SEMANA V DO TEMPO PASCAL- 2022
Evangelho Jo 14, 21-26
«Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará.»
Este texto de João mostra que a relação com Jesus passa pela relação com a Sua Palavra. Aquele que aceita os mandamentos e os cumpre, esse, ama Jesus e está com Ele. Quem não guarda a Palavra é porque não ama ou vice-versa. Sem a palavra não há mais nada, nem sequer a relação com o Pai, porque a palavra é do Pai. No final, Jesus promete o Espírito Santo com a finalidade de ensinar a verdade e recordar o que Ele disse.
"Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele». Disse-Lhe Judas, não o Iscariotes: «Senhor, como é que Te vais manifestar a nós e não ao mundo?» Jesus respondeu-lhe: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse-vos estas coisas, enquanto estava convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse»."
O
Evangelho de hoje apresenta duas mensagens: a observância dos mandamentos
e a promessa do Espírito Santo.
Jesus
une o amor a Ele à observância dos mandamentos, e sobre isto
insiste no seu discurso de despedida: «Se alguém aceita os meus
mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por
meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele». Jesus pede-nos para O amar,
mas Ele explica: este amor não termina num desejo d'Ele, ou num sentimento,
não, requer a vontade de seguir o Seu caminho, ou seja, a vontade do Pai:«Quem
Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos
nele a nossa morada». O amor de Jesus é gratuito,ama-nos sem nos pedir
nada em troca, Ele nunca nos pede recompensa. O Senhor quer que este Seu
amor gratuito se torne a forma concreta de vida entre nós: esta é a Sua
vontade.
Para
ajudar os discípulos a percorrer este caminho, Jesus promete que o Pai vai
enviar «o Paráclito»,(...) que tomará o Seu lugar e lhes dará a inteligência
para ouvir e compreender e a coragem para observar as Suas palavras. Este é o Espírito
Santo, que é o dom do amor de Deus que desce ao coração do cristão. Depois
que Jesus morreu e ressuscitou, o Seu amor é dado àqueles que creem n'Ele e são
batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. O próprio Espírito os
guia, os ilumina, os fortalece, para que cada um possa caminhar na vida, mesmo
através da adversidade e da dificuldade, nas alegrias e nas tristezas,
permanecendo no caminho de Jesus. Isto é possível unicamente se nos mantivermos
dóceis ao Espírito Santo, para que, através da Sua presença ativa, possa não só
consolar mas também transformar os corações, abrindo-os à verdade e ao amor.
Perante
a experiência do erro e do pecado - que todos nós cometemos - o Espírito Santo
ajuda-nos a não sucumbir e faz-nos compreender e viver plenamente o sentido das
palavras de Jesus: «Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse relamente Me ama». Os
mandamentos não nos são dados como uma espécie de espelho no qual vemos
refletidas as nossas misérias e as nossas incoerências. Não, não é
assim. A Palavra de Deus é-nos dada como a Palavra de vida, que transforma o
coração, a vida, que se renova, que não julga para condenar, mas cura e tem
como fim o perdão. A misericórdia de Deus é assim. Uma
palavra que é luz para os nossos passos. E tudo isto é obra do Espírito Santo!
Ele é o Dom de Deus, ele mesmo é Deus, que nos ajuda a sermos pessoas livres,
pessoas que querem e sabem amar, pessoas que compreenderam que a vida é uma
missão para proclamar as maravilhas que o Senhor realiza naqueles que confiam
n'Ele.
Que a Virgem Maria, modelo da Igreja que sabe escutar a Palavra de Deus e acolher o dom do Espírito Santo, nos ajude a viver com alegria o Evangelho, sabendo que somos sustentados pelo Espírito, fogo divino que aquece os nossos corações e ilumina os nossos passos.
Regina Caeli, 17 de maio de 2020
Papa Francisco
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