sexta-feira, 29 de abril de 2022

   SEMANA II DO TEMPO PASCAL- 2022

Sábado II da Páscoa - 30.04.2022

EVANGELHO Jo 6, 16-21

«Sou Eu. Não temais»

Hoje a página do Evangelho descreve o episódio de Jesus que, depois de ter rezado a noite inteira na margem do lago da Galileia, se dirige à barca dos seus discípulos, caminhando sobre as águas. A barca encontra-se no meio do lago, bloqueada por um forte vento contrário. Quando veem Jesus a caminhar sobre as águas, os discípulos confundem-no com um fantasma e sentem medo. Mas ele tranquiliza-os: «Tranquilizai-vos, sou eu; não temais!» (...) 

"Ao cair da tarde, os discípulos de Jesus desceram até junto do mar, subiram para um barco e seguiram para a outra margem, em direção a Cafarnaum. Já fazia escuro e Jesus ainda não tinha ido ter com eles. Como o vento soprava forte, o mar ia-se encrespando. Tendo eles remado duas e meia a três milhas, viram Jesus aproximar-Se do barco, caminhando sobre o mar e tiveram medo. Mas Jesus disse-lhes: «Sou Eu. Não temais». Quiseram então recebê-l’O no barco mas logo o barco chegou à terra para onde se dirigiam."

Esta narração do Evangelho contém um simbolismo rico e faz-nos refletir sobre a nossa fé, quer como indivíduos quer como comunidade eclesial, também a fé de todos nós que estamos aqui hoje na Praça. A comunidade, esta comunidade eclesial, tem fé? Como é a fé em cada um de nós e a fé da nossa comunidade? A barca é a vida de cada um de nós mas é também a vida da Igreja; o vento contrário representa as dificuldades e as provações. (...)

O Evangelho de hoje recorda-nos que a fé no Senhor e na sua palavra não nos abre um caminho onde tudo é fácil e tranquilo; não nos livra das tempestades da vida. A fé oferece-nos a segurança de uma Presença, a presença de Jesus, que nos impele a superar os temporais existenciais, a certeza de uma mão que nos segura a fim de nos ajudar a enfrentar as dificuldades, indicando-nos a estrada inclusive quando está escuro. A fé não é um subterfúgio para os problemas da vida mas apoia no caminho, dando-lhe sentido.

Este episódio é uma imagem maravilhosa da realidade da Igreja de todos os tempos: uma barca que, ao longo da travessia, deve enfrentar até ventos contrários e tempestades, que ameaçam virá-la. O que a salva não são a coragem nem as qualidades dos seus homens: a garantia contra o naufrágio é a fé em Cristo e na sua palavra. Esta é a garantia: a fé em Jesus e na sua palavra. Dentro desta barca estamos em segurança, não obstante as nossas misérias e fragilidades, sobretudo quando nos pomos de joelhos e adoramos o Senhor, como discípulos que, no final, «se prostaram diante dele, dizendo: “És realmente o Filho de Deus!”» . Que bonito dizer a Jesus esta frase: «És realmente o Filho de Deus!». Digamos todos juntos? «És realmente o Filho de Deus!».

A Virgem Maria nos ajude a permanecer firmes na fé para resistir às tempestades da vida, a persistir na barca da Igreja refutando a tentação de subir nos barcos encantadores mas inseguros das ideologias, das modas e dos slogans.

Audiência Geral de 13 de agosto de 2017

Papa Francisco

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