sábado, 13 de maio de 2023

   TEMPO PASCAL - 2023

Domingo da semana VI do Tempo Pascal - dia 36 - 14/05/2023

Evangelho Jo 14, 15-21 

«E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco»;

«Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós.»;

«Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós.»; 

«Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama.»

Neste domingo, a ligação que encontro entre as leituras está no Espírito Santo e na Sua ação em cada um de nós. É Jesus que, de junto do Pai, nos envia o Doce Consolador e nos sustenta na caminhada da vida. O segredo, da nossa vida cristã, passa pela abertura do nosso coração a este dom de Deus e pela docilidade com que nos deixamos transformar por Ele. Abramos o nosso coração à Sua Graça e seremos verdadeiras testemunhas de Jesus ressuscitado no nosso tempo e na nossa história.

Na 1ªleitura (Atos 8, 5-8.14-17) vemos como o Espírito Santo age em Filipe que leva o anúncio de Jesus, o Messias, aos habitantes da Samaria. É na Igreja nascente, através de Pedro e João, que depois se completa a evangelização já iniciada por Filipe. O testemunho de Filipe, na sua fidelidade ao Espírito Santo, foi essencial, para que os samaritanos pudessem, também eles, aderir a Jesus Ressuscitado e receber o Espírito Santo.

“Naqueles dias, Filipe desceu a uma cidade da Samaria e começou a pregar o Messias àquela gente. As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe, ao ouvi-las e ao ver os milagres que fazia. De muitos possessos saíam espíritos impuros, soltando enormes gritos, e numerosos paralíticos e coxos foram curados. E houve muita alegria naquela cidade. Quando os Apóstolos que estavam em Jerusalém ouviram dizer que a Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João. Quando chegaram lá, rezaram pelos samaritanos, para que recebessem o Espírito Santo, que ainda não tinha descido sobre eles: só estavam batizados em nome do Senhor Jesus. Então impunham-lhes as mãos e eles recebiam o Espírito Santo.”

 

Na 2ª leitura (1 Pedro 3, 15-18) é S.Pedro quem continua a demonstrar-nos, através do seu testemunho, o quanto o Espírito Santo pode transformar um coração. O desassombro e profundidade do anúncio de Jesus ressuscitado que Pedro vai fazendo é disso revelador. O apóstolo desafia-nos a sermos, também nós, hoje, testemunhas do Amor de Deus, não impondo nada a ninguém, antes respeitando a natureza de cada um, mas, ao mesmo tempo, deixando que o Espírito Santo, através do nosso testemunho, junto dos que privam connosco, no dia a dia da vida, chegue ao coração dos que O buscam de verdade .

“Caríssimos: Venerai Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre a responder, a quem quer que seja, sobre a razão da vossa esperança. Mas seja com brandura e respeito, conservando uma boa consciência, para que, naquilo mesmo em que fordes caluniados, sejam confundidos os que dizem mal do vosso bom procedimento em Cristo. Mais vale padecer por fazer o bem, se for essa a vontade de Deus, do que por fazer o mal. Na verdade, Cristo morreu uma só vez pelos nossos pecados – o Justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus. Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito.”

 

No evangelho (Jo 14, 15-21) o discurso de despedida de Jesus, que S.João nos transmite, é um tesouro precioso, pois revela-nos até onde vai o Amor de Deus por cada um de nós:”E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco”. Deixemos que o Espírito Santo nos habite por inteiro, de tal forma que possa dizer-se de nós o que se dizia dos primeiros cristãos “vede como eles se amam”. Só n’Ele amamos a Deus e aos irmãos. 

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco: Ele é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece, mas que vós conheceis, porque habita convosco e está em vós. Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós. Daqui a pouco o mundo já não Me verá, mas vós ver-Me-eis, porque Eu vivo e vós vivereis. Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai e que vós estais em Mim e Eu em vós. Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».

Vem, Espírito Santo, habita-me, inunda o meu coração e faz de mim verdadeira testemunha do Amor de Deus. 

Bom dia, prezados irmãos e irmãs!

O Evangelho de hoje (cf. Jo 14, 15- 21), continuação daquele do domingo passado, leva-nos ao momento comovedor e dramático que é a última ceia de Jesus com os seus discípulos. O evangelista João recolhe dos lábios e do coração do Senhor os seus últimos ensinamentos, antes da paixão e da morte. Jesus promete aos seus amigos, naquele momento triste e obscuro, que depois dele receberão «outro Paráclito» (v. 16). Esta palavra significa outro «Advogado», outro Defensor, outro Consolador: «O Espírito da verdade» (v. 17); e acrescenta: «Não vos deixarei órfãos: voltarei a vós» (v. 18). Estas palavras transmitem a alegria de uma nova vinda de Cristo: Ele, ressuscitado e glorificado, reside no Pai e, ao mesmo tempo, vem a nós no Espírito Santo. É nesta sua nova vinda que se revela a nossa união com Ele e com o Pai: «Conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim e Eu em vós» (v. 20).

Meditando estas palavras de Jesus, hoje nós compreendemos com sentido de fé que somos o povo de Deus em comunhão com o Pai e com Jesus, mediante o Espírito Santo. Neste mistério de comunhão, a Igreja encontra a fonte inesgotável da sua missão, que se realiza através do amor. No Evangelho de hoje, Jesus diz: «Aquele que recebe os meus mandamentos e os guarda, é alguém que me ama. E aquele que me ama será amado pelo meu Pai, e Eu amá- lo-ei e manifestar-me-ei a ele» (v. 21). É o amor que nos introduz no conhecimento de Jesus, graças à ação deste «Advogado» que Jesus nos enviou, ou seja, o Espírito Santo. O amor a Deus e ao próximo é o maior mandamento do Evangelho. Hoje o Senhor chama-nos a corresponder generosamente à vocação evangélica do amor, pondo Deus no centro da nossa vida e dedicando-nos ao serviço dos irmãos, de maneira especial dos mais necessitados de ajuda e de consolação.

Se existe uma atitude que nunca é fácil nem óbvia, nem sequer para uma comunidade cristã, é precisamente a de saber amar-se e desejar o bem uns dos outros, a exemplo do Senhor e com a sua graça. Às vezes os contrastes, o orgulho, as invejas e as divisões deixam o sinal até no rosto da Igreja. Uma comunidade de cristãos deveria viver na caridade de Cristo, e no entanto é exatamente ali que o maligno «mete a pata» e às vezes deixamo-nos enganar. E quem arca com as consequências são as pessoas espiritualmente mais frágeis. Quantas delas — e vós conheceis algumas — se afastaram porque não se sentiram acolhidas, não se sentiram entendidas, não se sentiram amadas. Quantas pessoas se afastaram, por exemplo de alguma paróquia ou comunidade, devido ao ambiente de bisbilhotices, de ciúmes e de invejas que aí encontraram. Até para o cristão, saber amar nunca é um dado adquirido uma vez por todas; cada dia há que recomeçar, é preciso exercitar-se a fim de que o nosso amor pelos irmãos e pelas irmãs que nós encontramos amadureça e seja purificado daqueles limites ou pecados que o tornam parcial, egoísta, estéril e infiel. Cada dia devemos aprender a arte de amar. Escutai isto: cada dia devemos aprender a arte de amar, cada dia devemos seguir com paciência a escola de Cristo, cada dia devemos perdoar e olhar para Jesus, e isto com o auxílio deste «Advogado», deste Consolador que Jesus nos enviou, que é o Espírito Santo.

A Virgem Maria, discípula perfeita do seu Filho e Senhor, nos ajude a ser cada vez mais dóceis ao Pará- clito, o Espírito de verdade, para aprendermos cada dia a amar como Jesus nos amou.

 Papa Francisco

(Regina Caeli, 21 de maio de 2017)

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