sábado, 8 de fevereiro de 2020

DOMINGO V DO TEMPO COMUM


No domingo passado, as leituras alertavam-nos para a necessidade de aprender a ler os sinais, que o Senhor vai colocando nos nossos caminhos, do Seu Amor, da Sua presença, da Sua vivência e comunhão com (em) cada um de nós. Hoje, a Palavra do Senhor desafia-nos a ir mais além, pois, seguros, radicados no Seu Amor, enraizados em Jesus, somos chamados a ser, cada um ao seu jeito, sinal, sal, luz, nos nossos tempos, para que aqueles que vivem, convivem, ou se cruzam connosco algures, possam, também eles, descobrir, encontrar e relacionar-se numa entrega total, se assim o desejarem, com o Único que lhes pode dar a verdadeira felicidade, Deus, que é Amor.


Na 1ªleitura (Is 58, 7-10) o profeta Isaías torna presente a forma como, os que nos rodeiam, se interrogarão, ou poderão compreender, quem é Aquele que nos move, quem é a razão de ser da nossa existência, isto é, relembra-nos que será através da prática das obras de misericórdia, que chegaremos aos que o Senhor se quer revelar, por meio de cada um de nós.
“Eis o que diz o Senhor: «Reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa ao que não tem que vestir e não voltes as costas ao teu semelhante. Então a tua luz despontará como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar. Preceder-te-á a tua justiça e seguir-te-á a glória do Senhor. Então, se chamares, o Senhor responderá, se O invocares, dir-te-á: ‘Aqui estou’. Se tirares do meio de ti a opressão, os gestos de ameaça e as palavras ofensivas, se deres do teu pão ao faminto e matares a fome ao indigente, a tua luz brilhará na escuridão e a tua noite será como o meio-dia».”


Na 2ªleitura (Cor 2, 1-5) S.Paulo, que dominava as escrituras do seu tempo, como ninguém, não se arma em doutor da lei, mas, pelo contrário, confessa-se  cheio de temor e tremor ao anunciar o Evangelho. É assim que nos revela o segredo do êxito da sua ação missionária, quando nos diz que se apoia sempre e só em Jesus Cristo, crucificado, deixando-se guiar pelo Espírito Santo. Que humildade, meu Deus! Por isso foi tão grande em Ti, Senhor. Bendito sejas Senhor, nos Teus santos.
“Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Apresentei-me diante de vós cheio de fraqueza e de temor e a tremer deveras. A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria humana, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus.”


No evangelho (Mt 5, 13-16)  Jesus, mesmo sabendo quem e como somos e, mais ainda, do que somos capazes, de bom, mas também de mau, entrega-nos a nós, os que já O descobrimos, já O encontramos, como a razão de ser da nossa existência, como o Único Amor, a responsabilidade de O anunciarmos, na vida, na forma como nos movemos e existimos, na forma como nos relacionamos com todos, e cada um, à nossa volta. Que o Senhor, e só Ele, seja a única força em quem sempre nos apoiemos. Se Ele for o nosso tudo, a Luz chegará, um dia, na plenitude dos tempos a toda a humanidade e todos O conhecerão e louvarão.
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».”


Senhor, que arriscaste em nós, em cada um de nós, mesmo conhecendo-nos no mais íntimo de nós próprios, habita-nos por inteiro, preenche todo o nosso ser, sempre, seja qual for a situação em que nos encontremos, ou venhamos a encontrar. Bendito sejas Senhor, por nos amares assim,  tão infinitamente. A Ti, a glória, hoje e sempre, pelos séculos sem fim. Ámen.

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