DOMINGO V DA PÁSCOA
As leituras de hoje desafiam-nos fundamentalmente a
permanecer sempre no Senhor. Mas, não ficam por aqui, pois projetam-nos também
para a vida da comunidade a que pertencemos. É na vivência paroquial que muitas
vezes nos apercebemos da verdade da nossa relação com Deus, pois a forma como
lidamos com os irmãos é sinal do amor de Deus que nos habita, ou se não damos
esse testemunho recebemos um alerta para nos redirecionarmos e recentrarmos.
Afinal somos todos ramos da mesma videira, que é Jesus, e é o fruto do Amor, que
nos corre nas veias, que somos chamados a dar, a testemunhar, no dia a dia da vida.
A 1ª leitura (Atos 9, 26-31) é uma ajuda na nossa vivência comunitária, pois devemos estar atentos à forma como acolhemos aqueles que de nós se aproximam. Paulo, que primeiramente não foi bem aceite, dada a fama de perseguidor que o acompanhava, depois de Barnabé ter desfeito as dúvidas existentes, foi acolhido na comunidade e entregou-se totalmente à ação do Espírito Santo. Bendito seja Deus, por todos os que acolhem os que procuram Deus, de coração sincero.
“Naqueles
dias, Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos
o temiam, por não acreditarem que fosse discípulo. Então, Barnabé tomou-o
consigo, levou-o aos Apóstolos e contou-lhes como Saulo, no caminho, tinha
visto o Senhor, que lhe tinha falado, e como em Damasco tinha pregado com
firmeza em nome de Jesus. A partir desse dia, Saulo ficou com eles em Jerusalém
e falava com firmeza no nome do Senhor. Conversava e discutia também com os
helenistas, mas estes procuravam dar-lhe a morte. Ao saberem disto, os irmãos
levaram-no para Cesareia e fizeram-no seguir para Tarso. Entretanto, a Igreja
gozava de paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e vivendo no
temor do Senhor e ia crescendo com a assistência do Espírito Santo.”
Na
2ªleitura (Jo 3, 18-24) S.João dá-nos um processo
prático para avaliarmos se efetivamente andamos nos caminhos do Senhor: olhar
para os nossos atos e ver se estes refletem que amamos os que connosco convivem
mais frequentemente. Por isso a comunidade é tão importante, pois a forma como interagimos
com os irmãos é o barómetro que nos indica como vai a nossa relação com Deus.
“Meus filhos, não amemos com palavras e com a língua, mas com obras e em
verdade. Deste modo saberemos que somos da verdade e tranquilizaremos o nosso
coração diante de Deus; porque, se o nosso coração nos acusar, Deus é maior que
o nosso coração e conhece todas as coisas. Caríssimos, se o coração não nos
acusa, tenhamos confiança diante de Deus e receberemos d’Ele tudo o que Lhe
pedirmos, porque cumprimos os seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável.
É este o seu mandamento: acreditar no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e
amar-nos uns aos outros, como Ele nos mandou. Quem observa os seus mandamentos
permanece em Deus e Deus nele. E sabemos que permanece em nós pelo Espírito que
nos concedeu. E assim, n’Ele e em comunidade daremos testemunho de como Deus
ama infinitamente todos os seres viventes.
No evangelho de hoje (Jo 15, 1-8) recebemos de Jesus a garantia de que Ele é a verdadeira videira, da qual recebemos a seiva que nos alimenta no caminho para Deus. N’Ele, sob a ação do Espírito Santo estamos enraizados e tudo o que, em nós, não presta o Senhor poda, para que possamos continuar a caminhar e a dar fruto.
“Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o
agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo
aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por
causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós.
Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira,
assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sois os
ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem
Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o
ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se
permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que
quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto.
Então vos tornareis meus discípulos».”
Senhor, ensina-me a amar todos os que pões no meu caminho. Que eu seja verdadeiramente ramo da videira, que és Tu.
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