quinta-feira, 11 de maio de 2023

   TEMPO PASCAL - 2023

Sexta-feira da semana V do Tempo Pascal - dia 34 - 12/05/2023

Evangelho Jo 15, 12-17

«É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.»;

«Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.»

Depois de falar várias vezes nos mandamentos do Pai que Ele próprio guardava e pedia aos discípulos que guardassem para “permanecerem no seu amor”, Jesus confirma que o seu mandamento é o amor. No texto por três vezes Jesus fala de amor. O amor que conheceu no Pai é o amor com que amou os discípulos e é com esse amor que também os discípulos devem amar-se. O centro deste amor está na afirmação “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos”. O amor de que Jesus fala é este amor que dá a vida. O Pai só ouve a voz deste amor.

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Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».

Fui escolhido para participar do amor de Deus que se entrega na cruz de Cristo. Um amor que é vida entregue para que eu saiba que sou amado e no amor deixe de ser servo para ser amigo. “Que vos ameis” esta é a palavra que me é lançada para que faça da minha vida o lugar onde Deus se continua a entregar, para que todos conheçam o amor. Este é o convite de um amor maior que todo o amor. Um amor consciente que conhece o coração de Deus pela palavra escutada que se torna fruto, o fruto do amor. Fui escolhido pelo amor e destinado a ser amor.

“Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá”. Confiado nesta palavra atrevo-me a dirigir para ti, Senhor, o meu coração de servo. O meu olhar fixa-se nas tuas mãos abertas pela força dos cravos e no teu coração exposto à minha contemplação pela lança do soldado. Quero abrir em mim o mesmo caminho e marcar no meu corpo os mesmos sinais do teu amor. Quero ser amigo e não escravo e conhecer os mistérios do amor do Pai que tudo renova, para dar fruto em abundância.

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Amados irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje — João, capítulo 15 — reconduz-nos ao Cenáculo, onde ouvimos o mandamento novo de Jesus. Diz assim: «Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei» (v. 12). E pensando no sacrifício da cruz já iminente, acrescenta: «Ninguém tem maior amor do que este: dar a vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando» (vv. 13-14). Estas palavras, pronunciadas durante a Última Ceia, resumem toda a mensagem de Jesus; aliás, resumem tudo o que Ele fez: Jesus deu a vida pelos seus amigos. Amigos que não o tinham compreendido, que no momento crucial o abandonaram, atraiçoaram e renegaram. Isto diz-nos que Ele nos ama mesmo se nós não merecemos o seu amor: assim nos ama Jesus!

Deste modo, Jesus mostra-nos o caminho para o seguir, a via do amor. O seu mandamento não é um simples preceito, que permanece sempre algo abstrato ou exterior em relação à vida. O mandamento de Cristo é novo porque Ele o realizou primeiro, deu-lhe carne, e assim a lei do amor está inscrita de uma vez para sempre no coração do homem (cf. Jr 31, 33). E como está inscrita? Com o fogo do Espírito Santo. E com o mesmo Espírito, que Jesus nos doa, podemos caminhar também nós por esta vereda!

Trata-se de um caminho concreto, que nos leva a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros. Jesus mostrou-nos que o amor de Deus se concretiza no amor ao próximo. Os dois caminham juntos. As páginas do Evangelho estão cheias deste amor: adultos e crianças, cultos e ignorantes, ricos e pobres, justos e pecadores foram acolhidos no coração de Cristo.

Portanto, esta Palavra do Senhor chama-nos a amar-nos uns aos outros, mesmo se nem sempre nos compreendemos, nem sempre estamos de acordo... mas é precisamente ali que se vê o amor cristão. O amor que se manifesta mesmo quando há diferenças de opinião ou de carácter, mas o amor é maior do que estas diferenças! Foi este amor que Jesus nos ensinou. É um amor novo porque renovado por Jesus e pelo seu Espírito. É um amor remido, libertado do egoísmo. Um amor que dá alegria ao nosso coração, como diz Jesus: «Disse-vos estas coisas para que a minha alegria esteja em vós e o vosso júbilo seja pleno» (v. 11).

É precisamente o amor de Cristo, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações, que realiza todos os dias prodígios na Igreja e no mundo. São tantos pequenos e grandes gestos que obedecem ao mandamento do Senhor: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (cf. Jo 15, 12). Gestos pequenos, de todos os dias, gestos de proximidade a um idoso, a um doente, a uma pessoa sozinha e em dificuldade, sem casa, sem trabalho, imigrada, rejeitada... Graças à força desta Palavra de Cristo, cada um de nós pode estar próximo do irmão e da irmã que encontra. Gestos de proximidade. Nestes gestos manifesta-se o amor que Cristo nos ensinou.

Ajude-nos nisto a nossa Mãe Santíssima, para que na vida diária de cada um de nós o amor de Deus e o amor ao próximo estejam sempre presentes.

Papa Francisco

(Regina Caeli, 10 de maio de 2015)

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