quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

QUARESMA PASSO A PASSO 

2024 - Ano B

8º Dia – Quinta-feira da semana I – 22/02/2024

«Quem dizem os homens que é o Filho do homem?»;

«E vós, quem dizeis que Eu sou?»;

«Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».

Evangelho Mt 16, 13-19

A primeira parte do texto mostra a confusão de ideias que a multidão experimenta sobre a pessoa de Jesus. A distância em relação a Ele desfigura o seu rosto e esconde a verdade. Pedro, na sua resposta, supera as suas capacidades humanas e reconhece que Jesus é “o Messias, o Filho de Deus vivo”. Ele vive na intimidade e, por isso, o que não entende humanamente, entende com o coração. A sua resposta compreende um dom de Deus que se revela na pequenez da sua pessoa. Por isso, pelo dom de Deus e não pelas capacidades do apóstolo, Jesus revela e confia a Pedro a missão que ele irá desempenhar na Igreja. Pedro será aquele que garante a unidade de todos, por isso é pedra. É também o garante da verdade, por isso tem as chaves para ligar e desligar.

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“Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus». Glória ao pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Ámen.

A minha vida de fé, sendo uma experiência que acontece em mim, na minha realidade humana, não é uma questão puramente humana. A fé é um dom de Deus, um dom sobrenatural, que me faz participar na vida de Deus, na verdade de Deus, na sua sabedoria. Pela fé conheço a Deus e conheço como Deus conhece. Pela fé tenho conhecimento da verdade e a verdade me liberta. A certeza desta vida de fé é-me dada pela comunhão com a Igreja que tem no Papa, sucessor de Pedro, a garantia da verdade. Unido a ele, sei em quem acredito e que não acredito em vão. 

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Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Ámen.

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho (cf. Mt 16, 13-20) apresenta o momento em que Pedro professa a sua fé em Jesus como Messias e Filho de Deus. Esta confissão do Apóstolo é provocada pelo próprio Jesus, que quer levar os seus discípulos a darem o passo decisivo na sua relação com ele. De facto, todo o caminho de Jesus com aqueles que o seguem, especialmente com os Doze, é um percurso de educação da sua fé. Antes de tudo Ele pergunta: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?» (v. 13). Os apóstolos gostavam de falar sobre o povo, como todos nós fazemos. A bisbilhotice agrada-lhes. Falar dos outros não é muito exigente, é por isso que gostamos; também “esfolamos” os outros. Neste caso é exigida a perspetiva da fé e não o mexerico, ou seja, a pergunta: “Quem dizem os homens que eu sou?”. E os discípulos parecem competir no relato das diferentes opiniões, que talvez em grande medida eles próprios tenham partilhado. Eles próprios partilharam. Em síntese, Jesus de Nazaré foi considerado um profeta (v. 14).

Com a segunda pergunta, Jesus interpela-os diretamente: «Mas vós, quem dizeis que eu sou?» (v. 15). Neste ponto, parece que percebemos alguns momentos de silêncio, porque cada um dos presentes é chamado a pôr-se em questão, dizendo a razão porque segue Jesus; é por isso que uma certa hesitação é mais do que legítima. Se eu vos perguntasse agora: «Para vós, quem é Jesus?», haveria alguma hesitação. Simão salva a situação, declarando com ímpeto, «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo» (v. 16). Esta resposta, tão plena e luminosa, não vem do seu impulso, por muito generoso que fosse - Pedro era generoso - mas é o fruto de uma graça especial do Pai celeste. De facto, o próprio Jesus diz-lhe: «Não foram a carne nem o sangue quem to revelaram - isto é, a cultura, o que estudaste – não, isto não te revelou. Quem to revelou foi o meu Pai que está nos céus» (cf. v. 17). Confessar Jesus é uma graça do Pai. Dizer que Jesus é o Filho de Deus vivo, que é o Redentor, é uma graça que devemos pedir: “Pai, dá-me a graça de confessar Jesus”. Ao mesmo tempo, o Senhor reconhece a reação imediata de Simão à inspiração da graça e depois acrescenta, num tom solene: «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno nada poderão contra ela» (v. 18). Com esta declaração, Jesus faz Simão compreender o significado do novo nome que lhe deu, “Pedro”: a fé que acaba de manifestar é a “pedra” inabalável sobre a qual o Filho de Deus quer construir a sua Igreja, ou seja, a Comunidade. E a Igreja vai sempre em frente na fé de Pedro, nessa fé que Jesus reconhece [em Pedro] e faz dele cabeça da Igreja.

Hoje, ouvimos a pergunta de Jesus dirigida a cada um de nós: «E vós, quem dizeis que eu sou?». A cada um de nós. E cada um deve dar uma resposta que não seja teórica, mas que envolva fé, isto é, vida, porque fé é vida! “Para mim és...”, e dizer a confissão de Jesus. Uma resposta que também exige que nós, como os primeiros discípulos, ouçamos interiormente a voz do Pai e estejamos em harmonia com o que a Igreja, reunida à volta de Pedro, continua a proclamar. Trata-se de compreender quem  é  para nós Cristo: se Ele é o centro da nossa vida, se Ele  é o fim de todos os nossos compromissos na Igreja, do nosso compromisso na sociedade. Quem é Jesus Cristo para mim? Quem é Jesus Cristo para cada um de vós... Uma resposta que deveríamos dar todos os dias.

Mas cuidado: é indispensável e louvável que a pastoral das nossas comunidades esteja aberta às muitas pobrezas e emergências que existem por toda a parte. A caridade é sempre a via mestra do caminho de fé, da perfeição da fé. Mas é necessário que as obras de solidariedade, as obras de caridade que fazemos, não distraiam do contacto com o Senhor Jesus. A caridade cristã não é uma simples filantropia mas, por um lado, consiste em olhar para o outro com os próprios olhos de Jesus e, por outro, em ver Jesus no rosto do pobre. Este é o verdadeiro caminho da caridade cristã, com Jesus no centro, sempre. Maria Santíssima, bem-aventurada porque acreditou, seja a nossa guia e modelo no caminho da fé em Cristo, e nos torne conscientes de que a confiança n'Ele dá pleno significado à nossa caridade e a toda a nossa existência.

Papa Francisco

(Angelus, 23 de agosto de 2020)

Nota (Vaticano News): A Liturgia celebra hoje a festa da Cátedra de São Pedro. Trata-se de uma tradição muito antiga, testemunhada em Roma desde o século IV, com a qual se dá graças a Deus pela missão confiada ao Apóstolo Pedro e aos seus sucessores.

Literalmente, a "cátedra" é a sede fixa do Bispo, posto na igreja matriz de uma Diocese, que por isso é chamada "catedral", e constitui o símbolo da autoridade do Bispo e, em particular, do seu "magistério", ou seja, do ensinamento evangélico que ele, enquanto sucessor dos Apóstolos, é chamado a conservar e a transmitir à Comunidade cristã. Quando o Bispo toma posse da Igreja particular que lhe foi confiada, ele, com a mitra e o báculo, senta-se na cátedra.

Portanto, qual foi a "cátedra" de São Pedro? Escolhido por Cristo como "rocha" sobre a qual edificar a Igreja (cf. Mt 16, 18), ele começou o seu ministério em Jerusalém, depois da Ascensão do Senhor e do Pentecostes. A primeira "sede" da Igreja foi o Cenáculo. Em seguida, a sé de Pedro tornou-se Antioquia, cidade situada à margem do rio Oronte, na Síria, hoje na Turquia. Dali, a Providência conduziu Pedro até Roma, centro do Império, terra onde ele terminou com o martírio a sua corrida ao serviço do Evangelho.

Por isso a sede de Roma, que tinha recebido a maior honra, acolheu também o ónus confiado por Cristo a Pedro, de se colocar ao serviço de todas as Igrejas particulares, para a edificação e a unidade de todo o Povo de Deus.

A sede de Roma torna-se assim reconhecida como a do sucessor de Pedro, e a "cátedra" do seu Bispo representou a do Apóstolo encarregado por Cristo, de apascentar todo o seu rebanho.

Celebrar a "Cátedra" de Pedro significa, portanto, atribuir-lhe um forte significado espiritual e reconhecer-lhe um sinal privilegiado do amor de Deus, Pastor bom e eterno, que quer reunir toda a sua Igreja e orientá-la no caminho da salvação. 

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