TEMPO PASCAL - 2023
Sexta-feira da semana V do Tempo Pascal - dia 34 - 12/05/2023
Evangelho Jo 15, 12-17
«É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.»;
«Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.»
Depois de falar várias vezes nos mandamentos do Pai que Ele próprio guardava e pedia aos discípulos que guardassem para “permanecerem no seu amor”, Jesus confirma que o seu mandamento é o amor. No texto por três vezes Jesus fala de amor. O amor que conheceu no Pai é o amor com que amou os discípulos e é com esse amor que também os discípulos devem amar-se. O centro deste amor está na afirmação “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos”. O amor de que Jesus fala é este amor que dá a vida. O Pai só ouve a voz deste amor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».
Fui escolhido para participar do amor de Deus que se entrega na cruz de Cristo. Um amor que é vida entregue para que eu saiba que sou amado e no amor deixe de ser servo para ser amigo. “Que vos ameis” esta é a palavra que me é lançada para que faça da minha vida o lugar onde Deus se continua a entregar, para que todos conheçam o amor. Este é o convite de um amor maior que todo o amor. Um amor consciente que conhece o coração de Deus pela palavra escutada que se torna fruto, o fruto do amor. Fui escolhido pelo amor e destinado a ser amor.
“Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá”. Confiado nesta palavra atrevo-me a dirigir para ti, Senhor, o meu coração de servo. O meu olhar fixa-se nas tuas mãos abertas pela força dos cravos e no teu coração exposto à minha contemplação pela lança do soldado. Quero abrir em mim o mesmo caminho e marcar no meu corpo os mesmos sinais do teu amor. Quero ser amigo e não escravo e conhecer os mistérios do amor do Pai que tudo renova, para dar fruto em abundância.
Amados
irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje — João,
capítulo 15 — reconduz-nos ao Cenáculo, onde ouvimos o mandamento novo de
Jesus. Diz assim: «Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como
Eu vos amei» (v. 12). E pensando no sacrifício da cruz já iminente, acrescenta:
«Ninguém tem maior amor do que este: dar a vida pelos seus amigos. Vós sereis
meus amigos se fizerdes o que vos mando» (vv. 13-14). Estas palavras,
pronunciadas durante a Última Ceia, resumem toda a mensagem de Jesus; aliás,
resumem tudo o que Ele fez: Jesus deu a vida pelos seus amigos. Amigos que não
o tinham compreendido, que no momento crucial o abandonaram, atraiçoaram e
renegaram. Isto diz-nos que Ele nos ama mesmo se nós não merecemos o seu amor:
assim nos ama Jesus!
Deste modo, Jesus mostra-nos
o caminho para o seguir, a via do amor. O seu mandamento não é um
simples preceito, que permanece sempre algo abstrato ou exterior em relação à
vida. O mandamento de Cristo é novo porque Ele o realizou
primeiro, deu-lhe carne, e assim a lei do amor está inscrita de uma
vez para sempre no coração do homem (cf. Jr 31, 33). E como
está inscrita? Com o fogo do Espírito Santo. E com o mesmo Espírito, que Jesus
nos doa, podemos caminhar também nós por esta vereda!
Trata-se de um caminho
concreto, que nos leva a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros.
Jesus mostrou-nos que o amor de Deus se concretiza no amor ao próximo.
Os dois caminham juntos. As páginas do Evangelho estão cheias deste amor:
adultos e crianças, cultos e ignorantes, ricos e pobres, justos e pecadores
foram acolhidos no coração de Cristo.
Portanto, esta Palavra do
Senhor chama-nos a amar-nos uns aos outros, mesmo se nem sempre nos
compreendemos, nem sempre estamos de acordo... mas é precisamente ali que se vê
o amor cristão. O amor que se manifesta mesmo quando há diferenças de opinião
ou de carácter, mas o amor é maior do que estas diferenças! Foi este amor que
Jesus nos ensinou. É um amor novo porque renovado por Jesus e pelo seu
Espírito. É um amor remido, libertado do egoísmo. Um amor que dá
alegria ao nosso coração, como diz Jesus: «Disse-vos estas coisas para que
a minha alegria esteja em vós e o vosso júbilo seja pleno» (v. 11).
É precisamente o amor de
Cristo, que o Espírito Santo derrama nos nossos corações, que realiza todos os
dias prodígios na Igreja e no mundo. São tantos pequenos e grandes
gestos que obedecem ao mandamento do Senhor: «Amai-vos uns aos outros
como Eu vos amei» (cf. Jo 15, 12). Gestos pequenos, de todos
os dias, gestos de proximidade a um idoso, a um doente, a uma pessoa sozinha e
em dificuldade, sem casa, sem trabalho, imigrada, rejeitada... Graças à força
desta Palavra de Cristo, cada um de nós pode estar próximo do irmão e da irmã
que encontra. Gestos de proximidade. Nestes gestos manifesta-se o amor que
Cristo nos ensinou.
Ajude-nos nisto a nossa Mãe
Santíssima, para que na vida diária de cada um de nós o amor de Deus e o amor
ao próximo estejam sempre presentes.
Papa Francisco
(Regina Caeli, 10 de maio de 2015)
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