sábado, 7 de maio de 2022

 SEMANA IV DO TEMPO PASCAL- 2022

 DOMINGO DO BOM PASTOR 

 59º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

Hoje a Igreja, neste dia de Oração Mundial pelas Vocações, celebra o Dia do Bom Pastor. As leituras estão centradas no Cordeiro, o Bom Pastor, que a todos conduz para as fontes de água viva, a todos leva até Deus. E, hoje, mais do que nunca, a imagem de sermos um só povo em marcha para o Pai, é um desafio a ser vivido em Jesus Ressuscitado, num esforço de todos n’Ele vivermos para que Deus, um dia, na plenitude dos tempos, seja tudo em todos. Deixemo-nos conduzir pelo Bom Pastor.

Na 1ªleitura (Atos 13, 14.43-52)  o autor sagrado (S.Lucas) dá-nos conta de como o Espírito Santo conduz a Igreja, nos primeiros tempos, através de Paulo e de Barnabé. O que mais me impressiona, neste texto, é a importância da resposta de amor dada a Deus, pelos primeiros apóstolos que Jesus chamou e pelos que os seguiram. Porque disseram sim e deixaram tudo para O seguir, o anúncio do Reino chegou aos “quatro” cantos do mundo. Se naquele tempo, em que as dificuldades de comunicação eram tão grandes, foi possível uma tão ampla difusão da mensagem de Jesus, porque é que hoje, na sociedade dita da informação, onde parece que não há barreiras no que diz respeito às comunicações, Deus no Seu Amor infinito por cada ser vivente, não é mais conhecido e amado?! Deixemo-nos inundar pelo Espírito Santo e sigamos o projeto que Deus tem para nós, fazendo a nossa parte.

“Naqueles dias, Paulo e Barnabé seguiram de Perga até Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se. Terminada a reunião da sinagoga, muitos judeus e prosélitos piedosos seguiram Paulo e Barnabé, que nas suas conversas com eles os exortavam a perseverar na graça de Deus. No sábado seguinte, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a palavra do Senhor. Ao verem a multidão, os judeus encheram-se de inveja e responderam com blasfémias. Corajosamente, Paulo e Barnabé declararam: «Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Uma vez, porém, que a rejeitais e não vos julgais dignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, pois assim nos mandou o Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para levares a salvação até aos confins da terra’». Ao ouvirem estas palavras, os gentios encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé e a palavra do Senhor divulgava-se por toda a região. Mas os judeus, instigando algumas senhoras piedosas mais distintas e os homens principais da cidade, desencadearam uma perseguição contra Paulo e Barnabé e expulsaram-nos do seu território. Estes, sacudindo contra eles o pó dos seus pés, seguiram para Icónio. Entretanto, os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.”

Na 2ªleitura (Ap 7, 9.14b-17) S.João ajuda-nos a entrar numa atmosfera de comunhão com o Cordeiro, que está sentado no trono e conduz toda a humanidade para o Pai. Entreguemo-nos de coração ao Bom Pastor e deixemos que nos conduza a Deus, que enxugará as lágrimas dos nossos olhos. 

“Eu, João, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. Um dos Anciãos tomou a palavra para me dizer: «Estes são os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, servindo-O dia e noite no seu templo. Aquele que está sentado no trono abrigá-los-á na sua tenda. Nunca mais terão fome nem sede, nem o sol ou o vento ardente cairão sobre eles. O Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água viva. E Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos».”



No evangelho (Jo 10, 27-30)  S. João revela-nos Jesus, como o Bom Pastor. Confiemos-Lhe tudo o que somos e temos, deixemo-nos amar totalmente por Ele, que nos ama, a cada um de nós e à humanidade inteira, infinitamente. 

“Naquele tempo, disse Jesus: «As minhas ovelhas escutam a minha voz. Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior do que todos e ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai. Eu e o Pai somos um só».”

O Evangelho de hoje (Jo 10, 27-30) oferece-nos expressões pronunciadas por Jesus durante a festa da dedicação do templo de Jerusalém, que se celebrava no final de dezembro. Ele encontra-se precisamente na área do templo, e talvez aquele espaço sagrado recintado sugira a imagem do redil e do pastor. Jesus apresenta-se como «o bom pastor» e diz: «As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará da minha mão» (vv. 27-28). Estas palavras ajudam-nos a compreender que ninguém se pode considerar seguidor de Jesus, se não ouve a Sua voz. E este «ouvir» não deve ser entendido de maneira superficial, mas arrebatadora, a ponto de tornar possível um verdadeiro conhecimento recíproco, do qual pode vir um seguimento generoso, expresso nas palavras «e elas seguem-Me» (v. 27). Trata-se de uma escuta não só dos ouvidos, mas uma escuta do coração!

Por conseguinte, a imagem do pastor e das ovelhas indica a relação estreita que Jesus deseja estabelecer com cada um de nós. Ele é o nosso guia, o nosso mestre, o nosso amigo, o nosso modelo, mas sobretudo é o nosso Salvador. De facto, a frase seguinte do trecho evangélico afirma: «elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará da minha mão» (v. 28). Quem pode falar assim? Unicamente Jesus, porque a «mão» de Jesus é uma coisa só com a «mão» do Pai, e o Pai é «maior do que todos» (v. 29).

Estas palavras comunicam-nos um sentido de absoluta segurança e de imensa ternura. A nossa vida está plenamente segura nas mãos de Jesus e do Pai, que são uma só coisa: um único amor, uma única misericórdia, revelados de uma vez para sempre no sacrifício da cruz. Para salvar as ovelhas tresmalhadas que somos todos nós, o Pastor fez-se cordeiro e deixou-se imolar para assumir sobre si os pecados e tirá-los do mundo. Deste modo Ele doou-nos a vida, e vida em abundância (cf. Jo 10, 10)! Este mistério renova-se, numa humildade sempre surpreendente, na mesa eucarística. É ali que as ovelhas se reúnem para se nutrirem; é ali que se tornam uma só coisa, entre si e com o Bom Pastor.

Por isto já não temos receio: a nossa vida agora está salva da perdição. Nada e ninguém nos poderá arrancar das mãos de Jesus, porque nada e ninguém pode vencer o Seu amor. O amor de Jesus é invencível! O maligno, o grande inimigo de Deus e das Suas criaturas, procura de muitas maneiras arrancar-nos a vida eterna. Mas o maligno nada pode se nós não lhe abrirmos as portas da nossa alma, seguindo as suas lisonjas enganadoras.

A Virgem Maria ouviu e seguiu docilmente a voz do Bom Pastor. Que ela nos ajude a acolher com alegria o convite de Jesus a tornarmo-nos seus discípulos, e a viver sempre na certeza de estar nas mãos paternas de Deus.

Regina Coeli, 17 de abril de 2016

Papa Francisco

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