domingo, 18 de outubro de 2020

 XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM


As leituras deste domingo levam-nos a questionarmo-nos sobre quem pomos em primeiro lugar na vida: Deus; os senhores deste mundo político, económico, social, religioso, ecológico,…; as nossas coisas (pequeninas, médias, ou enormes); a ânsia de queremos ter mais e melhor;… Afinal, quem, ou o que é que, nos faz mover e existir? Simultaneamente, somos alertados, nesta liturgia, para a necessidade de cumprimos também as nossas obrigações para com o poder justo e as instituições políticas e sociais que nos governam, sejam elas fiscais, ou de outra natureza. Digo eu, se todos queremos ter direito à saúde, educação, paz, pão e liberdade (como diz a canção) devemos contribuir com a nossa parte, que passa por pagar impostos, entre outras obrigações. E, digo eu, mais ainda, são todos os cidadãos e não são só os que não podem “fugir”, por qualquer artimanha contabilístico-financeiro, política, etc, que devem suportar o erário público! Assim, também estaremos (todos) ao serviço uns dos outros. Se todos pagássemos, o que devemos, talvez sentíssemos mais a chamada “coisa pública” também como nossa e consequentemente agíssemos de uma forma mais responsável, comprometida e solidária.

Na 1a leitura (Is 45, 1.4-6) o profeta mostra como Deus, o único Senhor, se serve de alguém que não pertence ao povo escolhido, para chegar ao coração de Israel. É assim, estejamos atentos aos sinais, pois nunca sabemos de quem Deus se serve para chegar ao nosso coração.

“Assim fala o Senhor a Ciro, seu ungido, a quem tomou pela mão direita, para subjugar diante dele as nações e fazer cair as armas da cintura dos reis, para abrir as portas à sua frente, sem que nenhuma lhe seja fechada: «Por causa de Jacob, meu servo, e de Israel, meu eleito, Eu te chamei pelo teu nome e te dei um título glorioso, quando ainda não Me conhecias. Eu sou o Senhor e não há outro; fora de Mim não há Deus. Eu te cingi, quando ainda não Me conhecias, para que se saiba, do Oriente ao Ocidente, que fora de Mim não há outro. Eu sou o Senhor e mais ninguém».”


Na 2ªleitura (1 Tes 1, 1-5b) S.Paulo dá graças e louvores a Deus, porque a comunidade dos Tessalonicenses dá testemunho de Jesus vivo e ressuscitado demonstrando, no seu tempo, a atividade da sua fé, o esforço da caridade e a firmeza na esperança. Que este seja um desafio para também nós, neste séc.XXI,  deixarmos que o Espírito Santo nos habite de forma a vivermos de Jesus em todos os momentos da nossa vida.

“Paulo, Silvano e Timóteo à Igreja dos Tessalonicenses, que está em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo: A graça e a paz estejam convosco. Damos continuamente graças a Deus por todos vós, ao fazermos menção de vós nas nossas orações. Recordamos a atividade da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo, na presença de Deus, nosso Pai. Nós sabemos, irmãos amados por Deus, como fostes escolhidos. O nosso Evangelho não vos foi pregado somente com palavras, mas também com obras poderosas, com a ação do Espírito Santo.”


No Evangelho (Mt 22, 15-21) Jesus não se deixa enganar pelos falsos elogios, através dos quais os fariseus achavam que iam O “apanhar”. Nunca quiseram perceber quem era Aquele que lia o que lhes ia na alma e, mesmo assim, lhes dava todas as oportunidades de O reconhecerem. É linda a forma como Jesus desmonta sempre os seus “mafiosos” esquemas! Às vezes somos mesmo duros de coração e não nos abrimos à ação de Deus em nós. É uma pena! Ainda assim, Deus continua a amar-nos infinitamente e a escolher-nos para darmos testemunho do Amor junto de todos os que coloca nos nossos caminhos. Deixemos que Ele seja o nosso único Senhor, o nosso Amor, a Luz que nos conduz. Demos a Deus o que é de Deus e a César o que é de César.

“Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse. Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes aceção de pessoas. Diz-nos o teu parecer: É lícito ou não pagar tributo a César?». Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu: «Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo». Eles apresentaram-Lhe um denário e Jesus perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César». Disse-Lhes Jesus: «Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».


Senhor, que sejas para mim sempre e só o meu único Deus. Que eu aprenda a viver de Ti e só de Ti.

Sem comentários:

Enviar um comentário