Natal do Senhor - 2022
Hoje, estamos em
festa, pois a Igreja celebra o nascimento do Menino Deus. Hoje, mais do que
nunca, o nosso coração alegra-se porque o Filho de Deus habita entre nós, mora
no nosso coração, habita todo o nosso ser, corpo e alma. Sim, esta é a razão da
nossa festa, da nossa alegria, pois Jesus veio habitar entre nós, melhor ainda,
em cada um de nós, para nos elevar à dignidade de filhos de Deus. N’Ele, Seu
Único e muito amado Filho, fomos conquistados para Deus, tornados também nós
Seus filhos. A causa da nossa alegria é o nascimento de Jesus, como nos diz o
Papa Francisco: “Antes de mais nada, porque manifesta a ternura de
Deus. Ele, o Criador do universo, abaixa-Se até à nossa pequenez. O dom da
vida, sempre misterioso para nós, fascina-nos ainda mais ao vermos que Aquele
que nasceu de Maria é a fonte e o sustento de toda a vida. Em Jesus, o Pai
deu-nos um irmão, que vem procurar-nos quando estamos desorientados e perdemos
o rumo, e um amigo fiel, que está sempre ao nosso lado; deu-nos o seu Filho,
que nos perdoa e levanta do pecado.” Nunca mais ficámos sós, agora Ele está
sempre connosco. Confiemos-Lhe tudo o que somos e temos, toda a nossa vida,
porque só Ele nos ama infinitamente, tal qual somos e está sempre desejoso de nos
receber e estreitar entre os seus braços. E, neste abraço de Deus Amor, cabemos
todos, não fica ninguém de fora.
Missa do Dia
Na 1ªleitura (Is 52, 7-10) Isaías convida os homens de todos os tempos, povos e nações a romper em brados de alegria, porque o Senhor volta para Sião, porque Deus, em Jesus, Seu Filho, vem libertar, resgatar toda a humanidade.
“Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que
traz a boa nova, que proclama a salvação e diz a Sião: «O teu Deus é Rei». Eis
o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de
alegria, porque veem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. Rompei
todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu
povo, resgata Jerusalém. O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas
as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.”
Na 2ªleitura (Hebr 1, 1-6) S.Paulo propõe-nos uma reflexão sobre a relação de Deus com a humanidade, ou melhor, leva-nos a contemplar o Mistério do Amor que veio habitar no meio dos homens, Jesus Cristo, o Filho de Deus. Adoremos o Menino Deus, que veio habitar entre os homens.
“Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais,
pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a
quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo. Sendo
o Filho esplendor da sua glória e imagem da sua substância, tudo sustenta com a
sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados,
sentou-Se à direita da Majestade no alto dos Céus e ficou tanto acima dos Anjos
quanto mais sublime que o deles é o nome que recebeu em herança. A qual dos
Anjos, com efeito, disse Deus alguma vez: «Rompei todas em brados de alegria»?
E ainda: «Eu serei para Ele um Pai e Ele será para Mim um Filho»? E de novo,
quando introduziu no mundo o seu Primogénito, disse: «Adorem-n’O todos os Anjos
de Deus».”
No evangelho (Jo 1, 1-18) S.João, de uma forma muito bela, ajuda-nos a contemplar o mistério do Amor de Deus por cada ser criado. E é Jesus quem nos revela quão infinito é o amor de Deus por cada um de nós. Neste Menino, cujo nascimento hoje celebramos, fomos gerados para Deus, somos filhos no Filho. Como não romper em cânticos de júbilo e alegria a Deus, que nos ama desta forma tão total e infinita?
“No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No
princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi
feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas
trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado
João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos
acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da
luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem.
Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o
que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e
acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes
não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas
de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória,
glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade.
João dá testemunho d’Ele, exclamando: «É deste que eu dizia: ‘O que vem depois
de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da
sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi
dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A
Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O
deu a conhecer.”
Glória a Deus nas
alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade. Bendito e louvado seja o Senhor, hoje e sempre, pelos séculos sem fim. Ámen.
Sem comentários:
Enviar um comentário