Cidade do Vaticano, 02 nov 2020 (Ecclesia) - Notícia atualizada às 15h30
O Papa recordou
hoje as vítimas da pandemia e quem deu a vida pelos doentes, assinalando a
comemoração dos Fiéis Defuntos.
“Hoje rezamos por todos os Fiéis Defuntos e especialmente
pelas vítimas do coronavírus: por aqueles que morreram sozinhos, sem o carinho
dos seus entes queridos; e por todas as pessoas que deram a vida a serviço dos
doentes”, escreveu Francisco, na sua conta do Twitter.
O Papa presidiu esta tarde à Missa, no Cemitério ou Campo
Santo Teutónico, localizado dentro da Cidade do Estado do Vaticano.
Na sua homilia, Francisco partiu da figura bíblica de Job,
símbolo do sofrimento, para falar da “esperança cristã” na vida depois da
morte, citando passagens deste livro do Antigo Testamento: “Eu sei que o meu
Redentor está vivo e no último dia se levantará sobre a terra”, “Eu próprio o
verei, meus olhos o hão de contemplar”.
Francisco sublinhou que essa esperança é “um dom” que atrai
o ser humano “para a vida, para a alegria eterna”.
“É uma âncora que temos do outro lado”, observou.
Hoje, ao pensar em tantos irmãos e
irmãs que partiram, far-nos-á bem olhar para os cemitérios e olhar para cima,
repetindo, como Job: Eu sei que o meu Redentor está vivo, eu próprio o
verei, os meus olhos o hão de contemplar”.
No final da Eucaristia, Francisco vai dirigir-se às Grutas
na Basílica de São Pedro para rezar em memória dos pontífices falecidos.
A 5 de novembro, pelas 11h00 de Roma (menos uma em Lisboa),
o Papa preside à Missa anual pelos cardeais e bispos falecidos nos últimos 12
meses, com participação limitada de assembleia.
A comemoração de todos os fiéis defuntos remonta ao final do
primeiro milénio: foi o Abade de Cluny, Santo Odilão, quem no ano 998
determinou que em todos os mosteiros da sua Ordem se fizesse nesta data a
evocação de todos os defuntos desde o princípio até ao fim do mundo.
Durante a I Guerra Mundial, o Papa Bento XV generalizou esse
uso em toda a Igreja (1915).
A Penitenciaria Apostólica, da Santa Sé, emitiu um decreto
em que se alarga a todo o mês de novembro a possibilidade de obtenção de
indulgências plenárias, pelos Fiéis Defuntos, numa medida preventiva face à
situação de pandemia.
“Este ano, nas atuais contingências devidas à pandemia da
Covid-19, as indulgências plenárias para os fiéis falecidos serão alargadas
para todo o mês de novembro, com adequação dos trabalhos e condições para
garantir a segurança dos fiéis”, informa o portal de notícias do Vaticano.
A tradicional indulgência plenária de 2 de novembro,
estabelecida no âmbito da comemoração de ‘Todos os Fiéis Defuntos’, pode ser
transferida para outro dia do mesmo mês para quem visitar uma igreja ou um
oratório, rezando o Pai-Nosso e o Credo.
Em Portugal, esta data coincide com um dia de luto nacional
e homenagem a todos os falecidos, em especial às vítimas da pandemia da
Covid-19, que já provocou mais de 2500 mortes.
No dia 14 de novembro, às 11h00, na Basílica da Santíssima
Trindade do Santuário de Fátima, a Conferência Episcopal vai celebrar uma
Eucaristia de sufrágio pelas vítimas da pandemia em Portugal.
OC
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