domingo, 31 de agosto de 2014

                       XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM



Hoje começamos com Jeremias na 1ª leitura. E logo, desde o início, o profeta lança-nos, de uma forma tão bela, quanto difícil, o desafio da liturgia deste domingo: seguir Jesus.

"Vós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir; Vós me dominastes e vencestes. Em todo o tempo sou objeto de escárnio, toda a gente se ri de mim; porque sempre que falo é para gritar e proclamar:«Violência e ruína!». E a palavra do Senhor tornou-se para mim ocasião permanente de insultos e zombarias. Então eu disse: «Não voltarei a falar n'Ele, não falarei mais em seu nome». Mas havia no meu coração um fogo ardente, comprimido dentro dos meus ossos. Procurava contê-lo, mas não podia."

Jer 20, 7-9


Fá-lo de uma forma única, pois expõe-se, entrega-se totalmente nas mão de Deus. Transporta-nos quase automaticamente para S.Pedro, no Evangelho, pois também ele, que ainda no domingo passado estava transbordante de fé, hoje, perante a Cruz, parece querer desistir e no entanto, como sabemos, deu a sua vida por Jesus. 
Não é por termos dificuldades, por cairmos que há problema. Somos humanos e Deus bem sabe de que barro somos feitos. 

Se nos deixarmos seduzir por Deus, como Jeremias, ou S.Pedro, Jesus levantar-nos-á e n'Ele continuaremos a caminhada, pois no nosso coração colocou um fogo ardente, que nos sustém e ao mesmo tempo nos impele a dar testemunho do Amor infinito de Deus, por todos  e por cada um de nós. 

Só assim viveremos como S. Paulo nos pede na segunda leitura.


Senhor que eu me deixe sempre seduzir por Ti.

domingo, 24 de agosto de 2014

XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM


A ligação entre as leituras de hoje está na dimensão do serviço/ missão, que Deus dá a cada um de nós, nesta Sua Igreja. Já era assim nos tempos mais antigos, como nos conta a 1ª leitura (Is 22,19-23) com Eliacim, e mais claro se torna no Evangelho com S.Pedro.


Na 2ª leitura (Rom 11,33-36S.Paulo fala-nos de Deus de uma forma tão bela e, ao mesmo tempo tão profunda, que não resisto a transcrever estes versículos, que são como que uma oração de louvor: "Como é profunda a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus! Como são insondáveis os seus desígnios!"


O Evangelho é, sem dúvida, a leitura que mais interpela hoje cada um de nós, pois Jesus diz-nos diretamente: E vós, quem dizeis que eu sou? Sim, esta pergunta também nos é feita, aqui e agora, nos nossos tempos. 

Quem és Tu para mim Senhor? O que representas na minha vida? 

"Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?»
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus».
Então, Jesus ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que Ele era o Messias."
Mt 16,13-20

Senhor, que eu me deixe iluminar pelo Espírito Santo ao dar-te a minha resposta.

domingo, 17 de agosto de 2014

XX DOMINGO DO TEMPO COMUM


Neste domingo, em que se lembram especialmente os migrantes, a liturgia fala-nos da universalidade do amor de Deus. No coração de Deus cabemos todos, todas as raças, todos os povos, todas as nações. Ninguém está fora do Seu Amor.

É verdade que, no Evangelho de hoje, Jesus parece não atender à primeira ao pedido da mulher cananeia, é como se Ele lhe pedisse para ir um pouco mais além, na intimidade da sua alma, e a mulher demonstra a força da sua fé, com uma frase bem significativa. 


"Naquele tempo, Jesus retirou-Se para os lados de Tiro e Sidónia. Então, uma mulher cananeia, vinda daqueles arredores, começou a gritar: «Senhor, Filho de David, tem compaixão de mim. Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio». Mas Jesus não lhe respondeu uma palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-Lhe: «Atende-a, porque ela vem a gritar atrás de nós». Jesus respondeu: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel». Mas a mulher veio prostrar-se diante d’Ele, dizendo: «Socorre-me, Senhor». Ele respondeu: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». Mas ela insistiu: «É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos». Então Jesus respondeu-lhe: «Mulher, é grande a tua fé. Faça-se como desejas». E, a partir daquele momento, a sua filha ficou curada."
Mt 15, 21-28


Deus não nos pede mais nada, a não ser um coração humilhado e contrito. Quando a nossa alma se Lhe entrega assim, na totalidade do coração, Deus ouve-nos e derrama sobre nós a Sua Graça.

Vem Senhor em meu auxílio, sem Ti perco-me. 
Eu creio em Ti Senhor, mas aumenta a minha fé.

domingo, 10 de agosto de 2014

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM


O tema das leituras deste domingo é a forma como Deus se revela aos homens.

Na 1º leitura, do 1º Livro dos Reis, Deus manifesta-se a Elias na brisa suave. São várias as formas como Deus se manifesta na Sagrada Escritura, mas hoje especialmente é no meio da calma, do silêncio que O podemos encontrar mais facilmente, pois o ruído é muito e quase tudo nos afasta d'Ele. Eu sinto que é mesmo necessário parar, fazer silêncio, se queremos encontrarmo-nos com Ele.


Na 2ª leitura, epístola  ao Romanos, Deus revela Jesus Cristo através do testemunho de S.Paulo. 
Como Paulo se entrega e sofre por os judeus (seus irmãos de nascimento)  não acreditarem que Jesus é o Messias, o Filho de Deus!


O Evangelho, é todo ele uma revelação de Jesus. Primeiro na forma como fica a despedir-se da multidão, enquanto os apóstolos se afastam. Depois a sua união ao Pai em oração é outra das formas como se nos revela. Por fim, em contraste com a 1ª leitura, revela-se no meio da tempestade. Quando parece que tudo falha, quando perdemos o pé, Ele acode-nos,dá-nos a mão e segura-nos como fez com S.Pedro. 

"Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a subir para o barco e a esperá-l’O na outra margem, enquanto Ele despedia a multidão. Logo que a despediu, subiu a um monte, para orar a sós. Ao cair da tarde, estava ali sozinho. O barco ia já no meio do mar, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. Na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar, assustaram-se, pensando que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo. Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais». Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas». «Vem!» – disse Jesus. Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas, para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se, gritou: «Salva-me, Senhor!». Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?». Logo que subiram para o barco, o vento amainou. Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus, e disseram-Lhe: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus»".
Mt 14, 22-33

Salva-me Jesus! 

sábado, 2 de agosto de 2014

XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM


As três leituras de hoje fazem-nos olhar atentamente para o que há de mais único e total em  Deus: o Amor.  

Na primeira leitura Isaías revela-nos como é o Amor de Deus, que a todos é oferecido como bebida e alimento pelo qual não é preciso pagar. 

Paulo, na segunda leitura de hoje, transmite-nos de uma forma tão bela e tão profunda, num louvor e ação de graças, o que é ser amado por Deus. Paulo sabe do que fala, dá testemunho da sua experiência de vida. Só alguém que vive de Deus Amor pode falar assim desta comunhão com o Senhor!

Irmãos: Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada? Mas em tudo isto somos vencedores, graças Àquele que nos amou. Na verdade, eu estou certo de que nem a morte nem a vida, nem os Anjos nem os Principados, nem o presente nem o futuro, nem as Potestades nem a altura nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que se manifestou em Cristo Jesus, Nosso Senhor.
Rom 8, 35.37-39

Jesus, no Evangelho, não se limita a falar do amor de Deus, age e leva a que os discípulos vão para além de si próprios e sejam, também eles, participantes na transmissão do Amor de Deus. Sim, distribuíram o que havia,chegou para todos e ainda sobrou. Deus  vem para todos indistintamente e nunca se esgota, ama sempre mais e mais. 


Senhor, como posso não Te amar, se Tu me amas desta forma! 
Senhor uma só coisa te peço, que eu nunca duvide do teu Amor por cada ser. 
Bendito e Louvado sejas hoje e sempre pelos tempos sem fim.