domingo, 27 de janeiro de 2019

III DOMINGO DO TEMPO COMUM



Hoje, as leituras  centram-nos na “Palavra”, viva e proclamada. No pós Concílio Vaticano II a Igreja redescobriu a importância da Palavra, quer na Eucaristia, quer na nossa vida. E, com a graça de Deus, hoje, na Eucaristia, o altar da “Palavra” tem um espaço e uma importância maior que, não ficando por aí, nos transpõe para a vivência quotidiana. Como é bom Senhor Jesus escutar-Te, saber que não estamos sós e que Tu caminhas connosco e nos guias. Que o nosso coração se abra sempre à Tua Palavra.


Na 1ªleitura (Ne 8, 2-4a.5-6.8-10) sentimos como o povo de Israel, ao recuperar a sua memória, enquanto povo escolhido por Deus, através da proclamação e explicação da Palavra, se sente comovido, agradecido e responsabilizado e, por isso, faz festa, celebra na alegria. A “Palavra” é um tempo de encontro entre o Povo e Deus. Que a Eucaristia possa ser também hoje, para cada um de nós, o tempo do encontro com Deus, na alegria da escuta da Sua Palavra. 
“Naqueles dias, o sacerdote Esdras trouxe o Livro da Lei perante a assembleia de homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês. Desde a aurora até ao meio dia, fez a leitura do Livro, no largo situado diante da Porta das Águas, diante dos homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender. Todo o povo ouvia atentamente a leitura do Livro da Lei. O escriba Esdras estava de pé num estrado de madeira feito de propósito. Estando assim em plano superior a todo o povo, Esdras abriu o Livro à vista de todos; e quando o abriu, todos se levantaram. Então Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus, e todo o povo respondeu, erguendo as mãos: «Ámen! Ámen!». E prostrando-se de rosto por terra, adoraram o Senhor. Os levitas liam, clara e distintamente, o Livro da Lei de Deus e explicavam o seu sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura. Então o governador Neemias, o sacerdote e escriba Esdras, bem como os levitas, que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: «Hoje é um dia consagrado ao Senhor vosso Deus. Não vos entristeçais nem choreis». – Porque todo o povo chorava, ao escutar as palavras da Lei –. Depois Neemias acrescentou: «Ide para vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado. Hoje é um dia consagrado a nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza».”


Na 2ª leitura (1 Cor 12, 12-30) S.Paulo, com uma linguagem, tão simples e clara, quanto bela, desafia-nos a vivermos na unidade, guiados pela Palavra de Deus. Tendo, cada um, os diferentes dons que o Senhor lhe dá, em favor de toda a comunidade, todos somos chamados a viver no Senhor, Jesus Cristo, como um só Corpo. 
“Irmãos: Assim como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim sucede também em Cristo. Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos batizados num só Espírito para constituirmos um só corpo e a todos nos foi dado a beber um só Espírito. De facto, o corpo não é constituído por um só membro, mas por muitos. Se o pé dissesse: «Uma vez que não sou mão, não pertenço ao corpo», nem por isso deixaria de fazer parte do corpo. E se a orelha dissesse: «Uma vez que não sou olho, não pertenço ao corpo», nem por isso deixaria de fazer parte do corpo. Se o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros, segundo a sua vontade. Se todo ele fosse um só membro, que seria do corpo? Há, portanto, muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: «Não preciso de ti»; nem a cabeça dizer aos pés: «Não preciso de vós». Pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são os mais necessários; os que nos parecem menos honrosos cuidamo-los com maior consideração; e os nossos membros menos decorosos são tratados com maior decência: os que são mais decorosos não precisam de tais cuidados. Deus organizou o corpo, dispensando maior consideração ao que dela precisa, para que não haja divisão no corpo e os membros tenham a mesma solicitude uns com os outros. Deste modo, se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele. Vós sois corpo de Cristo e seus membros, cada um por sua parte. Assim, Deus estabeleceu na Igreja em primeiro lugar apóstolos, em segundo profetas, em terceiro doutores. Vêm a seguir os dons dos milagres, das curas, da assistência, de governar, de falar diversas línguas. Serão todos apóstolos? Todos profetas? Todos doutores? Todos farão milagres? Todos terão o poder de curar? Todos falarão línguas? Terão todos o dom de as interpretar?”


No evangelho (Lc 1, 1-4; 4, 14-21) escutamos a Palavra viva, Jesus Cristo. É Jesus que nos centra n’Ele mesmo, como Aquele que Deus ungiu e enviou para nos libertar a todos. Deixemo-nos cativar, habitar, pelo Senhor Jesus, para que, também através de nós, aqueles, que connosco convivem, possam experimentar o quanto são amados por Deus.
“Já que muitos empreenderam narrar os factos que se realizaram entre nós, como no-los transmitiram os que, desde o início, foram testemunhas oculares e ministros da palavra, também eu resolvi, depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens, escrevê-las para ti, ilustre Teófilo, para que tenhas conhecimento seguro do que te foi ensinado. Naquele tempo, Jesus voltou da Galileia, com a força do Espírito, e a sua fama propagou-se por toda a região. Ensinava nas sinagogas e era elogiado por todos. Foi então a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».” 


Senhor, que eu meu coração se abra sempre à Tua Palavra.

domingo, 20 de janeiro de 2019

V DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras deste quinto domingo do tempo comum interpelam-nos diretamente e, ao mesmo tempo, desafiam-nos a sermos, também nós, pescadores de homens, missionários do e no nosso tempo.


Na 1ªleitura (Is 6, 1-2a.3-8) é o profeta Isaías que nos explica como o sentir-se chamado é um dom de Deus. Depois, dá-nos um testemunho sobre a sua vocação e ensina-nos que Deus faz o caminho com cada um, respeitando-o tal qual é. O Senhor chama-nos, mas deixa-nos livres de lhe dar uma resposta positiva, ou negativa. Isaías respondeu: «Eis-me aqui: podeis enviar-me». Façamos como Isaías, abramos o nosso coração a Deus e deixemo-nos inundar pelo Espírito Santo. Ele nos iluminará na resposta a dar ao Senhor.
“No ano em que morreu Ozias, rei de Judá, vi o Senhor, sentado num trono alto e sublime; a fímbria do seu manto enchia o templo. À sua volta estavam serafins de pé, que tinham seis asas cada um e clamavam alternadamente, dizendo: «Santo, santo, santo é o Senhor do Universo. A sua glória enche toda a terra!». Com estes brados as portas oscilavam nos seus gonzos e o templo enchia-se de fumo. Então exclamei: «Ai de mim, que estou perdido, porque sou um homem de lábios impuros, moro no meio de um povo de lábios impuros e os meus olhos viram o Rei, Senhor do Universo». Um dos serafins voou ao meu encontro, tendo na mão um carvão ardente que tirara do altar com uma tenaz. Tocou-me com ele na boca e disse-me: «Isto tocou os teus lábios: desapareceu o teu pecado, foi perdoada a tua culpa». Ouvi então a voz do Senhor, que dizia: «Quem enviarei? Quem irá por nós?». Eu respondi: «Eis-me aqui: podeis enviar-me».” 


Na 2ªleitura (1 Cor 15, 1-11) é S.Paulo que nos fala sobre aqueles a quem Deus escolheu e nos afirma, baseado na sua própria experiência, que ninguém está fora dos planos de Deus, ainda que, por vezes, no seu caminho, tenha feito escolhas erradas. É com tudo o que somos, com toda a nossa história de vida, que Deus nos quer, nos chama e nos envia a anunciar a boa nova do Seu Reino a todos os que fazem parte do nosso quotidiano. 
“Recordo-vos, irmãos, o Evangelho que vos anunciei e que recebestes, no qual permaneceis e pelo qual sereis salvos, se o conservais como eu vo-lo anunciei; aliás teríeis abraçado a fé em vão. Transmiti-vos em primeiro lugar o que eu mesmo recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze. Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maior parte ainda vive, enquanto alguns já faleceram. Posteriormente apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos. Em último lugar, apareceu-me também a mim, como o abortivo. Porque eu sou o menor dos Apóstolos e não sou digno de ser chamado Apóstolo, por ter perseguido a Igreja de Deus. Mas pela graça de Deus sou aquilo que sou e a graça que Ele me deu não foi inútil. Pelo contrário, tenho trabalhado mais que todos eles, não eu, mas a graça de Deus, que está comigo. Por conseguinte, tanto eu como eles, é assim que pregamos; e foi assim que vós acreditastes.”


No evangelho (Lc 5, 1-11)  sentimo-nos povo, igreja, ao redor de Jesus, a escutar a palavra de Deus. Por outro lado, o efeito dessa palavra em Pedro e nos outros primeiros discípulos, leva-os primeiro a confiar  e a fazer, contra todas as evidências, o que Jesus lhes pede, isto é, a lançar as redes de novo, mesmo sabendo que não tinham conseguido encontrar nenhum peixe durante toda a noite. E é esta disponibilidade, confiança e entrega em Jesus que tudo transforma, tornando estes pescadores de peixe em pescadores de homens.  
Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos, de tal modo que quase se afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus.”


Senhor Jesus, meu Senhor e meu Deus, que eu aprenda a confiar sempre em Ti, para além de todas as evidências. Que nunca, mas nunca mesmo, duvide do Teu Amor por cada ser vivente.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

FESTA DO BATISMO DO 
SENHOR JESUS - 2019


É com a festa do “Batismo do Senhor Jesus” que a Igreja dá por concluídas as festividades do Natal e inicia o Tempo Comum. Depois de um tempo forte, de chamamento à contemplação da manifestação do Mistério do Amor de Deus pelo homem, começa um tempo de interiorização na vida. Com Jesus, que agora inicia a Sua vida pública, vamos caminhando na descoberta do Amor de Deus. É Ele, o Filho, no qual Deus colocou toda a Sua complacência, quem nos vai conduzindo até ao Pai, e no-L’O vai revelando como o Amor sem fim por cada um de nós em particular e por todos em geral.


Na 1ªleitura (Is 42, 1-4.6-7) o profeta Isaías transpõe-nos já para o tempo de Jesus e identifica-O como o Servo de Javé, o enlevo de Deus, o Seu Filho, muito amado, que veio restabelecer a Aliança de Deus com os homens, que veio ser a luz das nações. Deixemo-nos iluminar por este Amor sem fim.
“Diz o Senhor: «Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas». 


Na 2ªleitura (Atos 10, 34-38) S.Pedro fala-nos do batismo de Jesus e de como a Sua ação vai para além do povo de Israel, pois destina-se a todas as pessoas de qualquer nação. Jesus veio trazer a Paz a toda a humanidade. 
“Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Na verdade, eu reconheço que Deus não faz aceção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável. Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio, porque Deus estava com Ele».” 


No Evangelho (Lc 3, 15-16.21-22) o Céu desce à Terra e revela-nos Jesus, como o Filho muito amado de Deus Pai. É a Trindade Santa que se faz presente no meio dos homens. É um momento único na nossa história da salvação, é Deus Uno e Trino presente no meio de nós. É o início de um tempo novo, o tempo de Jesus, o Filho de Deus no meio dos homens. Deixemos que o Seu Santo Espírito nos invada, nos transforme o coração e assim possamos, também nós, hoje, nas nossas vidas testemunhá-L’O, anunciá-L’O.
“Naquele tempo, o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias. João tomou a palavra e disse-lhes: «Eu batizo-vos com água, mas vai chegar quem é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar as correias das sandálias. Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo». Quando todo o povo recebeu o batismo, Jesus também foi batizado; e, enquanto orava, o céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal, como uma pomba. E do céu fez-se ouvir uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência».” 

Envia sobre mim Senhor o Teu Santo Espírito e ilumina-me, transforma-me.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR - 2019


Hoje, excecionalmente, coincide o domingo, com o dia 6 de janeiro, em que celebramos a Solenidade da Epifania do Senhor. É caso para dizer que, liturgicamente, hoje também celebramos esta festa no chamado “Dia de Reis”.  As leituras desta celebração envolvem-nos numa dinâmica de luz e de salvação, de procura e de encontro, de caminho e de esperança. É mesmo só abrir o coração e deixar Deus entrar. Acompanhemos os Reis Magos.


Na 1ªleitura (Is 60, 1-6) Isaías envolve-nos na alegria dos que vêm de longe e se reúnem à volta do Senhor.
“Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e brilha sobre ti a glória do Senhor. Vê como a noite cobre a terra e a escuridão os povos. Mas, sobre ti levanta-Se o Senhor e a sua glória te ilumina. As nações caminharão à tua luz e os reis ao esplendor da tua aurora. Olha ao redor e vê: todos se reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos vão chegar de longe e as tuas filhas são trazidas nos braços. Quando o vires ficarás radiante, palpitará e dilatar-se-á o teu coração, pois a ti afluirão os tesouros do mar, a ti virão ter as riquezas das nações. Invadir-te-á uma multidão de camelos, de dromedários de Madiã e Efá. Virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando as glórias do Senhor.”


Na 2ªleitura (Ef 3, 2-3a.5-6)  S.Paulo, baseado no que vivenciou, afirma categoricamente que a humanidade inteira, mesmo os que não pertencem ao povo eleito, são, em Cristo Jesus, filhos de Deus. Esta é a certeza que nos deixaram os santos apóstolos e os profetas: também nós, hoje, pertencemos ao Corpo de Cristo, formamos a Sua Igreja.
“Irmãos: Certamente já ouvistes falar da graça que Deus me confiou a vosso favor: por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo. Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.”


No evangelho (Mt 2, 1-12) S.Mateus numa catequese sobre Jesus, o nosso salvador, confirma a universalidade da salvação. O que mais me impressiona, neste texto, é como a atenção aos sinais (em todos os tempos), a disponibilidade de coração e a perseverança, podem solucionar, transformar , salvar, o que parece uma tragédia, ou se pressupõe como perdido, impossível de resolver. Foi, acho eu, o que aconteceu com os reis vindos do Oriente, com Maria, com S. José e com os pastores, pois perceberam os sinais recebidos, escutaram-nos, confiaram, entregaram-se totalmente a Deus e glorificaram o Senhor pelas Suas maravilhas. E é também o que acontece, hoje, com cada um de nós, quando abre o seu coração a Deus e se deixa invadir pelo Espírito Santo.
“Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.”


Senhor ensina-me a olhar, escutar e seguir os sinais que pões no meu caminho.