quarta-feira, 25 de maio de 2022

 SEMANA VI DO TEMPO PASCAL- 2022

Quinta-feira da Ascensão - Dia da Espiga

Quinta-feira VI da Páscoa - 40 dias depois da Páscoa- 26.05.2022

Foi feriado nacional em Portugal até 1952, ano em que passou a ser feriado municipal apenas em alguns dos nossos municípos (poucos), começando, a partir desse ano, a celebrar-se a festa litúrgica da Ascensão do Senhor no VII domingo da Páscoa. Porém, o po­vo das áreas rurais ainda guarda a tra­di­ção de ir ao campo, na que se chama Quin­ta-Feira da Espiga, recolher o seu ramo.

A constituição do ramo do Dia da Espiga pode variar de região para região, mas tem a sua base bem definida. Pelo campos ribatejanos o ramo é constituído da seguinte forma: Espiga (fartura de pão); Malmequer (riqueza); Papoila (amor e vida); Oliveira (azeite e paz); Videira (vinho e alegria); e o Alecrim ou Rosmaninho (saúde e força). Diz-se que o ramo da espiga deve ser guardado em casa e “não deve ser perturbado na sua quietude, sendo substituído apenas no ano seguinte por outro igual mas mais viçoso”.

in Enciclopédia Católica Popular

https://www.e-cultura.pt/efemeride/734

Evangelho    Jo 16, 16-20

«Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me»

João revela um momento particularmente embaraçoso do discurso de Jesus durante a última Ceia. Depois de um longo monólogo, os discípulos interrompem o discurso questionando-se uns aos outros sobre o que Jesus está a dizer. Jesus apercebe-se que lhe querem fazer uma pergunta e intervém deixando-os ainda mais assustados. A questão é a partida de Jesus. É necessário e até bom para os discípulos, que Jesus parta, mas será motivo de tristeza para todos. Jesus adverte-os de que essa tristeza será razão de alegria para o mundo, mas isso não os deve fazer perder a perspetiva da promessa, porque a tristeza será mudada em alegria.

www.aliturgia.com

"Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me». Alguns discípulos disseram entre si: «Que significa isto que nos diz: ‘Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’, e ainda: ‘Eu vou para o Pai’?». E perguntavam: «Que é esse pouco tempo de que Ele fala? Não sabemos o que está a dizer». Jesus percebeu que O queriam interrogar e disse-lhes: «Procurais entre vós compreender as minhas palavras: ‘Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’. Em verdade, em verdade vos digo: Chorareis e lamentar-vos-eis, enquanto o mundo se alegrará. Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria»."

O que interrompe as risadas forçadas de «uma cultura não jubilosa que inventa tudo e mais alguma coisa para se divertir», oferecendo «por todos os lados pedacinhos de vida boa», é a verdadeira alegria do cristão. Que «não se compra no mercado», mas é «um dom do Espírito», preservado pela fé e sempre «em tensão entre memória da salvação e esperança». A homilia pronunciada pelo Papa foi centrada inteiramente na alegria como autêntico «respirar do cristão».(...)

Mas «o que é a alegria?» questionou-se Francisco.(...) O Papa definiu «a alegria cristã» como «a respiração do cristão». Porque «um cristão que não é alegre no coração — afirmou — não é um bom cristão».

Portanto, a alegria, afirmou o Pontífice, «é a respiração, o modo de se expressar do cristão». Aliás, observou, a alegria «não é algo que se compra ou que se obtém com esforço: não, é um fruto do Espírito Santo». Porque, recordou, o que faz sentir «a alegria no coração é o Espírito Santo». Há «alegria cristã se estivermos em tensão entre a recordação — a memória de sermos regenerados, de que fomos salvos por Jesus – e a esperança daquilo que nos aguarda». E «quando alguém está nesta tensão, é alegre».

Mas, advertiu o Papa, «se esquecermos o que o Senhor fez por nós, ou seja, que nos ofereceu a Sua vida, nos regenerou — é forte a palavra, “regenerar”, uma nova criação como afirma a liturgia — e se não olharmos para aquilo que nos espera, isto é, o encontro com Jesus Cristo, se não tivermos memória, não teremos esperança, não poderemos sentir alegria». Talvez «tenhamos sorrisos, isto sim, mas não alegria».

Além disso, reafirmou Francisco, «não se pode viver de modo cristão sem alegria, pelo menos no seu primeiro grau que é a paz». Com efeito, «o primeiro grau da alegria é a paz: sim, quando chegam as provações sofremos; mas descemos e encontramos a paz e aquela paz ninguém no-la pode tirar». Eis por que «o cristão é um homem, uma mulher de alegria, um homem, uma mulher de consolação: sabe viver em consolação, a consolação da memória de ser regenerado e a consolação da esperança que nos aguarda». Precisamente «estes dois constituem aquela alegria cristã e a atitude».

«Alegria não significa viver de risada em risada, não, não é isso» admoestou o Pontífice. A «alegria — acrescentou — não é ser engraçado, não, não é isto, é outra coisa». Porque «a alegria cristã é a paz, a paz que se encontra nas raízes, a paz do coração, a paz que somente Deus nos pode dar: esta é a alegria cristã». O Papa sublinhou que «não é fácil preservar esta alegria».(...)É a fé que a preserva: eu penso que Deus me regenerou, penso que me dará aquele prémio». Precisamente «esta é a fé e com esta fé preserva-se a alegria, preserva-se a consolação». Por conseguinte, «somente a fé preserva a alegria e a consolação».

«Nós — reconheceu o Papa — vivemos numa cultura não jubilosa, uma cultura em que se inventam muitas coisas para que nos divirtamos, para que estejamos despreocupados; oferecem-nos em toda a parte pedacinhos de vida boa». Mas «esta não é alegria — explicou — porque alegria não é algo que se compra no mercado: é um dom do Espírito».

Nesta perspetiva, Francisco sugeriu que olhemos para dentro de nós, questionando-nos: «Como está o meu coração? Pacífico, alegre, confortado»?». Mais ainda, reafirmou o Pontífice, «também no momento de aflição, no momento da provação, o meu coração não está inquieto de maneira positiva, com aquela inquietação que não é boa: há uma inquietação positiva, mas há outra negativa que leva a procurar as seguranças em toda a parte, a procurar prazer por todos os lados». 

Portanto, «a alegria, a consolação» são «o nosso respirar de cristãos». E portanto, sugeriu Francisco, «peçamos ao Espírito Santo que nos dê sempre esta paz interior, aquela alegria que nasce da recordação da nossa salvação, da nossa regeneração e da esperança naquilo que o futuro reserva”». (...)

Por este motivo, concluiu o Papa, «peçamos ao Espírito Santo que nos dê a alegria, que nos dê a consolação, pelo menos no primeiro grau: a paz». Cientes de que «ser homens e mulheres de alegria significa ser homens e mulheres de paz, quer dizer homens e mulheres de consolação: que o Espírito Santos nos doe isto».

Casa de Santa Marta, 28 de maio de 2018

Papa Francisco

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