quinta-feira, 19 de maio de 2022

 SEMANA V DO TEMPO PASCAL- 2022

Sexta-feira V da Páscoa - 20.05.2022

Evangelho Jo 15, 12-17

«Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a Meu Pai.»

Depois de falar várias vezes nos mandamentos do Pai, que Ele próprio guardava e pedia aos discípulos que guardassem para "permanecerem no Seu amor", Jesus confirma que o Seu mandamento é o amor. No texto por três vezes Jesus fala de amor. O amor que conheceu no Pai é o amor com que amou os discípulos e é com esse amor que também os discípulos devem amar-se. O centro deste amor está na afirmação "ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos". O amor de que Jesus fala é este amor que dá a vida. O Pai só ouve este amor.

www.aliturgia.com

"Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros»."

 

O Papa Francisco,descrevendo a cena, observou que «Jesus sugere mais uma vez o mandamento do amor». Em particular «neste trecho diz algo muito forte: “Assim como o Pai me amou, também Eu vos amei”». Por isso, «o amor com que Jesus nos ama é o mesmo com o qual o Pai o ama. Somos amados com este grande amor. É o grande dom do amor!». É por isso que, acrescentou, Jesus «nos admoesta: “Por favor, permanecei no meu amor porque é o amor do Pai”. É o grande amor». E dado que está consciente da objeção: “Mas Senhor, como podemos permanecer no teu amor?”, oferece também uma resposta concreta: “Se observardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, como eu observei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor”. Em síntese, esclareceu, «Jesus permanece no amor do Pai e pede-nos que permaneçamos no amor que Ele tem por nós».


Mas «como se permanece» neste amor? «Observai os mandamentos» é a resposta: «os dez», o decálogo que «é a base, o fundamento». São os preceitos, esclarece Jesus «que vos ensinei», ou seja «os mandamentos da vida diária, os pequenos mandamentos» que, «mais que mandamentos são um modo de viver cristão». Então, o Pontífice exortou a permanecer «neste modo de viver cristão, que são tais mandamentos». Como? «Por exemplo nas obras de misericórdia ou nas bem-aventuranças». Com efeito, embora seja «grande, muitíssimo longo o elenco dos mandamentos de Jesus», na realidade «o núcleo é um só: o amor do Pai por Ele e o amor dele por nós». Por isso, continuou o Papa, o Senhor «pede-nos que permaneçamos no amor». Inclusive porque na vida «há outros amores. Também o mundo nos propõe outros amores: por exemplo, o amor pelo dinheiro, pela vaidade, pavonear-se, o amor pelo orgulho, pelo poder, até fazendo muitas coisas certas para ter mais poder». Mas em tal caso «há outros amores»; e «eles não são de Jesus, não são do Pai. Ele pede-nos que permaneçamos no seu amor, que é o amor do Pai».


A propósito, o Papa convidou a pensar «também nestes amores que nos afastam do amor de Jesus», assim como na existência de «outras medidas de amar»: como o «amar pela metade», que contudo «não é amar. Uma coisa é gostar, e outra é amar. Amar é mais que gostar». A ponto de nos perguntarmos qual é a medida do amor. E paradoxalmente a resposta é que «a medida do amor é amar sem medida». Só assim, com «estes mandamentos que Jesus nos deu, permaneceremos no amor de Jesus que é o amor do Pai. Sem medida». Não como qualquer outro tipo de amor que pode ser «tíbio ou interesseiro». 


Prosseguindo a releitura da página evangélica, o Papa perguntou por que o Senhor recorda isto aos homens. «Para que a minha alegria esteja em vós e seja plena», é a resposta que vem diretamente do texto sagrado. Com efeito, «se o amor do Pai vem a Jesus, Jesus ensina-nos a via do amor: o coração aberto, amar sem medida, deixando de lado outros amores. O grande amor por Ele é permanecer neste amor; e há a grande alegria, que é um dom». Aliás, ambos, «o amor e a alegria são um dom». Há uma referência neste sentido também «na primeira oração da missa, quando pedimos: “Senhor, preservai este dom que nos destes”, o dom do amor, da alegria». E a tal propósito, o Papa citou o episódio do pai do sacerdote nomeado bispo, que «foi ter com o seu idoso pai para lhe dar a notícia». E «aquele homem, já aposentado, homem humilde» que fora «operário a vida inteira» e «não tinha frequentado a universidade mas possuía a sabedoria da vida», «aconselhou-lhe só duas coisas: “Obedece e dá alegria às pessoas”». Porque «aquele homem tinha entendido» bem o ensinamento das leituras da liturgia do dia: «Obedece ao amor do Pai, sem outros amores, obedece a este dom e depois dá alegria às pessoas». Portanto também «nós cristãos, leigos, sacerdotes, consagrados e bispos, devemos dar alegria às pessoas». Eis, pois, por que os cristãos devem “dar alegria às pessoas”: por isso, por causa do amor, sem qualquer interesse, só por causa do amor. A nossa missão cristã é dar alegria às pessoas». 


O Papa concluiu com a invocação para que «o Senhor preserve este dom de permanecer no amor de Jesus para poder dar alegria às pessoas».

Casa de Santa Marta, 18 de maio de 2017

Papa Francisco

Sem comentários:

Enviar um comentário