quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

 QUARESMA PASSO A PASSO  

2024 - Ano B

14º Dia – quinta-feira II – 29/02/2024

«Pai Abraão, tem compaixão de mim.»

«Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos’»

Evangelho Lc 16, 19-31

As riquezas são para Jesus uma preocupação. Não é que ele considere que as riquezas sejam um mal, mas é difícil para o rico entrar na vida eterna. Esta parábola mostra-nos um homem que tem a sua vida assente em vestes de linho fino e banquetes esplêndidos, mas que apesar disso não tem nome. Mostra-nos também um pobre que apenas tem nome. Tudo o resto é sofrimento: está doente, tem fome, vive na rua e é ignorado. Os dois morrem, e sendo iguais na morte não são iguais na sorte. Um é enterrado e o outro levado pelos anjos. Na nova situação o rico vê, pela primeira vez, o pobre Lázaro e até sabe o nome dele. Conhece Abraão e chama-lhe pai mas, apesar disso, existe um abismo entre eles que não lhes permite passar de um lado para o outro. A conclusão é simples: “lembra-te que recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males”. E para todos fica o aviso: “Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos”.

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“Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico, que se vestia de linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre chamado Lázaro jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele saciar-se com os restos caídos da mesa do rico; mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas’. Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que, se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo’. O rico exclamou: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha casa paterna – pois tenho cinco irmãos – para que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento’. Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão’. Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos’».”

Percebo que Jesus me diz para olhar as riquezas como um bem que se partilha. Os bens em si mesmos não são bons nem maus, mas podem tornar-se maus para mim se, por causa deles, me tornar egoísta e pensar apenas em mim, ao ponto de nem sequer ver o meu irmão. Crer em Deus e reconhecê-lo como Pai, não me adianta muito se não reconhecer o meu semelhante como um irmão. De facto, o caminho para o reino passa pelo irmão, é isto que a Palavra (Moisés e os profetas) me revela.

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Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre. Ámen. 

A parábola do homem rico e do mendigo Lázaro é uma evocação de Jesus para fazer com que nos lembremos de abrir os olhos para o grande ídolo dos ricos.

O rico não foi acusado de ter explorado o pobre, ou de se ter apossado de terras do pobre, ou ainda, de ter enganado o pobre. A sua riqueza distanciou-o do pobre e de Deus. O Reino de Deus pertence aos pobres. Esta parábola faz-nos refletir sobre dois pontos importantes: primeiro - o homem pode tornar-se incapaz de se abrir à proposta salvífica de Deus, no caso da parábola de hoje, aconteceu com o rico; segundo - o Evangelho não privilegia nem condena uma condição económica, seja de pobreza ou de riqueza, mas procura mostrar que a fé e a conversão devem amadurecer e tornar o mundo mais humano.

Se o homem rico tivesse sido gentil e fraterno, e tivesse ultrapassado seu egocentrismo para "descobrir" o "mundo" de Lázaro, ter-se-ia convertido a Deus e teria sido salvo.

in http://jesuitasbrasil.org.br/

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