sábado, 6 de fevereiro de 2021

   V DOMINGO DO TEMPO COMUM

As leituras de hoje centram-nos na vida e focam, especialmente, um dos seus mistérios mais difíceis de entender: o sofrimento. Como é costume dizer-se, não é por acreditarmos em Deus que Ele nos tira o sofrimento, mas n’Ele assume outro significado, sabemos que Ele está sempre connosco e, se é possível, mais ainda nos momentos difíceis e duros da vida. Nestes tempos, em que a doença e a morte se tornaram um drama, uma tragédia, do nosso quotidiano, devido à velocidade e intensidade, com que se transmite, propaga o vírus e à incapacidade humana de travar uma avanço tão galopante, violento e incapacitante, os textos de hoje são uma ajuda preciosa para nos encontrarmos com o Senhor, Amor sem fim por cada um de nós e por toda a humanidade. Com Jesus aprendemos que o Amor de Deus nunca, mas nunca mesmo, nos abandona. É como diz no texto “Pegadas na Areia”, quando mais precisamos, Deus pega-nos ao colo e leva-nos aconchegados junto ao Seu peito, qual mãe que nos alivia o sofrimento e connosco caminha. Entreguemo-nos a Ele, deixemo-nos amar por Ele sempre, em todas as situações.

Na 1ªleitura (Job 7, 1-4.6-7) Job, sem nunca perder a sua confiança em Deus questiona-O sobre a desgraça, o sofrimento de que é alvo. E é do diálogo, mais suave, ou mais violento, mas sempre bem aceso e dinâmico, apresentado ao longo do livro de Job, que percebemos o quão profunda e inabalável pode ser a fé em Deus, mesmo quando tudo parece perdido. Isto sim é ter fé!

Job tomou a palavra, dizendo: «Não vive o homem sobre a terra como um soldado? Não são os seus dias como os de um mercenário? Como o escravo que suspira pela sombra e o trabalhador que espera pelo seu salário, assim eu recebi em herança meses de desilusão e couberam-me em sorte noites de amargura. Se me deito, digo: ‘Quando é que me levanto?’. Se me levanto: ‘Quando chegará a noite?’; e agito-me angustiado até ao crepúsculo. Os meus dias passam mais velozes que uma lançadeira de tear e desvanecem-se sem esperança. – Recordai-Vos que a minha vida não passa de um sopro e que os meus olhos nunca mais verão a felicidade».”


Na 2ªleitura (1 Cor 9, 16-19.22-23) somos confrontados com a atitude de fé de S.Paulo, com o seu testemunho. Ao mesmo tempo sentimo-nos interpelados a ser, também nós, hoje, testemunhas do Amor de Deus, em todo e qualquer momento, ou situação das nossas vidas.

“Irmãos: Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não anunciar o Evangelho! Se o fizesse por minha iniciativa, teria direito a recompensa. Mas, como não o faço por minha iniciativa, desempenho apenas um cargo que me está confiado. Em que consiste, então, a minha recompensa? Em anunciar gratuitamente o Evangelho, sem fazer valer os direitos que o Evangelho me confere. Livre como sou em relação a todos, de todos me fiz escravo, para ganhar o maior número possível. Com os fracos tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de ganhar alguns a todo o custo. E tudo faço por causa do Evangelho, para me tornar participante dos seus bens.”

No Evangelho (Mc 1, 29-39) Jesus vai ao encontro dos que sofrem, dos que andam tristes, angustiados, desesperados, dos que se sentem subjugados por tantos problemas provocados por esta pandemia e, ao mesmo tempo, se abeiram dele e pedem que os salve, que os cure, que os ajude. Não deixa ninguém sozinho, vai procurá-los em todos os lugares, sejam mais próximos, ou mais longínquos. A todos os que O procuram pega na mão e levanto-os. Falemos com Jesus, demos-Lhe conta de tudo o que se passa connosco, das nossas angústias, dores, preocupações, alegrias,… e deixemos que nos tome pela mão e nos levante, como fez com a sogra de Pedro.

Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela. Jesus aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam quem Ele era. De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar. Simão e os companheiros foram à procura d’Ele e, quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». Ele respondeu-lhes: «Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim». E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.

Senhor eu creio em Ti, mas aumenta a minha fé.

Salva-nos, Senhor!

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