quarta-feira, 4 de maio de 2022

 SEMANA III DO TEMPO PASCAL- 2022

Quinta-feira III da Páscoa - 5.05.2022

Evangelho Jo 6, 44-51

«Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia.

Jesus continua o seu diálogo com os judeus. Explica-lhes que é necessária a fé que nos orienta para o Pai e abre o coração para escutar o seu ensino. É o Pai quem comunica a verdadeira vida, a vida eterna e o caminho para que a vida chegue a nós, é o próprio filho. O assunto torna-se cada vez mais sério. O pão que Jesus dá é o que desceu do céu e este pão é a sua carne entregue na cruz pelo mundo.

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"Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne que Eu darei pela vida do mundo».

«Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair» e acrescenta: «quem crê em mim tem a vida eterna» (vv44.47).

Esta palavra do Senhor surpreende-nos e faz-nos refletir. Ela introduz na dinâmica da fé, que é uma relação: a relação entre a pessoa humana — todos nós — e a Pessoa de Jesus, onde um papel decisivo é desempenhado pelo Pai, e naturalmente também pelo Espírito Santo — que aqui está subentendido. Não basta encontrar Jesus para acreditar n’Ele, não basta ler a Bíblia, o Evangelho — isto é importante, mas não basta — nem é suficiente assistir a um milagre, como a multiplicação dos pães. Muitas pessoas estiveram em estreito contacto com Jesus e não acreditaram n’Ele, pelo contrário, desprezaram-no e condenaram-no. E eu pergunto-me: por que isso? Não foram atraídas pelo Pai? Não, isso aconteceu porque os seus corações estavam fechados à ação do Espírito de Deus. E se tiveres o coração fechado, a fé não entrará. Deus Pai sempre nos atrai a Jesus: somos nós que abrimos ou fechamos o nosso coração. Ao contrário, a fé, que é como uma semente no profundo do coração, desabrocha quando nos deixamos «atrair» pelo Pai rumo a Jesus, e «vamos ter com Ele» de coração aberto, sem preconceitos; então reconhecemos no seu rosto a Face de Deus e nas suas palavras a Palavra de Deus, porque o Espírito Santo nos fez entrar na relação de amor e de vida que existe entre Jesus e Deus Pai. E ali nós recebemos o dom, o presente da fé.

Então, com esta atitude de fé, podemos compreender também o sentido do «Pão da vida» que Jesus nos doa, e que Ele exprime assim: «Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo» (Jo 6, 51). Em Jesus, na sua «carne» — ou seja, na sua humanidade concreta — está presente todo o amor de Deus, que é o Espírito Santo. Quem se deixa atrair por este amor caminha rumo a Jesus, vai com fé e d’Ele recebe a vida, a vida eterna.

Quem viveu essa experiência de forma exemplar foi a Virgem de Nazaré, Maria: a primeira pessoa humana que acreditou em Deus acolhendo a carne de Jesus. Aprendamos d’Ela, nossa Mãe, a alegria e a gratidão pelo dom da fé. Um dom que não é «privado», um dom que não é propriedade particular mas é um dom a ser partilhado: um dom «para a vida do mundo»!


Angelus, 9 de agosto de 2015

Papa Francisco

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