sábado, 8 de abril de 2023

  TEMPO PASCAL - 2023

VIGÍLIA PASCAL

Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Louvemos a Deus, exultemos de alegria, porque Jesus Ressuscitou, está vivo, no meio de nós. Ele venceu a morte! Cantemos em uníssono com a  Igreja que, nesta noite, no Precónio Pascal,  entoa um dos mais belos hinos que conheço. :

Exulte de alegria a multidão dos Anjos, exultem as assembleias celestes, ressoem hinos de glória, para anunciar o triunfo de tão grande Rei.

Rejubile também a terra, inundada por tão grande claridade, porque a luz de Cristo, o Rei eterno, dissipa as trevas de todo o mundo.

Alegre-se a Igreja, nossa mãe, adornada com os fulgores de tão grande luz, e ressoem neste templo as aclamações do povo de Deus.

É verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação proclamar com todo o fervor da alma e toda a nossa voz os louvores de Deus invisível, Pai omnipotente, e do seu Filho Unigénito, Jesus Cristo, nosso Senhor.

Ele pagou por nós ao eterno Pai a dívida por Adão contraída e com seu Sangue precioso apagou a condenação do antigo pecado.

Celebramos hoje as festas da Páscoa, em que é imolado o verdadeiro Cordeiro, cujo Sangue consagra as portas dos fiéis.

Esta é a noite, em que libertastes do cativeiro do Egipto os filhos de Israel, nossos pais, e os fizestes atravessar a pé enxuto o Mar Vermelho.

Esta é a noite, em que a coluna de fogo dissipou as trevas do pecado.

Esta é a noite, que liberta das trevas do pecado e da corrupção do mundo aqueles que hoje por toda a terra creem em Cristo, noite que os restitui à graça e os reúne na comunhão dos Santos.

Esta é a noite, em que Cristo, quebrando as cadeias da morte, Se levanta glorioso do túmulo.

Oh admirável condescendência da vossa graça!

Oh incomparável predileção do vosso amor! Para resgatar o escravo entregastes o Filho. 

Oh necessário pecado de Adão, que foi destruído pela morte de Cristo!

Oh ditosa culpa, que nos mereceu tão grande Redentor! 
Esta noite santa afugenta os crimes, lava as culpas; restitui a inocência aos pecadores, dá alegria aos tristes. 

Oh noite ditosa, em que o céu se une à terra, em que o homem se encontra com Deus!

Nesta noite de graça, aceitai, Pai santo, este sacrifício vespertino de louvor, que, na oblação deste círio, pelas mãos dos seus ministros Vos apresenta a santa Igreja.

Nós Vos pedimos, Senhor, que este círio, consagrado ao vosso nome, arda incessantemente para dissipar as trevas da noite; e, subindo para Vós como suave perfume, junte a sua claridade à das estrelas do céu. Que ele brilhe ainda quando se levantar o astro da manhã, aquele astro que não tem ocaso, Jesus Cristo vosso Filho, que, ressuscitando de entre os mortos, iluminou o género humano com a sua luz e a sua paz e vive glorioso pelos séculos dos séculos. 

 

Esta é a noite das noites!

Aquela foi uma noite de vigília para o Senhor, quando Ele os fez sair da terra do Egito (Ex 12,42)

Todas as vigílias que celebramos em honra do Senhor são agradáveis a Deus e aprovadas por Ele, mas esta vigília está acima de todas as outras. É por isso que esta noite tem, muito especialmente, o título de vigília do Senhor. Lemos com efeito: «Esta noite do Senhor será de vigília para todos os filhos de Israel» (Ex 12,42). Esta noite merece bem o seu nome, porque o Senhor acordou vivo para que nós não ficássemos adormecidos na morte. Com efeito, Ele sofreu por nós o sono da morte, pelo mistério da sua Paixão; mas esse sono do Senhor tornou-se a vigília do mundo inteiro, porque a morte de Cristo afastou para longe de nós o sono da morte eterna. Ele próprio o declara pelo profeta: «Então, despertei e reparei quão doce tinha sido o meu sono!» (Sl 3,6; Jr 31,26). Esse sono de Cristo, que nos chamou da amargura da morte para nos levar à doçura da vida, não pode deixar de ser doce.

Salomão escreveu: «Eu dormia, mas de coração desperto» (Ct 5,2). Estas palavras manifestam com toda a evidência o mistério da divindade e da carne do Senhor. Ele dormiu segundo a carne mas a sua divindade estava desperta, pois a divindade não podia dormir [...]: «Não há de dormir nem dormitar Aquele que guarda Israel» (Sl 120,4) [...] Dormia segundo a carne, mas a sua divindade visitava os infernos para tirar de lá o homem que se encontrava cativo; o nosso Senhor e Salvador quis visitar todos os lugares para ter misericórdia para com todos. Desceu do Céu à Terra para visitar o mundo; e desceu da Terra aos infernos para levar a luz àqueles que estavam cativos, segundo a palavra do profeta: «Habitavam numa terra de sombras,  mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9,1).

É por isso que os anjos do Céu, os homens na Terra e as almas dos fiéis na morada dos mortos celebram essa vigília do Senhor. [...] Se o arrependimento de um só pecador é, como lemos no Evangelho, causa de alegria para os anjos do Céu (Lc 15,7.10), quanto mais o será a redenção do mundo inteiro? [...] Esta vigília não é, portanto, uma festa apenas para os homens e para os anjos, mas também para o Pai, o Filho e o Espírito Santo, porque a salvação do mundo é a alegria da Trindade.

São Cromácio de Aquileia

1º Sermão para a Grande Noite Pascal

in https://evangelhoquotidiano.org/PT/gospel

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