Solidariedade: «Os pobres, mais do que imperativo moral, são lugar
teológico» – Cardeal-patriarca de Lisboa
Mai 15, 2021 - 17:28 - Ecclesia
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O cardeal-patriarca afirmou hoje no encerramento do Congresso Diocesano de
Pastoral Sócio-Caritativa que os pobres são “o verdadeiro lugar teológico” e
pediu que se organizem jornadas vicariais sócio-caritativas.
“Jesus
identificou-se com os pobres. Não é apenas um imperativo moral, de
solidariedade, mas um imperativo teológico, com os que Jesus se identificou”,
disse D. Manuel Clemente no Centro de Pastoral de Torres Vedras.
Durante a
reflexão que encerrou o encontro, sob o tema «As periferias como lugar
privilegiado da presença da Igreja», D. Manuel Clemente assinalou a diversidade
de nacionalidades que compõem a sociedade portuguesa: “para podermos responder
às necessidades sócio-caritativas de hoje temos de olhar para este ‘nós’ de
hoje, não de ontem”.
“Proponho que
fique como hábito vicarial para o futuro as jornadas sócio-caritativas. Será
uma sinodalidade caritativa em que podemos crescer”, pediu.
“Reúnam-se, olhem, e retenham informação sobre o que é mais urgente, vamos
ensaiar uma ação conjunta. Parece pouco mas é muito porque desperdiçamos muito,
desaproveitamos muito”, lamentou.
Oração, palavra
e caridade são três dimensões valorizadas por D. Manuel Clemente, e
exemplificou com a vivência das Missões País, onde “há tempo para rezar,
refletir e apoiar”.
Para o
cardeal-patriarca de Lisboa as comunidades paroquiais irão crescer, desta
forma, “em verdadeira iniciação cristã”: “Não há outro modo de encontrar Cristo
vivo se não for onde ele nos espera, nos locais de misericórdia, caso
contrário, apenas se encontrará a si mesmo, entre frustrações e ilusões”.
“Durante a atual pandemia muitas comunidades e instituições redobraram-se
para respostas em contacto com pessoas sós, apoio a lares, e demais respostas.
A pandemia vai passar mas a ação redobrada não pode passar, não só porque as
necessidades persistem, mas também porque só assim continuamos a ser sinal
eloquente e experiência de Cristo”, afirmou.
“O mundo é
diferente, na maneira de conviver, na grande variedade de situações e
percursos, nos modos novos de aprender e comunicar. Tudo é diferente. Mas
pede-se para anunciar Cristo na novidade do tempo”, afirmou.
D. Manuel
Clemente pediu que cada comunidade seja “um oásis de misericórdia”.
LS/PR
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