Amor incondicional ao próximo
apresentado como caminho “difícil, mas possível” de santidade
Na véspera da Festa dos santos Pastorinhos, o reitor do Santuário de Fátima exortou os peregrinos a procurarem “amar os outros de todos os modos”, a exemplo de São Francisco e Santa Jacinta Marto.
Na
homilia da Missa deste VII Domingo do Tempo Comum, véspera da Festa dos Santos
Pastorinhos, o reitor do Santuário de Fátima exortou os peregrinos, reunidos na
Basílica da Santíssima Trindade, a tomar como exemplo o caminho de
santidade de São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto, que, “ao fazerem a
experiência de se sentirem amados por Deus (…) procuraram, de todos os modos,
amar a Deus, nos outros”.
Na reflexão que
apresentou, o padre Carlos Cabecinhas partiu da exortação à santidade, presente
na Palavra deste Domingo, para realçar a inseparabilidade que existe entre esta
e a relação que se alicerça com o próximo.
“Não é possível
sermos santos se não cuidamos da relação com os outros”, afirmou, assumindo o
“incómodo” e a “grande dificuldade” que esta atitude pode implicar na vida de
cada um, mas apresentando-a como possível e apenas dependente da vontade
pessoal.
“Porém, se o
que Jesus nos pede é difícil, não é de todo impossível… Implica um ato de
vontade da nossa parte, (…) porque o amor, além de um sentimento, é sempre um
ato de vontade e, por isso, renunciar à vingança, a pagar o mal com o mal e a
amar mesmo aqueles que nos querem e fazem mal só é possível se nós decidirmos
querer”, clarificou o presidente da celebração, tornando presente o amor de
Deus pela humanidade como razão para este esforço cristão do amor incondicional
ao próximo.
“Se Deus nos
ama, independentemente de nós o amarmos ou não, o que Ele nos pede é que
façamos o mesmo. (…) Se nos sentimos amados por Deus não podemos de nos deixar
assemelhar a Ele”, afirmou, ao fazer notar a “revisão de coração” e a “renúncia
ao impulso imediato” que este caminho “difícil, mas possível” exige.
Num paralelismo
com a atualidade, o sacerdote fez referência ao tema dos abusos de menores no
seio da Igreja Católica, concretizando a urgência de conversão e de atenção ao
próximo que esta realidade requer.
“Nestes dias,
em que tanto se fala de pecados hediondos cometidos por membros da Igreja e
muito concretamente por aqueles que, dentro da comunidade cristã, têm maior
responsabilidade, esta exortação evangélica adquire a urgência da conversão,
para que essas situações não mais se repitam, e a urgência da atenção às
vítimas. É um assunto doloroso, mas que não podemos ignorar”, disse.
Por fim, o reitor do Santuário de Fátima apresentou como exemplo o caminho de santidade percorrido pelos santos Pastorinhos, que “na escola de Maria, fizeram a experiência de se sentir amados por Deus e procuram amar os outros de todos os modos”.
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