terça-feira, 10 de dezembro de 2024

 Ano C – 2024

Advento passo a passo

 

11ºdia - 11/12/2024

Evangelho Mt 11, 28-30

«Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei»;

«Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.»

Jesus apresenta-se como aquele que é “manso e humilde de coração”. Desta forma, Jesus, pretende dizer a todos que não devem ter medo, porque Ele, o Messias, não vem para se impor sobre ninguém nem para impor um jugo pesado como fazem os chefes das nações. Ele é “manso e humilde”, por isso, o seu jugo é suave e nele encontram descanso todos os que andam cansados e oprimidos. 

“Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».

Senhor, a tua palavra seduz-me. Nem sempre sou capaz de me aproximar e tantas vezes, mesmo aproximando-me de ti, tenho dificuldade em aprender os teus sentimentos. Por isso sou áspero, agressivo, intolerante e exigente com os outros, sem medir o peso que imponho sobre eles. Ensina-me a ser como tu, manso e humilde de coração, para que todos encontrem descanso para as suas almas enquanto caminhamos para ti.

 www.aliturgia.com

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!

No Evangelho encontramos o convite de Jesus. Ele diz assim: «Vinde a mim, vós todos que estais aflitos e oprimidos, e Eu aliviar-vos-ei» (Mt 11, 28). Quando Jesus pronuncia estas palavras, tem diante dos seus olhos as pessoas que encontra todos os dias pelas estradas da Galileia: muita gente simples, pobre, doente, pecadora, marginalizada... Este povo sempre acorreu a Ele para ouvir o sua palavra — uma palavra que incutia esperança! As palavras de Jesus incutem sempre esperança! — mas também para tocar pelo menos numa orla da sua veste. O próprio Jesus ia em busca destas multidões cansadas e desgarradas, como ovelhas sem pastor (cf. Mt 9, 35-36), e procurava-as para lhes anunciar o Reino de Deus e para curar muitos no corpo e no espírito. Agora, chama-os todos a Si: «Vinde a mim», prometendo-lhes alívio e consolação.

Este convite de Jesus estende-se até aos nossos dias, para alcançar numerosos irmãos e irmãs oprimidos por condições de vida precárias, por situações existenciais difíceis e às vezes desprovidas de pontos de referência válidos. Nos países mais pobres, mas também nas periferias dos países mais ricos encontram-se muitas pessoas cansadas e abatidas, sob o peso insuportável do abandono e da indiferença. A indiferença: como a indiferença humana faz mal aos necessitados! E pior ainda é a indiferença dos cristãos! Às margens da sociedade há muitos homens e mulheres provados pela indigência, mas inclusive pela insatisfação da vida e da frustração. Numerosas pessoas são obrigadas a emigrar da sua Pátria, pondo em perigo a própria vida. Um número muito maior delas suportam todos os dias o fardo de um sistema económico que explora o homem e impõe um «jugo» insuportável, que os poucos privilegiados não querem carregar. A cada um destes filhos do Pai que está no Céu, Jesus repete: «Vinde a mim, vós todos!». Mas di-lo também àqueles que possuem tudo, mas cujo coração está vazio, sem Deus. Inclusive a eles, Jesus dirige este convite: «Vinde a mim!». A exortação de Jesus está destinada a todos. Mas de modo especial àqueles que sofrem em maior medida.

Jesus promete dar alívio a todos, mas dirige-nos também um convite, que se parece com um mandamento: «Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29). O «jugo» do Senhor consiste em carregar o peso dos outros com amor fraterno. Quando recebemos o alívio e a consolação de Cristo, por nossa vez somos chamados a tornar-nos alívio e consolação para os irmãos, com atitude mansa e humilde, à imitação do Mestre. A mansidão e a humildade do coração ajudam-nos não apenas a carregar o fardo dos outros, mas também a não pesar sobre eles com os nossos pontos de vista pessoais, os nossos juízos, as nossas críticas ou a nossa indiferença.

Invoquemos Maria Santíssima, que acolhe sob o seu manto todas as pessoas cansadas e abatidas a fim de que, através de uma fé iluminada e testemunhada na própria vida, possamos servir de alívio para quantos têm necessidade de ajuda, ternura e esperança.

Papa Francisco
(Angelus, 6 de julho de 2014)

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