domingo, 9 de abril de 2023

 O Grande Dia de Domingo de Páscoa

A OITAVA DA PÁSCOA - 2023

Segunda-feira da Oitava da Páscoa – dia 2 –10/04/2023

Evangelho Mt 28, 8-15

«Não temais. Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá Me verão.» 

E o Domingo de Páscoa continua. Após a celebração do Domingo de Páscoa, entramos no período chamado de “Oitava da Páscoa”. São oito dias em que continuamos a celebrar as alegrias da Páscoa. É como se todos os dias desta semana  fossem um único dia, o Domingo de Páscoa, isto é, este  dia não é só o dia 9 de abril, mas vai de 9 a 15 de abril, esse sim é o Grande Dia de Domingo de Páscoa. A Oitava da Páscoa termina com a celebração do segundo domingo da Páscoa, o domingo da misericórdia, abrindo o tempo Pascal que continua até o Pentecostes.

Durante a oitava pascal e o tempo da Páscoa, ouviremos na primeira leitura o livro dos Atos dos Apóstolos, que retrata justamente o início da Igreja primitiva e o que os apóstolos fizeram para anunciar e propagar a mensagem de Jesus Ressuscitado. As duas primeiras leituras, neste período, são tiradas do Novo Testamento, tal como o Evangelho. Durante o tempo pascal, acompanharemos as aparições de Jesus aos discípulos. 

Mateus oferece uma narração da ressurreição onde coloca em paralelo as forças da vida e as forças da morte. Enquanto Maria Madalena e a outra Maria fazem a experiência do encontro com Cristo ressuscitado e recebem dele uma missão, enquanto elas correm cheias de temor e de alegria para levar a notícia da ressurreição aos discípulos, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos congeminam uma mentira para abafar a notícia alegre da ressurreição e confiam essa missão aos guardas a troco de dinheiro.

"Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor, afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria, e correram a levar aos discípulos a notícia da Ressurreição. Entretanto, Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele. Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá Me verão». Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha acontecido. Estes reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram aos soldados uma soma avultada de dinheiro, com esta recomendação: «Dizei: ‘Os discípulos vieram de noite roubá-l’O, enquanto nós estávamos a dormir’. Se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos que vos deixem em paz». Eles receberam o dinheiro e fizeram como lhes tinham ensinado. Foi este o boato que se divulgou entre os judeus, até ao dia de hoje."


Os meus pés caminham em terreno escorregadio. E é nesse terreno que faço a experiência do encontro com Cristo ressuscitado. Ele, o Senhor, deixa-se encontrar para me confiar a missão de o anunciar a todos. Ele sabe que à minha volta se congemina a mentira que quer apagar a voz de quem O anuncia, mas diz-me com toda a força “não tenhas medo. Vai…”.


Saíste ao meu encontro. Interrompeste os meus passos para que pudesse ver-Te ressuscitado e confiaste-me a missão de levar a boa notícia a todos os homens. Tu sabes que meus passos seguem paralelos aos passos do mundo que não quer conhecer-Te, por isso me animas. Diz, forte, Senhor, ao meu coração aquela palavra que Madalena e a outra Maria ouviram “não temais” para que sinta renascer, em mim, cada dia a coragem de dar, na vida do dia a dia, testemunho de Ti.


Queridos irmãos e irmãs bom dia e ainda feliz Páscoa!

Nesta segunda-feira depois da Páscoa o Evangelho (cf. Mt 28, 8-15) apresenta-nos a narração das mulheres que, tendo ido ao sepulcro de Jesus, encontram-no vazio e vêem um Anjo que lhes anuncia que Ele ressuscitou. E enquanto elas correm para dar a notícia aos discípulos, encontram-se com o próprio Jesus que lhes diz: «Ide dizer aos meus irmãos que partam para a Galileia e lá me verão» (v. 10). A Galileia é a «periferia» onde Jesus tinha iniciado a sua pregação; e dali partirá de novo o Evangelho da Ressurreição, para que seja anunciado a todos, e cada um se possa encontrar com Ele, o Ressuscitado, presente e ativo na história. Também hoje Ele está connosco, aqui na praça.

Portanto, este é o anúncio que a Igreja repete desde o primeiro dia: «Cristo ressuscitou!». E, n’Ele, pelo Baptismo, também nós ressuscitamos, passámos da morte para a vida, da escravidão do pecado para a liberdade do amor. Eis a boa nova que somos chamados a anunciar aos outros e em todos os ambientes, animados pelo Espírito Santo. A fé na ressurreição de Jesus, e a esperança que Ele nos trouxe, é o dom mais bonito que o cristão pode e deve oferecer aos irmãos. Por conseguinte, a todos e a cada um não nos cansemos de repetir: Cristo ressuscitou! Repitamos todos juntos, hoje aqui na praça: Cristo ressuscitou! Repitamos com as palavras, mas sobretudo com o testemunho da nossa vida. A jubilosa notícia da Ressurreição deveria transparecer no nosso rosto, nos nossos sentimentos e atitudes, no modo com que tratamos os outros.

Anunciamos a ressurreição de Cristo quando a sua luz ilumina os momentos obscuros da nossa existência e podemos partilhá-la com os outros; quando sabemos sorrir com quem sorri e chorar com quem chora; quando caminhamos ao lado de quem está triste e corre o risco de perder a esperança; quando narramos a nossa experiência de fé a quem está em busca de sentido e de felicidade. Com o nosso comportamento, com o nosso testemunho, com a nossa vida, dizemos: Jesus ressuscitou! Digamo-lo com toda a alma.

Estamos nos dias da Oitava de Páscoa, durante os quais o clima jubiloso da Ressurreição nos acompanha. É curioso: a Liturgia considera a inteira Oitava como um único dia, para nos ajudar a entrar no mistério, para que a sua graça se imprima no nosso coração e na nossa vida. A Páscoa é o evento que trouxe a novidade radical para cada ser humano, para a história e para o mundo: é triunfo da vida sobre a morte; é festa do despertar e da regeneração. Deixemos que a nossa existência seja conquistada e transformada pela Ressurreição!

Peçamos à Virgem Maria, silenciosa testemunha da morte e ressurreição do seu Filho, que acrescente em nós a alegria pascal. Faremos isto agora com a recitação do Regina Caeli, que no tempo pascal substitui a oração do Angelus. Nesta oração, ritmada pelo aleluia, dirijamo-nos a Maria convidando-a a rejubilar-se, porque Aquele que acolheu no ventre ressuscitou, como tinha prometido e confiemo-nos à sua intercessão. Na realidade, a nossa alegria é um reflexo da alegria de Maria, porque Ela guardou e guarda com fé os eventos de Jesus. Então, recitemos esta oração com a comoção dos filhos que estão felizes porque a sua Mãe está feliz.


Regina Coeli" (oração do meio dia no Tempo Pascal)

V. Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia!
R. Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia!

V. Ressuscitou como disse, Aleluia!
R. Rogai por nós a Deus, Aleluia!

V. Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria, Aleluia!
R. Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!


Oremos.

Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, concedei-nos, Vos suplicamos, a graça de alcançarmos pela proteção da Virgem Maria, Sua Mãe, a glória da vida eterna. Pelo mesmo Cristo Nosso Senhor. Ámen.

Papa Francisco

(Regina Coeli, Praça de S.Pedro, 6 de abril de 2015)

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