QUARESMA PASSO A PASSO - 2025
Ano C
Evangelho Lc 9, 22-25
«Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me.»
«Pois quem quiser salvar a sua vida, tem de perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa salvá-la-á.»
A caminho de Jerusalém, Jesus explica abertamente aos seus amigos o que O espera no final na cidade santa:
prediz o seu mistério de morte e ressurreição, de humilhação e glória. Ele diz
que deve «sofrer muito da parte dos anciãos, e, dos príncipes dos sacerdotes e
dos escribas, ser morto e ao terceiro dia ressuscitar» (Mt 16, 21).
Mas as suas palavras não são compreendidas, porque os discípulos têm uma fé
ainda imatura e demasiado ligada à mentalidade deste mundo (cf. Rm 12,
2). Pensam numa vitória demasiado terrena, e por esta razão não compreendem a
linguagem da Cruz.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos,
pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar
ao terceiro dia». E, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser seguir-Me,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser
salvar a sua vida, tem de perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa
salvá-la-á. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a
perder-se ou arruinar-se a si próprio?».
Estimados
irmãos e irmãs, bom dia!
(...) Para Pedro e para os outros
discípulos - mas também para nós! - a cruz é uma coisa desconfortável, a cruz é
um “escândalo”, enquanto Jesus considera um “escândalo” fugir da cruz, o que
significaria fugir da vontade do Pai, da missão que Ele lhe confiou para a
nossa salvação. (...)
Dirigindo-se a todos, Jesus
acrescenta: «Se alguém quiser vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua
cruz e siga-me» (v. 24). Desta forma Ele mostra o caminho do verdadeiro
discípulo, realçando duas atitudes. A primeira é «renegar-se a si próprio», o
que não significa uma mudança superficial, mas uma conversão, uma inversão de
mentalidade e de valores. A outra atitude é tomar a própria cruz. Não se trata
apenas de suportar pacientemente tribulações diárias, mas de suportar com fé e
responsabilidade aquela parte do esforço, aquela parte do sofrimento que a luta
contra o mal implica. A vida dos cristãos é sempre uma luta. A Bíblia diz que a
vida do crente é uma milícia: lutar contra o espírito maligno, lutar contra o
Mal.
Assim, o compromisso de “tomar
a cruz” torna-se participação com Cristo na salvação do mundo. Pensando nisto,
façamos com que a cruz pendurada na parede de casa, ou a pequena que usamos ao
peito, seja sinal do nosso desejo de nos unirmos a Cristo no serviço aos nossos
irmãos com amor, especialmente aos mais pequeninos e mais frágeis. A cruz é um
sinal santo do Amor de Deus, é um sinal do Sacrifício de Jesus, e não deve ser
reduzida a um objeto de superstição ou a uma joia ornamental. Cada vez que
olhamos para a imagem de Cristo crucificado, pensemos que Ele, como verdadeiro
Servo do Senhor, cumpriu a Sua missão dando a vida, derramando o Seu sangue
para a remissão dos pecados. E não nos deixemos levar para o outro lado, para a
tentação do Maligno. Consequentemente, se quisermos ser Seus discípulos, somos
chamados a imitá-lo, dedicando sem reservas a nossa vida por amor a Deus e ao
próximo.
Que a Virgem Maria, unida ao
seu Filho até ao Calvário, nos ajude a não retroceder perante as provações e
sofrimentos que o testemunho do Evangelho implica para todos nós.
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