sexta-feira, 21 de abril de 2023

TEMPO PASCAL - 2023 

Sábado da semana II do Tempo Pascal - dia 14 - 22/04/2023

EVANGELHO Jo 6, 16-21

«Sou Eu. Não temais»

Depois da multiplicação dos pães, Jesus retira-se sozinho para o monte e os discípulos descem até ao mar e iniciaram a viagem de barco para a outra margem. Era de noite e eles sem verem Jesus. A viagem torna-se difícil por causa dos ventos e do mar encrespado. Jesus aproxima-se, então, do barco caminhando sobre as águas e eles experimentam o medo. A voz de Jesus faz-se ouvir para os acalmar “Sou eu, não temais” e terminou a viagem. 

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Ao cair da tarde, os discípulos de Jesus desceram até junto do mar, subiram para um barco e seguiram para a outra margem, em direção a Cafarnaum. Já fazia escuro e Jesus ainda não tinha ido ter com eles. Como o vento soprava forte, o mar ia-se encrespando. Tendo eles remado duas e meia a três milhas, viram Jesus aproximar-Se do barco, caminhando sobre o mar e tiveram medo. Mas Jesus disse-lhes: «Sou Eu. Não temais». Quiseram então recebê-l’O no barco mas logo o barco chegou à terra para onde se dirigiam.

Há viagens que se fazem de noite por entre perigos e dificuldades. A nossa vida passa muitas vezes por esta experiência. Nesses momentos parece que Jesus ficou para trás, entretido com outras coisas parece não dar atenção às nossas dificuldades. É noite, é escuro e não se vê Jesus. Os olhos habituam-se à escuridão e o coração entretém-se com o perigo de tal modo que, ao chegar Jesus, não O reconhecemos. A Sua chegada sobre as águas faz-nos temer, mas Ele depressa nos faz chegar ao outro lado, ao lado da confiança.

Na escuridão da minha noite sinto a Tua falta, Senhor. Espero que chegues sobre as águas tumultuosas da minha vida e me digas ao ouvido “Sou Eu, não temas”. Vivo na espera permanente desse dia em que falas em mim e Te mostras presente.

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(...) Esta narração do Evangelho contém um simbolismo rico e faz-nos refletir sobre a nossa fé, quer como indivíduos quer como comunidade eclesial, também a fé de todos nós que estamos aqui hoje na Praça. A comunidade, esta comunidade eclesial, tem fé? Como é a fé em cada um de nós e a fé da nossa comunidade? A barca é a vida de cada um de nós mas é também a vida da Igreja; o vento contrário representa as dificuldades e as provações. (...)

Quando não nos agarramos à palavra do Senhor, para ter mais segurança consultamos horóscopos e cartomantes, começamos a afundar. Significa que a fé não é tão firme. O Evangelho de hoje recorda-nos que a fé no Senhor e na Sua palavra não nos abre um caminho onde tudo é fácil e tranquilo; não nos livra das tempestades da vida. A fé oferece-nos a segurança de uma Presença, a presença de Jesus, que nos impele a superar os temporais existenciais, a certeza de uma mão que nos segura a fim de nos ajudar a enfrentar as dificuldades, indicando-nos a estrada inclusive quando está escuro. A fé não é um subterfúgio para os problemas da vida mas apoia no caminho, dando-lhe sentido.

Este episódio é uma imagem maravilhosa da realidade da Igreja de todos os tempos: uma barca que, ao longo da travessia, deve enfrentar até ventos contrários e tempestades, que ameaçam virá-la. O que a salva não são a coragem nem as qualidades dos seus homens: a garantia contra o naufrágio é a fé em Cristo e na Sua palavra. Esta é a garantia: a fé em Jesus e na sua palavra. Dentro desta barca estamos em segurança, não obstante as nossas misérias e fragilidades, sobretudo quando nos pomos de joelhos e adoramos o Senhor, como discípulos que, no final, «se prostaram diante dele, dizendo: “És realmente o Filho de Deus!”» (v. 33). Que bonito dizer a Jesus esta frase: «És realmente o Filho de Deus!». Digamos todos juntos: «És realmente o Filho de Deus!».

A Virgem Maria nos ajude a permanecer firmes na fé para resistir às tempestades da vida, a persistir na barca da Igreja refutando a tentação de subir nos barcos encantadores mas inseguros das ideologias, das modas e dos slogans.

Papa Francisco

(in Angelus 13 de agosto de 2017)

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