Ano C - 2024
Advento passo a passo
14ºdia - 14/12/2024
Mateus 11,16-19
«Também assim hão de fazer sofrer o Filho do
Homem.»
Jesus desce do monte depois da
transfiguração. Ali os discípulos contemplaram a glória de Deus e viram-no a
falar com Moisés e Elias, a lei e os profetas, os dois que encarnam a promessa
de Deus para o seu povo. Os discípulos questionam Jesus sobre a vinda de Elias
e Jesus explica que os doutores da lei, que conhecem as Escrituras, não
quiseram ver “Elias”, mas ele já veio, ou seja, que já veio aquele que prepara
o coração do povo para achegada da salvação. Do mesmo modo, não vão querer ver
nele o Messias Salvador. Pedro, Tiago e João entendem que Jesus está a falar de
João Batista e Jesus anuncia a sua própria morte.
Naquele tempo, ao descerem do monte, os discípulos fizeram a Jesus esta
pergunta: «Então, por que é que os doutores da Lei dizem que Elias há de vir
primeiro?» Ele respondeu: «Sim, Elias há de vir e restabelecerá todas as
coisas. Eu, porém, digo-vos: Elias já veio, e não o reconheceram; trataram-no
como quiseram. Também assim hão de fazer sofrer o Filho do Homem.» Então, os
discípulos compreenderam que se referia a João Batista.
Senhor,
que viestes salvar os corações atribulados, dispõe-me para te acolher naqueles
que envias à minha vida e preparam em mim o encontro contigo e não permitas que
o orgulho me convença a fechar os olhos à Tua chegada, para poder ver a verdade
para lá das opiniões.
Amados irmãos e irmãs, bom dia!
(...)
Mas que significa «perder a vida por
causa de Jesus»? Isto pode acontecer de dois modos: confessando explicitamente
a fé, ou defendendo de modo implícito a verdade. Os mártires são o exemplo
máximo do perder a vida por Cristo. Em dois mil anos uma multidão imensa de
homens e mulheres sacrificaram a vida para permanecer fiéis a Jesus Cristo e ao
seu Evangelho. E hoje, em numerosas partes do mundo, há muitos, muitíssimos —
mais do que nos primeiros séculos — muitos mártires, que dão a própria vida por
Cristo, que são levados à morte por não renegarem Jesus Cristo. Esta é a nossa
Igreja. Hoje temos mais mártires do que nos primeiros séculos! Mas há também o
martírio quotidiano, que não implica a morte mas é também ele um «perder a
vida» por Cristo, cumprindo o próprio dever com amor, segundo a lógica de
Jesus, a lógica da doação, do sacrifício. Pensemos: quantos pais e mães todos
os dias põem em prática a sua fé oferecendo concretamente a própria vida pelo
bem da família! Pensemos neles! Quantos sacerdotes, frades, freiras,
desempenham com generosidade o seu serviço pelo reino de Deus! Quantos jovens
renunciam aos próprios interesses para se dedicarem às crianças, aos
deficientes, aos idosos... Também eles são mártires! Mártires diários, do
dia-a-dia!
E há também muitas pessoas, cristãs e
não cristãs, que «perdem a própria vida» pela verdade. E Cristo disse «Eu sou a
verdade», por conseguinte quem serve a verdade serve Cristo. Uma destas
pessoas, que deu a vida pela verdade, foi João Baptista: (...) João foi
escolhido por Deus para preparar o caminho diante de Jesus, e indicou-o ao povo
de Israel como o Messias, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1,
29). João consagrou-se totalmente a Deus
e ao seu enviado, Jesus. Mas, no final, o que aconteceu? Morreu pela causa da
verdade, quando denunciou o adultério do rei Herodes com Herodíades. Quantas
pessoas pagam caro o compromisso pela verdade! Quantos homens retos preferem ir
contra a corrente, para não renegar a voz da consciência, a voz da verdade!
Pessoas retas, que não receiam ir contra a corrente! E nós, não devemos ter
medo! Entre vós há muitos jovens. A vós jovens digo: não tenhais medo de ir
contra a corrente, quando nos querem roubar a esperança, quando nos propõem
estes valores estragados, valores como uma refeição deteriorada que nos faz
mal; estes valores fazem-nos mal. Devemos ir contra a corrente! E vós jovens,
sede os primeiros: ide contra a corrente e tende este orgulho precisamente de
ir contra a corrente. Em frente, sede corajosos e ide contra a corrente. E
senti-vos orgulhosos por fazê-lo!
Queridos amigos, acolhamos com alegria esta palavra de Jesus. É uma regra de vida proposta a todos. E são João Baptista nos ajude a pô-la em prática. Precede-nos neste caminho, como sempre, a nossa Mãe, Maria Santíssima: Ela perdeu a sua vida por Jesus, até à Cruz, e recebeu-a em plenitude, com toda a luz e beleza da Ressurreição. Ajude-nos Maria a fazer cada vez mais nossa a lógica do Evangelho.
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