeus no caminho desde a escravidão à liberdade, e continua a chamar os escravos de todos os tempos, incluindo os de hoje, para sairem das suas prisões. É Palavra mais luminosa do que o sol, encarnada num pequenino filho de homem, Jesus, luz do mundo.

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

NATAL DO SENHOR - 2019


MISSA DO DIA

Hoje, estamos em festa, pois a Igreja celebra o nascimento do Menino Deus. Hoje, mais do que nunca, o nosso coração alegra-se porque o Filho de Deus habita entre nós, mora no nosso coração, habita todo o nosso ser, corpo e alma. Sim, esta é a razão da nossa festa, da nossa alegria, pois Jesus veio habitar entre nós, melhor ainda, em cada um de nós, para nos elevar à dignidade de filhos de Deus. N’Ele, Seu Único e muito amado Filho, fomos conquistados para Deus, tornados também nós Seus filhos. A causa da nossa alegria é o nascimento de Jesus, como nos diz o Papa Francisco: “Antes de mais nada, porque manifesta a ternura de Deus. Ele, o Criador do universo, abaixa-Se até à nossa pequenez. O dom da vida, sempre misterioso para nós, fascina-nos ainda mais ao vermos que Aquele que nasceu de Maria é a fonte e o sustento de toda a vida. Em Jesus, o Pai deu-nos um irmão, que vem procurar-nos quando estamos desorientados e perdemos o rumo, e um amigo fiel, que está sempre ao nosso lado; deu-nos o seu Filho, que nos perdoa e levanta do pecado." Nunca mais ficámos sós, agora Ele está sempre connosco. Confiemos-Lhe tudo o que temos e somos, toda a nossa vida, porque só Ele nos ama infinitamente, tal qual somos e está sempre pronto para nos receber e estreitar entre os seus braços. E, neste abraço de Deus Amor, cabemos todos, não fica nunca ninguém de fora. 

Na 1ªleitura (Is 52, 7-10) Isaías convida os homens de todos os tempos, povos e nações a romper em brados de alegria, porque o Senhor volta para Sião, porque Deus, em Jesus, Seu Filho, vem libertar, resgatar toda a humanidade. 
“Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei». Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque veem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém. O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.”

Na 2ªleitura (Hebr 1, 1-6) S.Paulo propõe-nos uma reflexão sobre a relação de Deus com a humanidade, ou melhor, leva-nos a contemplar o Mistério do Amor que veio habitar no meio dos homens, Jesus Cristo, o Filho de Deus. Adoremos  o Menino Deus, que veio habitar entre nós. 
“Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Sendo o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-Se à direita da Majestade no alto dos Céus e ficou tanto acima dos Anjos quanto mais sublime que o deles é o nome que recebeu em herança. A qual dos Anjos, com efeito, disse Deus alguma vez: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei»? E ainda: «Eu serei para Ele um Pai e Ele será para Mim um Filho»? E de novo, quando introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: «Adorem-n’O todos os Anjos de Deus».”

No evangelho (Jo 1, 1-18) S.João, de uma forma muito bela, ajuda-nos a contemplar o mistério do Amor de Deus por cada ser criado. E é Jesus quem nos revela quão infinito é o amor de Deus por cada um de nós. Neste Menino, cujo nascimento hoje celebramos, fomos gerados para Deus, somos filhos no Filho. Como não romper em cânticos de júbilo e alegria a Deus, que nos ama desta forma tão total e infinita? 
“No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.”

Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade. Bendito e louvado sejas Senhor, hoje e sempre, pelos séculos sem fim. Ámen.
GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ NA TERRA 
AOS HOMENS POR ELE AMADOS.


Desejo a todos Um Santo Natal, na Paz do Menino Deus. 


BOAS FESTAS!

SIGNIFICADO E VALOR DO PRESÉPIO

CARTA APOSTÓLICA
ADMIRABILE SIGNUM
DO SANTO PADRE
FRANCISCO
SOBRE O SIGNIFICADO E VALOR DO PRESÉPIO

1. O SINAL ADMIRÁVEL do Presépio, muito amado pelo povo cristão, não cessa de suscitar maravilha e enlevo. Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus. De facto, o Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura. Ao mesmo tempo que contemplamos a representação do Natal, somos convidados a colocar-nos espiritualmente a caminho, atraídos pela humildade d’Aquele que Se fez homem a fim de Se encontrar com todo o homem, e a descobrir que nos ama tanto, que Se uniu a nós para podermos, também nós, unir-nos a Ele.
Com esta Carta, quero apoiar a tradição bonita das nossas famílias prepararem o Presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças… Trata-se verdadeiramente dum exercício de imaginação criativa, que recorre aos mais variados materiais para produzir, em miniatura, obras-primas de beleza. Aprende-se em criança, quando o pai e a mãe, juntamente com os avós, transmitem este gracioso costume, que encerra uma rica espiritualidade popular. Almejo que esta prática nunca desapareça; mais, espero que a mesma, onde porventura tenha caído em desuso, se possa redescobrir e revitalizar.

domingo, 22 de dezembro de 2019

DOMINGO IV DO ADVENTO


As leituras de hoje falam-nos do cumprimento das promessas do Senhor Deus, com o envio do Salvador – Emanuel – Deus connosco e centram-nos em duas figuras fundamentais, Maria e José.
Na 1ªleitura  (Is 7, 10-14) Isaías esclarece-nos que será o próprio Deus quem nos enviará um sinal do cumprimento da promessa: «a virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel». 
"Naqueles dias, o Senhor mandou ao rei Acaz a seguinte mensagem: «Pede um sinal ao Senhor teu Deus, quer nas profundezas do abismo, quer lá em cima nas alturas». Acaz respondeu: «Não pedirei, não porei o Senhor à prova». Então Isaías disse: «Escutai, casa de David: Não vos basta que andeis a molestar os homens para quererdes também molestar o meu Deus? Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: a virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel»."

Na 2ªleitura (Rom 1, 1-7)  S. Paulo situa-nos em Jesus, o Filho de Deus, mas ao mesmo tempo da descendência de David, como a Boa Nova do Senhor prometida, através dos profetas: Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por chamamento divino, escolhido para o Evangelho que Deus tinha de antemão prometido pelos profetas nas Sagradas Escrituras, acerca de seu Filho, nascido, segundo a carne, da descendência de David, mas, segundo o Espírito que santifica, constituído Filho de Deus em todo o seu poder pela sua ressurreição de entre os mortos: Ele é Jesus Cristo, Nosso Senhor. Por Ele recebemos a graça e a missão de apóstolo, a fim de levarmos todos os gentios a obedecerem à fé, para honra do seu nome, dos quais fazeis parte também vós, chamados por Jesus Cristo. A todos os que habitam em Roma, amados por Deus e chamados a serem santos, a graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.”

O Evangelho (Mt 1, 18-24) é um convite a contemplarmos Maria e José, que, pela forma como deixaram que o Espírito Santo os habitasse, se tornaram totalmente disponíveis, para que Deus, através deles, realizasse o Seu plano de salvação para toda a humanidade. Deixemo-nos cativar pelo seu exemplo.
"O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo. Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo. Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um Filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados». Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor anunciara por meio do Profeta, que diz: «A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ‘Deus connosco’». Quando despertou do sono, José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua esposa."



Virgem Maria e S. José ensinai-nos a dizer, sempre, sim a Deus.

sábado, 14 de dezembro de 2019

DOMINGO III DO ADVENTO


A liturgia deste domingo é, toda ela, um convite a exultarmos na alegria, o que exteriormente até é visível na mudança, neste dia, ainda de advento, da cor dos paramentos, que passa de roxa para rosa. Tudo se encaminha, canta e alegra, numa preparação mais cuidada, profunda e alargada, para uma das nossas festas principais.  Na certeza de que Jesus está connosco e também se associa, no coração de cada um de nós, a esta alegria  expectante e paciente de poder celebrar, muito em breve, a maravilha das maravilhas do Amor de Deus , por cada ser vivente, que eclodirá em apoteose de Glória a Deus, quando celebrarmos, de um modo especial, a festa do nascimento do Menino Deus, deixemo-nos cativar por este Amor sem fim, que é o nosso Deus.
Na 1ªleitura (Is 35, 1-6a.10) o profeta Isaías, ao querer animar o povo exilado e deportado na Babilónia, projeta-nos para a vinda do Salvador, para os tempos de Jesus e, por antecipação, coloca-nos no diálogo que Cristo tem com os discípulos de João Batista. É assim a fé que professamos, o nosso Deus é de ontem, de hoje e de amanhã, não tem princípio , nem fim. Alegremo-nos, pois o Amor infinito de Deus, por cada um de nós, e por toda a humanidade, é de sempre e para toda a eternidade. 
“Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida, cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria. Ser-lhe-á dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e do Saron. Verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus. Fortalecei as mãos fatigadas e robustecei os joelhos vacilantes. Dizei aos corações perturbados: «Tende coragem, não temais: Aí está o vosso Deus, vem para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvar-vos». Então se abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos. Então o coxo saltará como um veado e a língua do mudo cantará de alegria. Voltarão os que o Senhor libertar, hão de chegar a Sião com brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto. Reinarão o prazer e o contentamento e acabarão a dor e os gemidos.”
Na 2ªleitura (Tg 5, 7-10) é S.Tiago que nos incita a olhar para o agricultor e a ser, na fé, como ele, isto é, paciente e perseverante numa espera positiva, pois sejam quais forem as condições e situações da nossa vida, temos a certeza de que Jesus está tão próximo, que já vive connosco, no nosso coração. Confiemo-nos ao Menino Deus, cuja festa de nascimento vamos celebrar dentro de muito pouco tempo. “Irmãos: Esperai com paciência a vinda do Senhor. Vede como o agricultor espera pacientemente o precioso fruto da terra, aguardando a chuva temporã e a tardia. Sede pacientes, vós também, e fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. Não vos queixeis uns dos outros, a fim de não serdes julgados. Eis que o Juiz está à porta. Irmãos, tomai como modelos de sofrimento e de paciência os profetas, que falaram em nome do Senhor.”

No Evangelho (Mt 11, 2-11) S.Mateus coloca-nos nos primeiros tempos da pregação de Jesus, quando S.João Batista ainda estava vivo. E é nas palavras de Jesus que percebemos como Ele, o Filho de Deus feito homem, é o pleno cumprimento das promessas do Antigo Testamento. Efetivamente Jesus veio dar-nos a conhecer quem era Deus, e o quanto somos amados infinitamente pelo nosso Pai, que está nos Céus. Ao prepararmos o nascimento do Menino Deus, damo-nos conta deste mistério de Amor sem fim do Senhor, por cada um de nós. Não há palavras que possam explicar esta loucura maravilhosa de Deus Amor. 
“Naquele tempo, João Baptista ouviu falar, na prisão, das obras de Cristo e mandou-Lhe dizer pelos discípulos: «És Tu Aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?». Jesus respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a Boa Nova é anunciada aos pobres. E bem-aventurado aquele que não encontrar em Mim motivo de escândalo». Quando os mensageiros partiram, Jesus começou a falar de João às multidões: «Que fostes ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento? Então que fostes ver? Um homem vestido com roupas delicadas? Mas aqueles que usam roupas delicadas encontram-se nos palácios dos reis. Que fostes ver então? Um profeta? Sim – Eu vo-lo digo – e mais que profeta. É dele que está escrito: ‘Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, para te preparar o caminho’. Em verdade vos digo: Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Baptista. Mas o menor no reino dos Céus é maior do que ele».


Bendito e louvado sejas hoje e sempre, pelos séculos sem fim, meu Senhor e meu Deus.

sábado, 7 de dezembro de 2019


SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO 
da VIRGEM SANTA MARIA
8 de dezembro de 2019


Neste 2ºDomingo do Advento a igreja convida-nos, primeiro que tudo, a contemplar o mistério de Deus em Maria, na sua Imaculada Conceição. Para o fazer recorro às palavras de D.António Marto, que, no dia 8 de dezembro de 2016, dizia o seguinte: “A riqueza dos dons de Deus é para todos os discípulos de Cristo, mas realizou-se, de um modo especial em Maria, desde logo na sua imaculada conceição. De facto, no evangelho ela é saudada deste modo: “«Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Esta expressão tão bela, com que Maria é saudada pelo anjo, “cheia de graça”, oferece-nos a explicação do mistério que celebramos, pois é o nome escolhido e dado por Deus a Maria. Este nome indica que Maria é, desde sempre, a escolhida e, por isso, a cheia da graça do amor e da santidade de Deus, em todo o seu ser para poder acolher o dom mais precioso, Jesus, o Filho do Deus Altíssimo, o Amor de Deus incarnado. Deus preparou-a como a toda santa, a toda bela e pura, a imaculada, para ser morada do Salvador do Mundo, no meio dos homens. Contemplando assim a Imaculada Conceição, nós contemplamos simultaneamente, como num espelho, a grandeza do amor de Deus, que vem ao nosso encontro pessoalmente, que ama cada um com nome próprio, não em massa anónima e indistintos, e que quer comunicar-nos o seu amor, a sua ternura e misericórdia, que é mais forte do que todo o pecado. Podemos confiar neste amor como Maria a quem é dito “Não temas. O Senhor está contigo”!"


Confiemos em Deus e deixemo-nos desafiar pela Igreja, que nos impele a fazer como Maria, a dar o nosso Sim, de entrega total, ao projeto de Amor de Deus, através da missão que dá a cada um de nós. E, para este desafio, recorro às palavras do Pe.Nélio Pita,CM, que escreveu o seguinte: “Sim! Foi desse modo que a jovem acolheu o projeto de Deus. «Sim», um sim para sempre. «Sim», um sim inteiro e definitivo. O consentimento de Maria transformou o curso da história dos Homens. Antes era uma sucessão de acontecimentos escravos do não de Eva e Adão, intervalados com alguns «sins» muito limitados e de fraco impacto temporal.