quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

 QUARESMA PASSO A PASSO 

2024 - Ano B

3ºDia - Sexta-Feira depois das Cinzas – 16/02/2024

Evangelho Mt 9, 14-15 

“Por que jejuamos nós e os fariseus, e os teus discípulos não?”

A questão colocada pelos discípulos de João é pertinente. Para eles a diferença de atuação entre Jesus e João evidencia uma outra forma de pensar a vida e não apenas uma questão prática. No fundo fazemos aquilo em que acreditamos. Ao não jejuar, os discípulos de Jesus, manifestam uma convicção do seu Mestre. Jesus esclarece essa diferente forma de atuar com palavra enigmáticas, mas referindo-se à sua morte, “dias virão em que o esposo lhes será tirado e nessa altura hão de jejuar.

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“Naquele tempo, os discípulos de João Baptista foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Por que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?» Jesus respondeu-lhes: «Podem os companheiros do esposo ficar de luto, enquanto o esposo estiver com eles? Dias virão em que o esposo lhes será tirado e nessa altura hão de jejuar».”

Percebo em mim esta inquietação dos discípulos de João. Porque não acontece na minha vida o mesmo que vejo na vida dos outros? Porque tem que ser mais difícil para mim? Parece que o meu mestre é mais exigente do que outros mestres! Esqueço que não consigo entender tudo o que se passa na vida dos outros. O meu olhar sobre os outros é superficial. Se conseguisse ver, talvez não dissesse o mesmo. Sobretudo não tenho capacidade para absorver o seu passado, o seu presente e o seu futuro. Os outros são um mistério onde o sofrimento também está presente, por isso, a melhor atitude perante o outro é a da contemplação.

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Paz e Bem em Cristo nosso Senhor, Aquele que nos fortalece sempre e nos faz ver o verdadeiro sentido de tudo o que fazemos no nosso dia a dia.

No texto de hoje, os discípulos de João Batista aproximam-se de Jesus e o perguntam-Lhe, porque é que, nos dias do cumprimento ritual do jejum judaico, os seus discípulos não faziam jejum. 

Vemos, neste, texto dois grandes grupos: o dos discípulos de João Baptista que, apesar de este estar preso, permanecem firmes nos seus propósitos e cumprem escrupulosamente os rituais; e o dos discípulos de Jesus. Todos são fiéis à doutrina dos seus fundadores. Pelo que parece, nos do primeiro grupo, ainda não se tinha operado a mudança, o abandono, o corte radical com a legislação farisaica, enquanto que Jesus estava empenhado em libertar os seus próprios discípulos destas observâncias e de todo jugo da Lei antiga.

O jejum que agrada a Deus não consiste, porventura, em repartir o teu alimento com o faminto, em dar abrigo aos desalojados, em vestir os nus?  "Então a tua luz despontará como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar (Is 58, 7-8). 

Então, a “luz” da boa consciência resplandecerá diante de Deus e dos homens, e a "ferida" do pecado será curada pelo verdadeiro amor para com Deus e os irmãos.

Os discípulos de Batista, admirados porque os que seguiam Jesus não observavam, como eles, o jejum, interrogaram um dia o Mestre a este respeito. E Jesus respondeu: “Podem, porventura, os convidados às núpcias afligir-se enquanto o Esposo está com eles?” (Mt 9,15) 

Para os hebreus o jejum era sinal de dor, de penitência, observado especialmente nas épocas de calamidades, para implorar a misericórdia de Deus, ou para exprimir arrependimento dos pecados. Mas agora, que o Filho de Deus se encontra na terra, celebrando as Suas núpcias com a humanidade, o jejum parece um contrassenso: aos discípulos de Jesus destina-se a alegria em vez do pranto. O próprio Cristo veio libertá-los do pecado; por isso a salvação deles não  consiste tanto em penitências corporais, como em abrirem-se totalmente à palavra e à graça do Salvador. Todavia, Jesus não pretendeu, de modo algum eliminar o jejum,pelo contrário,Ele mesmo, já havia ensinado com que pureza de intenção deveriam praticá-lo fugindo de toda a espécie de ostentação com o fim de atrair os louvores alheios: “Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava teu rosto;  assim não parecerá aos homens que jejuas e teu Pai, que  o que se passa em segredo, recompensar-te-á”(Mt6,17-18). E depois, aos discípulos do Baptista, diz o Senhor: “Dias virão em que lhes será tirado o Esposo; então jejuarão” (Mt 9, 15).

O jejum, a oração e a esmola – tal como são apresentados por Jesus na sua pregação (cf. Mt 6, 1-18) – são as condições para a nossa conversão e a sua expressão. O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa. (Papa Francisco - mensagem para a quaresma-2021 ). 

Em Jesus, fortalecidos pelo caminho de conversão da quaresma, somos convidados para as núpcias de Deus Amor. 

in http://jesuitasbrasil.org.br/

 

Pai-Nosso, que estais nos céus, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o Vosso reino, seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Ámen.

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