DOMINGO XIII DO TEMPO COMUM – 2025 – Ano C
Simão, filho de Jonas e irmão de André, foi o primeiro entre os discípulos a confessar que Jesus era Cristo, Filho de Deus vivo, por quem foi chamado Pedro. Paulo, o Apóstolo dos gentios, pregou Cristo crucificado aos judeus e aos gregos. Ambos, na fé e no amor de Jesus Cristo, anunciaram o Evangelho na cidade de Roma e morreram mártires no tempo do imperador Nero: Pedro, segundo a tradição, foi crucificado de cabeça para baixo e sepultado no Vaticano, junto à Via Triunfal; Paulo morreu ao fio da espada e foi sepultado junto à Via Ostiense. O triunfo dos dois Apóstolos é celebrado neste dia, com igual honra e veneração, em todo o orbe da terra.
Na
1ªleitura (Atos 12,
1-11) S.Lucas conta-nos um episódio da vida de S.Pedro que nos mostra como
a Igreja nascente, logo de início foi sujeita a perseguições variadas. Por
outro lado, percebe-se, neste texto, a força da unidade dos
primeiros cristãos e ainda a importância e a força da oração em Igreja:
“Enquanto Pedro era guardado na prisão, a Igreja orava instantemente a
Deus por ele.” Por fim, é claro o testemunho de fé que Pedro nos
transmite. Que este grande santo seja para nós ajuda no caminhar e inspiração
em todos os momentos. S.Pedro, rogai por nós!
Naqueles dias, o rei Herodes começou a perseguir alguns membros da Igreja.
Mandou matar à espada Tiago, irmão de João, e, vendo que tal procedimento
agradava aos judeus, mandou prender também Pedro. Era nos dias dos Ázimos.
Mandou-o prender e meter na cadeia, entregando-o à guarda de quatro piquetes de
quatro soldados cada um, com a intenção de o fazer comparecer perante o povo,
depois das festas da Páscoa. Enquanto Pedro era guardado na prisão, a Igreja
orava instantemente a Deus por ele. Na noite anterior ao dia em que Herodes
pensava fazê-lo comparecer, Pedro dormia entre dois soldados, preso a duas
correntes, enquanto as sentinelas, à porta, guardavam a prisão. De repente,
apareceu o Anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela da cadeia. O Anjo acordou
Pedro, tocando-lhe no ombro, e disse-lhe: «Levanta-te depressa». E as correntes
caíram-lhe das mãos. Então o Anjo disse-lhe: «Põe o cinto e calça as
sandálias». Ele assim fez. Depois acrescentou: «Envolve-te no teu manto e
segue-me». Pedro saiu e foi-o seguindo, sem perceber a realidade do que estava
a acontecer por meio do Anjo; julgava que era uma visão. Depois de atravessarem
o primeiro e o segundo posto da guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para
a cidade, e a porta abriu-se por si mesma diante deles. Saíram, avançando por
uma rua, e subitamente o Anjo desapareceu. Então Pedro, voltando a si,
exclamou: «Agora sei realmente que o Senhor enviou o seu Anjo e me libertou das
mãos de Herodes e de toda a expectativa do povo judeu».
Na
2ªleitura (2 Tim 4,
6-8.17-18) é o próprio S.Paulo que nos fala do que foi a
sua vida ao serviço de Deus, na transmissão da sua fé em Jesus Ressuscitado. E
a forma como o faz é verdadeiramente impressionante, pela clarividência que
demonstra e pela força que transmite. Que fé a deste grande santo! Só quem vive
verdadeiramente de Deus, no seu dia a dia, pode transpirar amor por Deus, por
todos os poros, como faz S.Paulo. Deus seja louvado nos Seus Santos! S.Paulo,
rogai por nós.
"Caríssimo:Eu
já estou oferecido em libação e o tempo da minha partida iminente. Combati o
bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. E agora já me está
preparada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juíz, me há de dar naquele
dia; e não só a mim, mas a todos aqueles que tiverem esperado com amor a Sua
vinda. O Senhor esteve a meu lado e deu-me a força, para que, por meu
intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todos os
pagãos a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará de
todo o mal e me dará a salvação no Seu reino celeste. Glória a Ele pelos
séculos dos séculos. Ámen."
No evangelho (Mt 16, 13-19) S.Mateus coloca-nos num dos momentos mais significativos e marcantes
da vida de S.Pedro, mas também na vida de todos os que seguiam Jesus mais de
perto, ou seja, os discípulos. Ao mesmo tempo, este texto desafia-nos a abrir o
coração, a alma, todo o nosso ser, à ação do Espírito Santo e a confiarmos
totalmente em Jesus, como fez Pedro.
“Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e
perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do
homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João
Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos
profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu
sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias,
o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão,
filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to
revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu
és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos
Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que
desligares na terra será desligado nos Céus».
S. Pedro, neste , que é o teu dia, por excelência, peço-te que, junto de
Jesus, intercedas por todos nós, pela Igreja e por este mundo em que vivemos,
para que, inspirados em ti, sejamos verdadeiras testemunhas do amor de Jesus
ressuscitado por cada ser vivente, junto daqueles que o Senhor colocou nas
nossas vidas.
Estimados
irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje,
Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, no Evangelho Jesus diz a Simão,
um dos Doze: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja» (Mt 16, 18). Pedro é um nome que tem vários
significados: pode designar rocha, pedra ou simplesmente seixo. E, com efeito,
se olharmos para a vida de Pedro, encontraremos um pouco destes três aspetos do
seu nome.
Pedro é
uma rocha: em muitos momentos é forte e firme, genuíno e
generoso. Deixa tudo para seguir Jesus (cf. Lc 5, 11), reconhece-o como Cristo, Filho de Deus vivo (cf. Mt 16, 16), mergulha no mar para ir depressa
ao encontro do Ressuscitado (cf. Jo 21, 7). Além disso, com franqueza e coragem, anuncia Jesus no Templo, antes e
depois de ser preso e flagelado (cf. At 3, 12-26;
5, 25-42). A tradição fala-nos também da sua firmeza diante do
martírio, que teve lugar precisamente aqui (cf. Clemente
Romano, Carta aos Coríntios, V, 4).
No entanto,
Pedro é também uma pedra: é uma rocha e inclusive uma pedra,
adequada para oferecer apoio aos outros: uma pedra que, fundamentada em Cristo,
serve de sustentáculo para os seus irmãos na edificação da Igreja (cf. 1 Pd 2, 4-8; Ef 2, 19-22). Também isto encontramos na sua vida: responde ao chamamento de Jesus com
André, seu irmão, Tiago e João (cf. Mt 4, 18-22); confirma a disponibilidade dos Apóstolos a seguir o Senhor (cf. Jo 6, 68); cuida de quem sofre (cf. At 3, 6); promove e encoraja o anúncio
comum do Evangelho (cf. At 15, 7-11). É “pedra”, é ponto de referência fiável para toda a comunidade.
Pedro é rocha,
é pedra e também seixo: a sua pequenez sobressai com
frequência. Às vezes não compreende o que Jesus faz (cf. Mc 8, 32-33; Jo 13, 6-9); perante a sua captura, deixa-se dominar pelo medo e nega-o, depois
arrepende-se e chora amargamente (cf. Lc 22, 54-62), mas não tem a coragem de estar aos pés da cruz. Esconde-se com os outros
no cenáculo, com medo de ser aprisionado (cf. Jo 20,
19). Em Antioquia, tem vergonha de estar com os pagãos convertidos, e Paulo
exorta-o à coerência neste ponto (cf. Gl 2, 11-14); por último, segundo a tradição do Quo vadis, procura fugir
diante do martírio, mas ao longo do caminho encontra Jesus e readquire a
coragem de voltar atrás.
Em Pedro há
tudo isto: a força da rocha, a fiabilidade da pedra e a pequenez de um simples
seixo. Não é um super-homem: é um homem como nós, como cada um de nós, que na
sua imperfeição diz “sim” a Jesus com generosidade. Mas precisamente assim,
nele – como em Paulo e em todos os santos – revela-se que é Deus quem nos torna
fortes mediante a sua graça, quem nos une através da sua caridade, quem nos
perdoa com a sua misericórdia. E é com esta verdadeira humanidade que o
Espírito forma a Igreja. Pedro e Paulo eram pessoas autênticas, e nós, hoje
mais do que nunca, precisamos de pessoas autênticas.
Agora, olhemos
para o nosso íntimo e façamos algumas perguntas a partir da rocha, da pedra e
do seixo. A partir da rocha: há em nós ardor, zelo, paixão pelo Senhor e pelo
Evangelho, ou é algo que se desintegra com facilidade? E depois, somos pedras,
não de tropeço, mas de construção para a Igreja? Trabalhamos pela unidade,
interessamo-nos pelos outros, especialmente pelos mais frágeis? Por último,
pensando no seixo: estamos conscientes da nossa pequenez? E sobretudo: nas
debilidades, confiamo-nos ao Senhor, que realiza grandes coisas com quem é
humilde e sincero?
Que Maria,
Rainha dos Apóstolos, nos ajude a imitar a força, a generosidade e a humildade
dos Santos Pedro e Paulo.
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