quinta-feira, 5 de maio de 2022

 SEMANA III DO TEMPO PASCAL- 2022

Sexta-feira III da Páscoa - 6.05.2022

Evangelho Jo 6, 52-59

« Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.»

Estamos no momento mais alto do discurso de Jesus. Ele apresenta-se como o pão que desceu do céu e diz que este pão é a Sua carne que Ele dá como alimento. Os judeus começam a murmurar. Há inquietação nos corações e perturbação entre eles. “Como pode ele dar-nos a sua carne a comer?” Perante esta questão que mostra a dificuldade em compreender, Jesus contrapõe a vida e a morte. Quem não comer não tem a vida. Estar com Ele é ter a vida e não estar com Ele significa não ter vida. Há uma opção a fazer e cabe a cada um escolher em consciência. A decisão não pode ser indiferente porque está em causa a morte de Jesus. A carne que se come e sangue que se bebe, falam do mistério da cruz na qual Jesus Se entrega para a vida do mundo. Escolhê-lo é receber a vida que brota da Sua morte. E rejeitá-lo é rejeitar a vida.

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"Naquele tempo, os judeus discutiam entre si: «Como pode Jesus dar-nos a sua carne a comer?». Então Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente». Assim falou Jesus, ao ensinar numa sinagoga, em Cafarnaum."

Celebramos a Eucaristia para nos alimentarmos de Cristo, que se oferece a nós quer na Palavra quer no Sacramento do altar, para nos conformarmos com Ele. É o próprio Senhor quem o diz: «Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim, e Eu nele» (Jo 6, 56). Com efeito, o gesto de Jesus que deu aos discípulos o Seu Corpo e Sangue na última Ceia, continua ainda hoje através do ministério do sacerdote e do diácono, ministros ordinários da distribuição do Pão da vida e do Cálice da salvação aos irmãos.

Na Missa, depois de ter partido o Pão consagrado, ou seja, o corpo de Jesus, o sacerdote mostra-o aos fiéis, convidando-os a participar no banquete eucarístico. Conhecemos as palavras que ressoam do santo altar: «Felizes os convidados para a Ceia do Senhor: eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo». Inspirado num trecho do Apocalipse — «Felizes os convidados para a ceia das núpcias do Cordeiro» (Ap 19, 9): diz “núpcias” porque Jesus é o Esposo da Igreja — este convite chama-nos a experimentar a íntima união com Cristo, fonte de alegria e de santidade. É um convite que rejubila e, ao mesmo tempo, impele a um exame de consciência, iluminado pela fé. Com efeito, se por um lado vemos a distância que nos separa da santidade de Cristo, por outro acreditamos que o seu Sangue é «derramado para a remissão dos pecados». Todos nós fomos perdoados no batismo, e todos nós somos perdoados ou seremos perdoados cada vez que nos aproximarmos do sacramento da penitência. E não nos esqueçamos: Jesus perdoa sempre. Jesus não se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão. Precisamente pensando no valor salvífico deste Sangue, Santo Ambrósio exclama: «Eu, que peco sempre, devo ter sempre à disposição o remédio» (De sacramentis, 4, 28: PL 16, 446a). Nesta fé, também nós dirijamos o olhar para o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, e invoquemo-lo: «Ó Senhor, não sou digno de participar na vossa mesa: mas dizei uma só palavra e eu serei salvo». Dizemos isto em cada Missa. Somos nós que nos movemos em procissão para receber a Comunhão, caminhamos rumo ao altar em procissão para receber a Comunhão, mas na realidade é Cristo que vem ao nosso encontro para nos assimilar a Si. Há um encontro com Jesus! Nutrir-se da Eucaristia significa deixar-se transformar n'Aquele que recebemos. Santo Agostinho ajuda-nos a compreender isto, quando narra acerca da luz recebida ao ouvir Cristo dizer: «Eu sou o alimento dos grandes. Cresce, e comer-me-ás. E não serás tu que Me transformarás em ti, como o alimento da tua carne, mas tu serás transformado em Mim» (Confissões, VII, 10, 16: PL 32, 742). Cada vez que recebemos a Comunhão, assemelhamo-nos mais a Jesus, transformamo-nos mais em Jesus. Do mesmo modo que o pão e o vinho são transformados no Corpo e Sangue do Senhor, assim quantos os recebem com fé são transformados em Eucaristia viva. Ao sacerdote que, distribuindo a Eucaristia, te diz: «O Corpo de Cristo», tu respondes: «Amén», ou seja, reconheces a graça e o compromisso que comporta tornar-se Corpo de Cristo. Pois quando recebes a Eucaristia, tornas-te corpo de Cristo. Isto é bonito, é muito bonito. Enquanto nos une a Cristo, arrancando-nos dos nossos egoísmos, a Comunhão abre-nos e une-nos a todos aqueles que são um só n'Ele. Eis o prodígio da Comunhão: tornamo-nos O que recebemos!

Audiência Geral, 21 de março de 2018

Papa Francisco

A Tua carne é verdadeira comida e o Teu sangue é verdadeira bebida. Dá-me, Senhor, o sentido da fé, que faz destas palavras a oportunidade de que necessito para alcançar a verdadeira vida. Que eu não fique parado nos argumentos de quem apenas vê as coisas pela superfície, ao nível dos sentidos, no imediato, mas que eu possa penetrar na profundidade do mistério que me revelas e no qual Te entregas a mim.

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