11º
Dia
– Sábado da semana I – 27/02/2021
"Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito"
EVANGELHO Mt 5, 43-48
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu
inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que
vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz
nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos. Se amardes
aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os
publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de
extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o
vosso Pai celeste é perfeito».”
A lei da perfeição não é uma lei exterior,
imposta de fora para dentro; é lei inscrita já dentro de nós, no mais íntimo do
coração, como nos diz S. Agostinho “criastes-nos para Vós, Senhor, e o nosso
coração anda inquieto enquanto não repousar em Vós”. Será esse o grande
repouso, o grande Sábado: repousar em Deus!
Disse-nos o Papa no Angelus do passado
dia 20 de fevereiro: “De facto, o Senhor diz: «Sede, pois, perfeitos, como é
perfeito vosso Pai celeste» (Mt 5, 48). Mas quem poderia tornar-se
perfeito? A nossa perfeição é viver como filhos de Deus, cumprindo
concretamente a sua vontade. São Cipriano escrevia que «à paternidade de Deus
deve corresponder um comportamento de filhos de Deus, para que Deus seja
glorificado e louvado pela boa conduta do homem» (De zelo et livore, 15: CCL 3a,
83).
De que modo podemos imitar Jesus? Ele
diz: «Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim,
tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está nos Céus» (Mt 5,
44-45). Quem acolhe o Senhor na própria vida e o ama com todo o coração é capaz
de um novo início. Consegue cumprir a vontade de Deus: realizar uma nova forma
de existência animada pelo amor e destinada à eternidade. O apóstolo Paulo
acrescenta: «Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vós?» (1 Cor 3, 16). Se estivermos deveras conscientes
desta realidade, e a nossa vida for por ela profundamente plasmada, então o
nosso testemunho torna-se claro, eloquente e eficaz. Um autor medieval
escreveu: «Quando, por assim dizer, todo o ser do homem se misturou com o amor
de Deus, então o esplendor da sua alma reflete-se também no aspeto exterior»
(João Clímaco, Scala Paradisi, XXX: pg 88, 1157 b), na
totalidade da vida. «É grandioso o amor — lemos no livro da Imitação de
Cristo — um bem que torna leve tudo o que é pesado e suporta
tranquilamente tudo o que é difícil. O amor aspira a elevar-se, sem ser aprisionado
seja pelo que for na terra. Nasce de Deus e só em Deus pode encontrar repouso»
(III, v, 3).
Avé-Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte. Ámen.
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