Fev 20, 2021 - 12:43
Santuário celebra memória de santos Francisco e Jacinta Marto
Fátima, 20 fev 2021 (Ecclesia) – O cardeal
D. António Marto presidiu hoje à Missa da memória litúrgica dos santos
Francisco e Jacinta Marto e afirmou na homilia que a proximidade, a compaixão e
a ternura dos Pastorinhos de Fátima são exemplo para resistir à pandemia e
vencer o medo.
“Os nossos queridos Pastorinhos são
estrelas em que resplandecem a proximidade, a compaixão e a ternura como estilo
da relação de Deus connosco e que devem tornar-se estilo do nosso cuidado
recíproco, de uns pelos outros. Assim resistiremos à pandemia e venceremos o
medo, a insegurança, a solidão, o desânimo e o sofrimento nos seus aspetos
negativos”, afirmou.
Numa celebração transmitida nas redes
sociais a partir da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, o bispo de
Leiria-Fátima indicou os três aspetos do “cuidado recíproco”, proximidade,
compaixão, ternura, como resposta ao “tempo difícil para todos”, marcado pela
“crise sanitária, económica, social, ecológica, cultural e também a crise de
relações humanas, talvez a mais grave”.
“A pandemia marcou a vida das pessoas e a
história das nossas comunidades e dos povos. Quando tudo está em crise, é muito
fácil cair no desalento e no desespero. Há necessidade de comunicar uma palavra
de esperança, de consolação, de coragem e de sabedoria”, sublinhou.
Para o cardeal D. António Marto, diante de
um “mundo ferido”, o “apelo que chega à Igreja para enfrentar e resolver a
atual situação de pandemia é o de colocar a atenção na ‘cultura do cuidado
recíproco’”, como indica o Papa na Mensagem para o Dia Mundial da Paz e na
encíclica “Todos Irmãos”.
O bispo de Leiria-Fátima lembrou também a
mensagem que Nossa Senhora veio trazer em Fátima, no contexto de “um mundo em
crise atingido por uma pandemia (a pneumónica) e uma guerra mundial” e disse
que o “cuidado de Deus pelo mundo” é testemunhado pelos Pastorinhos e “deve
inspirar” o cuidado de todos em torno das “três palavras muito usadas pelo Papa
Francisco”, proximidade, compaixão e ternura.
“Confiemo-nos ao Coração Imaculado de
Maria, Mãe da ternura. Com o seu cuidado materno, Ela nos ensina, como fez aos
pastorinhos, a cuidarmos uns dos outros com proximidade, compaixão e ternura,
para sentirmos que todos somos irmãos”, concluiu o cardeal D. António Marto.
Francisco e Jacinta Marto, dois dos três
pastorinhos das Aparições de Fátima, em 1917, foram canonizados pelo Papa
Francisco no dia 13 de maio de 2017, no Santuário de Fátima.
Para além de momentos de oração e da Missa que celebrou a memória dos santos Francisco e Jacinta Marto, Fátima assinala o dia dos Pastorinhos com a emissão do documentário “Santos Vizinhos” nas redes sociais do santuário e da Agência Ecclesia.
Francisco e Jacinta: Espiritualidade na vida e na arte
«O Francisco e a Jacinta
morreram os dois muito novinhos. Desde então, ambos prosseguem a sua missão do
alto dos Céus. O Francisco não se tornou padre, no entanto, exerce um
sacerdócio misterioso no paraíso, para ensinar a amar o Jesus escondido, para
santificar os padres e consolar aqueles que sofrem. A Jacinta não se tornou
freira, no entanto, junto de Nossa Senhora, reza pelos pecadores, intercede
para livrar do inferno as almas mais necessitadas, ensina a amar o Coração
Imaculado de Maria, e pede proteção para o Santo Padre, tão humilhado.
Estas duas crianças, que
viveram tão precoce e intensamente a vida cristã, são elas que velam com tanto
amor pelos jovens do mundo inteiro, ameaçados por tantos perigos. São elas que
rezam por cada um de nós. Elas, que nos precederam, chamam-nos ao caminho da
santidade. São elas que nos mostram que é possível. E mostram isso desde a mais
tenra idade. Com a ajuda do Senhor e de Nossa Senhora.
Ambos desapareceram do
“teatro deste mundo”, mas foi Deus que assim o quis, para que ambos possam
expandir mais o bem que fazem, para que sejam mais poderosos junto dos Corações
de Jesus e de Maria, e para que, através deles, se alcancem os santos de que o
mundo tanto precisa. Ambos rezam e intercedem pela santificação de toda a humanidade»
(Bernard Balayn).
Os bem-aventurados e os
santos têm cada um a sua personalidade, pelo que a tradição costuma
representá-los com atributos que os identificam.
Quais são os principais
atributos do Francisco e da Jacinta? São especialmente raras as crianças que
foram beatificadas ou canonizadas, mesmo quando mártires – e é raro serem
representadas individualmente e não em grupo –, pelo que o primeiro traço
imediatamente reconhecível a salientar é a sua fisionomia de criança.
Um outro traço
característico da sua iconografia é serem representados como pequenos pastores,
portanto, rodeados das suas ovelhas; neste caso, eles são a imagem do Bom
Pastor.
E o que é que eles têm
nas mãos? Por exemplo, o Francisco tem uma flauta, mais frequentemente um
terço, ou então um cordeiro – com auréola –, o símbolo do Cordeiro Pascal.
Quando a Jacinta pega num cordeiro ao colo e o abraça, o Francisco segura a
Santa Face com ternura sobre o seu coração; e quando é ele que pega num
cordeiro ao colo, a sua irmã, que tanto gostava de flores, pega num ramo.
Também se podem ver ambos em oração pelo Santo Padre ou em adoração diante do Jesus escondido. Um último traço indispensável a sublinhar: ambos estão unidos pelos laços de família, pela mensagem que viveram e pela sua beatificação conjunta, portanto, os dois estão representados juntos, são inseparáveis para sempre (cf. Marco Daniel Duarte).
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