domingo, 8 de maio de 2022

 SEMANA IV DO TEMPO PASCAL- 2022 


Segunda-feira IV da Páscoa - 9.05.2022

Evangelho Jo 10, 11-1

«Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente»

O discurso de Jesus sobre o “Bom Pastor”, tem neste texto, uma dupla concentração. O “Eu sou” de Jesus repete-se e aparece unido ao “Eu dou” que por sua vez está relacionado com o “Conheço” de Jesus e do Pai. Jesus é não apenas Bom, se bem que em Jesus este bom é mais do que o “bom” que nós somos. Ele é mais que bom, é o Pastor, e a sua bondade de Pastor encontra-se no ”dar a vida”. Se não der a vida poderá ser bom, mas não é pastor. E esta capacidade de dar a vida livremente vem-lhe do conhecimento do Pai e do conhecimento das ovelhas. Um conhecimento que é amor. O Pai conhece-o ao ponto de se fundir nele como amor e Jesus conhece-nos e esse conhecimento é um amor igual ao do Pai, de modo que faz “um com as ovelhas” e dá a vida por elas.

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"Naquele tempo, disse Jesus: «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. O mercenário, como não é pastor nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa. O mercenário não se preocupa com as ovelhas. Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-Me, do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor. Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la. Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai»." 

No Evangelho Jesus apresenta-se com a imagem do pastor. O rebanho, que somos todos nós, tem como habitação um redil que serve de refúgio, onde as ovelhas vivem e repousam depois da fadiga do caminho. E o redil tem uma vedação com uma porta, onde está um guarda. Aproximam-se do rebanho diversas pessoas: há quem entra no recinto passando pela porta e quem «nele entra por outro lado». O primeiro é o pastor, o segundo um desconhecido, que não gosta das ovelhas, quer entrar por outros interesses. Jesus identifica-se com o primeiro e manifesta uma relação de familiaridade com as ovelhas, expressa através da voz, com que as chama e que elas reconhecem e seguem. Ele chama-as a fim de as levar para fora, para os prados verdejantes onde encontram bom alimento.(...)

Jesus, bom pastor, é um chefe cuja autoridade se expressa no serviço, um chefe que para comandar doa a vida e não pede a outros que a sacrifiquem. Podemos confiar num chefe como este, como as ovelhas que ouvem a voz do seu pastor porque sabem que com ele se vai para prados bons e abundantes. É suficiente um sinal, uma chamada e elas seguem-no, obedecem, encaminham-se guiadas pela voz daquele que sentem como presença amiga, ao mesmo tempo forte e meiga, que orienta, protege, conforta e cura.

Assim é Cristo para nós. Há uma dimensão da experiência cristã que talvez deixemos um pouco encoberta: a dimensão espiritual e afetiva. Sentir-nos ligados ao Senhor por um vínculo especial como as ovelhas ao seu pastor. Por vezes racionalizamos demasiado a fé e arriscamos perder a perceção do timbre daquela voz, da voz de Jesus bom pastor, que estimula e fascina. Como aconteceu com os dois discípulos de Emaús, aos quais ardia o coração enquanto o Ressuscitado falava ao longo do caminho. É a maravilhosa experiência de se sentir amado por Jesus. Perguntai-vos: «Sinto-me amado por Jesus? Eu sinto-me amada por Jesus?». Para Ele nunca somos desconhecidos, mas amigos e irmãos. Contudo, nem sempre é fácil distinguir a voz do bom pastor. Estai atentos. Há sempre o risco de se distrair com o barulho de tantas vozes. Hoje somos convidados a não nos deixarmos distrair pelas falsas sabedorias deste mundo, mas a seguir Jesus, o Ressuscitado, como única guia segura que dá sentido à nossa vida. 

(...) Neste mês de maio recitemos o Rosário em particular pela Paz. Recomendo-vos: recitemos o Rosário pel Paz, como pediu a Virgem em Fátima.



Regina Coeli, 7 de maio de 2017

Papa Francisco

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