sábado, 28 de agosto de 2021

XXII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Nas leituras deste domingo somos convidados a deixarmo-nos “fazer” pela Palavra de Deus, a deixarmo-nos “construir” pela Lei do Senhor. Como por toda a lei, é também através desta, que vamos pautando o nosso caminho e percebendo que, por si só, pode levar a um cumprimento rígido e despersonalizado na vivência comunitária. Mas, enraizada na vida, em Deus Amor, a Lei do Senhor transforma-nos em seres respeitadores e solidários em relação a tudo e a todos, torna-nos parte do povo de Deus, ou melhor, faz-nos comunhão com todos os irmãos em Cristo.

Na 1ªleitura (Deut 4, 1-2.6-8) Moisés fala-nos da lei de Deus, dos seus benefícios e da necessidade de a aplicar na vida. Mas, no final, quando se reporta ao seu autor, o coração salta-nos no peito, porque nos centra no Amor d’Aquele que nos é tão próximo, que nos habita na Sua Lei e Se faz um connosco. Quem, como nós, tem um Deus assim imanente a si próprio e a cada ser vivente, por Si criado, para vivermos todos em comunhão!? Só o Amor dá sentido à Lei, só n’Ele é possível amarmo-nos uns aos outros.

“Moisés falou ao povo, dizendo: «Agora escuta, Israel, as leis e os preceitos que vos dou a conhecer e ponde-os em prática, para que vivais e entreis na posse da terra que vos dá o Senhor, Deus de vossos pais. Não acrescentareis nada ao que vos ordeno, nem suprimireis coisa alguma, mas guardareis os mandamentos do Senhor vosso Deus, tal como eu vo-los prescrevo. Observai-os e ponde-os em prática: eles serão a vossa sabedoria e a vossa prudência aos olhos dos povos, que, ao ouvirem falar de todas estas leis, dirão: ‘Que povo tão sábio e tão prudente é esta grande nação!’. Qual é, na verdade, a grande nação que tem a divindade tão perto de si como está perto de nós o Senhor, nosso Deus, sempre que O invocamos? E qual é a grande nação que tem mandamentos e decretos tão justos como esta lei que hoje vos apresento?».”

Na 2ªleitura (Tg 1, 17-18.21b-22.27) é S.Tiago que nos alerta para o perigo de ouvirmos o que a lei nos diz, mas não vivermos segundo os seus princípios e normas. Que adianta escutarmos a Lei se não a pusermos em prática. É na vida, junto dos que connosco se relacionam, que se testa a qualidade da nossa escuta. Que o Senhor preencha o nosso coração, inunde o nosso ser e a nossa vida espelhará o que nos vais na alma.

Caríssimos irmãos: Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto, descem do Pai das luzes, no qual não há variação nem sombra de mudança. Foi Ele que nos gerou pela palavra da verdade, para sermos como primícias das suas criaturas. Acolhei docilmente a palavra em vós plantada, que pode salvar as vossas almas. Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes, pois seria enganar-vos a vós mesmos. A religião pura e sem mancha, aos olhos de Deus, nosso Pai, consiste em visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e conservar-se limpo do contágio do mundo.”

No Evangelho (Mc 7, 1-8.14-15.21-23) é Jesus quem nos diz que o mais importante não são os princípios e as normas da lei, mas a forma como os vivemos, no dia a dia, junto dos que nos são próximos. Que importa sabermos de cor todos os mandamentos se não vivemos o que nos preconizam? O que verdadeiramente nos carateriza, nos qualifica é o que, e o como, fazemos. Como diz o nosso povo, “palavras leva-as o vento”, o que permanece é a forma e o como pomos em prática a lei, isto é, o como vivemos e amamos.

Naquele tempo, reuniu-se à volta de Jesus um grupo de fariseus e alguns escribas que tinham vindo de Jerusalém. Viram que alguns dos discípulos de Jesus comiam com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. – Na verdade, os fariseus e os judeus em geral não comem sem ter lavado cuidadosamente as mãos, conforme a tradição dos antigos. Ao voltarem da praça pública, não comem sem antes se terem lavado. E seguem muitos outros costumes a que se prenderam por tradição, como lavar os copos, os jarros e as vasilhas de cobre –. Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Porque não seguem os teus discípulos a tradição dos antigos, e comem sem lavar as mãos?». Jesus respondeu-lhes: «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens». Depois, Jesus chamou de novo a Si a multidão e começou a dizer-lhe: «Escutai-Me e procurai compreender. Não há nada fora do homem que ao entrar nele o possa tornar impuro. O que sai do homem é que o torna impuro; porque do interior do homem é que saem as más intenções: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, cobiças, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho, insensatez. Todos estes vícios saem do interior do homem e são eles que o tornam impuro».”

Senhor, inunda-me de Ti, do Amor, para que eu viva pondo em prática a Tua Lei.

sábado, 21 de agosto de 2021

 XXI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Nas leituras de hoje, somos colocados perante as nossas escolhas em todos os momentos da vida, isto é, o que é que nos leva optar por um, ou por outro “caminho”, quando somos obrigados a decidir? Quais são os critérios que norteiam as nossas escolhas, enquanto cristãos empenhados no construir da sociedade em que vivemos? O que é que está na base das decisões, pequenas, ou grandes, que tomamos em qualquer momento da nossa vida? O que é que nos faz andar e/ou correr? Andamos atrás do quê, ou de quem? Onde e quando é Deus a nossa grande e única referência?

Na 1ªleitura (Jos 24, 1-2a.15-17.18b) Josué, já na terra prometida, não tem qualquer dúvida em proclamar, perante o povo, que quer seguir o Senhor, o Deus que os libertou do Egito e com eles fez uma aliança de Amor, desafiando o povo a fazer também a sua profissão de fé. E o povo, fazendo memória da sua história da salvação, opta por seguir o Deus da Aliança. E a história do Amor de Deus continua hoje, na vida pessoal de cada um de nós e da Igreja como povo de Deus. Tenhamos, também nós, a coragem de responder ao desafio de Josué. Em quem acreditamos?

Naqueles dias, Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém. Convocou os anciãos de Israel, os chefes, os juízes e os magistrados, que se apresentaram diante de Deus. Josué disse então a todo o povo: «Se não vos agrada servir o Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se os deuses que os vossos pais serviram no outro lado do rio, se os deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha família serviremos o Senhor». Mas o povo respondeu: «Longe de nós abandonar o Senhor para servir outros deuses; porque o Senhor é o nosso Deus, que nos fez sair, a nós e a nossos pais, da terra do Egipto, da casa da escravidão. Foi Ele que, diante dos nossos olhos, realizou tão grandes prodígios e nos protegeu durante o caminho que percorremos entre os povos por onde passámos. Também nós queremos servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus».” 

Na 2ªleitura (Ef 5, 21-32) S.Paulo fala-nos usando a linguagem do seu tempo e enraizado na sua cultura. O que diz ao efésios, sobre o amor conjugal, podendo, é certo, recorrer-se  a uma linguagem mais adequada ao novos tempos, aplica-se na sua essência também aos nossos dias: eleva a relação do casal à dimensão do amor de Deus pela Igreja ; é aí, bem na fonte do Amor trinitário, que situa o sacramento do matrimónio cristão. Rezemos pelas famílias, para que se redescubram na fonte do Amor.

“Irmãos: Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres submetam-se aos maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo, do qual é o Salvador. Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim também as mulheres se devem submeter em tudo aos maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela. Ele quis santificá-la, purificando-a no batismo da água pela palavra da vida, para a apresentar a Si mesmo como Igreja cheia de glória, sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. Assim devem os maridos amar as suas mulheres, como os seus corpos. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém, de facto, odiou jamais o seu corpo, antes o alimenta e lhe presta cuidados, como Cristo à Igreja; porque nós somos membros do seu Corpo. Por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua mulher, e serão dois numa só carne. É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja.”

No evangelho (Jo 6, 60-69) S.João transporta-nos para o evangelho de domingo passado, e para a reação às palavras de Jesus então proclamadas: «Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é minha carne, que Eu darei pela vida do mundo». E este caminho, proposto por Jesus, não agrada, desinstala e compromete. Nem todos estão dispostos a segui-l’O. Então Jesus, nos seus colaboradores mais próximos, interroga-nos, também a nós, diretamente: « Também vós quereis ir embora?». Que com a ajuda de S.Pedro encontremos a nossa resposta.

“Naquele tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus, disseram: «Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?». Jesus, conhecendo interiormente que os discípulos murmuravam por causa disso, perguntou-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do homem subir para onde estava anteriormente? O espírito é que dá vida, a carne não serve de nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida. Mas, entre vós, há alguns que não acreditam». Na verdade, Jesus bem sabia, desde o início, quais eram os que não acreditavam e quem era aquele que O havia de entregar. E acrescentou: «Por isso é que vos disse: Ninguém pode vir a Mim, se não lhe for concedido por meu Pai». A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele. Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?». Respondeu-Lhe Simão Pedro: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».” 


Senhor, envia sobre mim o Teu Santo Espírito, para que, seja qual for a situação em que encontre, eu opte por Ti, como o meu único Senhor. Que eu tenha sempre presente que antes de eu existir, já Tu me amavas infinitamente. Que eu nunca duvide do Teu Amor, por mim, por todos e por cada ser vivente, a quem chamas pelo próprio nome.

sábado, 14 de agosto de 2021

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

No final da Constituição sobre a Igreja, o Concílio Vaticano II deixou-nos uma meditação belíssima sobre Maria Santíssima. Destaco apenas as expressões que se referem ao mistério que celebramos hoje. A primeira é esta: «A Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha de culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao Céu em corpo e alma e exaltada por Deus como Rainha» (Cost. dogm. Lumen gentium, 59). Em seguida, perto do final do documento, encontramos esta expressão: «A Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há de consumar no século futuro, assim também na terra brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor» (ibid., 68). À luz deste belíssimo ícone de Nossa Mãe, podemos considerar a mensagem contida nas Leituras bíblicas que acabamos de ouvir. Podemo-nos concentrar em três palavras-chave: luta, ressurreição e esperança. 

Papa Francisco, 15-08-2013

       

A passagem do livro do Apocalipse (Ap 11, 19a; 12, 1-6a.10ab) apresenta a visão da luta entre a mulher e o dragão. A figura da mulher, que representa a Igreja, é por um lado gloriosa, triunfante, e por outro ainda se encontra em dificuldade. De fato, assim é a Igreja: se no Céu já está associada com a glória de seu Senhor, na história enfrenta constantemente as provações e desafios que supõe o conflito entre Deus e o maligno, o inimigo de todos os tempos. E, nesta luta que os discípulos devem enfrentar – todos nós, todos os discípulos de Jesus devemos enfrentar esta luta -, Maria não os deixa sozinhos; a Mãe de Cristo e da Igreja está sempre connosco. Sempre caminha connosco, está connosco. Maria também, em certo sentido, compartilha esta dupla condição. Ela, é claro, entrou definitivamente na glória do Céu. Mas isso não significa que Ela esteja longe, que esteja separada de nós; na verdade, Maria acompanha-nos, luta connosco, sustenta os cristãos no combate contra as forças do mal. A oração com Maria, especialmente o Terço – atenção: o Terço! Rezais o Terço todos os dias? Mas, não sei não... [os fiéis gritam: sim!] Sério? Bem, a oração com Maria, especialmente o Terço, também tem essa dimensão “agonística”, ou seja, de luta, uma oração que dá apoio na luta contra o maligno e seus aliados. O Terço também nos sustenta nesta batalha.

Papa Francisco, 15-08-2013


“O templo de Deus abriu-se no Céu e a arca da aliança foi vista no seu templo. Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava para ser mãe e gritava com as dores e ânsias da maternidade. E apareceu no Céu outro sinal: um enorme dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas. A cauda arrastava um terço das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra. O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe, para lhe devorar o filho, logo que nascesse. Ela teve um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. E ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o domínio do seu Ungido».” 

A segunda leitura (1 Cor 15, 20-27) fala da ressurreição. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, insiste no facto de que ser cristão significa acreditar que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos. Toda a nossa fé se baseia nesta verdade fundamental, que não é uma ideia, mas um evento. E o mistério da Assunção de Maria em corpo e alma também está inteiramente inscrito na Ressurreição de Cristo. A humanidade da Mãe foi “atraída” pelo Filho na sua passagem através da morte. Jesus entrou de uma vez por todas na vida eterna com toda a sua humanidade, a qual ele recebera de Maria. Assim, Ela, a Mãe, que o seguira fielmente durante toda a sua vida, tinha-O seguido com o coração, entrou com Ele na vida eterna, que também chamamos de Céu, Paraíso, Casa do Pai.

Maria também conheceu o martírio da Cruz: o martírio do seu coração, o martírio da alma. Ela sofreu tanto, no seu coração, enquanto que Jesus sofria na Cruz. Ela viveu a Paixão do Filho até o fundo de sua alma. Ela estava totalmente unida com Ele na morte, e por isso foi-Lhe dado o dom da ressurreição. Cristo como primícias dos Ressuscitados, e Maria como primícias dos redimidos, a primeira daqueles “que pertencem a Cristo”. Ela é nossa Mãe, mas também podemos dizer que é nossa representante, nossa irmã, nossa primeira irmã; Ela é a primeira entre os redimidos que chegou ao Céu.

Papa Francisco, 15-08-2013


“Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos; porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder. É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte, porque Deus tudo colocou debaixo dos seus pés. Mas quando se diz que tudo Lhe está submetido é claro que se excetua Aquele que Lhe submeteu todas as coisas. “

O Evangelho (Lc 1, 39-56) sugere-nos uma terceira palavra: esperança. A esperança é a virtude daqueles que, experimentando o conflito, a luta diária entre a vida e a morte, entre o bem e o mal, creem na Ressurreição de Cristo, na vitória do Amor. Escutamos o canto de Maria, o Magnificat: é o cântico da esperança, é o cântico do Povo de Deus no seu caminhar através da história. É o cântico de muitos santos e santas, alguns conhecidos, outros – muitíssimos – desconhecidos, mas bem conhecidos por Deus: mães, pais, catequistas, missionários, padres, freiras, jovens, e também crianças, avôs e avós; eles enfrentaram a luta da vida, levando no coração esperança dos pequenos e dos humildes. Maria diz: «A minha alma engrandece ao Senhor» - hoje a Igreja também canta a mesma coisa, e canta-o em todas as partes do mundo. Este cântico é particularmente intenso, onde o Corpo de Cristo hoje está sofrendo a Paixão. Onde está a Cruz, para nós cristãos, há esperança, sempre. Se não há esperança, nós não somos cristãos. Por isso gosto de dizer: não deixeis que vos roubem a esperança. Que não vos roubeis a esperança, porque esta força é uma graça, um dom de Deus que nos leva para frente, olhando para o Céu. E Maria está sempre lá, próxima dessas comunidades, desses nossos irmãos, caminhando com eles, sofrendo com eles, e cantando com eles o Magnificat da esperança.

Queridos irmãos e irmãs, unamo-nos com todo o coração a este cântico de paciência e de vitória, de luta e de alegria, que une a Igreja triunfante com a Igreja que peregrina, ou seja, nós; que une a terra com o Céu, que une a nossa história com a eternidade, para a qual caminhamos. Assim seja.

Papa Francisco, 15-08-2013


“Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. 
Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». Maria disse então: 
«A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.  O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.” 

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Portugal: Semana das Migrações decorre de 8 a 15 de agosto

A 49ª edição da Semana Nacional das Migrações dá início à preparação do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado que se celebra a 26 de setembro.



Decorre de 8 a 15 de agosto em Portugal a Semana Nacional das Migrações.  Com o tema “Rumo a um nós cada vez maior” esta é a 49ª edição que inclui a já tradicional Peregrinação Nacional ao Santuário de Fátima.

Vídeo do Papa - mês de Agosto - Ecclesia

Vaticano: Papa convida católicos a rezar por mudanças na Igreja (c/vídeo)

Intenção de oração do mês de agosto propõe reforma «à luz do Evangelho»

sábado, 7 de agosto de 2021

 XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

As leituras de hoje vêm na sequência das dois últimos domingos, na medida em que nos centram no mistério do Amor Infinito de Deus, mais especificamente, no Pão Vivo que desceu do Céu, no Único alimento que nos sacia verdadeiramente, que é Jesus, o Filho de Deus que nos habita ontem, hoje e pelos séculos sem fim. Somos desafiados a acreditar, a confiar, que o verdadeiro alimento vem de Deus, uma e outra vez, sempre que d’Ele necessitarmos, para saciar as mais variadas “fomes” que nos permitem prosseguir a caminhada que nos leva ao encontro com Ele.

Na 1ªleitura (1 Reis 19, 4-8), com Elias, maravilhamo-nos com a forma como Deus, mesmo com os nossos limites e desistências, encontra sempre o melhor meio para nos confortar, alimentar e dar forças para prosseguirmos o caminho do encontro com Ele e com os outros. É assim o nosso Deus, nunca nos deixa sós, nunca nos abandona, insiste uma e outra vez, tantas quantas forem necessárias, para que nos voltemos para Ele, para que prossigamos até ao “Monte de Deus, Horeb”. 

«Naqueles dias, Elias entrou no deserto e andou o dia inteiro. Depois sentou-se debaixo de um junípero e, desejando a morte, exclamou: «Já basta, Senhor. Tirai-me a vida, porque não sou melhor que meus pais». Deitou-se por terra e adormeceu à sombra do junípero. Nisto, um Anjo tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come». Ele olhou e viu à sua cabeceira um pão cozido sobre pedras quentes e uma bilha de água. Comeu e bebeu e tornou a deitar-se. O Anjo do Senhor veio segunda vez, tocou-lhe e disse: «Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a percorrer». Elias levantou-se, comeu e bebeu. Depois, fortalecido com aquele alimento, caminhou durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte de Deus, Horeb.»

Na 2ª leitura (Ef 4, 30 – 5, 2) S.Paulo relembra-nos que, se aceitamos que somos filhos, no Filho, então as nossas atitudes, no dia a dia da vida, devem refletir Aquele que é o Único e verdadeiro alimento, Jesus Cristo. Elenca, concretizando, os comportamentos que devemos ter e os que devemos eliminar na relação com os outros. E, hoje, como ontem, a lista está atualizadíssima. 

«Irmãos: Não contristeis o Espírito Santo de Deus, que vos assinalou para o dia da redenção. Seja eliminado do meio de vós tudo o que é azedume, irritação, cólera, insulto, maledicência e toda a espécie de maldade. Sede bondosos e compassivos uns para com os outros e perdoai-vos mutuamente, como Deus também vos perdoou em Cristo. Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados. Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que nos amou e Se entregou por nós, oferecendo-Se como vítima agradável a Deus.»

No Evangelho (Jo 6, 41-51) é Jesus que nos dá a razão de ser da nossa fé, Ele próprio, que sendo Deus Filho, no seio da Trindade, a nós desce, feito homem e, num mistério tão profundo, de um amor infinito por todos e cada um de nós, connosco permanece e nos permite recebê-l'O em cada eucaristia. Tu já sabias que sem o Teu alimento, sem Ti, não conseguiríamos prosseguir a nossa caminhada para Deus. Oh que maravilha de mistério amoroso é este em que somos convidados a participar em cada eucaristia. Mil graças Senhor pelo Teu infinito Amor! 

«Naquele tempo, os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito: «Eu sou o pão que desceu do Céu». E diziam: «Não é Ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?». Jesus respondeu-lhes: «Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo». 

 

Glória, Glória a Deus nas alturas, Senhor Jesus Cristo, Filho Unigénito, com o Espírito Santo na Glória de Deus Pai.