QUARESMA PASSO A PASSO
2024 - Ano B
26º Dia – Quinta-feira IV – 14/03/2024
«Mas Eu tenho um testemunho maior que o de João, pois as obras que o Pai Me deu para consumar – as obras que realizo – dão testemunho de que o Pai Me enviou.»;
«E o Pai, que Me enviou, também Ele deu testemunho de Mim.»;
«Vim em nome de meu Pai e não Me recebeis; mas se vier outro em seu próprio nome, recebê-lo-eis.»
Evangelho Jo 5, 31-47
Escutamos
a segunda parte do discurso que Jesus faz em sua defesa. Está em causa a sua
autoridade. Na sua exposição mostra que há uma diferença entre os judeus e ele,
duas forças contrárias. Ele veio para os judeus e estes não O querem receber.
Jesus apresenta-se com testemunhas fidedignas da sua condição diante do Pai.
João Baptista, as obras que ele realizou em Jerusalém e em Caná, o próprio Pai,
as Escrituras e Moisés. Perante tantas testemunhas porque não creem n'Ele?
Porque, na verdade, eles, que dizem conhecer a voz de Deus, nunca a ouviram nem
viram a figura de Deus nem habita neles a sua palavra. No fundo, eles são uma
mentira. A prova disso é que as Escrituras dão testemunho de Jesus e “não
quereis vir a mim” e Moisés fala de Jesus “mas não acreditais nos seus
escritos”.
“Naquele tempo, Jesus disse aos
judeus: «Se Eu der testemunho de Mim mesmo, o meu testemunho não será
considerado verdadeiro. É outro que dá testemunho de Mim e Eu sei que o
testemunho que Ele dá de Mim é verdadeiro. Vós mandastes emissários a João
Baptista e ele deu testemunho da verdade. Não é de um homem que Eu recebo
testemunho, mas digo-vos isto para que sejais salvos. João era uma lâmpada que
ardia e brilhava e vós, por um momento, quisestes alegrar-vos com a sua luz.
Mas Eu tenho um testemunho maior que o de João, pois as obras que o Pai Me deu
para consumar – as obras que realizo – dão testemunho de que o Pai Me enviou. E
o Pai, que Me enviou, também Ele deu testemunho de Mim. Nunca ouvistes a sua
voz, nem vistes a sua figura e a sua palavra não habita em vós, porque não
acreditais n’Aquele que Ele enviou. Examinais as Escrituras, pensando encontrar
nelas a vida eterna; são elas que dão testemunho de Mim e não quereis vir a Mim
para encontrar essa vida. Não é dos homens que Eu recebo glória; mas Eu conheço-vos
e sei que não tendes em vós o amor de Deus. Vim em nome de meu Pai e não Me
recebeis; mas se vier outro em seu próprio nome, recebê-lo-eis. Como podeis
acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não procurais a glória que
vem só de Deus? Não penseis que Eu vou acusar-vos ao Pai: o vosso acusador será
Moisés, em quem pusestes a vossa esperança. Se acreditásseis em Moisés,
acreditaríeis em Mim, pois ele escreveu a meu respeito. Mas se não acreditais
nos seus escritos, como haveis de acreditar nas minhas palavras?».”
Obstinação
é a palavra que Jesus me deixa como meditação para o dia de hoje. Quando me
deixo levar pela obstinação e me fecho nas minhas opiniões e na minha maneira
de ver, não consigo dar razão a ninguém, nem reúno as capacidades necessárias
para ver e analisar, com verdade, as situações. Enganados, pela ideia de que Jesus
se quer fazer igual a Deus, recusam a verdade de que Jesus é o Filho de Deus.
Diante desta obstinação já nenhum argumento serve para defender Jesus, nem
haverá testemunhas suficientes para garantir a sua posição. Se não me abrir aos
outros e a Deus, se não deixar entrar em mim a “voz” dos outros e de Deus, não
estarei apto para reconhecer o lugar que eles têm na minha vida. Ficarei
fechado na obstinação, serei um homem de “cabeça dura” incapaz de conhecer as
Escrituras. Deste modo não acreditarei em Jesus.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Ámen.
A narrativa do evangelho, de hoje, apresenta as testemunhas de Jesus.
Diante do decreto
da morte promulgado pelas autoridades judaicas,
aparecem as testemunhas que depõem a favor de Jesus: João Batista, o Pai, a
Escritura.
Jesus
reconhece em João Batista uma testemunha da verdade. Ele afirma, porém, que o
testemunho mais autorizado é dado pela Sua divindade.
Esse
testemunho é o que o Pai dá ao Filho pelas obras que este realiza. O testemunho
da verdade de Jesus é, antes de tudo, o próprio Jesus nas obras que realiza.
São obras de poder e de amor, obras de sabedoria e de santidade que ultrapassam
as possibilidades de um homem.
Por estas obras, o Pai dá testemunho de Jesus, isto é, designa-O a nossa confiança. Esse testemunho é o que Cristo dá a si mesmo. Testemunha pela Sua Palavra e reivindica pelos Seus comportamentos uma autoridade divina.
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