sábado, 25 de maio de 2019

DOMINGO VI DA PÁSCOA


Nas leituras deste domingo, a boa nova, que Jesus  nos traz, tem a ver com a certeza de que Ele vive em nós, habita todo o nosso ser e faz da Igreja, e de cada um, a sua morada, trazendo-nos a Sua Paz. Somos, de facto, casa de Deus! Senhor, habitando cada um vais-Te dando a conhecer à humanidade inteira. Que todos, os que Te procuram, tenham a possibilidade de Te conhecer e corresponder ao teu amor infinito por eles.


Na 1ªleitura (Atos 15, 1-2.22-29) continuamos a acompanhar a vivência das primeiras comunidades. Vemos como os primeiros cristãos agiam perante as dificuldades surgidas e, dando-nos conta de que recorriam à Igreja mãe, percebemos que, antes de tudo, permaneciam em oração e, só depois de pedirem e invocarem a ação do Espírito Santo, é que passavam à análise e discussão dos problemas, na procura de uma solução eclesial. Seja qual for o problema, ou situação, que nos aflige e angustia, Deus está sempre connosco, por isso façamos como os primeiros cristãos nos ensinam, primeiro oremos e ponhamos tudo nas mãos de Deus, depois, deixando-nos guiar e confiando no Espírito Santo, partamos para a ação.
“Naqueles dias, alguns homens que desceram da Judeia ensinavam aos irmãos de Antioquia: «Se não receberdes a circuncisão, segundo a Lei de Moisés, não podereis salvar-vos». Isto provocou muita agitação e uma discussão intensa que Paulo e Barnabé tiveram com eles. Então decidiram que Paulo e Barnabé e mais alguns discípulos subissem a Jerusalém, para tratarem dessa questão com os Apóstolos e os anciãos. Os Apóstolos e os anciãos, de acordo com toda a Igreja, decidiram escolher alguns irmãos e mandá-los a Antioquia com Barnabé e Paulo. Eram Judas, a quem chamavam Barsabás, e Silas, homens de autoridade entre os irmãos. Mandaram por eles esta carta: «Os Apóstolos e os anciãos, irmãos vossos, saúdam os irmãos de origem pagã residentes em Antioquia, na Síria e na Cilícia. Tendo sabido que, sem nossa autorização, alguns dos nossos vos foram inquietar, perturbando as vossas almas com as suas palavras, resolvemos, de comum acordo, escolher delegados para vo-los enviarmos, juntamente com os nossos queridos Barnabé e Paulo, homens que expuseram a sua vida pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso vos mandamos Judas e Silas, que vos transmitirão de viva voz as nossas decisões. O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além destas que são indispensáveis: abster-vos da carne imolada aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e das relações imorais. Procedereis bem, evitando tudo isso. Adeus».”


Na 2ªleitura (Ap 21, 10-14.22-23) S.João transporta-nos para a presença de Deus na glória celeste, na cidade santa de Jerusalém, que “não precisa da luz do sol nem da lua, porque a glória de Deus a ilumina e a sua lâmpada é o Cordeiro.  Contemplemos a glória do nosso Deus! 
“Um Anjo transportou-me em espírito ao cimo de uma alta montanha e mostrou-me a cidade santa de Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, resplandecente da glória de Deus. O seu esplendor era como o de uma pedra preciosíssima, como uma pedra de jaspe cristalino. Tinha uma grande e alta muralha, com doze portas e, junto delas, doze Anjos; tinha também nomes gravados, os nomes das doze tribos dos filhos de Israel: três portas a nascente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas a poente. A muralha da cidade tinha na base doze reforços salientes e neles doze nomes: os dos doze Apóstolos do Cordeiro. Na cidade não vi nenhum templo, porque o seu templo é o Senhor Deus omnipotente e o Cordeiro. A cidade não precisa da luz do sol nem da lua, porque a glória de Deus a ilumina e a sua lâmpada é o Cordeiro." 


No Evangelho (Jo 14, 23-29) Jesus, ao despedir-se fisicamente dos seus, deixa-lhes a eles, mas também a nós, cristãos de hoje, o melhor dos testamentos, o envio do Espírito Santo, que fará, em cada um dos que se Lhe abrir, um caminho de encontro com o Amor, Deus Uno e Trino. Para uns será mais curto, para outros mais longo, mas sempre será um encontro na plenitude do Amor, na felicidade da criatura que se vê no Criador, no amado que se preenche no Amor, deixando-se fazer e reconstruir pela Palavra. Até lá abramos a alma a Jesus e deixemo-nos habitar e conduzir por Ele.
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse. Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes que Eu vos disse: Vou partir, mas voltarei para junto de vós. Se Me amásseis, ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai, porque o Pai é maior do que Eu. Disse-vo-lo agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, acrediteis».” 


Senhor, que eu me deixe conduzir pelo Espírito Santo, na escuta da Tua Palavra. Que eu me deixe habitar por Ti.

domingo, 19 de maio de 2019

19 de maio de 2019 - Ordenação Presbiteral de Rui Ruivo


Deus seja louvado pela graça 
deste novo sacerdote na diocese de Leiria-Fátima.
Que o Senhor, nosso Deus, seja a sua única força, em quem sempre se apoie. Que só Ele seja a razão de ser da sua vida.
Invoquemos as bênçãos de Deus e a proteção de Nossa Senhora para o Pe.Rui Ruivo.
DOMINGO DA PÁSCOA


Hoje, as leituras centram-nos no maior desafio que Jesus propôs aos seus discípulos e consequentemente também a nós, cristãos dos novos tempos: amai-vos uns aos outros, como eu vos amei. Sabendo até onde Jesus foi, por amor ao Pai e a cada um de nós, percebemos que a medida maior que Jesus coloca a cada cristão, e à Sua Igreja, é a vivência deste mandamento. Será este o sinal distintivo dos que seguem Jesus: o Amor. É verdade que é Deus quem ama, só Ele ama verdadeira e infinitamente, sem nunca se cansar, sempre pronto a dar-se a quem O procura de coração sincero, seja qual for a situação em que se encontre, mas ama em nós e através de cada um de nós. Saibamos ser o elo de transmissão da comunicação de Deus Amor, a todos aqueles com quem vivemos, nos movemos e existimos.


Na primeira leitura (Atos 14, 21b-27) continuamos a acompanhar a primeira viagem apostólica, missionária, de S.Paulo. Percebemos como o apóstolo, para além da evangelização, foi ajudando a constituir as comunidades, estabelecendo anciãos e também princípios e normas organizativos. Trazia às comunidades a sua vivência do ser Igreja e, depois de terminada cada viagem, comunicava à Igreja tudo o que Deus fizera com eles. Assim, desde o princípio, se podia entender a unidade de todos, numa só Igreja.
“Naqueles dias, Paulo e Barnabé voltaram a Listra, a Icónio e a Antioquia. Iam fortalecendo as almas dos discípulos e exortavam-nos a permanecerem firmes na fé, «porque – diziam eles – temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus». Estabeleceram anciãos em cada Igreja, depois de terem feito orações acompanhadas de jejum, e encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham acreditado. Atravessaram então a Pisídia e chegaram à Panfília; depois, anunciaram a palavra em Perga e desceram até Atalia. De lá embarcaram para Antioquia, de onde tinham partido, confiados na graça de Deus, para a obra que acabavam de realizar. À chegada, convocaram a Igreja, contaram tudo o que Deus fizera com eles e como abrira aos gentios a porta da fé.”

Na 2ªleitura (Ap 21, 1-5ª) antevemos, nas palavras de S.João, que só, um dia, quando  o que  Jesus iniciou na manhã de Páscoa atingir a plenitude, a humanidade resplandecerá numa união total com o Seu Criador e  Deus será tudo em todos. Até lá temos um caminho a percorrer, sabendo que Jesus já ressuscitou, vive em nós, por isso é no hoje, no agora, onde temos tribulações e angústias, que somos convidados a deixar que Deus se manifeste, resplandeça, intervenha, através da forma como vivemos e agimos com todos os que fazem parte da nossa vida, na certeza de que o Amor vencerá sempre e que n’Ele e por Ele, tudo vale a pena. 
“Eu, João, vi um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo. Do trono ouvi uma voz forte que dizia: «Eis a morada de Deus com os homens. Deus habitará com os homens: eles serão o seu povo e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu». Disse então Aquele que estava sentado no trono: «Vou renovar todas as coisas».”

No evangelho (Jo 13, 31-33a.34-35) Jesus deixa-nos como testamento um mandamento novo, o mandamento do Amor. Que, pelo nosso agir, nos identifiquem como aqueles que põem este mandamento em prática, no desenrolar da vida.
“Quando Judas saiu do Cenáculo, disse Jesus aos seus discípulos: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros».”

Senhor, ensina-me a amar sempre os que pões no meu caminho, ou melhor, ama-os em mim.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

sábado, 11 de maio de 2019

 DOMINGO IV DA PÁSCOA


Hoje a Igreja, neste dia de Oração Mundial pelas Vocações, celebra o Dia do Bom Pastor. As leituras estão centradas no Cordeiro, o Bom Pastor, que a todos conduz para as fontes de água viva, a todos leva até Deus. E, hoje, mais do que nunca, a imagem de sermos um só povo em marcha para o Pai, é um desafio a ser vivido em Jesus Ressuscitado, num esforço de todos n’Ele vivermos para que Deus, um dia, na plenitude dos tempos, seja tudo em todos. Deixemo-nos conduzir pelo Bom Pastor.

Na 1ªleitura (Atos 13, 14.43-52)  o autor sagrado (S.Lucas) dá-nos conta de como o Espírito Santo conduz a Igreja, nos primeiros tempos, através de Paulo e de Barnabé. O que mais me impressiona, neste texto, é a importância da resposta de amor dada a Deus, pelos primeiros apóstolos que Jesus chamou e pelos que os seguiram. Porque disseram sim e deixaram tudo para O seguir, o anúncio do Reino chegou aos “quatro” cantos do mundo. Se naquele tempo, onde as dificuldades de comunicação eram tão grandes, foi possível uma tão ampla difusão da mensagem de Jesus, porque é que hoje, na sociedade dita da informação, onde parece que não há barreiras no que diz respeito às comunicações, Deus no Seu Amor infinito por cada ser vivente, não é mais conhecido e amado?! Deixemo-nos inundar pelo Espírito Santo e sigamos o projeto que Deus tem para nós, fazendo a nossa parte. “Naqueles dias, Paulo e Barnabé seguiram de Perga até Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. Terminada a reunião da sinagoga, muitos judeus e prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, que nas suas conversas com eles os exortavam a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra do Senhor. Ao verem a multidão, os judeus encheram-se de inveja e responderam com blasfémias. Corajosamente, Paulo e Barnabé declararam: «Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Uma vez, porém, que a rejeitais e não vos julgais dignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, pois assim nos mandou o Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação até aos confins da terra’». Ao ouvirem estas palavras, os gentios encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé e a palavra do Senhor divulgava-se por toda a região. Mas os judeus, instigando algumas senhoras piedosas mais distintas e os homens principais da cidade, desencadearam uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. Estes, sacudindo contra eles o pó dos seus pés, seguiram para Icónio. Entretanto, os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.”

Na 2ªleitura (Ap 7, 9.14b-17) S.João ajuda-nos a entrar numa atmosfera de comunhão com o Cordeiro, que está sentado no trono e conduz toda a humanidade para o Pai. Entreguemo-nos de coração ao Bom Pastor e deixemos que nos conduza a Deus, que enxugará as lágrimas dos nossos olhos. “Eu, João, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. Um dos Anciãos tomou a palavra para me dizer: «Estes são os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, servindo-O dia e noite no seu templo. Aquele que está sentado no trono abrigá-los-á na sua tenda. Nunca mais terão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente cairão sobre eles. O Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva. E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos».” 

No evangelho (Jo 10, 27-30)  S. João revela-nos Jesus, como o Bom Pastor. Confiemos-Lhe tudo o que somos e temos, deixemo-nos amar totalmente por Ele, que nos ama, a cada um de nós e à humanidade inteira, infinitamente. “Naquele tempo, disse Jesus: «As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».”

Senhor, que tens também para mim um projeto de amor, envia sobre mim o Teu Santo Espírito, para que eu Te dê sempre o meu sim.

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O 56º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES


A coragem de arriscar pela promessa de Deus


Queridos irmãos e irmãs!
Depois da experiência vivaz e fecunda, em outubro passado, do Sínodo dedicado aos jovens, celebramos recentemente no Panamá a XXXIV Jornada Mundial da Juventude. Dois grandes eventos que permitiram à Igreja prestar ouvidos à voz do Espírito e também à vida dos jovens, aos seus interrogativos, às canseiras que os sobrecarregam e às esperanças que neles vivem.
Neste Dia Mundial de Oração pelas Vocações, retomando precisamente aquilo que pude partilhar com os jovens no Panamá, desejo refletir sobre a chamada do Senhor enquanto nos torna portadores duma promessa e, ao mesmo tempo, nos pede a coragem de arriscar com Ele e por Ele. Quero deter-me brevemente sobre estes dois aspetos – a promessa e o risco –, contemplando juntamente convosco a cena evangélica da vocação dos primeiros discípulos junto do lago da Galileia (cf. Mc 1, 16-20).

sábado, 4 de maio de 2019

DOMINGO III DA PÁSCOA


Nas leituras de hoje, sentimo-nos convidados para a mesa do Senhor. É Jesus quem nos convida e, ao mesmo tempo, nos desafia a deixarmo-nos alimentar por Ele mesmo, a confiarmos totalmente em Deus e a entregarmo-nos, de tal forma, que o Senhor seja o nosso único alimento. Só em Jesus poderemos ser transmissores de Deus Amor a todos os que Ele coloca no nosso caminho. Deus é todo Amor, sempre pronto a dar-se a todo o que O procura, de coração sincero, por isso só alimentados d’Ele e n’Ele seremos comunicadores do Amor, onde quer que nos encontremos.  Não é fácil, mas em Jesus a vitória é certa. Ele venceu a morte!


Na 1ªleitura (Atos 5, 27b-32.40b-41) os apóstolos dão-nos um testemunho de fé fortíssimo, pois cheios do Espírito Santo, anunciam Jesus ressuscitado e a sua doutrina, incorrendo em toda a espécie de riscos, incluindo o da própria vida. O que mais espanta, é que de homens cheios de medo, trancados numa sala, tornaram-se anunciadores desassombrados de Jesus ressuscitado, ficando alegres por serem ultrajados por causa do nome de Jesus. A força do Espírito Santo é visível nesta transformação. Vem, Espírito Santo sobre nós, cristãos do séc.XXI e acende, nos nossos corações, o fogo do Teu Amor, para que também nós, hoje, em todas as situações vida, sejamos testemunhas de Jesus ressuscitado e do Amor de Deus por todos e por cada um de nós. 
Naqueles dias, o sumo sacerdote falou aos Apóstolos, dizendo: «Já vos proibimos formalmente de ensinar em nome de Jesus; e vós encheis Jerusalém com a vossa doutrina e quereis fazer recair sobre nós o sangue desse homem». Pedro e os Apóstolos responderam: «Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens. O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós destes a morte, suspendendo-O no madeiro. Deus exaltou-O pelo seu poder, como Chefe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e o perdão dos pecados. E nós somos testemunhas destes factos, nós e o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que Lhe obedecem». Então os judeus mandaram açoitar os Apóstolos, intimando-os a não falarem no nome de Jesus, e depois soltaram-nos. Os Apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido serem ultrajados por causa do nome de Jesus.” 



Na 2ªleitura (Ap 5, 11-14) S. João envolve-nos num clima de louvor e aclamação a Jesus. Prostrados, adoremos o Senhor. Em uníssono com a criação inteira, com todas as criaturas do universo, rompamos em louvores e aclamações ao Cordeiro Imaculado: a Ele a glória, a honra e o poder, pelos séculos dos séculos sem fim. Que o Senhor, um dia, na plenitude dos tempos, seja tudo em todos. Ámen! 
“Eu, João, na visão que tive, ouvi a voz de muitos Anjos, que estavam em volta do trono, dos Seres Vivos e dos Anciãos. Eram miríades de miríades e milhares de milhares, que diziam em alta voz: «Digno é o Cordeiro que foi imolado de receber o poder e a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor». E ouvi todas as criaturas que há no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e o universo inteiro, exclamarem: «Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro o louvor e a honra, a glória e o poder pelos séculos dos séculos». Os quatro Seres Vivos diziam: «Ámen!»; e os Anciãos prostraram-se em adoração.” 


No evangelho (Jo 21, 1-19)  S.João partilha connosco a experiência de mais um encontro com Jesus ressuscitado. Antes deste encontro, parece, à primeira vista, pela atmosfera em que o evangelista enquadra os acontecimentos, que os apóstolos estavam um pouquinho “perdidos” e entregues a si próprios. Tudo nos projeta para o que nos acontece tantas vezes, no dia a dia da vida, em que nos esquecemos que Jesus está connosco, vivo, presente e acabamos por nos sentir sós e abandonados, a lutar sozinhos pelo que nos parece ser o melhor a fazer. Jesus vivo, ressuscitado, presente na vida de cada ser humano, fez a diferença, na vida dos apóstolos e muda tudo também na nossa vida de hoje. Depois escutamos um diálogo único, pleno de confiança, ternura e amor, de parte a parte, entre Jesus e S.Pedro. O que mais me impressiona nesta conversa a dois, é que todos os que a ouvem conhecem e percebem a razão da pergunta ser repetida 3 vezes, mas o que ninguém espera é que Jesus, que conhece profundamente a  grandeza de alma de S.Pedro, parta daí, de uma situação de "pecado" para levantar o homem, elevá-lo até Deus e colocar sobre os seus ombros a condução da Sua Igreja.Só Ele ama verdadeiramente, por isso age assim.
Deixemos que o espírito Santo nos inunde a alma, o coração, todo o nosso ser e  que Jesus se manifeste também através de nós, na vida concreta,real, em cada dia. 
“Naquele tempo, Jesus manifestou-Se outra vez aos seus discípulos, junto do mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?». Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes. O discípulo predileto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que estavam apenas a uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes. Quando saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes. Esta foi a terceira vez que Jesus Se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos. Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta os meus cordeiros». Voltou a perguntar-lhe segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas». Perguntou-lhe pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Pedro entristeceu-se por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se O amava e respondeu-Lhe: «Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: Quando eras mais novo, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias; mas quando fores mais velho, estenderás a mão e outro te cingirá e te levará para onde não queres». Jesus disse isto para indicar o género de morte com que Pedro havia de dar glória a Deus. Dito isto, acrescentou: «Segue-Me».”


Bendito  e louvados sejas Senhor hoje e sempre, pelos séculos sem fim. Aleluia!