domingo, 30 de março de 2025

QUARESMA PASSO A PASSO - 2025

Segunda-feira IV da Quaresma – dia 23 – 31/03/2025

Evangelho Jo 4, 43-54

«E acreditou, ele e todos os de sua casa».

O centro desta narrativa consiste nos verbos “crer” e “viver”. O ser humano está sempre à procura da fé. O ser humano parte em busca da fé. O relato de hoje mostra-nos que a confiança total em Jesus faz milagres. Observa-se neste relato um progresso na fé por parte do pai de um enfermo. Ter fé significa aceitar Jesus com todos os riscos que isso possa acarretar. Há ainda outra característica: a fé abre-nos para o diálogo e dá-nos a certeza de que Deus está no meio de nós, construindo connosco a história das nossas vidas. O oficial crê na Palavra de Jesus; a sua fé é confirmada pelo milagre anunciado pelos servos que lhe vêm ao encontro. A fé deste oficial passa por toda a família. A partilha leva-nos a amar a Deus e ao irmão necessitado. O tempo da quaresma desafia-nos e compromete-nos a vermos Cristo, o Senhor, no irmão carente.

in site Ignatiana - Jesuítas, Brasil

"Naquele tempo, Jesus saiu da Samaria e foi para a Galileia. Ele próprio tinha declarado que um profeta nunca era apreciado na sua terra. Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus, porque tinham visto quanto Ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa, a que também eles tinham assistido. Jesus voltou novamente a Caná da Galileia, onde convertera a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário real cujo filho se encontrava doente. Quando ouviu dizer que Jesus viera da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho, que estava a morrer. Jesus disse-lhe: «Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis». O funcionário insistiu: «Senhor, desce, antes que meu filho morra». Jesus respondeu-lhe: «Vai, que o teu filho vive». O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha dito e pôs-se a caminho. Já ele descia, quando os servos vieram ao seu encontro e lhe disseram que o filho vivia. Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado. Eles responderam-lhe: «Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou». Então o pai verificou que àquela hora Jesus lhe tinha dito: «O teu filho vive». E acreditou, ele e todos os de sua casa. Foi este o segundo milagre que Jesus realizou, ao voltar da Judeia para a Galileia."

Este pai pede a saúde para o filho. O Senhor repreende todos um pouco, também ele: “Se não virdes milagres e prodígios, não acreditais”. Mas em vez de se calar e ficar quieto, o funcionário insiste dizendo-lhe: “Senhor, desce, antes que o meu filho morra!”. E Jesus responde-lhe: “Vai, o teu filho está vivo”.

São necessárias três condições para uma verdadeira oração. A primeira é a fé: se não tiverdes fé... E muitas vezes, a oração é somente oral, com os lábios... mas não vem da fé do coração, ou uma fé fraca... Pensemos noutro pai, o do filho endemoninhado, quando Jesus respondeu: “Tudo é possível àquele que crê”, o pai diz claramente: “Creio, mas aumenta a minha fé”. A fé na oração. Rezar com fé, quer quando rezamos fora [de um lugar de culto], quer quando vimos aqui e o Senhor está ali: tenho fé ou é um hábito? Estejamos atentos na oração: não podemos cair no hábito, sem a consciência de que o Senhor está presente, que falo com o Senhor e que Ele é capaz de resolver o problema. A primeira condição para uma verdadeira oração é a fé.

A segunda condição, que o próprio Jesus nos ensina, é a perseverança. Alguns pedem, mas a graça não vem: não têm a perseverança, porque no fundo não precisam dela, ou não têm fé. É o próprio Jesus que nos narra a parábola daquele senhor que à meia-noite vai ter com o vizinho para lhe pedir pão: a perseverança de bater à porta. Ou a viúva, com o juiz injusto: insiste, insiste, insiste: trata-se da perseverança. Fé e perseverança caminham juntas, porque se tens fé tens a certeza de que o Senhor te dará o que pedes. E se o Senhor te fizer esperar, bate à porta, bate, bate e no final Ele conceder-te-á a graça. Mas o Senhor não age assim para se fazer desejar, nem para que digas “é melhor que espere”: não. Fá-lo para o nosso bem, para que levemos isto a sério. Levar a oração a sério, não como os papagaios: blá blá blá e nada mais... É o próprio Jesus que nos repreende: “Não sejais como os pagãos, que acreditam na eficácia da oração à força da multiplicação das palavras”. Não. A perseverança. A fé.

E a terceira condição de Deus para a oração é a coragem. Alguém pode pensar: é preciso ter coragem para rezar e para se colocar diante do Senhor? Sim. A coragem de ficar ali a pedir e insistir, aliás, quase – quase, não quero dizer uma heresia – como que a ameaçar o Senhor. A coragem de Moisés diante de Deus, quando Deus queria destruir o povo e torná-lo chefe de outro povo, diz: “Não. Eu com o povo”. Coragem. A coragem de Abraão, quando negocia a salvação de Sodoma: “Talvez haja 30, talvez haja 25, talvez haja 20...”: eis a coragem. A virtude da coragem é realmente necessária. Não somente para as obras apostólicas, mas também para a oração.

Fé, perseverança e coragem. Nestes dias em que é preciso rezar, rezar mais, pensemos se nós rezamos assim: com fé que o Senhor pode intervir, com perseverança e com coragem. O Senhor não desilude: não desilude. Faz-nos esperar, leva tempo, mas não desilude. Fé, perseverança e coragem!

Papa Francisco 
(Homilia em Santa Marta23 de março de 2020)

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte. Ámen.

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