SEMANA VII DO TEMPO PASCAL- 2022
Segunda-feira VII da Páscoa - 30.05.2022
Evangelho Jo 16, 29-33
«Digo-vos isto, para que em Mim tenhais a paz. No mundo sofrereis tribulações. Mas tende confiança: Eu venci o mundo»
Este pequeno diálogo entre Jesus e os discípulos contém indicações preciosas para a nossa reflexão. O diálogo é provocado pela afirmação de Jesus: “Saí do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e vou para o Pai”, que é feita imediatamente antes deste texto. Os apóstolos dizem, então: “Agora vemos… por isso acreditamos que saíste de Deus”. Jesus, porém, não está muito confiante nas suas palavras, não tem a certeza de que será mesmo assim e responde: “Agora acreditais?”. E coloca-os perante o futuro próximo, a hora que estão para viver, uma hora de tribulação. Essa hora dirá se acreditam ou não, se veem de verdade ou se estão na ilusão. Uma coisa garante Jesus: com Ele podem estar tranquilos porque essa hora de tribulação não O afetará porque Ele é o vencedor e n'Ele vencerão todos os que confiarem.
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"Naquele tempo, disseram os discípulos a Jesus: «De facto agora falas
abertamente, sem enigmas. Agora vemos que sabes tudo e não precisas que ninguém
Te faça perguntas. Por isso acreditamos que saíste de Deus». Respondeu-lhes
Jesus: «Agora acreditais? Vai chegar a hora – e já chegou – em que sereis
dispersos, cada um para seu lado, e Me deixareis só; mas Eu não estou só,
porque o Pai está comigo. Digo-vos isto, para que em Mim tenhais a paz. No
mundo sofrereis tribulações. Mas tende confiança: Eu venci o mundo»."
Nas
inevitáveis «tribulações da vida» o cristão deve confiar-se ao senhor na
oração, com a certeza de que recebe a «paz verdadeira» que infunde «coragem e
esperança», disse o Papa Francisco.
«Na liturgia
de hoje — frisou Francisco — há três palavras que nos podem ajudar no nosso
caminho de fé e esperança». Assim, explicou, na oração da colecta «no início da
missa pedimos ao Senhor para fortalecer a nossa fé e a nossa esperança». E
«estas três palavras que estão nestas leituras são “tribulações”, “confiar” e
“paz”».
(...)Francisco recordou que «na vida nos cabem tribulações: faz
parte da vida passar por momentos obscuros e difíceis».
(...) E a razão,
explicou o Pontífice, é que, como diz Jesus, «o príncipe deste mundo vem, está
próximo e procura separar-nos do reino de Deus, da palavra de Jesus, da fé, da
esperança». Por isso «pedimos ao Senhor para que fortaleça a fé e a esperança».
Portanto, «as
tribulações» existem. Mas Jesus encoraja-nos a enfrentá-las: «Eu venci o
mundo». E «ele está precisamente acima das tribulações, ajuda-nos a ir em
frente». (...)
Eis então o
sentido de «suportar as tribulações». E «suportar», afirmou Francisco, «é uma
palavra que Paulo usa muito: é mais do que ter paciência, é carregar nos
ombros, carregar o peso das tribulações». Também «a vida do cristão tem
momentos assim». Mas «Jesus diz-nos: “Tende coragem neste momento. Eu venci,
também vós sereis vencedores”». Assim, «esta primeira palavra ilumina-nos» para
enfrentar «os momentos mais difíceis da vida, aqueles momentos que nos fazem
sofrer».
(...) Eis a segunda palavra: «confiar». De facto, «um cristão pode suportar
as tribulações e até as perseguições confiando-se ao Senhor: só Ele é capaz de
nos dar a força, a perseverança da fé, a esperança».
É preciso
saber «confiar algo ao Senhor, confiar ao Senhor o momento difícil, confiar-me
a mim mesmo ao Senhor, confiar os nossos fiéis, a nós sacerdotes, bispos, as
nossas famílias e os nossos amigos». É necessário dizer ao Senhor: «Cuida
destes, são teus».
Contudo,
evidenciou o Papa, é «uma oração que nem sempre fazemos: a prece do confiar». É
uma bonita oração cristã a de quem diz: «Senhor, confio-Te isto, carrega-o Tu».
É «a atitude da confiança no poder do Senhor, também na ternura do Senhor que é
Pai». Por conseguinte «quando fazemos uma oração — verdadeira, de coração —
sentimos que esta pessoa confiada ao Senhor está segura: Ele nunca desilude».
Conclusão «a tribulação faz sofrer, a confiança no Senhor dá-te esperança e disto tem origem a terceira palavra: a paz». Tudo isto, afirmou o Pontífice, «te dá paz». É isto também «que Jesus diz quando Se despede dos Seus discípulos: «Digo-vos isto, para que em Mim tenhais a paz», como se lê no trecho evangélico de João . Mas, advertiu Francisco, não se trata de «uma paz, uma simples tranquilidade». Jesus esclarece: «Eu dou uma paz que não é aquela que te dá o mundo», isto é, que pode dar uma certa condição de tranquilidade. A paz que vem de Jesus «instala-se dentro», é «uma paz que te dá força, que reforça o que hoje pedimos ao Senhor: a nossa fé e a nossa esperança».
Concluindo o
Pontífice repropôs as «três palavras» que ritmaram a sua reflexão: «tribulação,
confiar, paz». Nunca devemos esquecer que «na vida devemos caminhar pelas
estradas da tribulação», porque «é a lei da vida»: mas devemos recordar-nos
sempre «naqueles momentos», de «nos confiarmos ao Senhor». E «Ele responde-nos
com a paz». De facto «o Senhor é Pai que nos ama muito e nunca desilude»
reafirmou o Papa. E prosseguiu pedindo que Deus «fortaleça a nossa fé e a nossa
esperança», dando-nos «a confiança para vencer as tribulações, porque ele
venceu o mundo», e «concedendo a todos a sua paz».
Casa de Santa Marta, 5 de maio de 2015
Papa Francisco
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