segunda-feira, 31 de agosto de 2020
domingo, 30 de agosto de 2020
Angelus de 30 de agosto de 2020
Papa Francisco: cada um de nós deve tomar a própria cruz
Jane Nogara – Vatican News
https://www.vaticannews.va/pt/papa-francisco/angelus/2020-08/angelus-30-agosto-2020.html
“Se quisermos ser seus discípulos, somos chamados a imitá-L’O, entregando as
nossas vidas sem reservas por amor a Deus e ao próximo”, palavras do Papa
Francisco ao falar sobre o compromisso de cada um de nós de “tomar a nossa
própria cruz”
Na oração do Angelus deste domingo (30/08) o Santo
Padre refletiu sobre o compromisso de cada um de nós de “tomar a própria cruz”.
Francisco discorreu sobre o Evangelho de Mateus quando Jesus, pela primeira vez,
falou aos seus discípulos sobre o final que o esperava na Cidade Santa:
“Diz que terá que ‘sofrer muito por parte dos anciãos, dos chefes dos
sacerdotes e dos escribas, e ser morto e ressuscitar ao terceiro dia’”
A reação dos discípulos a esta predição é considerada
imatura por Jesus: “Ainda têm uma fé imatura e muito ligada à mentalidade deste
mundo”. Eles não querem que Jesus passe por isso.
“Para Pedro e os outros discípulos - mas também para nós! - a cruz é um
‘escândalo’, enquanto Jesus considera um ‘escândalo’ fugir da cruz, o que
significaria fugir da vontade do Pai, da missão que Ele lhe confiou para nossa
salvação”
Tomar a própria cruz
Jesus, continua Francisco, aponta o caminho do verdadeiro discípulo mostrando duas atitudes: “A primeira é ‘renunciar a si mesmo’, o que não significa uma mudança superficial, mas uma conversão, uma inversão de valores. A outra atitude é tomar a própria cruz” . Explicando que “não se trata apenas de suportar pacientemente as tribulações diárias, mas de carregar com fé e responsabilidade aquela parte do esforço e do sofrimento que a luta contra o mal implica”.
O Papa aprofunda este ponto exortando:
“Façamos com que a cruz pendurada na parede de casa, ou a pequena que
usamos no pescoço, seja um sinal de nosso desejo de nos unirmos a Cristo no
serviço a nossos irmãos com amor, especialmente os pequenos e mais frágeis”
Jesus crucificado, verdadeiro Servo do Senhor
Em seguida recordou ainda que a cruz é sinal sagrado do Amor de Deus e do Sacrifício de Jesus, e não deve ser reduzida a um objeto de superstição ou uma joia ornamental.
“Toda a vez que fixamos o olhar na imagem de Cristo crucificado, pensemos
que Ele, como verdadeiro Servo do Senhor, cumpriu Sua missão dando a vida,
derramando Seu sangue para a remissão dos pecados”
Por fim ensina que “se quisermos ser seus discípulos, somos chamados a
imitá-L’O, entregando as nossas vidas sem reservas por amor a Deus e ao
próximo”.
DOMINGO XXII DO TEMPO COMUM
A
liturgia de hoje faz-nos, mais do que um convite, um desafio a ouvirmos o
chamamento de Jesus e a deixarmo-nos encantar, seduzir pelo Senhor, pelo Seu
amor infinito por cada um de nós.
Na
1ªleitura (Jer 20, 7-9) Jeremias mostra-nos que não é fácil viver uma vida
toda entregue a Deus, mas que, quando deixamos que o Seu Amor nos preencha, por
inteiro, então é Ele que em nós se dá e se comunica amorosamente, em todos os
momentos, “bons” e “maus. Façamos como
Jeremias, deixemo-nos seduzir pelo Senhor!
“Vós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir; Vós me dominastes e
vencestes. Em todo o tempo sou objeto de escárnio, toda a gente se ri de mim;
porque sempre que falo é para gritar e proclamar: «Violência e ruína!». E a
palavra do Senhor tornou-se para mim ocasião permanente de insultos e
zombarias. Então eu disse: «Não voltarei a falar n’Ele, não falarei mais em seu
nome». Mas havia no meu coração um fogo ardente, comprimido dentro dos meus
ossos. Procurava contê-lo, mas não podia.”
A 2ªleitura (Rom 12, 1-2) vem na sequência do que nos dizia Jeremias , na leitura anterior, pois S.Paulo indica-nos o caminho a seguir, como cristãos, ou seja, como os que se deixam seduzir pelo Senhor.
“Peço-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, que
vos ofereçais a vós mesmos como sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, como
culto espiritual. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, pela
renovação espiritual da vossa mente, para saberdes discernir, segundo a vontade
de Deus, o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito.”
No evangelho (Mt 16, 21-27) é o próprio Jesus que nos desafia a vivermos d’Ele, para n’Ele assumirmos a nossa resposta de amor ao Pai. Deixemo-nos seduzir por Jesus, pois, para mim, só n’Ele é possível viver o Amor e da cruz fazer árvore de vida!
“Naquele tempo, Jesus
começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer
muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; que
tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. Pedro, tomando-O à parte,
começou a contestá-l’O, dizendo: «Deus Te livre de tal, Senhor! Isso não há de
acontecer!». Jesus voltou-Se para Pedro e disse-lhe: «Vai-te daqui, Satanás. Tu
és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens em vista as coisas de Deus,
mas dos homens». Jesus disse então aos seus discípulos: «Se alguém quiser
seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Pois quem quiser
salvar a sua vida há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa,
há de encontrá-la. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro,
se perder a sua vida? Que poderá dar o homem em troca da sua vida? O Filho do
homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus Anjos, e então dará a cada um
segundo as suas obras».”
sábado, 22 de agosto de 2020
DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM
As leituras de hoje centram-nos em
duas realidades fundamentais da nossa fé: Jesus Cristo e a Igreja. Somos
convidados a viver numa Igreja, centrada em Jesus Cristo, em que cada um tem a
sua missão, estando sempre ao serviço da transmissão do Amor de Deus numa
perspetiva de entrega e ajuda concreta a todo o que o Senhor coloca nos nossos
caminhos.
Na 1ªleitura (Is 22,
19-23) as chaves “do poder” são entregues a Eliacim, que personifica
Pedro, que vamos encontrar no evangelho. Ajuda-nos a percecionar que o poder é
serviço de Amor, de comunhão e de relação total com Deus. Só assim valerá a
pena servir, “ter o poder”, pois só o Amor de Deus preenche o coração de cada
ser por Ele criado, tudo o mais é falível e efémero. “Eis o que diz o Senhor a Chebna,
administrador do palácio: «Vou expulsar-te do teu cargo, remover-te do teu
posto. E nesse mesmo dia chamarei o meu servo Eliacim, filho de Elcias. Hei de
revesti-lo com a tua túnica, hei de pôr-lhe à cintura a tua faixa, entregar-lhe
nas mãos os teus poderes. E ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e
para a casa de Judá. Porei aos seus ombros a chave da casa de David: há de
abrir, sem que ninguém possa fechar; há de fechar, sem que ninguém possa abrir.
Fixá-lo-ei como uma estaca em lugar firme e ele será um trono de glória para a
casa de seu pai».”
Na 2ª leitura (Rom 11,
33-36) S.Paulo, mais uma vez, leva-nos a contemplar Deus através de um
hino lindíssimo. Acompanhemos S.Paulo neste poema-oração. “Como é profunda a riqueza, a sabedoria
e a ciência de Deus! Como são insondáveis os seus desígnios e incompreensíveis
os seus caminhos! Quem conheceu o pensamento do Senhor? Quem foi o seu
conselheiro? Quem Lhe deu primeiro, para que tenha de receber retribuição?
D’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória a Deus para sempre.
Ámen.”
O Evangelho (Mt 16, 13-20) convida-nos a escutar Jesus, a olhar bem para o mais íntimo do nosso ser e a responder, em verdade, às questões que nos põe: quem dizes tu que Eu sou?; o que represento Eu na tua vida?; que testemunho dás tu de Mim, no concreto do teu dia a dia?
“Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus». Então, Jesus ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que Ele era o Messias.”
Eu creio Senhor que é Jesus, o Filho de Deus Vivo, que
ressuscitou dos mortos e vives em cada um de nós!
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
sábado, 15 de agosto de 2020
DOMINGO XX DO TEMPO COMUM
Diz-nos o Papa
Francisco: O Senhor coloca a nossa fé ‘à prova’
“Aquela humilde mulher é indicada por Jesus como um exemplo de fé
inquebrantável. A sua insistência em invocar a ação de Cristo é para nós um
estímulo a não nos desencorajarmos, a não nos desesperarmos quando formos
oprimidos pelas duras provas da vida. O Senhor não vira a face para o outro lado
quando vê as nossas necessidades e, se por vezes pode parecer insensível aos
nossos pedidos de ajuda, é para nos colocar à prova e fortalecer a nossa fé”.
O Papa acrescentou
que este episódio evangélico “nos ajuda a entender que todos precisamos de crescer
na fé e de fortalecer a nossa confiança em Jesus”.
“Ele pode-nos
ajudar a encontrar a direção quando perdemos a bússola do nosso caminho; quando
a estrada diante de nós já não é plana, mas áspera e árdua; quando é
cansativo ser fiel aos nossos compromissos. É importante alimentar todos os
dias a nossa fé, com a escuta atenta da Palavra de Deus, com a celebração dos
Sacramentos, com a oração pessoal como um ‘grito’ para Ele, e com atos
concretos de caridade para com o próximo”.
Na
1ªleitura (I 56, 1.6-7) , Isaías vem em nosso socorro, os gentios, e traz-nos
a garantia de que, se tivermos fé, Deus também vem para nós, aliás, já veio e para
todos os povos: «Quanto aos
estrangeiros que desejam unir-se ao Senhor para O servirem, para amarem o seu
nome e serem seus servos, se guardarem o sábado, sem o profanarem, se forem
fiéis à minha aliança, hei de conduzi-los ao meu santo monte, hei de enchê-los
de alegria na minha casa de oração. Os seus holocaustos e os seus sacrifícios
serão aceites no meu altar, porque a minha casa será chamada 'casa de oração
para todos os povos'»
Na
2ªleitura (Rom 11, 13-15.29-32) S.Paulo, por graça de Deus,
apóstolo dos gentios, abre-nos uma perspetiva muito interessante, pois se foi
pela recusa do povo eleito que todos beneficiámos do anúncio privilegiado da
Ressureição de Jesus, quem sabe se não será, através dos gentios, que os judeus
chegarão a acreditar que Jesus é verdadeiramente o Filho de Deus, que veio ao
mundo para salvar toda a humanidade. “Irmãos: É a vós, os
gentios, que eu falo: Enquanto eu for Apóstolo dos gentios, procurarei
prestigiar o meu ministério a ver se provoco o ciúme dos homens da minha raça e
salvo alguns deles. Porque, se da sua rejeição resultou a reconciliação do
mundo, o que será a sua reintegração senão uma ressurreição de entre os mortos?
Porque os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis. Vós fostes outrora
desobedientes a Deus e agora alcançastes misericórdia, devido à desobediência
dos judeus. Assim também eles desobedecem agora, de modo que, devido à
misericórdia obtida por vós, também eles agora alcancem misericórdia. Efetivamente,
Deus encerrou a todos na desobediência, para usar de misericórdia para com
todos.”
No Evangelho de hoje (Mt 15, 21-28), primeiro estranhamos a forma como Jesus, aparentemente, não escuta o pedido da mulher cananeia, mas depois percebemos que foi a forma mais bonita e, ao mesmo tempo, mais pedagógica, quer para os discípulos, quer também para nós hoje, de realçar a força da fé daquela mãe. Por outro lado o evangelho também nos desperta para a necessidade de intercedermos uns pelos outros, como fizeram os discípulos, ao pedirem a Jesus para atender as súplicas daquela mulher. Deus nunca nos deixa sem resposta, nós é que, muitas vezes, desistimos de orar demasiado depressa. Não somos como esta mãe.Que testemunho de fé impressionante!
“Naquele tempo, Jesus retirou-Se para os lados de
Tiro e Sidónia. Então, uma mulher cananeia, vinda daqueles arredores, começou a
gritar: «Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim. Minha filha está
cruelmente atormentada por um demónio». Mas Jesus não lhe respondeu uma
palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-Lhe: «Atende-a, porque ela vem
a gritar atrás de nós». Jesus respondeu: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas
da casa de Israel». Mas a mulher veio prostrar-se diante d’Ele, dizendo:
«Socorre-me, Senhor». Ele respondeu: «Não é justo que se tome o pão dos filhos
para o lançar aos cachorrinhos». Mas ela insistiu: «É verdade, Senhor; mas
também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos».
Então Jesus respondeu-lhe: «Mulher, é grande a tua fé. Faça-se como desejas».
E, a partir daquele momento, a sua filha ficou curada.”
Solenidade da Assunção de Nossa Senhora
Na alocução que precedeu a oração mariana deste sábado,
Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, o Papa Francisco começou por recordar
uma frase, que ficou famosa, pronunciada quando o homem, pela primeira vez, pousou os pés na
lua: «Este é um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade.»
A seguir acrescentou: “A humanidade tinha atingido um marco histórico. Hoje,
na Assunção de Maria ao Céu, celebramos uma conquista infinitamente maior.
Nossa Senhora colocou os pés no paraíso: ela foi lá não só em espírito, mas
também com seu corpo. Este passo da pequena Virgem de Nazaré foi o grande salto
para a frente da humanidade. De pouco adianta ir à lua se não vivermos como
irmãos na Terra.”
Disse ainda o Papa. “Saber que um de nós vive no céu,
com o corpo, dá-nos esperança: entendemos que somos preciosos, destinados a
ressurgir. Deus não deixará que o nosso corpo desapareça no nada. Com Deus nada
será perdido”.(…) “Em Maria a meta foi alcançada e nós temos diante de nossos
olhos o motivo pelo qual caminhamos: não para conquistar as coisas aqui em
baixo, que desaparecem, mas a pátria lá em cima, que é para sempre. E Nossa
Senhora é a estrela que nos orienta. Ela, como ensina o Concílio, “brilha como
sinal de esperança segura e consolo para o Povo de Deus a caminho”.
A seguir, Francisco fez a seguinte pergunta: “O que é
que a nossa Mãe nos aconselha?” “Hoje, no Evangelho”, disse o Papa, “a primeira
coisa que ela diz é: ‘A minha alma engrandece ao Senhor’. Habituados a ouvir
estas palavras, talvez não prestemos mais atenção ao seu significado”.
Engrandecer literalmente significa “tornar grande”,
aumentar. Maria “engrandece ao Senhor”: não os problemas, que não lhe faltaram
naquele momento, mas o Senhor. Quantas vezes, nos deixamos dominar pelas
dificuldades e nos deixamos absorver pelos medos! Nossa Senhora não, porque ela
coloca Deus como a primeira grandeza da vida. Daqui nasce o Magnificat, daqui
nasce a alegria: não da ausência de problemas, que mais cedo ou mais tarde
chegam, mas a alegria nasce da presença de Deus que nos ajuda e está perto de
nós. Porque Deus é grande e olha para os pequenos. Somos a Sua fraqueza de
amor: Deus olha e ama os pequenos.
Segundo o Papa, “Maria reconhece-se pequena e exalta
as “grandes coisas” que o Senhor fez para ela. Quais? Principalmente, o dom
inesperado da vida: Maria é virgem e fica grávida; e Isabel, que era idosa,
também está à espera de um filho.”
“O Senhor faz maravilhas com os pequenos”, disse ainda
o Pontífice, “com quem não pensa ser grande, mas dá, na vida, um grande espaço a
Deus. Ele estende a Sua misericórdia sobre aquele que n’Ele confia e eleva os humildes. Maria louva a Deus por
isso”.
“E nós, podemos perguntar-nos: lembramo-nos de louvar
a Deus? Agradecemos-Lhe pelas grandes
coisas que faz por nós? Pelos dias que nos doa, porque nos ama e nos perdoa
sempre, pela Sua ternura? E por nos ter dado Sua Mãe, pelos irmãos e irmãs que
Ele coloca no nosso caminho, porque abriu para nós o Céu?”, perguntou o Papa.
Segundo Francisco, “se esquecemos o bem, o coração diminui. Mas se, como
Maria, nos lembrarmos das grandes coisas que o Senhor faz, se pelo menos uma
vez por dia o engrandecermos, então damos um grande passo em frente. Dizer uma vez
por dia: “Eu louvo ao Senhor”; “Bendito seja o Senhor”, que é uma pequena
oração de louvor, isso é louvar a Deus. O coração dilatar-se-á com essa pequena
oração, a alegria aumentará”. Peçamos a Nossa Senhora, a porta do céu, a graça
de começar cada dia levantando o nosso olhar para o céu, para Deus, para lhe dizer
obrigado, como dizem os pequenos aos grandes”, concluiu Francisco.
“O templo
de Deus abriu-se no Céu e a arca da aliança foi vista no seu templo. Apareceu
no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos
pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava para ser mãe e gritava com
as dores e ânsias da maternidade. E apareceu no Céu outro sinal: um enorme
dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas.
A cauda arrastava um terço das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra. O
dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe, para lhe devorar o
filho, logo que nascesse.
Ela teve um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. O
filho foi levado para junto de Deus e do seu trono e a mulher fugiu para o
deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. E ouvi uma voz poderosa que
clamava no Céu: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o
domínio do seu Ungido».”
Na 2ª
leitura (1ª Cor 15, 20-27) S. Paulo centra-nos no fundamento da
fé que professamos: Jesus venceu a morte, está vivo no meio de nós,
ressuscitou. Depois de nos relembrar que Jesus foi o primeiro a ressuscitar dos
mortos, assegura que n'Ele todos ressuscitaremos, um dia.
A Assunção também pré-anuncia a ressurreição de cada
um de nós.
"Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos; porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder. É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte,porque Deus tudo colocou debaixo dos seus pés. Mas quando se diz que tudo Lhe está submetido é claro que se excetua Aquele que Lhe submeteu todas as coisas."
No evangelho (Lc 1, 39-56) contemplamos a Assunção como o culminar do mistério que se inicou com a Encarnação do Verbo, na sequência do Sim da Virgem Maria. O que passa perante os nossos olhos, ao contemplarmos o diálogo que se trava entre Isabel e Maria, é o desenrolar da história do Amor infinito de Deus por um povo escolhido, que, em Jesus, ultrapassa Israel e se estende ao mundo inteiro, chegando a cada ser vivente de ontem, de hoje e de sempre. Enraizados em Jesus, nesta Igreja de hoje, aprendamos de Maria a louvar o Senhor, pela história de amor que faz também com cada um de nós, na nossa vida do dia a dia.
“Naqueles
dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em
direção a uma cidade de Judá. Entrou em
casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou
em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu
ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade,
logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de
alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». Maria disse
então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu
Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me
chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome. A
sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou
o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus
tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da
sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua
descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e
depois regressou a sua casa.”
Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós!
sábado, 8 de agosto de 2020
DOMINGO XIX DO TEMPO COMUM
As leituras de hoje são um apelo a percebermos a presença, as manifestações de Deus na nossa vida e, ao mesmo tempo, colocam-nos o desafio de confiarmos totalmente em Jesus, de humildemente pedirmos ajuda e de aceitarmos “a mão” que nos estende sempre, mesmo antes de gritarmos por socorro, mas tendo já o desejo d’Ele no coração.
A 1ªleitura (1 Reis 19, 9a.11-13a) é um convite, muito belo, que Deus nos faz, para estarmos atentos às diferentes formas de Ele se nos revelar, nas várias circunstâncias da vida, boas, e más, através do e dos que põe no nosso caminho. Aprendamos com Elias e permaneçamos à espera do Senhor, na certeza, porém, de que Ele já veio e está vivo no meio de nós. Escutemo-Lo com os olhos do coração.
“Diante
d’Ele, uma forte rajada de vento fendia as montanhas e quebrava os rochedos;
mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento, sentiu-se um terramoto; mas
o Senhor não estava no terramoto. Depois do terramoto, acendeu-se um fogo; mas
o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo, ouviu-se uma ligeira brisa. Quando
a ouviu, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou à entrada da gruta.”
S.Paulo, na 2ª leitura (Rom 9, 1-5) de hoje, mostra, mais uma vez, como o seu zelo é anunciar Jesus Cristo, o Filho de Deus, a todos os homens. Começando pelo seu próprio povo, o povo escolhido, que rejeita o anúncio, sai da sua terra e nada o detém. Percorre montes e vales, distâncias curtas e longas, atravessa mares e rios, é ameaçado, perseguido, mas continua sempre com a sua missão: Anunciar Jesus Ressuscitado a todos os povos. Impressionante a força apostólica do Apóstolo dos gentios:
“Irmãos: Em Cristo digo a verdade, não minto, e
disso me dá testemunho a consciência no Espírito Santo: Sinto uma grande
tristeza e uma dor contínua no meu coração. Quisera eu próprio ser anátema,
separado de Cristo para bem dos meus irmãos, que são do mesmo sangue que eu,
que são israelitas, a quem pertencem a adoção filial, a glória, as alianças, a
legislação, o culto e as promessas, a quem pertencem os Patriarcas e de quem
procede Cristo segundo a carne, Ele que está acima de todas as coisas, Deus
bendito por todos os séculos. Ámen.”
"Depois
de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a subir para o
barco e a esperá-l’O na outra margem, enquanto Ele despedia a multidão. Logo
que a despediu, subiu a um monte, para orar a sós. Ao cair da tarde, estava ali
sozinho. O barco ia já no meio do mar, açoitado pelas ondas, pois o vento era
contrário. Na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre
o mar. Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar, assustaram-se, pensando
que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo. Mas logo Jesus lhes dirigiu a
palavra, dizendo: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais». Respondeu-Lhe Pedro:
«Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas». «Vem!» – disse
Jesus. Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas, para ir ter com
Jesus. Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se, gritou:
«Salva-me, Senhor!». Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois
disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?». Logo que subiram para o barco,
o vento amainou. Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus,
e disseram-Lhe: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus»."
Senhor, estende a Tua mão e segura-me, como fizeste com S.Pedro. Salva-me, Senhor.
sábado, 1 de agosto de 2020
Na 1ªleitura (Is 55, 1-3) o profeta Isaías desperta-nos para o único caminho que vale a pena percorrer, para a única Aliança que merece o nosso acordo e assinatura: o Amor de Deus, gratuito, ilimitado e misericordioso, sempre atento às necessidades e sofrimentos dos Seus filhos. É o Senhor quem primeiro todo Se dá e Se faz encontro connosco. Se O quisermos aceitar e d’Ele viver, só temos de prestar ouvidos e escutar o que nos diz.
“Eis o que diz o Senhor:
«Todos vós que tendes sede, vinde à nascente das águas. Vós que não tendes
dinheiro, vinde, comprai e comei. Vinde e comprai, sem dinheiro e sem despesa,
vinho e leite. Porque gastais o vosso dinheiro naquilo que não alimenta e o
vosso trabalho naquilo que não sacia? Ouvi-Me com atenção e comereis o que é
bom; saboreareis manjares suculentos. Prestai-Me ouvidos e vinde a Mim;
escutai-Me e vivereis. Firmarei convosco uma aliança eterna, com as graças
prometidas a David.”
Na 2ªleitura (Rom 8, 35.37-39) recebemos de S.Paulo um testemunho de fé impressionante. É também assim, com o testemunho dos que nos antecederam na fé, que nos sentimos questionados na firmeza, na profundidade e nos fundamentos do nosso ser cristão. Eu creio em Ti, Senhor, mas aumenta a minha fé! Bendito e louvado sejas Senhor, nos Teus Anjos e nos Teus Santos.
"Irmãos: Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação,
a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada? Mas em tudo
isto somos vencedores, graças Àquele que nos amou. Na verdade, eu estou certo
de que nem a morte nem a vida, nem os Anjos nem os Principados, nem o presente
nem o futuro, nem as Potestades nem a altura nem a profundidade, nem qualquer
outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que se manifestou em Cristo
Jesus, Nosso Senhor."
No evangelho (Mt 14, 13-21) S. Mateus coloca-nos a ir ao encontro, à procura de Jesus. Depois ,um com os outros, no meio da multidão, escutamo-l’O, deixamos que nos cure e nos alimente. Mas, também estamos lá, como os discípulos e aí, como eles, damo-nos conta de que está a anoitecer e a multidão não tem onde ir comer. É então que o Senhor também nos diz, a cada um de nós, hoje: "dai-lhes vós de comer". E Jesus do “quase” nada alimenta uma multidão! É reveladora a forma como S.Mateus nos faz presente, neste encontro com Jesus, a vivência de cada eucaristia, mas como um todo, ou seja, tanto como alguém fazendo parte da multidão mas, ao mesmo tempo, como um discípulo. Na verdade tudo o que recebemos na eucaristia, na vida, tudo o que o Senhor Jesus nos vai revelando e concedendo, é para colocarmos ao serviço dos que precisam da nossa ajuda: "dai-lhes vós de comer". Cabe-nos fazer a nossa parte! Tudo o mais é obra de Deus.
"Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João
Baptista tinha sido morto, retirou-Se num barco para um local deserto e
afastado. Mas logo que as multidões o souberam, deixando as suas cidades,
seguiram-n’O por terra. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio
de compaixão, curou os seus doentes. Ao cair da tarde, os discípulos
aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Este local é deserto e a hora
avançada. Manda embora toda esta gente, para que vá às aldeias comprar
alimento». Mas Jesus respondeu-lhes: «Não precisam de se ir embora; dai-lhes
vós de comer». Disseram-Lhe eles: «Não temos aqui senão cinco pães e dois
peixes». Disse Jesus: «Trazei-mos cá». Ordenou então à multidão que se sentasse
na relva. Tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao Céu e
recitou a bênção. Depois partiu os pães e deu-os aos discípulos e os discípulos
deram-nos à multidão. Todos comeram e ficaram saciados. E, dos pedaços que
sobraram, encheram doze cestos. Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil
homens, sem contar mulheres e crianças."
Senhor, que os meus ouvidos Te escutem e o meu coração se abra à Tua Palavra. Ilumina-me Divino Espírito Santo!