sábado, 4 de fevereiro de 2023

 Domingo V do Tempo Comum - 2023 

Após a proclamação das bem-aventuranças, somos surpreendidos com as palavras que escutamos nesta celebração: a luz deve brilhar para todos. Mas de que luz se trata? Da luz que brota das boas obras. São estas que fazem a diferença no mundo, são elas que dão sabor à vida, tal como o sal o faz na comida. Hoje, a Palavra do Senhor também nos desafia a vivermos, no dia a dia da vida, seguros, radicados no Amor, “enraizados em Jesus Cristo e Jesus Cristo crucificado”. Só assim, somos chamados a ser, cada um ao seu jeito, sinal, sal, luz, nos nossos tempos, para que aqueles que vivem, convivem, ou se cruzam connosco algures, possam, também eles, descobrir, encontrar e relacionar-se numa entrega total, se assim o desejarem, com o Único que lhes pode dar a verdadeira felicidade, Deus, que é Amor.

Na 1ªleitura (Is 58, 7-10) o profeta Isaías torna presente a forma como, os que nos rodeiam, se interrogarão, ou poderão compreender, quem é Aquele que nos move, quem é a razão de ser da nossa existência, isto é, relembra-nos que será através da prática das obras de misericórdia, que chegaremos àqueles a quem o Senhor se quer revelar, através de cada um de nós.

“Eis o que diz o Senhor: «Reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir e não voltes as costas ao teu semelhante. Então a tua luz despontará como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar. Preceder-te-á a tua justiça e seguir-te-á a glória do Senhor. Então, se chamares, o Senhor responderá, se O invocares, dir-te-á: ‘Aqui estou’. Se tirares do meio de ti a opressão, os gestos de ameaça e as palavras ofensivas, se deres do teu pão ao faminto e matares a fome ao indigente, a tua luz brilhará na escuridão e a tua noite será como o meio-dia».”

Na 2ªleitura (Cor 2, 1-5) S.Paulo, que dominava as escrituras do seu tempo, como ninguém, não se arma em doutor da lei, mas, pelo contrário, confessa-se  cheio de temor e tremor ao anunciar o Evangelho. É assim que nos revela o segredo do êxito da sua ação missionária, quando nos diz que se apoia sempre e só em Jesus Cristo, crucificado, deixando-se guiar pelo Espírito Santo. Que humildade, meu Deus! Por isso foi tão grande em Ti, Senhor. Bendito seja Deus, nos Seus anjos e nos Seus santos.

“Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Apresentei-me diante de vós cheio de fraqueza e de temor e a tremer deveras. A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria humana, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.”

 

No evangelho (Mt 5, 13-16)  Jesus, mesmo sabendo quem e como somos e, mais ainda, do que somos capazes, de bom, mas também de mau, entrega-nos a nós, os que já O descobrimos, já O encontramos, como a razão de ser da nossa existência, como o Único Amor, a responsabilidade de O anunciarmos, na vida, na forma como nos movemos e existimos, na forma como nos relacionamos com todos, e cada um, à nossa volta. Que o Senhor, e só Ele, seja a única força em que sempre nos apoiemos. Se Ele for o nosso tudo, a Luz chegará, um dia, na plenitude dos tempos a toda a humanidade, todos O conhecerão e louvarão.

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».”

 

Senhor, que arriscaste em nós, em cada um de nós, mesmo conhecendo-nos no mais íntimo de nós próprios, habita-nos por inteiro, preenche todo o nosso ser sempre, seja qual for a situação em que nos encontremos, ou venhamos a encontrar. Bendito sejas Senhor por nos amares assim, infinitamente. A Ti, a glória, hoje e sempre, pelos séculos sem fim. Ámen.

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