QUARESMA PASSO A PASSO - 2025
Sexta-feira III da Quaresma – dia 21 – 28/03/2025
«O primeiro é este: 'Escuta, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças'.»;
«O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes»
Jesus é interrogado sobre os mandamentos e responde, de forma clara e inequívoca, que o primeiro mandamento é amar e o segundo também. Primeiro amar a Deus e depois amar o próximo. A união destes dois mandamentos, na vida de cada dia, aproxima-nos do reino de Deus.
«Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o
primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu-lhe: «O primeiro é
este: ‘Escuta, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o
único Senhor: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua
alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O
segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum
mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens
razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o
coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a
si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Ao ver que o
escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do
reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O.»
Jesus entende muito bem o
que sente aquele homem que dele se aproxima. Quando na religião se vão acumulando
normas e preceitos, costumes e ritos, doutrinas e dogmas, é fácil vivermos
dispersos, sem saber exatamente que é o fundamental para orientarmos a vida de
maneira sadia. Tanto naquele tempo como hoje somos sufocados por uma abundância
de leis, tanto religiosas como civis. No fundo, as leis sobram, mas falta o amor. O amor não cabe nas leis, só cabe no coração. Quem ama não
precisa de leis.
Diante da pergunta do mestre da lei pelo mandamento mais importante (no singular), Jesus responde dizendo que são dois (no plural). E não há mandamento maior do que estes.
A novidade da resposta de Jesus está no facto de acrescentar, ao primeiro mandamento da lei, um segundo, de igual importância: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Os dois mandamentos estão no mesmo nível, devem estar sempre unidos; Jesus faz dos dois mandamentos um só. Não aceita que se possa chegar a Deus por um caminho individual e intimista, esquecendo o próximo. Deus e o próximo não são magnitudes separáveis. Por isso, tão pouco se pode dizer que o amor a Deus é mais importante que o amor ao próximo.
A resposta de Jesus aponta
para os dois eixos centrais na nossa vida: Deus e o próximo;
ambos se exigem mutuamente, a ponto de um levar ao outro, e a ausência de um
provocar a ausência do outro. Quem está sintonizado em Deus, está
necessariamente aberto ao amor e à solidariedade; e quem está centrado no amor
ao próximo está aberto à iniciativa e graça de Deus.
in site Ignatiana - Jesuítas, Brasil
Pai-Nosso, que estais nos céus, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o Vosso reino, seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Ámen.
Prezados
irmãos e irmãs bom dia!
No centro do Evangelho de hoje (cf. Mc 12, 28b-34), está o mandamento do amor: amor
a Deus e amor ao próximo. Um escriba pergunta a Jesus: «Qual é o primeiro
de todos os mandamentos?» (v. 28). Ele responde, citando aquela profissão de fé
com a qual cada israelita inicia e conclui o seu dia, e que começa com as
palavras: «Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor» (Dt 6,
4). Deste modo Israel conserva a sua fé na realidade fundamental de todo o seu
credo: existe um único Senhor, e aquele Senhor é “nosso”, no sentido que se
uniu a nós com um pacto indissolúvel, nos amou, nos ama e nos amará para
sempre. É desta nascente, deste amor de Deus, que deriva para nós o duplo
mandamento: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua
alma, com todo o teu espírito e com todas as tuas forças [...] Amarás o teu
próximo como a ti mesmo» (vv. 30-31).
Escolhendo estas duas Palavras,
dirigidas por Deus ao seu povo, e unindo-as, Jesus ensinou de uma vez para
sempre que o amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis, aliás, mais
ainda, que se sustentam um ao outro. Não obstante sejam postos em sequência,
eles são os dois lados de uma única medalha: vividos juntos, são a verdadeira
força do crente! Amar a Deus significa viver d’Ele e para Ele, por aquilo que
Ele é pelo que Ele faz. E o nosso Deus é doação incondicional,
é perdão ilimitado, é relação que promove e
faz crescer. Por isso, amar a Deus quer dizer investir todos os dias as
próprias energias para sermos seus colaboradores, servindo de modo incondicional o
nosso próximo, procurando perdoar de forma ilimitada e cultivando relações de
comunhão e de fraternidade.
O evangelista Marcos não se
preocupa em especificar quem é o próximo, porque o próximo é a
pessoa que eu encontro no caminho, nos meus dias. Não se trata de
pré-selecionar o meu próximo: isto não é cristão. Acho que o meu próximo é
aquele que eu pré-selecionei: não, isto não é cristão, é pagão; mas trata-se de
ter olhos para o ver e coração para desejar o seu bem. Se nos exercitarmos para
ver com o olhar de Jesus, colocar-nos-emos sempre à escuta e ao lado dos
carenciados. Certamente, as necessidades do próximo exigem respostas eficazes,
mas antes ainda requerem partilha. Com uma imagem podemos dizer que o faminto
tem necessidade não apenas de um prato de sopa, mas também de um sorriso, de
ser ouvido e inclusive de uma oração, talvez recitada juntos. O Evangelho de
hoje convida-nos, todos nós, a visar não só as urgências dos irmãos mais pobres, mas
sobretudo a prestar atenção às suas necessidades de proximidade fraterna, de
sentido da vida e de ternura. Isto interpela as nossas comunidades cristãs:
trata-se de evitar o risco de sermos comunidades que vivem de muitas iniciativas,
mas de poucas relações; o risco de comunidades “estações de serviço” mas de
pouca companhia, no sentido pleno e cristão deste termo.
Deus, que é amor, criou-nos por
amor e para que possamos amar os outros, permanecendo unidos a Ele. Seria
ilusório pretender amar o próximo, sem amar a Deus; e seria igualmente ilusório
pretender amar a Deus, sem amar o próximo. As duas dimensões do amor, a Deus e
ao próximo, na sua unidade, caraterizam o discípulo de Cristo. A Virgem Maria
nos ajude a acolher e testemunhar este ensinamento luminoso na vida de todos os
dias.
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