sábado, 29 de janeiro de 2022

Ano C -2022

DOMINGO IV DO TEMPO COMUM

As leituras deste domingo desafiam-nos a permanecer no Amor, isto é, a deixarmo-nos escolher e amar por Deus, que é Amor, e a darmos testemunho d’Ele na nossa vida. Para lá de todos os problemas e dificuldades, ou tragédias, porque passamos na vida, Jesus ensina-nos a confiar sempre e totalmente em Deus Uno e Trino – “Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho”. Em tudo o que fazemos e somos, confiemos e entreguemo-nos a Deus, que é todo Amor e não sabe senão dar-se continuamente por todos e por cada um de nós em particular.

 

Na 1ª leitura (Jer 1, 4-5.17-19)  percebemos que, pela Palavra, Deus dá a conhecer a Jeremias a Sua vontade a seu respeito: chama-o e escolhe-o como profeta para o povo de Israel, que vive tempos complicados. Perante as dúvidas e as reservas de Jeremias, Deus dá-lhe, e dá-nos também a nós, a certeza de que estará sempre connosco e nada, nem ninguém, poderá afastar-nos do Seu Amor. Ele será sempre a nossa força.

“No tempo de Josias, rei de Judá, a palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: «Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te constituí profeta entre as nações. Cinge os teus rins e levanta-te, para ires dizer tudo o que Eu te ordenar. Não temas diante deles, senão serei Eu que te farei temer a sua presença. Hoje mesmo faço de ti uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e uma muralha de bronze, diante de todo este país, dos reis de Judá e dos seus chefes, diante dos sacerdotes e do povo da terra. Eles combaterão contra ti, mas não poderão vencer-te, porque Eu estou contigo para te salvar».”

 

Na 2ªleitura (1 Cor 12, 31 – 13, 13) S.Paulo, no que, na minha opinião, é um dos textos mais belos da bíblia, centra-nos no essencial da vida cristã: Deus Amor. A Caridade, o Amor há de ser sempre o indicador, o denunciador, ou o aferidor, da qualidade da nossa vida cristã. “Ama e faz o que quiseres” já dizia Santo Agostinho.

“Irmãos: Aspirai com ardor aos dons espirituais mais elevados. Vou mostrar-vos um caminho de perfeição que ultrapassa tudo: Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como bronze que ressoa ou como címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu possua a plenitude da fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Ainda que distribua todos os meus bens aos famintos e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada me aproveita. A caridade é paciente, a caridade é benigna; não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa; não é inconveniente, não procura o próprio interesse; não se irrita, não guarda ressentimento; não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O dom da profecia acabará, o dom das línguas há de cessar, a ciência desaparecerá; mas a caridade não acaba nunca. De maneira imperfeita conhecemos, de maneira imperfeita profetizamos. Mas quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Mas quando me fiz homem, deixei o que era infantil. Agora vemos como num espelho e de maneira confusa, depois, veremos face a face. Agora, conheço de maneira imperfeita, depois, conhecerei como sou conhecido. Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade.”

 
No evangelho (Lc 4, 21-30) S. Lucas leva-nos a tomar uma opção em relação a Jesus: quem achamos que Ele é: o filho de José e Maria, ou o Filho de Deus? Vimos tudo o que fez e continua a fazer, hoje em dia, e, mesmo assim, não somos capazes de ir mais além e ver n’Ele o Filho amado de Deus? Não nos arde cá dentro o coração ao escutá-l’O? Que o nosso coração se abra à ação do Espírito Santo.

“Naquele tempo, Jesus começou a falar na sinagoga de Nazaré, dizendo: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse-lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.”


Senhor eu creio em Ti, mas aumenta a minha fé.

Senhor, que eu nunca duvide do Teu Amor por cada um de nós.

Diocese de Leiria-Fátima tem novo bispo - Ecclesia

 

sábado, 22 de janeiro de 2022

Ano C -2022

DOMINGO III DO TEMPO COMUM

Hoje, as leituras  centram-nos na “Palavra”, viva e proclamada. No pós Concílio Vaticano II a Igreja redescobriu a importância da Palavra, quer na Eucaristia, quer na nossa vida. E, com a graça de Deus, hoje, nas eucaristias, o altar da “Palavra” tem um espaço e uma importância maior que, não ficando por aí, nos transpõe para a vivência quotidiana. Como é bom Senhor Jesus escutar-Te, saber que não estamos sós e que Tu caminhas connosco e nos guias. Que o nosso coração se abra sempre à Tua Palavra.


Na 1ªleitura (Ne 8, 2-4a.5-6.8-10) sentimos como o povo de Israel, ao recuperar a sua memória, enquanto povo escolhido por Deus, através da proclamação e explicação da Palavra, se sente comovido, agradecido e responsabilizado e, por isso, faz festa, celebra na alegria. A “Palavra” é um tempo de encontro entre o Povo e Deus. Que a eucaristia possa ser também hoje, para cada um de nós, o tempo do encontro com Deus, na alegria da escuta da Sua Palavra.

"Naqueles dias, o sacerdote Esdras trouxe o Livro da Lei perante a assembleia de homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês. Desde a aurora até ao meio dia, fez a leitura do Livro, no largo situado diante da Porta das Águas, diante dos homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender. Todo o povo ouvia atentamente a leitura do Livro da Lei. O escriba Esdras estava de pé num estrado de madeira feito de propósito. Estando assim em plano superior a todo o povo, Esdras abriu o Livro à vista de todos; e quando o abriu, todos se levantaram. Então Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus, e todo o povo respondeu, erguendo as mãos: «Amen! Amen!». E prostrando-se de rosto por terra, adoraram o Senhor. Os levitas liam, clara e distintamente, o Livro da Lei de Deus e explicavam o seu sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura. Então o governador Neemias, o sacerdote e escriba Esdras, bem como os levitas, que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: «Hoje é um dia consagrado ao Senhor vosso Deus. Não vos entristeçais nem choreis». – Porque todo o povo chorava, ao escutar as palavras da Lei –. Depois Neemias acrescentou: «Ide para vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado. Hoje é um dia consagrado a nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza»."

Na 2ª leitura (1 Cor 12, 12-30) S.Paulo, com uma linguagem, tão simples e clara, quanto bela, desafia-nos a vivermos na unidade, guiados pela Palavra de Deus. Tendo, cada um, os diferentes dons que o Senhor lhe dá, em favor de toda a comunidade, todos somos chamados a viver no Senhor, Jesus Cristo, como um só Corpo. 

"Irmãos: Assim como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim sucede também em Cristo. Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos baptizados num só Espírito para constituirmos um só corpo e a todos nos foi dado a beber um só Espírito. De facto, o corpo não é constituído por um só membro, mas por muitos. Se o pé dissesse: «Uma vez que não sou mão, não pertenço ao corpo», nem por isso deixaria de fazer parte do corpo. E se a orelha dissesse: «Uma vez que não sou olho, não pertenço ao corpo», nem por isso deixaria de fazer parte do corpo. Se o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfacto? Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros, segundo a sua vontade. Se todo ele fosse um só membro, que seria do corpo? Há, portanto, muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: «Não preciso de ti»; nem a cabeça dizer aos pés: «Não preciso de vós». Pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários; os que nos parecem menos honrosos cuidamo-los com maior consideração; e os nossos membros menos decorosos são tratados com maior decência: os que são mais decorosos não precisam de tais cuidados. Deus organizou o corpo, dispensando maior consideração ao que dela precisa, para que não haja divisão no corpo e os membros tenham a mesma solicitude uns com os outros. Deste modo, se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele. Vós sois corpo de Cristo e seus membros, cada um por sua parte. Assim, Deus estabeleceu na Igreja em primeiro lugar apóstolos, em segundo profetas, em terceiro doutores. Vêm a seguir os dons dos milagres, das curas, da assistência, de governar, de falar diversas línguas. Serão todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos farão milagres? Todos terão o poder de curar? Todos falarão línguas? Terão todos o dom de as interpretar?"


No evangelho (Lc 1, 1-4; 4, 14-21) escutamos a Palavra viva, Jesus Cristo. É Jesus que nos centra n’Ele mesmo, como Aquele que Deus ungiu e enviou para nos libertar a todos. Deixemo-nos cativar, habitar, pelo Senhor Jesus, para que, também através de nós, aqueles, que connosco convivem, possam experimentar o quanto são amados por Deus.

"Já que muitos empreenderam narrar os factos que se realizaram entre nós, como no-los transmitiram os que, desde o início, foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também eu resolvi, depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens, escrevê-las para ti, ilustre Teófilo, para que tenhas conhecimento seguro do que te foi ensinado. Naquele tempo, Jesus voltou da Galileia, com a força do Espírito, e a sua fama propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos. Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir»."

Senhor, que eu meu coração se abra sempre à Tua Palavra.

sábado, 15 de janeiro de 2022

 Ano C -2022

DOMINGO II DO TEMPO COMUM 


Hoje as leituras centram-nos na relação de amor que Deus tem para com o Seu povo. É na certeza da fidelidade de Deus, do Seu Amor para com cada um de nós, que se cimenta a força da nossa caminhada para Deus. Deus nunca nos abandona, nem quando nós nos afastamos, ou duvidamos do Seu Amor, incondicional e sem fim, por cada um de nós. Ainda que o vinho falte, Nossa Senhora, sempre atenta, sempre mãe, primeiro de Jesus, mas depois também nossa, encontrará forma de nos levar ao seu Filho e daí só temos que fazer tudo o que Ele nos disser.


Na 1ªleitura (Is. 62, 1-5) o profeta Isaías usa a imagem do casamento para nos falar da relação de Deus com a humanidade, com cada um de nós. Confiemos n’Ele, entreguemo-nos de coração a este amor sem fim. Ele, que é Deus, ama-nos infinitamente. Nunca duvidemos do Seu Amor. Deixemos que o Seu Amor em nós se comunique a cada um dos que connosco se cruza na vida.

“Por amor de Sião não me calarei, por amor de Jerusalém não terei repouso, enquanto a sua justiça não despontar como a aurora e a sua salvação não resplandecer como facho ardente. Os povos hão de ver a tua justiça e todos os reis a tua glória. Receberás um nome novo, que a boca do Senhor designará. Serás coroa esplendorosa nas mãos do Senhor, diadema real nas mãos do teu Deus. Não mais te chamarão «Abandonada», nem à tua terra «Deserta», mas hão de chamar-te «Predileta» e à tua terra «Desposada», porque serás a predileta do Senhor e a tua terra terá um esposo. Tal como o jovem desposa uma virgem, o teu Construtor te desposará; e como a esposa é a alegria do marido, tu serás a alegria do teu Deus.”


Na 2ªleitura (1 Cor 12, 4-11) S.Paulo apela a que nos deixemos moldar pelo Espírito Santo, pois em cada de um nós Ele infunde o que é necessário para o bem de todos. Ele sopra em quem quer e como quer. Cabe-nos abrir o coração e deixar o Espírito atuar. Vem divino Espírito Santo e enche os nossos corações, para que um dia, todos conheçam o quanto são amados por Deus.

“Irmãos: Há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum. A um o Espírito dá a mensagem da sabedoria, a outro a mensagem da ciência, segundo o mesmo Espírito. É um só e o mesmo Espírito que dá a um o dom da fé, a outro o poder de curar; a um dá o poder de fazer milagres, a outro o de falar em nome de Deus; a um dá o discernimento dos espíritos, a outro o de falar diversas línguas, a outro o dom de as interpretar. Mas é um só e o mesmo Espírito que faz tudo isto, distribuindo os dons a cada um conforme Lhe agrada.”


O evangelho (Jo 2, 1-11) fala-nos da antecipação da hora de Jesus, projeta-nos, em cheio, no primeiro milagre de Jesus. Faz-nos também olhar para Maria, como o primeiro discípulo, como a mãe de todos nós, sempre atenta às necessidades de cada um dos seus filhos. Trata-se de uma festa, de alegria, da celebração do amor, cheia de sinais, mas também da força, da ternura, da comunhão entre mãe e filho, que antecipa a hora de Jesus. E é Nossa Senhora que, primeiro pelo seu exemplo, e depois pelas suas palavras, nos dá a solução: “Fazei tudo o que Eles vos disser”. Se assim fizermos, “o vinho” nunca faltará na nossa vida.

“Naquele tempo, realizou-se um casamento em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de Jesus. Jesus e os seus discípulos foram também convidados para o casamento. A certa altura faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm vinho». Jesus respondeu-Lhe: «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não chegou a minha hora». Sua Mãe disse aos serventes: «Fazei tudo o que Ele vos disser». Havia ali seis talhas de pedra, destinadas à purificação dos judeus, levando cada uma de duas a três medidas. Disse-lhes Jesus: «Enchei essas talhas de água». Eles encheram-nas até acima. Depois disse-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa». E eles levaram. Quando o chefe de mesa provou a água transformada em vinho, – ele não sabia de onde viera, pois só os serventes, que tinham tirado a água, sabiam – chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho bom e, depois de os convidados terem bebido bem, serve o inferior. Mas tu guardaste o vinho bom até agora». Foi assim que, em Caná da Galileia, Jesus deu início aos seus milagres. Manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele.”


Querida mãe, entrego nas tuas mãos todas as minhas preocupações, para que as leves a Jesus. Ensina-me a escutar o Teu Filho e a fazer tudo que Ele me disser.

Bodas de Caná - Pastoral da Cultura

Os nossos corações são ânforas a encher

Há festa grande, numa casa de Caná da Galileia: as portas estão abertas, como é costume, o átrio está cheio de gente, os convidados parece nunca serem suficientes para a vontade do jovem casal de partilhar a festa, naquela noite de tochas acesas, de canções e de danças.

Ao longo da festa das bodas, que no Antigo Testamento duravam em média sete dias, há um acolhimento cordial até mesmo para a caravana colorida que se pôs a seguir Jesus, subindo desde as aldeias do lago.

O Evangelho de Caná (João 2, 1-11) colhe Jesus nas tramas festivas de um banquete nupcial, no meio das pessoas, enquanto canta, ri, dança, come e bebe, longe dos nossos falsos ascetismos.

Não no deserto, não no Sinai, não no monte Sião, Deus fez-se encontrar à mesa. A bela notícia é que Deus se alia à alegria das suas criaturas, com o vital e simples prazer de existir e amar: Caná é o seu ato de fé no amor humano.

Com efeito, Ele acredita no amor, abençoa-o, sustém-no. Acredita ao ponto de fazer dele a pedra angular, o lugar originário e privilegiado da sua evangelização. Jesus começa a narrar a fé como se narraria uma história de amor, uma história que tem sempre fome de eternidade e de absoluto. O coração, segundo um antigo dito, é a porta dos deuses.

Também Maria participa na festa, conversa, come, ri, aprecia o vinho, dança, mas ao mesmo tempo observa o que acontece à sua volta. O seu olhar atento e discreto permite-lhe ver aquilo que ninguém vê, isto é, que acabou o vinho, ponto de reviravolta da narrativa.

Não é o pão que faltou, não é o necessário à vida, mas o vinho, que não é indispensável, um extra inútil para tudo, exceto à festa ou à qualidade da vida. O vinho é, em toda a Bíblia, o símbolo do amor feliz entre homem e mulher, entre homem e Deus. Feliz e sempre ameaçado.

Não têm mais vinho, experiência que todos fizemos, quando mil dúvidas nos assaltam e os amores são sem alegria, as casas sem festa, a fé sem entusiasmo.

Maria indica o caminho: o que quer que Ele vos diga, fazei-o. Fazei o que diz, fazei o seu Evangelho, tornai-o gesto e corpo, carne e sangue. E então encher-se-ão as ânforas vazias do coração. E a vida transformar-se-á, de vazia a plena, de extinguida a feliz.

Mais Evangelho é igual a mais vida. Mais Deus equivale a mais eu. O Deus em que acredito é o Deus das bodas de Caná, o Deus da festa, do rejubilante amor dançante; um Deus feliz que está do lado do vinho melhor, do perfume de nardo precioso, que está do lado da alegria, que socorre os pobres de pão e os pobres de amor.

Um Deus feliz, que assume o cuidado pelo humilde e poderoso prazer de viver. Também o acreditar em Deus é uma festa, também o encontro com Deus gera vida, traz florescimento de coragem, primavera repetida. 

Ermes Ronchi
In Avvenire
Trad.: Rui Jorge Martins
Imagem: "As bodas de Caná" (det.) | Marten de Vos | 1596-97 | O.-L. Vrouwekathedraal, Antuérpia, Bélgica
Publicado em 18.01.2019

sábado, 8 de janeiro de 2022

 Ano C -2022

DOMINGO DO BATISMO DO SENHOR

É com a festa do “Batismo do Senhor Jesus” que a Igreja dá por concluídas as festividades do Natal e reinicia o Tempo  Comum. Depois de um tempo forte, de chamamento à contemplação da manifestação do Mistério do Amor de Deus pelo homem, começa um tempo de interiorização na vida. Com Jesus, que agora inicia a Sua vida pública, vamos caminhando num conhecimento maior do Amor de Deus. É Ele, o Filho, no qual Deus colocou toda a Sua complacência, quem nos vai conduzindo até ao Pai, e no-L’O vai revelando como o Amor sem fim por cada um de nós em particular e por todos em geral.


Na 1ªleitura (Is 42, 1-4.6-7) o profeta Isaías transpõe-nos já para o tempo de Jesus e identifica-O como o Servo de Javé, o enlevo de Deus, o Seu Filho, muito amado, que veio restabelecer a Aliança de Deus com os homens, que veio ser a luz das nações. Deixemo-nos iluminar por este Amor sem fim.

“Diz o Senhor: «Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas». 



Na 2ªleitura (Atos 10, 34-38) S.Pedro fala-nos do batismo de Jesus e de como a Sua ação vai para além do povo de Israel, pois destina-se a todas as pessoas de qualquer nação. Jesus veio trazer a Paz a toda a humanidade.

“Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz aceção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável. Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele».” 

No Evangelho (Lc 3, 15-16.21-22) o Céu desce à Terra e revela-nos Jesus, como o Filho muito amado de Deus Pai. É a Trindade Santa que se faz presente no meio dos homens. É um momento único na nossa história da salvação, é Deus Uno e Trino presente no meio de nós. É o início de um tempo novo, o tempo de Jesus, o Filho de Deus no meio dos homens. Deixemos que o Seu Santo Espírito nos invada, nos transforme o coração e assim possamos, também nós, hoje, nas nossas vidas testemunhá-L’O, anunciá-L’O.

“Naquele tempo, o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias. João tomou a palavra e disse-lhes: «Eu batizo-vos com água, mas vai chegar quem é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar as correias das sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo». Quando todo o povo recebeu o batismo, Jesus também foi batizado; e, enquanto orava, o céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal, como uma pomba. E do céu fez-se ouvir uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência».” 

Envia sobre mim Senhor o Teu Santo Espírito e ilumina-me, transforma-me.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Vídeo do Papa - Janeiro 2022 _ Ecclesia

Hoje é Dia de Reis - Homilia do Papa Francisco

MENSAGEM DE SUA SANTIDADE
O PAPA FRANCISCO
PARA O DIA DE REIS – 2022

HOMILIA DO SANTO PADRE

Santa Missa na Festa da Epifania

(Basílica de S. Pedro, 6 de janeiro de 2022)

 

Os Magos estão de viagem para Belém. E a sua peregrinação interpela-nos também a nós: somos chamados a caminhar para Jesus, porque é Ele a estrela polar que ilumina os céus da vida e orienta os passos para a verdadeira alegria. Mas, qual foi o ponto de partida da peregrinação dos Magos ao encontro de Jesus? O que é que levou estes homens do Oriente a porem-se em viagem?

Tinham ótimas desculpas para não partir: eram sábios e astrólogos, tinham fama e riqueza; de posse duma tal segurança cultural, social e económica, podiam acomodar-se no que tinham e sabiam, deixando-se estar tranquilos. Mas não; deixam-se inquietar por uma pergunta e um sinal: «Onde está [Aquele] que nasceu? Vimos [despontar] a sua estrela…» (Mt 2, 2). O seu coração não se deixa amortecer na choça da apatia, mas está sedento de luz; não se arrasta pesadamente na preguiça, mas está abrasado pela nostalgia de novos horizontes. Os seus olhos não estão voltados para a terra, mas são janelas abertas para o céu. Como afirmou Bento XVI, eram «pessoas de coração inquieto (...); homens à espera, que não se contentavam com seus rendimentos assegurados e com uma posição social (...); eram indagadores de Deus» (Homilia, 06/I/2013).

Mas esta saudável inquietação, que os levou a peregrinar, donde nasce? Do desejo. Eis o seu segredo interior: saber desejar. Meditemos nisto. Desejar significa manter vivo o fogo que arde dentro de nós e nos impele a buscar mais além do imediato, mais além das coisas visíveis. É acolher a vida como um mistério que nos ultrapassa, como uma friesta sempre aberta que nos convida a olhar mais além, porque a vida não é «toda aqui», é também «noutro lugar». É como uma tela em branco que precisa de ser colorida. Um grande pintor, Van Gogh, escreveu que a necessidade de Deus o impelia a sair de noite para pintar as estrelas. Isto deve-se ao facto de Deus nos ter feito assim: empapados de desejo; orientados, como os Magos, para as estrelas. Somos aquilo que desejamos. Porque são os desejos que ampliam o nosso olhar e impelem a vida mais além: além das barreiras do hábito, além duma vida limitada ao consumo, além duma fé repetitiva e cansada, além do medo de arriscar, de nos empenharmos pelos outros e pelo bem. «A nossa vida – dizia Santo Agostinho – é uma ginástica do desejo» (Tratados sobre a primeira Carta de João, IV, 6).

Irmãos e irmãs, como no caso dos Magos, também a nossa viagem da vida e o nosso caminho da fé têm necessidade de desejo, de impulso interior. Precisamos disso como Igreja. Será bom perguntar-nos: a que ponto estamos nós na viagem da fé? Não estaremos já há bastante tempo bloqueados, estacionados numa religião convencional, exterior, formal, que deixou de aquecer o coração e já não muda a vida? As nossas palavras e ritos despertam no coração das pessoas o desejo de caminhar ao encontro de Deus ou são «língua morta», que fala apenas de si mesma e a si mesma? É triste quando uma comunidade de crentes já não tem desejos, arrastando-se, cansada, na gestão das coisas, em vez de se deixar levar por Jesus, pela alegria explosiva e desinquietadora do Evangelho.

Na nossa vida e nas nossas sociedades, a crise da fé tem a ver também com o desaparecimento do desejo de Deus. Tem a ver com a sonolência do espírito, com o hábito de nos contentarmos em viver o dia a dia, sem nos interrogarmos acerca daquilo que Deus quer de nós. Debruçamo-nos demasiado sobre os mapas da terra, e esquecemo-nos de erguer o olhar para o céu; estamos empanturrados com muitas coisas, mas desprovidos da nostalgia do que nos falta. Fixamo-nos nas necessidades, no que havemos de comer e vestir (cf. Mt 6, 25), deixando dissipar-se o anseio por aquilo que o ultrapassa. E deparamo-nos com a bulimia de comunidades que têm tudo e muitas vezes já nada sentem no coração. Porque a falta de desejo leva à tristeza e à indiferença.

Com os olhos pousados sobretudo em nós mesmos, perguntemo-nos: como está a viagem da minha fé? A fé, para partir uma vez e outra, precisa de ser deflagrada pelo detonador do desejo, de colocar-se em jogo na aventura duma relação sentida e vivaz com Deus. Mas o meu coração vive ainda animado pelo desejo de Deus? Ou deixo que o hábito e as deceções o apaguem? Hoje é o dia bom para nos colocarmos estas questões. Hoje é o dia bom para voltar a alimentar o desejo. Como fazer? Vamos à «escola de desejo» dos Magos. Fixemos os passos que dão e tiremos algumas lições.

Em primeiro lugar, partem quando aparece a estrela: ensinam-nos que é preciso voltar a partir sempre cada dia, tanto na vida como na fé, porque a fé não é uma armadura que imobiliza, mas uma viagem fascinante, um movimento contínuo e inquietador, sempre à procura de Deus.

Depois, os Magos em Jerusalém perguntam: perguntam onde está o Menino. Ensinam-nos que precisamos de interrogativos, de ouvir com atenção as perguntas do coração, da consciência; porque frequentemente é assim que fala Deus, que Se nos dirige mais com perguntas do que com respostas. Mas deixemo-nos desinquietar pelos interrogativos das crianças, pelas dúvidas, as esperanças e os desejos das pessoas do nosso tempo. Deixar-se questionar.

Além disso os Magos desafiam Herodes. Ensinam-nos que temos necessidade duma fé corajosa, profética, que não tenha medo de desafiar as lógicas obscuras do poder, tornando-se semente de justiça e fraternidade numa sociedade onde, ainda hoje, muitos “herodes” semeiam morte e massacram pobres e inocentes, na indiferença da multidão.

Por fim, os Magos regressam «por outro caminho» (Mt 2, 12): provocam-nos a percorrer estradas novas. É a criatividade do Espírito, que faz sempre coisas novas. É também uma das tarefas do Sínodo: caminhar numa escuta conjunta, para que o Espírito nos sugira caminhos novos, estradas para levar o Evangelho ao coração de quem é indiferente, vive alheado, de quem perdeu a esperança mas procura aquilo que sentiram os Magos: uma «imensa alegria» (Mt 2, 10).

No ponto culminante da viagem dos Magos, porém, há um momento crucial: tendo chegado ao destino, viram o Menino e «prostrando-se adoraram-No» (2, 11). Adoram. Lembremo-nos disto: a viagem da fé só encontra ímpeto e cumprimento na presença de Deus. Só se recuperarmos o gosto da adoração é que se renova o desejo. Porque o desejo de Deus cresce apenas permanecendo diante de Deus. Porque só Jesus cura os desejos. De quê? Da ditadura das necessidades. Com efeito, o coração adoece quando os desejos coincidem apenas com as necessidades; ao passo que Deus eleva os desejos; purifica-os, cura-os, sanando-os do egoísmo e abrindo-nos ao amor por Ele e pelos irmãos. Por isso, não esqueçamos a Adoração: detenhamo-nos diante da Eucaristia, deixemo-nos transformar por Jesus.

Aqui, como os Magos, teremos a certeza de que, mesmo nas noites mais escuras, brilha uma estrela. É a estrela de Jesus, que vem cuidar da nossa frágil humanidade. Ponhamo-nos a caminho rumo a Ele. Não demos à apatia e à resignação a força de nos cravar na tristeza duma vida medíocre. O mundo espera dos crentes um renovado ímpeto para o Céu. Como os Magos, levantemos a cabeça, ouçamos o desejo do coração, sigamos a estrela que Deus faz brilhar sobre nós. Como pesquisadores inquietos, permaneçamos abertos às surpresas de Deus. Sonhemos, procuremos, adoremos. 

Francisco

sábado, 1 de janeiro de 2022

 Ano C -2022

DOMINGO DA EPIFANIA DO SENHOR

Hoje, liturgicamente, celebramos a Solenidade da Epifania do Senhor, embora a tradição popular festeje o “Dia de Reis” só a 6 de janeiro.  As leituras desta celebração envolvem-nos numa dinâmica de luz e de salvação, de procura e de encontro, de caminho e de esperança. É mesmo só abrir o coração e deixar Deus entrar. Acompanhemos os Reis Magos.


Na 1ªleitura (Is 60, 1-6) Isaías envolve-nos na alegria dos que vêm de longe e se reúnem à volta do Senhor.

“Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e brilha sobre ti a glória do Senhor. Vê como a noite cobre a terra e a escuridão os povos. Mas, sobre ti levanta-Se o Senhor e a sua glória te ilumina. As nações caminharão à tua luz e os reis ao esplendor da tua aurora. Olha ao redor e vê: todos se reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos vão chegar de longe e as tuas filhas são trazidas nos braços. Quando o vires ficarás radiante, palpitará e dilatar-se-á o teu coração, pois a ti afluirão os tesouros do mar, a ti virão ter as riquezas das nações. Invadir-te-á uma multidão de camelos, de dromedários de Madiã e Efá. Virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando as glórias do Senhor.”

Na 2ªleitura (Ef 3, 2-3a.5-6)  S.Paulo, baseado no que vivenciou, afirma categoricamente que a humanidade inteira, mesmo os que não pertencem ao povo eleito, são, em Cristo Jesus, filhos de Deus. Esta é a certeza que nos deixaram os santos apóstolos e os profetas: também nós, hoje, pertencemos ao Corpo de Cristo, formamos a Sua Igreja.

“Irmãos: Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor: por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo. Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.”

No evangelho (Mt 2, 1-12) S.Mateus numa catequese sobre Jesus, o nosso salvador, confirma a universalidade da salvação. O que mais me impressiona, neste texto, é como a atenção aos sinais (em todos os tempos), a disponibilidade de coração e a perseverança, podem solucionar, transformar , salvar, o que parece uma tragédia, ou se pressupõe como perdido, impossível de resolver. Foi, acho eu, o que aconteceu com os reis vindos do Oriente, com Maria, com S. José e com os pastores, pois perceberam os sinais recebidos, escutaram-nos, confiaram, entregaram-se totalmente a Deus e glorificaram o Senhor pelas Suas maravilhas. E é também o que acontece, hoje, com cada um de nós, quando abre o seu coração a Deus e se deixa invadir pelo Espírito Santo.

“Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.” 


Senhor ensina-me a olhar, escutar e seguir os sinais que pões no meu caminho.