quarta-feira, 19 de abril de 2023

  TEMPO PASCAL - 2023  


Quinta-feira da semana II do Tempo Pascal - dia 12 - 20/04/2023

Evangelho Jo 3, 31-36

«Quem acredita no Filho tem a vida eterna.»

O texto, que faz parte do diálogo com Nicodemos, está construído a partir da dicotomia céu terra, vida morte, fé incredulidade, salvação condenação. Jesus vem do céu, tem um testemunho do céu, diz palavras de Deus, tem o Espírito, tem tudo nas suas mãos, tem a vida e dá a vida. Os homens são da terra, falam da terra, carecem de vida. Quem acolhe o testemunho de Jesus e acredita nele confirma que Deus é verdadeiro e tem a vida nele. Quem não aceita o seu testemunho recebe a ira de Deus e não a vida. 

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Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Aquele que vem do alto está acima de todos; quem é da terra, à terra pertence e da terra fala. Aquele que vem do Céu dá testemunho do que viu e ouviu; mas ninguém recebe o seu testemunho. Quem recebe o seu testemunho confirma que Deus é verdadeiro. De facto, Aquele que Deus enviou diz palavras de Deus, porque Deus dá o Espírito sem medida. O Pai ama o Filho e entregou tudo nas suas mãos. Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele».

Vivo tão mergulhado nas coisas deste mundo que às vezes até me esqueço que há céu. Preocupo-me tanto com as coisas da terra que me esqueço que há Deus. Preocupo-me tanto com o corpo que me esqueço que tenho alma, a qual só vive se viver do Espírito de Cristo. Preciso de escutar mais e melhor o testemunho de Cristo, de acolhê-lo em mim, para me tornar nascente de vida nova a jorrar para a eternidade.

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Uma sugestão ulterior é-nos oferecida pelo Evangelho de João, onde se afirma explicitamente que «Deus não enviou o Filho ao mundo para o condenar, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do único Filho de Deus» (Jo 3, 17-18). Então, isto significa que aquele juízo final já está em curso, que ele começa agora, durante a nossa existência. Este juízo é pronunciado em cada instante da vida, como referência do nosso acolhimento, com fé, da salvação presente e concreta em Cristo, ou então da nossa incredulidade, com o consequente fechamento em nós mesmos. Mas se nos fecharmos no amor de Jesus, condenamo-nos a nós mesmos. A salvação é abrir-se a Jesus, e Ele salva-nos; se somos pecadores — e todos somos — peçamos-lhe perdão; e se o procurarmos com o desejo de ser bons, o Senhor perdoa-nos. Mas por isso devemos abrir-nos ao amor de Jesus, que é mais forte que todas as outras coisas. O amor de Jesus é grande, o amor de Jesus é misericordioso, o amor de Jesus perdoa; mas tu deves abrir-te, e abrir-se significa arrepender-se, acusar-se das coisas que não são boas e que fizemos. O Senhor Jesus entregou-se e continua a doar-se a nós, para nos colmar com toda a sua misericórdia e com a graça do Pai. Portanto, somos nós que podemos tornar-nos, num certo sentido, juízes de nós mesmos, autocondenando-nos à exclusão da comunhão com Deus e com os irmãos. Por isso, não nos cansemos de velar sobre os nossos pensamentos e e atitudes, para prelibar desde já o calor e o esplendor da Face de Deus — e será maravilhoso! — que na vida eterna contemplaremos em toda a sua plenitude. Em frente, pensando neste juízo que começa agora, que já começou. Em frente, fazendo com que o nosso coração se abra a Jesus e à sua salvação; em frente sem receio, porque o amor de Jesus é maior, e se pedirmos perdão dos nossos pecados, Ele perdoa-nos. Jesus é assim. Então, em frente com esta certeza, que nos levará à glória do Céu!

                                                        Papa Francisco

(in Audiência Geral, 11 de dezembro de 2013)

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