Ano C – 2024
Advento passo
a passo
11ºdia - 11/12/2024
Evangelho
Mt 11, 28-30
«Vinde a Mim, todos
os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei»;
«Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que
sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.»
Jesus
apresenta-se como aquele que é “manso e humilde de coração”. Desta forma,
Jesus, pretende dizer a todos que não devem ter medo, porque Ele, o Messias,
não vem para se impor sobre ninguém nem para impor um jugo pesado como fazem os
chefes das nações. Ele é “manso e humilde”, por isso, o seu jugo é suave e nele
encontram descanso todos os que andam cansados e oprimidos.
“Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».
Senhor, a tua palavra seduz-me. Nem sempre sou capaz de me aproximar e tantas
vezes, mesmo aproximando-me de ti, tenho dificuldade em aprender os teus
sentimentos. Por isso sou áspero, agressivo, intolerante e exigente com os
outros, sem medir o peso que imponho sobre eles. Ensina-me a ser como tu, manso
e humilde de coração, para que todos encontrem descanso para as suas almas
enquanto caminhamos para ti.
Prezados
irmãos e irmãs, bom dia!
No Evangelho encontramos o convite de Jesus. Ele diz assim: «Vinde a mim, vós todos que
estais aflitos e oprimidos, e Eu aliviar-vos-ei» (Mt 11, 28). Quando Jesus pronuncia estas palavras, tem
diante dos seus olhos as pessoas que encontra todos os dias pelas estradas da
Galileia: muita gente simples, pobre, doente, pecadora, marginalizada... Este
povo sempre acorreu a Ele para ouvir o sua palavra — uma palavra que incutia
esperança! As palavras de Jesus incutem sempre esperança! — mas também para
tocar pelo menos numa orla da sua veste. O próprio Jesus ia em busca destas
multidões cansadas e desgarradas, como ovelhas sem pastor (cf. Mt 9, 35-36),
e procurava-as para lhes anunciar o Reino de Deus e para curar muitos no corpo
e no espírito. Agora, chama-os todos a Si: «Vinde a mim», prometendo-lhes
alívio e consolação.
Este convite de Jesus
estende-se até aos nossos dias, para alcançar numerosos irmãos e irmãs
oprimidos por condições de vida precárias, por situações existenciais difíceis
e às vezes desprovidas de pontos de referência válidos. Nos países mais pobres,
mas também nas periferias dos países mais ricos encontram-se muitas pessoas
cansadas e abatidas, sob o peso insuportável do abandono e da indiferença. A
indiferença: como a indiferença humana faz mal aos necessitados! E pior ainda é
a indiferença dos cristãos! Às margens da sociedade há muitos homens e mulheres
provados pela indigência, mas inclusive pela insatisfação da vida e da
frustração. Numerosas pessoas são obrigadas a emigrar da sua Pátria, pondo em
perigo a própria vida. Um número muito maior delas suportam todos os dias o
fardo de um sistema económico que explora o homem e impõe um «jugo»
insuportável, que os poucos privilegiados não querem carregar. A cada um destes
filhos do Pai que está no Céu, Jesus repete: «Vinde a mim, vós todos!». Mas
di-lo também àqueles que possuem tudo, mas cujo coração está vazio, sem Deus.
Inclusive a eles, Jesus dirige este convite: «Vinde a mim!». A exortação de
Jesus está destinada a todos. Mas de modo especial àqueles que sofrem em maior
medida.
Jesus promete dar alívio a
todos, mas dirige-nos também um convite, que se parece com um mandamento:
«Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração» (Mt 11, 29).
O «jugo» do Senhor consiste em carregar o peso dos outros com amor fraterno.
Quando recebemos o alívio e a consolação de Cristo, por nossa vez somos
chamados a tornar-nos alívio e consolação para os irmãos, com atitude mansa e
humilde, à imitação do Mestre. A mansidão e a humildade do coração ajudam-nos
não apenas a carregar o fardo dos outros, mas também a não pesar sobre eles com
os nossos pontos de vista pessoais, os nossos juízos, as nossas críticas ou a
nossa indiferença.
Invoquemos Maria Santíssima,
que acolhe sob o seu manto todas as pessoas cansadas e abatidas a fim de que,
através de uma fé iluminada e testemunhada na própria vida, possamos servir de
alívio para quantos têm necessidade de ajuda, ternura e esperança.
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